My Immortal 2 escrita por Sakura Jackass


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

BOA LEITURA *-*



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O pior de tudo é saber que eu ainda penso no filho da puta do Pierre. Aquele desgraçado acabou com a minha vida.

Foi por causa dele que comecei a exercer esta profissão. Antigamente eu não curtia muito esse tipo de história, mas ele começou a me assombrar. Não literalmente, mas começou a fazer da minha vida um inferno.

É assim que as coisas são. Você é nova, bonita, cheia de planos, então você conhece alguém, ele diz que te ama, que te fará feliz. Eis ai a mais pura mentira.

Não acredito que me deixei levar. Logo eu, uma mulher forte, decidida, com a cabeça no lugar. Sempre me sentia estranha só de ouvir a palavra "casamento".

Mas o amor é assim mesmo, quanto mais você se entrega a ele, mais você se fode.

Pierre fazia faculdade de jornalismo como eu. Foi lá que nos conhecemos. De repente, estávamos passando mais tempo juntos do que separados.

Namoramos por seis maravilhosos meses, e um dia, enquanto estávamos jantando num restaurante ele resolve me pedir em casamento.

Na hora foi um choque, eu realmente não estava esperando. Mas como idiota que admito ser, eu aceitei.

Na primeira semana de casados tivemos nossa primeira briga. Depois mais algumas, e a cada briga o clima ficava mais pesado.

Pierre começou a quebrar as coisas dentro de casa, o que com certeza eu não admitia e isso só fazia as brigas aumentarem.

Continuamos levando esta merda de casamento por um ano. Quando finalmente descobri que ele estava me traindo com uma colunista de quinta.

Explodi. Peguei um martelo e acabei com o carro dele. Ok, eu confesso, foi a sensação mais eletrizante que já tive. A adrenalina corria em minhas veias.

Eu virei o próprio capeta. Quebrei metade de suas coisas e joguei todas as suas roupas na rua, além de trocar as fechaduras da porta.

Foi então que começei a fumar. Eu fumava como se o mundo fosse acabar em segundos. Aquilo me acalmava. Mas é como dizem , o pior veneno é aquele que te agrada.

Viciei. Me tornei dependente daquilo. Agora não fumava só quando estava nervosa, fumava por qualquer motivo. Se estava triste ou feliz, eu fumava, simples assim.

Tentei parar. Juro que tentei. Mas os meus demônios interiores me atormentavam, eles queriam o que eu queria. Fumar. Eu tentava pensar que eu era mais forte do que tudo aquilo, mas afinal, pra quem provar isso ?

Eu estava sozinha. Família ? Bom, estavam do outro lado do mundo, e minha mãe só ligava pra dizer a mesma coisa:

– No que você se tornou, minha filha ? Não te reconheço mais !

Se a cada vez que nos falávamos ( o que não durava cinco minutos ) ela fosse me dizer aquilo, eu preferia que eu não ligasse.

Minha mãe é o tipo de pessoa que esta sempre jogando o passado na cara dos outros. Chego a pensar que ela acha que não temos o direito de errar.

Talvez ela se considere santa. Talvez todos os pais achem isso.

Meu pai era seu escravo. Eu via em seus olhos que as vezes, quando ela brigava comigo injustamente, ele queria protestar. Mas ela o olhava com um olhar de reprovação, o que fazia ele se calar na mesma hora.

Fui uma filha boa. Era boa aluna, não saia tanto de casa... Mas minha mãe nunca soube reconhecer isso. Acredito que todo mundo ja teve uma fase assim.

Você anda pelo caminho que acha que é certo, se esforça, e tenta ser ... quase perfeito. Mas não se tem reconhecimento, nunca. E então o que você faz ?

Joga tudo para os ares.

Foi o que eu fiz. Já não me importava mais em agradar as pessoas, elas nunca reconheceriam quem eu realmente era. Ninguém nunca reconhece.


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