Ohyao Hokage-sama. – Jiraya sentou-se ao lado do antigo pupilo com um sorriso. Pediu uma garrafinha para o garçom do pequeno restaurante, que se afastou indo buscar o que o ninja lendário pedira.

Minato não tirou os olhos do copo de saquê, como se procurasse a solução para a Guerra Ninja.

- Ohayo, sensei.

- Essa preocupação é por conta do que? – sem dar chance para minato responder, Jiraya continuou. – Ah, propósito... você não quer mesmo saber o que a deusa ruiva pensa a seu respeito?

Ao receber um olhar acido do aluno, Jiraya quase caiu no chão de tanto rir. Havia finalmente achado o ponto... irritável de Minato, assim poderia dizer.

- Não me interessa. – Minato voltou ao seu saquê, tentando ignorar as brincadeiras do sensei. Estava ainda extremamente irritado com o fato, que havia insultado Kushina sem querer.

- Tem certeza disso?

- Os garotos contaram ao senhor? – Ele pediu, fingindo indiferença. Jiraya fez um gesto, que tanto poderia significar sim ou não.

- Quando estavam chegando na melhor parte, aquele abutre irritável chegou atrapalhando a conversa. - Jiraya comecou uma pequena conversa, totalmente aleatória com o garçom. Quando este partiu momentos depois, continuou. – daí, eu lembrei que tinha deixado a chaleira com o cha no fogão e...

- Porque simplesmente não assume que fugiu como um...

- Ei! Você está falando com o seu sensei! – Jiraya se mostrou ofendido.

- Estou falando com um... – o palavrão que Minato soltou fez Jiraya erguer uma sobrancelha. O sorriso de escárnio fez que Minato desejasse socar o sensei.

- Que boca suja, Hokage-sama... – Jiraya fixou seus olhos na porta do restaurante.

- Esperando alguém? – Minato não estava realmente interessado. Mas considerando que Jiraya estava fedendo a algum perfume barato, tendo os cabelos jogados para trás e a expressão de sem-vergonha, cafajeste, conquistador que mantinha quando tinha algum encontro com alguma mulher... Não era de se duvidar

- Isso não é obvio? – sorriu, todos os dentes aparecendo.

- Ela está prestes a ser internada no hospício ou esta com um pé na cova?

- Andou beijando a ruiva, foi? Ou é falta disso?

Se Jiraya tivesse o mínimo amor a vida, pararia com aquilo, Minato pensou, mais um olhar fulminante para o sensei.

- Por que não marcou logo o encontro no seu quarto de alojamento?

- Porque esse é o restaurante favorito dela... E alias... porque você não foi encher a cara noutro lugar? – Jiraya perguntou ironicamente. – Não seria por que esse é o restaurante onde a Uzumaki vem pelo menos cinco dias por semana ou melhor... Enquanto tem dinheiro?

Minato suspirou.

- Preciso pedir desculpas para Kushina.

- E? não seria melhor você ir logo na casa dela? A uma hora dessas, ela deve estar toda perfumada, enrolada numa toalha... – Jiraya sabia estar brincando com a sorte, mas agora que descobrira como irritar Minato... não iria parar mesmo!

- Sensei! – Minato ficou corado, mas as palavras do sensei passaram a lhe dar visões... Jiraya assobiou.

- Caramba, vestida de homem ela já é uma gata e ajeitada é mais gostosa ainda! Olha lá Minato! – Jiraya apontou para a porta, um fio de baba escorrendo da boca. Minato virou apenas os olhos, engasgando-se com o saque. Por fim, cuspiu o que tinha na boca para não se afogar. Em cima de Jiraya, que levantou-se de um salto, reclamando. Minato não ouviu uma única palavra, concentrado na visão que tinha.

Kushina havia acabado de entrar pela porta, usando sandálias ninjas, um shortinho azul-marinho, uma camiseta vermelha folgada, cortada no decote canoa, sem mangas. O sutiã negro aparecia, contrastando com a pele branca.

Pela primeira vez, Minato a via de cabelos presos, em um rabo de cavalo. Devia estar usando brincos minúsculos, pois os lóbulos de suas orelhas pareciam brilhar. Os lábios vermelhos pareciam maiores, provavelmente resultado dos dentes cravados neles... A expressão de rabugice, nela era encantadora.

Ela olhou os dois, franzindo a testa. Depois de encara-los por alguns segundos, ela suspirou. E rumou diretamente para a mesa deles.

- Jiraya. – ela falou secamente. – poderia me fazer um favor?

Ignorou de propósito Minato, que tentou não deixar o queixo cair.

- Claro, hime. O que você pede sorrindo que eu não faço?

Morrer. Ela pensou, encarando-o com os olhos de mel estreitados. Em seguida respondeu.

- Não deixar que pervertidos entrem no meu velório. Eu vou estar muito morta para socar eles. – se virou. Saiu lentamente do restaurante, as mãos nos bolsos.

Eu juro que não... – Jiraya comecou a falar, parando quando percebeu que Minato havia desaparecido. – Eu nem preciso apostar com a Tsunade, para saber que ele foi atrás dela...