Not Strong Enough escrita por Adams


Capítulo 19
Capítulo Dezoito


Notas iniciais do capítulo

É, eu sei. Sou uma puta de uma autora vadia que merece a morte mais lenta e dolorosa possível.
Vocês querem me matar? Eu também iria querer se fosse o contrário. :S Mas gente, não postei porque meu not (outra vez) estragou, foi para o concerto e advinha só: eu perdi todos os arquivos que tinham ali; e o not também. E como o universo é muito bonzinho comigo, eu não tinha salvo praticamente nada no pen-drive. Então quando finalmente consegui recuperar NSE estava sem inspiração pra escrever.
MAS, como me acharia uma puta fracassada se desistisse da história, cá estou eu novamente, com um capítulo novo e esperando que vocês, minhas amadas leitoras ainda estejam aqui. *-*
Bem, espero que quem ler - se ainda tiver alguém que leia - goste.
Que tal eu parar de enrolar? Caramba, eu sou uma pessoa muito enrolada... :S
Até as notas finais. :D



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Capítulo Dezoito

Novamente bati com o lápis contra o tempo da mesa, escutando aquele mesmo barulhinho irritante zunindo por minha mente, como se desse modo conseguisse achar uma resposta para o que eu faria para o trabalho que Matthew acabara de passar, um trabalho do qual valeria três quartos da nota e eu me ferraria se eu não me saísse bem.

Era recém uma segunda-feira, as onze e alguma coisa da manhã e minha cabeça já latejava, indicando que nada nesse dia seria agradável.

Ótimo, estava precisando mesmo de problemas.

Voltei a bater com o lápis no tampo da mesa, mas como se o universo estivesse tão irritado com o barulho quanto eu, o sinal indicando o término da última aula soou finalmente, livrando-me de meus pensamentos já confusos.

Joguei de qualquer jeito os materiais dentro da bolsa, em uma completa confusão de canetas e lápis 6B, vendo meu celular piscar freneticamente indicando que estavam me ligando, porém ignorei totalmente esse fato e simplesmente me encaminhei para a saída com o intuito de ir de uma vez para casa almoçar. Mas, como se o universo conspirasse contra mim, uma voz me parou.

– Leana...

Virei-me de costas, deparando-me com Matthew e seu típico sorriso condescendente, porém alguma coisa preocupava seus olhos.

– Sim?

– Eu falei com aquela amiga que comentei com você. – Ele limpou a garganta, dando a volta em sua mesa e ficando a alguns poucos passos de mim. Novamente aquele brilho preocupado tomou seus olhos.

– E...? – Estimulei-o a falar, novamente sentindo minha cabeça latejar. Eu precisava imediatamente de uma aspirina.

Ele calou-se por um momento, como se estivesse tentando escolher as palavras certas.

Na minha mente, vi uma luzinha verde se acender e a resposta para a preocupação de Matthew imediatamente saltou como um letreiro em neon: a tal artista amiga dele não havia gostado e Matthew tinha medo de minha reação.

– Ela não gostou – soltei sem querer, engolindo em seco o bolo que se formou em minha garganta.

– Ela achou seus desenhos incríveis. Disse que você tinha técnica, tinha talento, mas ela não viu paixão. Ela disse que era como uma tela vazia. – Matthew olhou em meus olhos, porém rapidamente desviei, com medo de encará-lo.

– Tudo bem. Eu vou sobreviver. – Tentei sorrir, porém sem sucesso, pois tenho certeza que em meu rosto apenas aparecia uma careta tensa e desajeitada.

– Eu... Eu sinto muito.

– Eu também – falei baixinho, quase em um sussurro. Limpei a garganta. – Bem, acho que já vou indo... – Ajeitei a bolsa no ombro, prestes a ir embora quando suas próximas palavras me pararam.

– Leana, foi apenas uma crítica ruim. Você é melhor que isso! E se não gostaram é porque não entenderam o que você queria passar. Nem sempre conseguimos agradar a todos.

Por um instante olhei para Matthew, que estava me olhando tão sinceramente que foi como se eu pudesse sentir que ele já tinha passado pela mesma coisa, porém ninguém havia dito aquelas palavras para ele.

– Obrigada. – Sorri, não um sorriso que mostrasse todos os meus dentes e iluminasse-me de dentro para fora, mas sim um sorriso singelo que apareceu apenas nas pontas de meus lábios. Com um menear de cabeça, saí da sala.

Naquele momento eu tinha vontade de chorar. Havia sido minha oportunidade de conseguir um lugar no meio de trabalho que, desde criança, sonhara ter, e então tudo havia ido por água a baixo. Eu não havia sido boa o bastante, e não sabia quando teria – e se teria – outra oportunidade.

No dia anterior estava tão feliz, aproveitando meu fim de semana com sol e praia junto de meus amigos e meu namorado, rezando para que Katherine e Valerie fossem tomar banho de mar e se afogassem, e agora isso, o nada absoluto.

Alguns minutos mais tarde, apareci na irmandade onde morava, e ignorando o resto do mundo simplesmente peguei uma muda de roupa e segui em direção ao banheiro. A água quente caindo pelos meus ombros me relaxou, e quando saí debaixo do chuveiro, minha vontade era de voltar para lá, porém em um momento de coragem simplesmente me vesti, com um jeans velho já rasgado e uma camiseta preta maior que eu com o logo da marca de uísque Jack Daniels. Porém meu estado de relaxamento acabou no momento em que vi Meredith, novamente com seus cachos ruivos perfeitamente alinhados como uma garota de comercial de shampoo.

– Sabe, Leana, minhas amigas me contaram o que você fez com elas. E fique sabendo, vai ter...

Virei-me em direção à Meredith, sentindo as veias de meu pescoço saltarem enquanto segurava-me para não voar no pescoço dela e arrancar seu novo implante de cabelo.

– Vai ter o quê? Vai ter volta?! - Ri em escárnio, juntando todo o estresse que eu acumulara no dia todo e fazendo minha voz soar ainda mais assustadora. - Toque um dedo em mim, Meredith, um dedo, e eu juro, vou fazer você se arrepender pelo resto da sua vida de um momento sequer você ter tentado me derrubar. Não sou mais aquela garotinha indefesa que você conheceu anos atrás. Eu mudei, e muito. E tenho certeza que você não vai gostar do que irá ver. - Então, para completar, sorri. Um sorriso tão assombrado quanto minhas palavras, e imediatamente ela recuou.

– Acha que eu tenho medo de você? Faça-me o favor - disse Meredith em resposta, com a voz trêmula e em seus olhos, um ponto de medo.

Sorri mais ainda.

– Então que seja. O aviso eu dei, pena que você não quis escutar. - Sorri novamente, dando-lhe as costas e indo em direção ao meu quarto. Joguei-me na minha cama, fechando os olhos e com um único pensamento em mente “Ótimo, ainda tem Meredith para melhorar a situação”.

...~{[...]}~...

Deveria ser quase onze horas da noite quando cheguei à irmandade, e imediatamente fui em direção ao meu quarto, encontrando-o completamente vazio. Lucy havia me dito mais cedo que iria sair com Thomaz à noite e era pra eu não esperar por ela, e bem, era isso que eu faria. Joguei-me na cama, esperando dormir pelo resto da noite, mas logo me lembrei que tinha algumas tarefas da faculdade para fazer e logo em seguida peguei minha bolsa, retirando de lá meu caderno e lápis.

Uma hora mais tarde havia terminado a pior parte, porém ainda faltavam dois trabalhos que eu entregaria na próxima semana, então decidi fazê-los no fim de semana. Com um sorriso, guardei toda a bagunça que fizera e estava prestes a me deitar quando escutei pedrinhas batendo contra o vidro da janela de meu quarto.

Enquanto caminhava para ver o que poderia ser, inúmeras possibilidades passaram pela minha cabeça, porém era somente Cameron com aquele mesmo sorriso travesso que eu não via já fazia muito tempo.

Desci correndo as escadas, abrindo a porta e logo recebendo um abraço apertado.

– Não me atendeu hoje quando te liguei. Iria te convidar para almoçar comigo - Cameron sussurrou perto da minha orelha, descendo seus lábios em uma trilha de beijos até alcançar os meus, porém eu não correspondi com a mesma vontade, pois um filme rodou na minha cabeça lembrando-me o que acontecera nesse mesmo horário. As palavras “você não é boa o bastante” reverberaram por minha mente.

– Eu tive alguns problemas. Ainda nem sequer encostei no meu telefone - respondi com uma careta, afastando-me de Cameron delicadamente.

Ele me analisou por alguns minutos em silêncio, franzindo o cenho.

– Você está bem? - Perguntou por fim.

– Claro. Só tive um dia ruim. - Dei de ombros.

Cameron entrelaçou seus dedos aos meus, puxando-me para perto e prendendo-me em seus braços.

– Eu estou aqui se você precisar. Você sabe disso, Lea.

Sorri, esticando-me até tocar seus lábios nos meus.

– Sei sim. Mas tudo o que eu preciso no momento é uma boa noite de sono.

– Então meus planos não deram certo. - Ele torceu os lábios. - Eu iria te sequestrar agora, e não te devolveria até o amanhecer...

Ri.

– Fica pra outro momento. Boa noite, Cam.

Ele puxou-me para perto, segurando minha cintura com tanta força que pensei que me fundiria a ele.

– Boa noite, Lea. - Então, soltou-me.

Segui sem dizer mais nada em direção à parte interna da casa, sentindo algo gritar ensurdecedoramente em minha cabeça para eu olhar para trás por uma última vez. Pena que não fiz isso.


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Notas finais do capítulo

Aeeeee. Gostaram? Odiaram? Querem me matar? Mereço reviews? *-*
Bem, acho que é só. Até o próximo. :)