Tudo estava muito mais claro agora. Ou pelo menos, quase tudo.

Pensei naquilo por mais alguns minutos. Mas não conseguia entender porque Lilitih gostaria de saber mais sobre seu A.S.

Será que ela ja teria se enjoado de Enzo ? Não, concerteza não. Ela MORREU por ele, pelo seu amor por ele.

– Mas espere... - falei, sem olhar para ela. - Como acha que vamos falar com seu pai ... ?

– Você vai falar com ele, não eu.

– Como assim, EU ? - desta vez voltei meu olhar para ela.

– Wendy, eu não posso simplesmente aparecer por lá e dizer : " Olá papai, depois de matar a mamãe e ficar sem família, senti sua falta e vim te visitar " - ironizou ela, mas sem sorrir.

– Mas eu também não posso aparecer por lá assim, do nada. Você simplesmente acha que ele não vai desconfiar ?

Ela pareceu pensar por um tempo, e depois respondeu.

– Eu sei... Mas eu sei que vai dar certo.

– Você não pode... simplesmente deixar seu pai onde ele está ? Você sabe que pode acabar provocando uma guerra não sabe ?

– Sei disso. - ela não me olhava enquanto falava. - Mas é preciso.

Ficamos em silêncio por vários minutos, quando um pensamento estranho me assolou.

– Lilitih ? - começei, um pouco sem graça, e sem olhar para ela.

– Sim ?

– Onde ele esta ?

– Como assim onde ele esta ? Na minha antiga casa ué. - ela respondeu confusa.

– Não... não estou falando do seu pai. - era difícil olhar para ela, eu realmente estava com vergonha.

– Então de quem ? - ela olhou diretamente para mim, e eu não sabia dizer se ela percebia que eu estava sem graça e estava me provocando.

– Ah, do Enzo...

– Está onde... vivemos. - ela deu um risinho.

Sempre que Lilitih falava do Enzo eu sentia uma curiosidade enorme em vê-lo. Saber se ele era tão belo quanto ela dizia. Por vezes tentava imaginar ele de acordo com o que sabia dele, mas de qualquer forma, nunca era o suficiente. Aquilo as vezs me frustrava.

– Você quer vê-lo ? - eu não consegui saber se ela disse aquilo com um pouco de irritação, surpresa, ou até mesmo ciúmes.

– Sei la... - por dentro minha curiosidade gritava : SIM !

– Espere um segundo, vou trazê-lo. - ela se levantou.

Antes que eu pudesse mudar de idéia e dizer que era melhor não, que não era preciso, ela ja havia desaparecido.

Me levantei e comçei a andar de um lado pro outro na sala.

Não sabia se ele apareceria como um fantasma , horrível e assustador.

Concerteza não. Lilitih não era assim...

Não sei dizer se foi impressão minha, mas ela parecia ter demorado longos minutos quando finalmente apareceu.

E quando isto aconteceu, um mundo dentro de mim desmoronou...