As Duas Faces Do Meu Anjo escrita por MS Productions


Capítulo 19
Capítulo 18




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/191241/chapter/19

Margarida (PDV)

- Precisas de ajuda? – Apanhei um susto quando o vi a aparecer a minha frente, olhei para todos os lados a ver se alguém o tinha visto a fazer aquilo, estavam todos demasiado divertidos para topar fosse o que fosse. Ele sorriu, talvez ele ainda não tivesse entendido que eu não tinha motivos para sorrir. – Pensei que querias companhia para casa e acho que devíamos conversar.

- Eu acho que não devíamos conversar sobre nada, Diogo! – Continuei a arrumar as coisas – Estou bem assim!

- Não, não estas, eu compreendo-te! Eu só soube da verdade toda a cerca de 5 minutos atrás.

- Eu não acredito!

- Acredita, Margarida, por muito que te sintas triste e penses que te enganaram, não é a verdade, também pensei assim, mas é foi tudo para te proteger. Eu não te enganei.

- Sabes o que eu queria, queria ser uma rapariga normal! Não queria ter anjos maus e anjos bons ao meu encalce todos os dias, queria ser simplesmente eu, como há uns meses atras.

- Desculpa, eu sei que isto tudo é confuso, mas tu soubeste-me perdoar, soubeste compreender. O que te peço agora é que…

- Não tas na posição de pedir nada, eu uni os pontinhos todos, aquela criança que tu ias matar era eu. A pessoa que eu amo queria-me matar quando eu era bebe.

- Eu mudei, tu mudaste-me! – Disse-me.

Um Cliente veio ao balcão, e o Diogo calou-se, servi uma imperial e virei-me para ele a espera daquilo que vinha a seguir ao grandioso discurso.

- Falamos em casa, não estou com disposição para falar disto aqui… - só queria ficar uns dias fora disto, sei lá desaparecer, e se não desse resultado morrer de vez, não tinha nada nesta vida.

O caminho para casa foi silencioso, a Clara ligou-me para saber se tava tudo bem e que em principio estaria ca em dois dias, fingi dizendo que estava bem e que o Diogo já tinha voltado das supostas ferias, enfim. Enterrava-me nas mentiras.

Magicava um plano nada fácil na minha cabeça, realiza-lo seria a coisa mais complicada que teria que fazer, tinha um chalé onde costumava passar férias com a família perto do rio, a única coisa que os meus pais adoptivos me deixaram antes de falecer, há anos que não lá ia, seria um bom refugio pelo menos uns dias, sozinha teria o tempo para mim. Era o ideal, tinha 3 noites de folga, o tico ia fazer as minhas folgas com a sua namorada, ia ser giro ver a sua namorada atras de um balcão, ela que é tao senhora.

- Vamos falar agora! – Disse o Diogo assim que entramos em casa. – Não entendo porque que estas agir dessa forma comigo!

- A maldade está te no sangue, nunca vais poder contornar isso! Hoje podes estar bem comigo e amanhã queres matar-me, como tentaste fazer! – A dor consumia-me ao dizer aquelas palavras.

- Margarida, isso já foi há muito tempo! Achas que não fiquei mal quando soube tudo o que se passou? Achas? Eu gosto de ti, e um anjo negro não tem essa capacidade!

- Tu apenas sentes isso por mim pelo desígnio que eu represento!

- Isso não é verdade! Eu amo-te, eu gostei de ti muito antes despertares fosse o que fosse em mim! – Os seus olhos brilhavam, percebia que realmente dizia a verdade, mas que futuro um anjo e uma talvez humana teriam? Nenhuns…zero! – Tu aceitaste-me e eu sei que me amas, por mais confusão que esteja essa cabeça, tu amas-me, e se já me salvaste uma vez eu tenho a certeza que tens força suficiente para me salvar de novo.

- Custa-me saber que a minha vida mudou, em poucos meses, era uma simples rapariga que ninguém ligava, agora…

Ele juntou os nossos lábios e afastou-se, a ternura e o amor envolveram aquele ambiente. Olhei-o nos olhos, o negro e um azul pairavam na sua iris, um sorriso tímido surgia na sua boca.

- Desculpa – Disse-me – Eu não devia…

- Cala-te – Beijei-o, tinha de o calar, tinha tantas saudades dos choques que sentíamos quando nos tocávamos e agarrava-me com agressividade com desejo, com todas as emoções que poderíamos sentir, puxou-me ao seu quarto. Eu amava-o, amava tudo nele, naquele momento esqueci tudo, o trabalho, a fuga, a faculdade e principalmente o que o mal podia estar arquitectar naquele momento contra mim.

Acordei, já com dia a clarear, ele dormia descansado ao meu lado, arrastei-me com muito cuidado da cama, e peguei as minhas roupas que estavam pelo chão do quarto.

Tinha pouco tempo para preparar o essencial a levar na minhas pequenas ferias, não sabia como estaria o tempo la, por isso arrumei roupas quentes tanto roupas frescas, procurei a chave no pote que estava numa prateleira e peguei uns dinheiros que tinha posto de parte, já tinha pensado em quase tudo, até que me lembrei da Clara e do Tiago, mandei-lhe uma mensagem a dizer uma pequenina mentira, apenas mais uma, espero que me perdoe.

Sai pela porta sem olhar uma última vez no Diogo. Senti-me triste, com esta atitude, mas precisava de tempo para pensar, precisava de um tempo sozinha.

Cheguei ao lago, um pouco depois de almoço, porque ainda parei para comprar coisas para encher a despensa, tinha telefonado ao Sr. Antunes a perguntar se estava tudo ok para la passar uns dias, e como era o vizinho mais próximo e quando a família dele, bastante numerosa ia passar ferias eu cedia-lhe o chalé sem qualquer problema, ele e a esposa foram dar uma vista de olhos para ver se estava tudo pronto para a minha chegada, apenas ficaram tristes de não me poder ver pois iriam para uma excursão, agradeci-lhes a simpatia. Comparado com tempo da cidade, aqui estava muito mais frio, sentia-me tão feliz, passei os melhores momentos de infância nesta pequena casinha de madeira. Tinham tratado bem do chalé, a decoração mantinha-se tal e qual a minha mãe a tinha deixado, simples e acolhedora.

Fui arrumar as compras na cozinha e deixar as minhas coisas no quarto, desliguei o telemóvel e deixei-o na mesa de entrada, ninguém me ia incomodar. Abri a porta das traseiras sentei me numa cadeira de baloiço que tinha no alpendre, olhei ao fundo o rio, tudo estava tal e qual o que conhecia, as recordações felizes fizeram correr uma lagrima no meu rosto.

Sai do alpendre quando uma chuva miudinha começou a correr, fui buscar umas mantas e deitar-me no sofá, tinha uma televisão nova na sala, provavelmente o Sr. Antunes a tinha posto, para os seus netos se entreterem quando cá estavam, liguei-a não passava nada de interessante, aconcheguei-me no sofá e adormeci.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Duas Faces Do Meu Anjo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.