Duas semanas depois...

– Etto... - dizia Sakura. - Yu-chan, me diz...

– Ele beija bem? - Perguntou Inaty.

– Mas por que vocês querem saber? - Perguntou a garota, encarando as amigas.

– Bem, talvez porque nós perguntamos...

– ...várias e várias vezes...

– ...e você ainda não nos disse?

– Tá certo, eu falo - disse a garota, em baixo de uma árvore da sakura no intervalo com Inaty e Sakura. - Ele beija... muito bem... - admitiu, corando um pouco.

– Ah, e eu também soube - disse Sakura, sorrindo -, que você chama ele de "Meu anjo", é verdade?

– M-mas... isso - dizia, corando.

– Uuh, parece que a nossa amiguinha psicopáta que sempre odiou coisas melosas de mais, é bem romântica hein - Inaty riu.

– É que... - tentou explicar. - Quando eu estou com ele, me sinto confortável, ok? Me sinto aquecida, protegida... principalmente quando ele me abraça... - disse, olhando para uma pétala de flor que estava no chão, sonhadora.

– Desse jeito? - Falou uma vez masculina, que envolveu seus braços em volta do corpo da garota. A cabeleira azul em cima do ombro de Yuka.

– Uto-chan... - sussurrou docemente, colocando suas mão em cima das dele, que ainda a envolviam. - Nós nem nos vimos hoje no caminho para a escola, não é?

– Etto... o Aku levantou cedo hoje. Não sei como... e dai eu vim para a escola.

– Entendo - ela sorriu.

– Ah, e tem mais uma coisa - disse ele, dando pequenos passos para um lado e o outro, ainda segurando a garota.

– O quê? - Ela perguntou.

– Isso - e a beijou.

Ela fechou lentamente os olhos, se concentrando apenas em seu beijo com o garoto. Os lábios dele eram macios e doces. Era realmente um beijo perfeito, o tipo de beijo que qualquer garota adoraria receber.

Ela abriu mais a boca, assim como você. Haviam se esquecido que Inaty e Sakura estavam na frente deles, até uma delas falar.

– Pois é né Sakura - dizia, em alto tom. - Tem tantas horas ao dias, tantos lugares em Tokyo onde eles podem ficar sozinhos se amando loucamente, mas eles decidem se beijar do jeito mais ardente e apaixonadamente bem na nossa frente sabe...

– G-gomen... - falou Yuka, se soltando do beijo do garoto, levemente corada e sorrindo, ouvindo o sinal tocar.

– Ah, tanto faz. Vamos logo, pombinhos apaixonados - falou Inaty, se levantando junto de Sakura.

– Vamos - falo Yuka para o garoto. - Ah... pode me soltar agora - disse, tentando se soltar do abraço de Ikuto.

– Não quero - ele sorriu.

– Uto-chan - ela riu.

– Eu te solto se você me chamar de "Anjo" o dia todo, mesmo perto das suas amigas...

– Certo...

– E - ele continuou. - Se depois da aula, você for para a Torre de Tokyo comigo.

– Onde nos beijamos a primeira vez? - Ela riu. - Porque não iria, Anjo?

– Imaginei que diria algo assim - ele beijou sua testa e a soltou, e no mesmo movimento segurou sua mão.

– Yuka-chan... - disse Ikuto, quando ela guardava o material para ir embora.

– Sim?

– É que... eu vou chegar antes, ok? Vou te esperar lá na frente da torre - terminou, lhe dando um selinho. - Até logo - e saiu junto de Aku.

– Ei idiota, porque você não vai junto com ela pra Torre de Tokyo? - Perguntou.

– Eu preciso pegar uma coisa em casa antes... a torre é mais longe da escola do que de casa, então eu chego antes dela se eu correr! - E saiu em disparada na direção da casa.

– Onde está ela... - dizia Ikuto, que também havia trocado de roupa. Esperava a garota, que havia se atrasado mais ou menos 15 minutos.

– Etto... quem está esperando? - Falou uma voz feminina, mas não de Yuka.

– Olá, Yuuki-chan - cumprimentou. - Estou esperando a Yuka-chan... marcamos de nos encontrar por aqui...

– Hmm... - disse ela. - Você queria falar algo especial pra ela? Parece meio tenso...

– Sim... eu queria enfim pedir ela em namoro... - ele sorriu levemente.

– Mas vocês já não estavam namorando?

– N-não... só estávamos ficando... saindo algumas horas, se beijando... mas não namorando - ele ficou sem jeito.

– Etto... eu poderia te fazer mais uma pergunta?

– Claro.

– Hmm... já passou pela sua mente que... por acaso... você poderia acabar se apaixonando por outra pessoa? Quero dizer... que você pode apenas pensar que ama a Yuka, mas na verdade amar outra pessoa?

– Acho que não - ele riu. - Eu realmente amo muito a Yuka-chan... ela é verdadeiramente o meu motivo de viver... - e ele riu sozinho, pois era no sentido literal.

– Bem... - Yuuki deu alguns passos na direção do garoto, ficando extremamente próxima dele. - Você não pode afirmar nada, sem antes ter tentando - e lenta e inesperadamente, ela se aproximou de Ikuto e o beijou, fazendo o garoto ficar paralisado.

–Meu anjinhooo, desculpe a demora! - Dizia Yuka, alegre. - Eu tinha ido trocar de roupa e--

Ela parou. Seu sorriso saiu de sua face no momento em que ela viu aquela cena terrível. Ikuto estava beijando Yuuki. Bem no local onde tinham combinado de se encontrar. No local em que Ikuto a havia beijado pela primeira vez.

– Uto-chan... - disse ela um pouco baixo. Uma lágrima escorreu de seu rosto, vendo eles se soltarem do beijo.

– Y-Yuka... eu... - dizia Ikuto.

– Por favor, não precisa dizer mais nada.

– Eu não--

– Ikuto - falou Yuka, assustando ele, já que era a primeira vez que o chamava pelo nome. - Você disse que me amava. Você me beijou várias vezes. Me abraçou. Me ensinou a cantar. - Outra lágrima escorreu. - E eu te amava, seu idiota. Se não queria mais ficar comigo, era apenas me falar... - ela olhou o chão. - ...não precisava beijar a Yuuki na minha frente... - sussurrou, se virando e indo embora.

– Por favor, espere - falou agarrando o braço dela, sem perceber

o grande sorriso estampado no rosto de Yuuki.

– ME SOLTA! - Gritou ela, chorando.

A garota colocou as mãos nos olhos, tentando esmpantar as lágrimas, mas ser perceber que, enquanto corria na rua, um carro vinha em sua direção rapidamente.

– YUKA, CUIDA--

Era tarde demais. O carro a havia acertado. Ela estava lá, caída no chão. Yuuki estava boquiaberta e com os olhos arregalados. Ikuto, chorando.

– Yuka... - dizia ele, chegando perto do corpo da garota no chão. - Yuka... - dizia, tirando a franja caída de cima de seu olho. Suas lágrimas escorriam pelo rosto dela.

– I-isso - tentou dizer Yuuki, pálida.

– Vá embora - disse o outro, irritado.

– Eu...

– VÁ EMBORA! - Gritou ele. - POR SUA CULPA A YUKA ESTÁ AQUI! EU NÃO QUERO TE VER NUNCA MAIS! VÁ EMBORA DAQUI! - Gritou ele, chorando, sendo levantado pelos médicos de uma ambulância que estava felizmente passando por lá.

A garota se afastou, e logo correu para longe. Os médicos colocaram o corpo de Yuka em uma maca e colocaram dentro de ambulância.

– Você a conhece? - Perguntou um médico que segurava Ikuto.

– Ela era... a minha... ele fechou os olhos e lágrimas escorreram.

– Entendo - falou o médico. - Se quiser, pode entrar na ambulância conosco.

– Certo... - respondeu, sem vida, se sentando na parte traseira.

Ficou em silêncio, observando a garota em cima da maca com uma máscara de oxigênio.

"Eu conheco bem o jeito de como as pessoas morrem..." pensou ele. "Se ela já não estiver morta... ainda lhe resta meia hora de vida, porém inconsciente. Por mais que tentem... nada irá trazer ela novamente... por já vi várias pessoas morrendo assim no Céu...". Ele fechou seus olhos. Novamente, estava chorando. Falhara em sua missão na Terra, de enfim ficar junto de Yuka, e na sua missão de anjo, que era proteger a pessoa mais importante para ele. Agora, Natsuky Yuka, a única pessoa a qual Ikuto realmente amou, estava práticamente morta bem na sua frente.