Tale As Old As Time. escrita por Jajabarnes


Capítulo 5
Inappropriate Things To Girls of My Age.


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu me diverti demais escrevendo esse capítulo, espero que vocês se divirtam lendo!



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- Chega de apertar isso, Polly! – reclamei de novo por causa do espartilho. – Assim nem respirar eu vou conseguir!

            - Você reclama demais. – resmungou ela.

            - Está muito apertado! – repeti.

            - Está do mesmo jeito que sempre coloquei em você.

            - Isso é uma tortura...

            - Eu posso saber para onde a senhorita vai hoje? – mudou de assunto.

            - Vou com Jill e Lillian ao centro da cidade.

            - Que fazer?

            - Passear. – respondi rapidamente, isso a deixou desconfiada. Entregou-me o vestido fechando-o em seguida. Ajudou-me a calçar os sapatos, passando a prender meus cabelos. Fez um coque deixando alguns fios soltos, pegou um colar prateado colocando-o em meu pescoço. Espirrou o perfume em mim e pintou meus lábios de vermelho depois de passar o pó de arroz em meu rosto e no colo. Polly me acompanhou até a porta.

            - Tem certeza que não quer que eu a acompanhe? – perguntou Albert, parado ao lado de Polly. Os dois pareciam que eram meus pais. Polly cuida de mim desde que eu era bebê e Albert trabalhava para a família desde antes de eu nascer. Sorri.

            - Não precisa Albert, eu vou a pé, não é tão longe, afinal.

            Mesmo relutantes eles concordaram. Polly entregou-me o guarda-chuva por causa da fina garoa que caia. Abri o objeto atravessando o jardim. Caminhei calmamente em direção ao centro até sair da vista da casa, então apressei o passo, quase correndo. Olhei para trás só por garantia e ao constatar que não era seguida, dei uma ultima olhada de esguelha para os lados e entrei no prédio. Fechei o guarda-chuva.

            - Até que fim, já estava preocupado! Pensei que tinha acontecido alguma coisa, você está atrasada mocinha!

            - São só alguns minutos, Ed. – lembrei.

            - Só espero que ninguém tenha visto você vir pra cá sozinha. Se descobrirem que estamos sozinhos aqui, Susana, nem sei o que vão fazer comigo!

            - E por acaso não irá acontecer nada comigo? – perguntei erguendo as sobrancelhas. Ele deu de ombros.

            - Mas você tem dinheiro e influencia, pode muito bem contornar a situação. Eu não. – argumentou.

            - Não há dinheiro nem influencia que faça bem vista pela sociedade uma mulher que supostamente perdeu a virtude antes do casamento, Edmundo... – suspirei. – Além disso, você acha que eu deixaria um grande amigo como você em uma situação dessas?

            - É... Talvez não.

            Agora seguíamos para o segundo andar, para o quarto. Lá Edmundo passou a chave na porta, trancando-nos, então ajudei-o a arredar os moveis, ele tirou os sapatos, ficando apenas com a calça que usava e a camisa branca, eu retirei o colar pondo o mesmo sobre a escrivaninha de Edmundo e os sapatos que deixei ao lado da mesma.

            - Está pronta? – perguntou o mesmo, aproximando-se de mim, olhando em meus olhos.

            Sim, o que estávamos prestes a fazer era perigoso e considerado inadequado para moças como eu, mas eu tinha vontade de aprender e Edmundo se prontificara em me ajudar desde antes da morte de meus pais, às escondidas, claro. Diziam que era perigoso para as jovens que não tinham o cuidado necessário, mas Edmundo era preparado e eu tomaria o cuidado para não machucar nem a mim nem a ele.

            - Estou. – respondi.

            - Você pode se machucar. – lembrou.

            - Eu sei, mas aí a culpa será toda sua por não me ensinar direito. – eu ri.

            - Rá, rá, rá, muito engraçado senhorita Pevensie. – Ele se afastou pegando os dois objetos que usaríamos no baú. Voltou-se a mim. – Vamos ver o que você sabe fazer. – deu um sorriso torto jogando um dos objetos para mim, agarrei-o no ar, segurei com a mão direita em seu punho e então puxei-o lentamente causando um ruído agudo a medida que eu tirava a espada de sua proteção e admirava sua lamina prateada.

            Começou a aula. Edmundo me ensinou tudo o que sabia, as táticas que aprendera com o pai e as suas pessoais. Pude perceber, mesmo não sabendo muito sobre o assunto, que Edmundo tinha talento para isso. Já sabia que ele vinha de uma família de ótimos esgrimistas, mas nunca o vira usar espada.

            Nossa aula durou o resto do dia com golpes para tudo quanto era lado trocando gostosas risadas. Em certo momento, fugindo de seus golpes, subi na cama, continuando a duelar com ele tirando proveito da vantagem de estar mais alta, mas quando fui descer da cama, meus pés se enrolaram nos lençóis que eu mesma bagunçara rodopiando ali em cima durante os golpes, desequilibrei e caí da mesma causando um baque surdo no chão. Edmundo correu até mim.

            - Você está bem, Su? – perguntou, porém eu não conseguia responder por causa do riso. Eu ria como louca e Edmundo logo me acompanhou tentando me pôr de pé.

            - Acho que já está na hora de eu ir. – comentei entre risos. – Polly deve estar preocupada... Eu disse que iria ao centro de Londres com a Lillian e a Jill, só espero que nenhuma tenha ido me procurar. – sorri calçando os sapatos.

            - Você recebeu o convite do Duque? – perguntou ele, mudando de assunto. Assenti. – Você vai? – agora seguíamos para a saída.

            - Vou. – respondi, seguindo para a porta.

            - Susana! – chamou ele antes que eu abrisse a mesma. Voltei para ele esperando que continuasse.

            - A... A... Eu quero as-saber se... Se... Se a... Se a Jill vai...? – Edmundo desviava o olhar para o chão, mas isso não impediu suas bochechas de corarem. Eu sorri.

            - Ela vai estar lá. – afirmei abraçando-o. – Vejo você no baile.

            - Até lá. – ele sorriu. – Se cuida. – falou por fim antes de eu fechar a porta.

            Reiniciei a caminhada de volta em passos largos ignorando os olhares que pousavam sobre mim, como sempre fazia. De súbito lembrei do guarda-chuva e do colar que ficaram na casa de Edmundo, mas era tarde para voltar e, além disso, Polly não sentiria falta deles... Não é? Concluí que não. Então segui o resto do caminho para casa satisfeita por minha ida a casa de Edmundo, as escondidas, estar sem possibilidades  de ser descoberta. Sorri por todo o resto do caminho. Atravessei o jardim cantarolando uma de minhas musicas preferidas (The Beauty and the Beast), subi os degraus da varanda no ritmo da musica e ri com isso ao atravessar a porta.

            - Onde a senhorita se escondeu o dia todo? – Polly cruzou os braços a minha frente. Mas eu estava contente demais para zangar-me, então apenas rodopiei até ela e lhe dei um beijo na face, saltitando e cantarolando a mesma musica. – Susana, onde você foi? – ela voltou a perguntar, encarando-me. Parei ao pé da escada.

            - Fui com Lillian e Jill ao...

            - Eu quero a verdade. – exigiu.

            - Mas é a verdade...

            - Ah, é? Então por que Lilliandil veio até aqui procurar por você?

            Parei de costas para Polly, no meio da escada. Adeus satisfação. Meu coração bateu forte. Pensa, Susana, pensa...!

            - Ela veio? – fiz-me de boba.

            - Veio. E disse que vocês não tinham combinado de ir a lugar nenhum... – ela parou, prestando atenção em alguma coisa. – Onde estão o seu colar e o guarda-chuva?

            - Opa...


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Notas finais do capítulo

Bom, The Beauty and the Beast é a musica tema dessa fic, e vai propocionar momentos muito romanticos entre a Su e o Cas!!
Comentar faz bem tanto para mim, como para vocês mesmo!
Beijokas!!