Aprendendo A Sorrir escrita por Musuke


Capítulo 1
Capitulo 01 - Garota Irritante




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Capitulo 01: Garota Irritante

Era manhã de segunda-feira em Lake Park no condado de Palm Beach – Flórida. Em uma casa simples de classe média, uma garota de 16 anos, de longos cabelos castanhos claros, presos a um rabo de cavalo alto e olhos azuis, vestida com uma blusa verde, calça larga e tênis. Comia apressadamente, sentada á mesa tomando o café-da-manhã com sua família.

— Querida, por favor, coma devagar! – Dizia uma linda mulher de cabelos negros e olhos igualmente azuis, com vestido florido, enquanto olhava pra a garota – Missy você acorda tão cedo como consegue se atrasar?

— É que fui levar a Iza pra andar de bicicleta. - A mulher apenas olhou para a menina de cinco anos ao seu lado, de cabelos negros e olhos azuis assim como a mãe, em resposta a menina sorriu sem graça. – tchau, gente amo vocês. – Dizendo isso pegou a mochila e saiu correndo com uma torrada na mão.

Em casa Missy era o centro das atenções, estava sempre tentando ser o mais a amável e divertida com todos, mas na escola Missy era mais do tipo “Invisível”, era muito estudiosa, todos os professores gostavam dela, mas entre os seus colegas do colégio tinha poucos amigos. A melhor delas era a tímida Anne Adams. Chegando ao colégio Missy avista o carro do pai de Anne e vai ao seu encontro.

— Bom dia Anne, bom dia Pastor Edward. - Disse Missy com um grande sorriso, olhando pra dentro do carro.

— Bom dia Melissa, como vai o seu avô? Soube que ele estava doente. – Perguntou o pastor preocupado enquanto Anne descia silenciosamente do carro, Anne tinha cabelos e olhos negros, vestia um vestido que ia até um pouco abaixo do joelho, rosa bebê, o cabelo estava trançado.

— Ele está para bem pastor, era só um resfriado, ele é muito forte, já está bem.

— Que bom! – Disse ele com um pequeno sorriso, depois se virou para Anne, e continuou – Comporte-se Anne, tchau.

— Tchau pai. – O Pastor Edward deu partida e foi embora, Anne parou e ficou olhando do outro lado, paralisada. – Nossa. – Foi tudo o que ela conseguiu dizer.

— O que? – Perguntou Missy olhando para o outro lado. Lá estavam alguns dos mais populares da escola, era um grupo de cinco pessoas, três garotos e duas garotas, todos muito bonitos e bem vestidos, conversavam e riam muito, no meio deles encostados no carro havia um casal, que Missy reconheceu imediatamente. Eram Lucas Thompson capitão do time de basquete e Jennifer Allen. Eles se beijavam intensamente, ele passou a mão embaixo da saia dela, sem se importar com os outros a sua volta. -Apesar de Jennifer dizer que eram namorados, Lucas sempre negava, não gostava de ter um compromisso com uma garota. Ele ficava com todas as garotas bonitas que achava, tinha um charme natural, possuía olhos verdes e cabelo castanho escuro, era muito bonito e forte o que é claro fazia as garotas suspirarem quando ele passava.

— Eles não têm vergonha de estar nessa agarração toda em publico? – Disse Anne.

Quando Lucas desgrudou da boca de Jennifer – que era muito bonita, tinha cabelos loiros e olhos cinzentos. Ela só usava roupas de ultima moda, caprichava na maquiagem e nos decotes, as madeixas soltas e lisas. – Olhou a sou volta e percebeu as duas garotas que os observava, uma delas ficou vermelha, mas a que lhe chamou atenção foi à outra, ela o olhava com um olhar desconfiado como se esperasse um ataque de sua parte, ela se vestia de forma “largada”, ela estudava na mesma sala que ele, mas Lucas nunca reparou nela, mas olhando bem, até que tinha um rosto bonito, mas não era o tipo de garota que ele se envolvia. Ela percebendo que ele a olhava, fechou a cara, virou-se e saiu andando carregando Anne pelo braço. Lucas sentiu um misto de raiva e surpresa, normalmente as garotas tentavam se aproximar dele, e não lhe virar a cara.

— Mas o que...? – Murmurou ele.

— O que foi gato? – Perguntou Jennifer.

—Nada, to indo galera, até mais. – Disse ele, já atravessando a rua e indo em direção ao prédio do colégio. Deixando para trás seus amigos confusos.

 

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Missy acompanhou Anne, até a sala dela e foi para a sua. Chegando lá a sala estava vazia, quase ninguém entrava na sala antes do sinal tocar, Missy sentou-se em sua cadeira e pegou um livro, amava ler, era a Odisséia de Homero. Lucas entrou na sala e viu a garota que vira a pouco, estava de cabeça baixa lendo.



— Qual é o seu problema? – Missy levantou a cabeça, quando reconheceu Lucas, olhou para trás procurando com quem ele estava falando, não podia ser com ela, afinal ela era “invisível”. Não havia ninguém.

—Do que esta falando? – Disse apoiando o rosto em uma das mãos, olhando-o seriamente.

— Do que você fez lá fora.

— Hum... -Ela deu uma pausa e continuou. – E o que foi que eu fiz de tão grave, para vossa majestade, se dispor a vir conversar com uma reles plebeia? – Disse ela com um sorriso travesso.

Estava querendo deixá-lo furioso, o que funcionou, pode ver a raiva tomar conta de seu rosto, enquanto ela se divertia com a cena. Nunca quis que ele conversasse com ela, embora nunca tenha se dirigido a ela, Lucas sempre lhe irritara com atitudes fúteis e mesquinhas. Já o vira tratar mal duas garotas, ficou irritada com aquilo, sentiu vontade de ir ate ele e lhe dar uma surra ou pelo menos lhe dizer umas verdades, mas ela não queria confusão, então ficou quieta. Mas já que ele veio tirar seu sossego resolveu aproveitar. Será que ele é capaz de cometer um homicídio? pensava ela, divertidamente. Lucas era acostumado a ser tratado muito bem, principalmente por garotas, a ironia de Missy lhe feriu o ego.

Lucas respirou fundo, tentou se acalmar.

— Isso é coisa de garota apaixonada, você não é o meu tipo, costumo sair com garotas que tenham alguma beleza. Mas quem iria querer sair com você? Alem de feia é irritante. – Disse ele com um sorriso maldoso.

Missy poderia ter mostrado sua frustração e ter falado coisas horríveis. Mas fez uma coisa que deixou Lucas ardendo em ódio. Caiu na gargalhada.

— É mais fácil eu me apaixonar pelo minotauro, da mitologia grega. – Disse ela enquanto ria.

O sinal tocou o que foi ótimo, pois a briga se prolongaria e provavelmente não acabaria bem. Lucas foi pro seu lugar praticamente espumando de raiva. Missy parou de rir, respirou pesadamente, porque eu não fiquei calada? Era ótimo quando ele nem sabia que eu existia. Eu e minha boca grande. Pensava ela, irritada. Havia acabado de entrar num grande problema, ele não deixaria aquilo barato. 

— Oi Missy. – disse um cara de óculos e aparelho ao passar por ela, possuía olhos castanhos e cabelo preto, vestia uma blusa xadrez, e calça larga bege, não tinha muitos amigos, a única garota com quem falava na sala era Missy. Ficava nervoso perto de garotas, mas com ela era diferente, morava na mesma rua de Missy, a conhecia desde os 12 anos.

— Oi Oliver. – Oliver se sentou atrás de Missy e não disse mais nada.

Ao longo da aula Lucas olhou algumas vezes para Missy, ela o intrigava, ela fingia não ver. Quando o sinal tocou, Missy saiu rapidamente, quando a sala esvaziou Oliver ainda estava lá guardando as suas coisas. Lucas foi até ele, o garoto nervoso, pensou que o cara mais popular da escola, iria agredi-lo, afinal o que mais poderia querer com ele? Ele se levantou e tentou sair, mas Lucas entrou na sua frente, não permitindo que ele passasse.

— Se acalma cara, só quero conversar. – disse Lucas tentando tranqüilizá-lo. Quando ele pareceu mais calmo, Lucas continuou. – Quem é aquela sua amiga? – Oliver logo percebeu de quem ele estava falando, não tinha outra amiga.

— Me- Melissa Bergler, mas ela prefere ser chamada de Missy. Tem 16 anos, é C.d.f, não tem carteira, nem carro, ela mora com... - Oliver ainda estava nervoso, então desandou a falar, mas foi interrompido por Lucas:

— Calma cara, não exagera. - O capitão do time de basquete, não disse mais nada se virou e saiu andando, deixando para trás um confuso Oliver.

 

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Depois que a aula acabou Missy foi até armário pegar o celular que havia esquecido, lá ela viu Lorry Bennet, uma líder de torcida. Lorry tinha cabelos curtos e ruivos, olhos azuis, usava roupas extremamente curtas e decotadas. Lucas a cercou lhe falou alguma coisa, sorriram e começaram a se beijar. Ele tava beijando a outra agorinha... Pensou Missy com chocada, se referindo a Jennifer. Chegando em casa, Iza já havia chegado da escola e veio correndo ao seu encontro, muito feliz.

 

— Missy adivinha. A mamãe falou que eu posso ter um cachorrinho. O vovô tem uma amiga, e a cadelinha dela teve filhotinho, ela vai da um pra gente. E o vovô disse que o nosso cachorrinho chega no sábado.

— É mesmo? Isso é ótimo Iza. – No sofá estava sentado um homem com cerca de 60 anos, tinha o cabelo preto, mas boa parte já estava branco, olhos azuis, Missy foi ate ele e sentou ao seu lado sendo seguida por Iza. – Quer dizer que o senhor vai dar um cachorro pra Iza e não vai dar nada pro seus outros netos?

— Fazer o que Missy? O vovô ama mais a Iza do que a gente. – uma voz veio da cozinha e um garoto de 16 anos de cabelo e olhos castanhos surgiu na sala

— Não falem isso amo todos os meus netos igualmente. O cachorro é pra todos, e a Lisa quem esta dando. – defendeu-se o homem. Lisa era a dona dos cachorros, o marido dela detestava cachorros, ela tinha amor pelos cães, ele a permitira ter uma cadela, mas os seis filhotinhos o incomodavam muito e ele exigiu que os dessem a alguém, o avô de Missy aceitou ficar com um.

— Estamos brincando vovô, sabemos disso e também te amamos muito. – disse ela beijando o rosto do avô. – Mas falando nesse cachorro que nome vocês vão dar pra ele?

— Não sei. – disse Iza.

— Que tal Lucas. – disse Missy. – Deixa pra lá, seria muito castigo pra um cachorro só.

— Mas do que você ta falando? – Perguntou Percy sem entender.

— Nada não, mas o que você ta fazendo aqui? Se perdeu no caminho de casa?

— Nossa só vim fazer uma visita, você é delicada como uma flor. Ta precisando de namorado. Que tal se eu te arrumasse um encontro prima? Eu tenho um amigo tão bacana. – Disse Percy, ele não estudava na mesma escola de Missy, estudava numa escola do outro lado da cidade, perto de onde ele morava.

— Que tal se eu te arrumasse um soco na cara? –  ela mostrou-lhe o punho, Percy apenas riu e mandou um “calma prima”.

— E o cachorrinho? – Perguntou Iza se referindo à mudança de assunto.

— Quando ele chegar, nós daremos o nome a ele. – Disse Missy sorrindo. Eles continuaram conversando, brincando e rindo ate à hora em que Percy foi embora, depois Missy subiu para o quarto para estudar um pouco.

 

Missy dormia inquieta, se mexia e suava muito, estava tendo um pesadelo: “Uma linda mulher de cabelos castanhos e olhos azuis, estava em pé olhando o pôr-do-sol.

 

— Mamãe! – Chamou ela, mas a mulher parecia não ouvi-la, virou–se e saiu andando. Missy era uma criança de 8 anos novamente, assustada, ela chorava, correu atrás da mãe, mas não conseguia sair do lugar, enquanto via a mulher sumir no horizonte. – Mamãe, por favor, não me deixe!

Todo ficou escuro, gritos de horror eram ouvidos. Junto com gargalhadas assustadoras, a menina se agachou para chorar, estava com muito medo, em seus pés pode ver sangue no chão, o que a fez levantar em um pulo, em meio a lagrimas viu uma silhueta masculina, o homem observava tudo aquilo, mas não movia um músculo. A terra se abriu e começou a engoli-la, ela tentava fugir, mas não conseguia.

— Me ajude, por favor. – implorava a menina entre lagrimas, esticando a mão, o homem não esboçou nenhuma expressão, permaneceu imóvel. E a menina caiu no vazio.”

Missy acordou assustada, estava ofegante, sentou-se na cama e abraçou as próprias pernas.

— Ele nunca se importou com que acontecia comigo no mundo real, não seria nos sonhos que iria fazer isso. – sussurrou para si mesma. Suspirou, olhou para o relógio: 01h30min da manhã. Mas havia perdido o sono. – Odeio ter pesadelos, vou beber água. – Missy tinha o habito de falar sozinha. Ela levantou-se indo em direção a porta. Descendo as escadas ela viu que a luz da cozinha estava ligada, a mulher de cabelos negros estava encostada no balcão bebendo uma xícara de chá.

— Perdeu o sono querida? – perguntou a mulher com um pequeno sorriso.

— Sim, eu sonhei com a mamãe, tia Sara.

— Eu também, sonhei com Helena conversando comigo, ela me dizia para cuidar de você e do nosso pai. – Sara deu uma pausa e continuou. – Mas você teve um pesadelo, deixa eu adivinhar: você não quer falar sobre ele. – Concluiu ela, conhecia a sobrinha como a palma de sua mão.

— Exatamente! –  ela fez um pausa e deu um suspiro – Sinto falta de ter uma mãe. – Confessou Missy.

— Querida sei que sente falta de Helena, eu também sinto, ela era minha irmã mais velha e cuidou de mim, prometi a ela que cuidaria de você e do Max como meus filhos.

— Tia você é minha segunda mãe, nunca te agradeci por tudo que faz por mim me desculpe. – Sara abraçou Missy, elas ficaram lá conversando por mais um tempo, ate que Missy voltou pra cama.


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