Not Strong Enough escrita por Adams


Capítulo 24
Capítulo Vinte e Três


Notas iniciais do capítulo

Aeeeeeeeeee, gente linda que comenta!!!!
Bemmmm, cá estou eu aqui postando novamente!!!
Eu sei que disse que ia postar terça, mas nunca escrevi um diálogo tão difícil que nem saber o que escrever, eu sabia!! Confuso, não!? Kkkk'. Bem, não acho que esse capítulo tenha sido dos melhores, mas né... Fazer o quê?! Ahh, espero que a opinião de vocês sobre o Matthew mude. ;D Vocês irão entender... Kkkk'.
Bem, espero que gostem do capítulo. Até as notas finais.



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Capítulo Vinte e Três

Sorri um pouco, sentindo o breve gosto do vinho se sobrepondo ao molho que acabara de provar, que logo mais explodiu em uma centelha de sabores ácidos, doces e salgados, que de pronto, não soube distinguir.

– Realmente, para um homem você cozinha muito bem – murmurei divertida, tentando não rir ao lembrar-me que era capaz de até mesmo queimar macarrão instantâneo.

– Acho que devo levar isso como elogio. – Matthew apertou os olhos, pondo um pouco de talharim na boca.

– Deve sim. Você está falando com a garota que não consegue nem fazer pipoca de micro-ondas sem pôr fogo em alguma coisa. Sério, uma vez consegui explodir um micro-ondas fazendo pipoca. – Assim que as palavras saíram por minha boca, à imagem de minha mãe entrando furiosa na cozinha me veio à mente, que logo após ver o que tinha acontecido explodiu em gargalhadas que duraram longos cinco minutos de pura vergonha.

Matthew arregalou os olhos, encarando-me perplexo, para logo em seguida ecoar em uma sonora gargalhada.

Fiz uma careta. Porque as pessoas riam de mim quando contava isso?

– Como isso aconteceu? – Perguntou-me ele, ainda com um traço de riso pendendo por sobre os lábios.

Dei de ombros, pondo mais um pouco de talharim na minha boca.

– Sinceramente, ainda não sei. Um dia ainda descubro...

Matthew deu um sorrisinho de canto de lábios, balançando a cabeça em falsa represália, como se estivesse dizendo “não” a uma criança teimosa.

O silencio predominou durante alguns poucos segundos, porém quando seus olhos quase negros encararam os meus, sabia a pergunta que viria a seguir.

– Então, quer me dizer o que aconteceu? – Indagou Matthew delicadamente, como se receasse saber a resposta.

Suspirei, encarando meu prato como se ele fosse à coisa mais interessante que existisse naquele momento, tentando ganhar tempo para na verdade descobrir um modo como começar a contar meu “problema”, pois a história em si era longa demais e um pequeno detalhe esquecido poderia mudar todo o sentido. Porém, por fim decidi ser reta.

– Meu namorado e eu terminamos – disse simplesmente, sem encarar os olhos de Matthew.

– Olha, coisas desse tipo aconte... – Matthew começou a falar, àquele mesmo velho discurso que minha mãe me dissera certa vez, mas eu não queria saber disso, já o conhecia. Por isso, antes mesmo que ele terminasse de falar, o interrompi, levantando a mão em um pedido de silêncio mudo.

– Você não entende. Ele não era apenas meu namorado. Cameron é meu melhor amigo, meu maior confidente, meu pior inimigo, meu primeiro e único amor, a pior pessoa do mundo, a melhor. O único que desde pequena esteve do meu lado, que brigava com as garotas que implicavam comigo, que me protegia das pessoas com quem eu aprontava, que estava do meu lado em cada briga que tive com meus pais, mesmo me odiando. Era ele que dizia todos os dias que eu tinha talento, um talento que não deveria ser desperdiçado. Por causa dele estou hoje aqui, por causa dele ainda estou de pé. É por causa dele que levanto todos os dias e encaro todos aqueles que vivem pra julgar os outros. Ele é a pessoa mais importante da minha vida – disse por fim, com a voz calma e sincera, porém eu sentia que em meus olhos emanava-se uma centelha de tristeza que vinha das profundesas de minha alma. Mantive meus olhos pregados nos de Matthew, sentindo que soara incrivelmente piegas, enquanto a cada segundo sentia ainda mais minha garganta ficar quente e apertada.

O silencio se arrastou por segundos infinitos. Olhando para o rosto de Matthew, via-se uma máscara indecifrável, como se não soubesse realmente o que dizer.

– Por que vocês terminaram? – Perguntou por fim, pousando silenciosamente o garfo por sobre o prato.

Meus olhos perderam-se no vazio, com novamente àquelas mesmas palavras ecoando como um fantasma em minha mente.

– Ele sempre esteve do meu lado, porém na única vez que ele me pediu para estar ao lado dele, eu não estava. – Ecoei as palavras ditas por Cameron, mas ao ver a expressão confusa de Matthew, logo tratei de explicar: – Naquele dia, em que você me ligou para irmos encontrar Maria de LaCruz, era a noite que ele se apresentaria no Romaine pra ver se conseguiria um emprego como cantor. No momento em que você me ligou e eu saí para o estacionamento, foi exatamente o momento em que ele pisou no palco, o momento que ele mais precisou de meu apoio, e eu fui embora. Eu fui embora... – Disse, sentindo uma centelha de raiva de mim mesma acender naquele momento. Respirei fundo. – Meu sonho desde pequena foi ser uma artista plástica, mundialmente conhecida – soltei uma risada seca -. Eu larguei tudo para tentar concretizar esse sonho. Larguei minha família, amigos, tudo! Eu não posso desistir agora. Mas cada vez que eu penso naquela noite que o deixei no momento que mais precisava de mim, sempre me pergunto se realmente valeu decepcionar alguém que eu amo pra tentar realizar esse sonho. – Fiz outra pausa, torcendo os lábios. – Acho que na verdade não sei o que estou sentindo nesse exato momento – murmurei por fim, mais comigo mesma do que com Matthew.

Matthew esboçou um sorrisinho com os cantos dos lábios, como se tivesse acabado de resolver o maior mistério já apresentado aos homens.

– Eu tenho certeza que você não sabe o que sentir nesse momento – disse ele divertido.

– Hum, obrigada. Ajudou muito. – Estreitei os olhos, que tive certeza que mais pareceram fendas cinzentas de uma raiva simulada.

Matthew soltou um riso curto e abafado, voltando a comer o macarrão em seu prato. Segundos depois, bebericou um gole do vinho ainda intacto de sua taça.

– O que eu quis dizer é que você não sabe o que está sentindo nesse momento porque está sentindo muita coisa ao mesmo tempo. Culpa, amor, raiva... muito mais. Em minha opinião você deveria deixar tudo isso se aquietar durante uns dias. Saia com as amigas, ria, se divirta um pouco... Depois quando souber o que fazer, se você realmente amar esse rapaz, se você sentir que ainda vale a pena, corra atrás dele. Largue desse orgulho e diga exatamente àquilo que me disse hoje. Explique porque de ter saído no dia em que ele se apresentou no Romaine, diga o que sente, e então se ele realmente te amar, as coisas irão voltar ao normal. Tome isso como conselho de alguém que já passou por situação parecida. – Matthew sorriu, algo triste e pouco dolorido, como se uma lembrança que ainda o quebrava tivesse acabado de ter sido evocada.

– Vamos, eu acabei de te encher a paciência com meu problema rotineiro de adolescente, conte-me sobre o que te afliges. – Sorri, tentando fazer graça.

Matthew sorriu, e notei que naquele momento ganhara algo que eu levaria para a vida toda. Eu ganhara um amigo, um amigo de verdade.

...~{[...]}~...

Olhei para o relógio pela décima quinta vez em menos de cinco minutos. Meu turno acabaria em menos de quinze minutos, e havia sido bem sucedida até agora em minhas missão de não cruzar com Cameron, afinal, ele havia realmente conseguido o emprego no Romaine, e trabalhava quase no mesmo turno que o meu. E eu não saberia o que fazer assim que seus olhos inquisidores pousassem sobre os meus.

Os minutos se arrastaram lentamente enquanto eu servia uma mesa e outra, levava algumas caixas até o bar e entregava os pedidos ao cozinheiro, e quando finalmente o relógio soou às dez horas, dei graças por finalmente poder ir para casa.

Rapidamente recolhi todas as minhas coisas em minha bolsa, pondo-a sobre o ombro enquanto me despedia de Natalya e de quem quer mais que me dissesse “adeus”. Fui em direção à porta, pronta para sair quando uma melodia suave invadiu meus ouvidos. Naquele mesmo instante, eu travei.

Alone again, again alone

Patiently waiting by the phone

Hoping that you will call me home

The pain inside my love denied

Hopes and dreams swallowed by pride

Everything I nerd it lies in you


Sozinho de novo, de novo sozinho

Pacientemente, aguardando ao lado do telefone

Esperando que você me ligue em casa

A dor dentro de mim, meu amor negado

Esperanças e sonhos consumidos pelo orgulho

Tudo o que eu preciso está em você.

Naquele momento eu não sabia como reagir. Os olhos de Cameron prenderam-se nos meus com tal intensidade que o sentia despindo minha alma, como soubesse extamente o que eu pensava e sentia, enquanto ele cantava de um modo que fazia meu coração saltar em um solavanco.

A música terminou, as pessoas continuavam com o mesmo olhar encantado encarando Cameron, porém este simplesmente sorriu, começando outra música. Seus olhos se perderam na multidão, e imediatamente senti-me apagada de suas vistas.

Eu não sabia o que fazer. Eu não sabia o que pensar. Talvez a música tivesse sido cantada para mim, mas nesse momento, não tinha mais certeza.

As palavras de Matthew ecoaram em minha mente, como um lembrete do que deveria fazer. Eu daria um tempo para tudo se acalmar, pois sabia que tentar falar com Cameron agora, que ainda estava tão irritado comigo, não resultaria em nada, mas depois... Depois Cameron que me aguardasse. Eu não o deixaria ir embora sem lutar.



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Notas finais do capítulo

Ahh, a música é Broken, da banda 12 Stones. Pra quem quiser o link:
http://www.youtube.com/watch?v=ujNR5-8XKqI
E para quem quiser a tradução:
http://letras.mus.br/12-stones/72780/traducao.html
Então...? Amaram? Odiaram? Querem meu lindo pescocinho sobre a suas lareiras? Se expressem nos reviews! Fará desta autora uma pessoa melhor! Não, isso é mentira, mas não custa nada, né?! *-*
Bem, nos vemos no próximo!! Se der, posto sábado de noite ou no domingo!! :D