Night Watchers - Primeira Temporada escrita por MS Productions
Abaddon gritava de raiva… Com a sua força, partia algumas das rochas e alguns dos castiçais existentes na gruta. Todos os outros permaneciam em silêncio. Carlota também já lá estava e fora ela quem trouxera aquela má disposição ao demónio, quando contou-lhe o que tinha acontecido a Lezard. Até ao momento, Abaddon já tinha perdido algumas batalhas, mas nunca perdera um membro da sua equipa… Ainda pra mais um tão importante quanto o feiticeiro. Mais uma vez tinha os seus planos arruinados… Já não podia encontrar o feitiço que o ia curar com tanta facilidade, como antes pensava.
Abaddon - NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!
Berrava descontroladamente.
Abaddon - Quando estiver curado irei arrancar a espinha à NIGHT WATCHER E A TODOS OS QUE ELA CONHECE!
Falava para ele mesmo enquanto continuava a destruir o seu próprio espaço.
Carlota - Não tarda não temos luz… Se continuas a destruir os castiçais vamos ficar às escuras!
Avisava-o no seu tom usual.
Abaddon - POUCO ME INTERESSA! Não devíamos ter perdido Lezard!
Respondeu enervado.
Giovanni - Nós vamos a acabar com as Night Watcher e com aqueles amigos dela… E vamos encontrar o teu feitiço! Não te preocupes Abaddon, vamos fazer história!
Tentava dar algum ânimo ao demónio. Também ele queria vingar-se de Érica.
Abaddon - Mas eu queria o feitiço AGORAAA!
Queixou-se.
Abaddon - Carlota, quem é que o matou?
Perguntou, à procura de vingança.
Carlota - Ele foi morto por Magia… Mas não vi nada, não sei quem foi! Já o encontrei morto! O que é que te levou a pensar que foi a Night Watcher?
Mentiu.
Abaddon - Porque é sempre ela a razão dos nossos problemas! Se não sabes que o fez, como sabes que foi Magia que o matou?
Perguntou indignado.
Carlota - O que é que poderia matar Lezard? Apenas Magia!
A metamorfo ficou um pouco nervosa, mas conseguiu arranjar uma desculpa coerente.
Abaddon - Claro… Ninguém conseguiria chegar perto dele para o matar! Só pode ter sido Magia!
Acabou por concordar.
Abaddon - Aquela Night Watcher também deve gostar de mexer com Magia! Quase todos eles gostam!
Abaddon nem sequer desconfiava que era Ísis quem mexia com Magia.
Carlota - Não devias estar tão enervado… Não queres que a Vanda arranje uma maneira de conseguir aceder ao corpo, pois não?
Lembrou-o. Abaddon não podia sofrer grandes alterações de humor, nem de ambiente, senão Vanda conseguia aproveitar essa fraqueza para emergir novamente.
Abaddon - Tens razão… Ao menos ainda te tenho a ti!
Mal ele sabia que Carlota andava a trai-lo…
Giovanni - Obrigadinho pela consideração!
Retorquiu, sem qualquer tipo de problema.
Abaddon - A vocês também, claro! Mas a Carlota foi a primeira que conheci aqui em Cila! Desde que a vi soube que ela ia ficar comigo até ao fim! E não era só pelo trato que fizemos… Mas sim pelo seu ódio pelos humanos! Assemelha-se ao meu…
Carlota sorriu maliciosamente e fizera-o com êxito. No entanto, não estava relacionado com o que o demónio dissera… A metamorfo apenas pensara o quanto era boa a mentir e que Abaddon estava a cair no seu jogo melhor do que ela imaginara.
Carlota - Tu sabes que estou aqui para ajudar-te!
Continuou com a sua mentira.
Abaddon - Tu e todos… É por isso que juntos iremos encontrar o feitiço! Resta-nos uma única hipótese!
O demónio já tinha um plano formulado, nada o iria parar…
Verin - Qual é?
Perguntou, disposto a ajudar. Verin queria ter ser bem-visto e ter alguma relevância entre os demónios da ordem superior. Tornando-se amigo e confidente de Abaddon, as hipóteses disso acontecer era maiores.
Abaddon - Se não o vamos encontrar através de Magia, procuramos com as nossas próprias mãos… Já sabemos que ele encontra-se nestas grutas, nem sequer temos de sair daqui!
Abaddon ia obrigar todos a separarem-se e iniciarem uma busca pelos túneis subterrâneos de Cila. Lunatik levantou o braço, em concordância.
Carlota - Mas nós nem sabemos até onde vão dar estes caminhos! O teu feitiço pode estar em qualquer sítio! E não podemos esquecer-nos que anda por aqui um bicho qualquer a tentar comer tudo o que se mexe! Não é arriscado?
Tentou fazer o demónio mudar de ideias, mas este estava decidido. Nada ia ficar entre ele e a sua cura.
Abaddon - NÃO QUERO SABER! NÓS MATAMOS ESSE BICHO! NÓS MATAMOS TUDO E TODOS OS QUE ATRAVESSAREM O NOSSO CAMINHO!
Gritou enervado. Abaddon queria a sua cura, queria o feitiço, queria matar Vanda de vez.
Abaddon - O feitiço será meu! E eu irei vencer! O novo mundo que eu os outros demónios da ordem superior vamos trazer, espera-nos! Planeamos isto há tantos anos… Tudo vai dar certo! Já chega de espera!
Referindo-se ao “Grande Projecto”.
Carlota - Eu estava só a dizer que…
Abaddon interrompeu-a.
Abaddon - Carlota, a minha decisão está tomada. Tudo vai correr como o planeado! E algo diz-me que o feitiço está mais perto do que pensamos!
O demónio virou-se para os restantes…
Abaddon - Estamos a um passo de conseguir o que tanto queríamos! A morte de Lezard foi um infeliz acontecimento, mas vamos honrar a sua memória… Vamos trabalhar arduamente e vingar-nos dos nossos inimigos! Estamos entendidos?
Anunciou, finalizando a conversa… Todos os restantes elementos apenas acenaram em concordância. Nenhum deles queria cruzar-se com a fúria que o demónio estava a sentir…
*
Na pacata casa dos Monserrate o jantar já estava servido… À mesa, o ambiente estava um pouco desconfortável. Melissa e Hugo estavam sentados lado a lado, de frente para Vasco e Clara.
Clara - Querido, passas-me a salada?
Perguntou ao marido. Hugo estava mais perto e deu a travessa a Clara, com um sorriso amigável mas envergonhado.
Clara - Obrigada!
Agradeceu com naturalidade. Vasco tentava criar uma conversa, já que Melissa permanecia calada desde que se sentaram.
Vasco - Estás à vontade meu rapaz! Estamos aqui para conhecer-te, não fiques desconfortável só por sermos família da Melissa! Pensa em nós como… amigos!
Vasco queria que o namorado da sua filha não estivesse desconfortável.
Hugo - Obrigado Sr. Monserrate! É um prazer ter sido convidado a vir aqui jantar!
Respondeu com simpatia.
Clara - Que educado!
Reparou. Clara apreciava bastante boa educação e bons modos. Mesmo assim, Melissa não gostara muito daquele comentário. Podia ser interpretado de várias maneiras…
Vasco - A Melissa contou-me que sempre viveste aqui! Cila foi sempre assim? Tão agitada?
Melissa - Pai, Cila é tão agitada quanto outra vila ou cidade qualquer… Aqui as pessoas estão sempre a frisar as mesmas conversas porque é um meio mais pequeno, estamos numa ilha. E quase todos conhecem-se…
Melissa não queria falar daquilo… Já bastava quando estava com o grupo. Além disso, não queria que o seu pai pensasse que Cila era uma vila perigosa.
Clara - Mesmo assim têm havido muitos desaparecimentos e mortes. E as autoridades nunca apanham os responsáveis! Não devia ser esse o trabalho deles?
Melissa e Hugo não responderam.
Clara - Mas não vale a pena falarmos disto à hora de jantar! Não quero ficar indisposta!
Acabou com aquele tema, para alívio dos jovens.
Clara - Hugo, onde é que moras? Com sorte, já conhecemos os teus pais…
Arriscou. Clara também queria conhecer Hugo.
Hugo - Moro perto da faculdade! Os meus pais são os Zodiev… Não os devem conhecer! Eles não saem de casa!
E começou a comer. Vasco e Clara ficaram a olhar para o jovem e Melissa para eles. Só aí é que Hugo reparou no que tinha dito e quase que se engasgou…
Hugo - Não saem muito… de casa! Claro que vão trabalhar e isso… Mas de resto são muito reservados!
Justificou-se, atrapalhado.
Clara - É sempre bom ser reservado! Às vezes as pessoas têm a mania de meterem-se nas nossas vidas!
Vasco - E é uma sorte morar perto da faculdade! Menos despesas!
A desculpa tinha pegado. Melissa e Hugo riram-se desajeitadamente.
Clara - Que curso é que estás a tirar?
Hugo voltara a sentir-se entre a espada e a parede. Para sua sorte, Melissa interveio o mais rápido que pôde.
Melissa - Direito! O Hugo estuda Direito! Não é?
Perguntou ao próprio e este arregalou os olhos. Melissa tentou disfarçar mas acabou por dar mais nas vistas. Clara não percebera o que aquilo quis dizes e Vasco pensou que se calhar estavam a ser demasiado invasivos.
Vasco - Acho que estamos a pressionar um pouco o nosso convidado…
Disse para a mulher.
Vasco - Que tal deixarmos o questionário de lado? Vamos simplesmente deixar as coisas progredirem por si mesmas! Não somos controladores, nem queremos que penses isso Hugo!
Aliviou a tensão existente na sala.
Vasco - Já vi que és importante na vida da minha filha… E isso é que interessa!
Hugo - Eu gosto muito dela Sr. Monserrate!
Declarou-se, sorridente e olhar para Melissa. Esta ficara envergonhada.
Clara - Claro que um pouco de controlo também não faz mal a ninguém…
Exclamou enquanto tirava algumas batatas para o seu prato e de uma forma bastante indirecta.
Vasco - No caso deles não é preciso… Já não são nenhumas crianças! Escusamos de estar sempre a avisá-los dos mesmos perigos!
Vasco confiava plenamente em Melissa. Se ela tinha escolhido aquele rapaz como parceiro, era porque ele merecia.
Melissa - Obrigada pai… Podes ficar descansado! Ainda é muito cedo para seres avô!
Deu a entender que sabia onde o seu pai queria chegar… Desta vez fora Hugo quem ficara envergonhado e Vasco sorriu e piscou o olho à filha.
Vasco - Hugo, está tudo bem?
Perguntou na brincadeira.
Hugo - Sim sim… A comida está óptima!
Respondeu sem saber ao certo o que ia dizer, quase como um acto involuntário. Melissa e Vasco riram-se… E Hugo acabou por fazer o mesmo, conseguindo aliviar o stress.
Clara - Mesmo assim…
Interrompeu.
Clara - Era bom conhecermos mais pessoas… Gostava de conhecer os teus pais Hugo!
O ânimo voltou a baixar… Clara conseguia ser uma desmancha-prazeres. Vasco reparou na reacção dos jovens e disfarçadamente fez sinal aos mesmos, para não se preocuparem. Hugo sorriu perante a reacção do pai da sua namorada e achou-o “cinco estrelas”.
Vasco - Clara, enche-me o copo, se faz favor!
Pediu à mulher, de modo a distraí-la. Melissa e Hugo entreolharam-se…
Melissa - Podia estar a ser pior…
Disse num tom muito baixo, apenas para Hugo ouvir.
Hugo - Amo-te!
Respondeu no mesmo tom, a sorrir com ternura. Melissa ficou derretida, deslumbrada. Mas acima de tudo, feliz.
*
O casal beijava-se, num abraço profundo e cheio de Magia… Despediam-se como se não houvesse amanhã. Já ficava tarde, o que era chato para ambos uma vez que ainda não se tinham visto naquele dia. Mesmo assim, ainda tinham conseguido aproveitar alguns minutos, nos quais pouco conversaram e apenas dedicaram-se a trocar carinhos.
Filipe - Não me apetece ir embora… Hoje mal estive contigo!
Lamentava-se e fazia beicinho para a jovem.
Ísis - Eu sei, mas temos de ir dormir! Amanhã temos aulas e não posso voltar a faltar! Se bem que também me apetece ficar contigo!
Por vontade dela ficavam mais tempo juntos, mas preferia não correr o risco.
Filipe - Ainda não percebi porque é que faltaste… Que recado é que foste fazer? Demorou o dia inteiro?
Perguntou confuso.
Ísis - Foi um favor que fiz a minha mãe… Nada de especial!
Ísis detestava ter de mentir a Filipe, mas era a única coisa que podia fazer. Os jovens estavam parados à porta do quarto, abraçados.
Filipe - Mas podias ter avisado! Ninguém sabia de ti… E depois, durante a tarde e misteriosamente, a Melissa, o Leonardo e a Camila também faltaram!
A jovem bruxa ficara sem justificação… A sua capacidade de mentir só chegava até a um certo ponto.
Ísis - Coincidência?
Ísis não estava confiante no que estava a dizer e isso transparecera na sua postura.
Filipe - Ísis, tens alguma coisa pra me contar? Eu já reparei que vocês estão sempre com segredos e faltam muitas vezes… E não vale a pena negares. Eu conheço-vos, passo muito tempo convosco. Há alguma coisa que eu não sabia?
Filipe já há algum tempo que desconfiava de algo, mas agora tinha a certeza não era apenas impressão. Existia algum segredo e por alguma razão, o grupo não o incluía.
Ísis - Filipe… É algo privado! Não tem nada a ver comigo!
Tentou dar a volta à situação.
Filipe - Então existe qualquer coisa…
Concluiu.
Ísis - Tenta perceber… Se prometeres a alguém guardar segredo acerca de um assunto, o que é que fazes? Eu comprometi-me a não falar acerca disto com ninguém… Tenho de cumprir a minha promessa! É meu dever como amiga!
Explicou, sem contar nada. Filipe percebeu o seu ponto de vista.
Filipe - Provavelmente faria o mesmo que tu…
Admitiu.
Ísis - Eu confio em ti, sabes disso! Só não posso falar acerca de algo que não me diz respeito!
Ísis sorriu e Filipe não precisou de mais… Já estava a esquecer o assunto. A jovem tinha toda a razão.
Filipe - Não ligues… Também era só a curiosidade a falar mais alto! Um dia saberei do que se trata, se assim for suposto!
Respondeu com consciência e tranquilizou Ísis.
Ísis - Ainda bem que entendes! Hoje tive um dia longo e dói-me a cabeça… Tou ansiosa por cair à cama!
Ísis estava com um ar cansado. Os seus olhos esforçavam-se para ficarem abertos.
Filipe - Eu podia ficar aqui contigo…
Disse de forma atrevida. Ísis começou-se a rir e Filipe também.
Ísis - Ahahah, engraçadinho! Um dia quando for a sério quero ver…
Retorquiu e deixou-o vermelho. Filipe adorava quando Ísis era assim tão espontânea, no entanto, ficava atrapalhado quando ela o fazia.
Filipe - Vê é se amanhã não faltas!
Exclamou na brincadeira enquanto preparava-se pra sair. Era óbvio que Ísis não ia faltar, mas Filipe gostava de a provocar.
Ísis - Não estejas a agoirar!
Os dois deram um último beijo…
Filipe - Acho que vou ter de me acostumar a ter ela por perto!
O jovem estava a olhar para a cama… Ísis fez o mesmo e viu que Mahala estava deitada lá em cima.
Filipe - Deves ser a única pessoa com uma raposa em casa… São animais tão desconfiados! O lugar delas não é numa casa… Mesmo assim está aqui uma! E incrivelmente bem instalada! Não és só tu que gostas dos animais… Eles também gostam de ti! É a única explicação!
Tentava solucionar aquele enigma.
Ísis - O que é que eu posso dizer? É apenas um toque de Magia!
E com um sorriso bastante satisfatório, voltou a dar um beijo a Filipe.
Ísis - Vemo-nos amanhã!
Filipe - Espero que a noite passe rápido!
E com um último olhar apaixonado, saiu do quarto da jovem. Ísis voltara a ficar sozinha. Sentia-se tão cansada que apenas queria vestir o pijama e enfiar-se na cama. Meio a dormir trocou de roupa, lavou os dentes e foi acariciar o pelo de Mahala antes de deitar-se.
Ísis - Boa noite Mahala!
E apagara a luz. A raposa ficara deitada aos pés da cama. Assim que fechou os olhos, Ísis adormecera. Nem sequer tivera tempo para reflectir e meditar acerca do dia que tivera.
…
Ísis Rocha tinha a sensação que acabara de adormecer… No entanto estava ali, acordada durante o dia. Quando reparou que regressara à floresta de Cila, no seu longo vestido branco e acompanhada por Mahala, percebeu que tinha razão… Estava a dormir e aquilo era um sonho.
A jovem bruxa não sabia porque é que estava a voltar a sonhar com o mesmo cenário e quando olhou à sua volta com um ar curioso, avistou Jedthro alguns metros à sua frente. Assim que Mahal o viu, correu alegremente até ele. Ísis fez o mesmo, mas com mais calma.
Ísis - Olá… Outra vez!
Cumprimentou-o, admirada.
Jedthro - Minha jovem, é bom voltar a ver-te! E a ti também Mahala!
O feiticeiro estava muito bem-disposto.
Ísis - Como é que estamos a falar novamente?
Ísis estava muito curiosa. Desta vez não fizera nada para permitir o acesso.
Jedthro - Mas que pergunta… Por causa da tua Magia, como é evidente! Continuas a não saber o quanto és forte!
Disse-lhe, como se fosse algo muito óbvio.
Jedthro - Gostaste da minha prenda? Pelo que consegui ver, deste um bom uso a ela!
Ísis percebera ao que Jedthro referia-se…
Ísis - Vou ser sincera… Não sei o que pensar!
Confessou. Ísis ainda não tinha compreendido muito bem o que acontecera quando tocara no cristal Ametista pela primeira vez. A jovem sabia que tinha tido acesso a grande poder, fora assim que destruíra Lezard. Mesmo assim, não sabia de onde vinha tal Magia. Era essa a sua conclusão acerca do dia que tivera. O sonho estava a dar-lhe oportunidade de reflectir sob tudo o que aconteceu.
Ísis - Acho que não me contou tudo acerca do cristal… Aconteceu algo quando toquei nele! Parece que aumenta o meu poder… Tenho razão?
A jovem bruxa queria saber tudo e Jedthro riu-se perante a ingenuidade da rapariga.
Jedthro - O cristal faz exactamente o que eu te disse… Mas posso afirmar que ele também é uma forma de te mostrar o quanto és forte por natureza. Não é o Ametista quem te dá mais poder, esse já tu o tens… Ele indica-te o caminho!
Respondeu de forma enigmática, como já fizera anteriormente.
Ísis - Podia ser mais rigoroso na explicação? É que não entendi quase nada!
Lamentou-se. Os seus lindos olhos verdes esperavam por mais informação, a ansiedade estava reflectiva neles.
Jedthro - Cara Ísis, não te posso responder a tudo! Estás numa busca espiritual, numa viagem interior! Algumas coisas têm de ser descobertas por ti mesma! Não te posso ajudar neste aspecto!
Lembrou-a. Ísis percebeu o ponto de vista de Jedthro, o qual fazia todo o sentido. A jovem estava a fazer um caminho espiritual, onde estava a descobrir-se a si própria. Cabia a ela procurar e desvendar os mistérios da vida. Além disso, tinha conseguido realizar Magia poderosíssima sem a ajuda de ninguém. De alguma forma, soube o que fazer e como agir no momento certo. Agora, apenas tinha de continuar no mesmo percurso e com o tempo tudo iria fazer sentido, como sempre acontece…
Ísis - Eu sei…
Admitiu.
Ísis - Qual era a piada de ter logo as respostas todas de uma só vez?
Brincou com o feiticeiro e este sorriu-lhe…
Jedthro - És muito inteligente Ísis! Tenho a certeza que farás grandes coisas! Se respeitares as leis da natureza, nunca irás perder o rumo! Não te podes esquecer disto, é o mais importante!
Avisou-a com um ar muito sério.
Ísis - Não há ninguém que eu respeite mais do que a Natureza! Mas vou manter isso em mente!
Ísis estava descontraída… Se havia algo que ela não fazia era desrespeitar qualquer tipo de lei.
Jedthro - E lembra-te sempre… O teu coração é puro!
Mais uma vez, Jedthro começara a afastar-se. Assim como a sua voz. Estava novamente a partir para a Terra de Verão.
Ísis - Voltaremos a ver-nos?
Jedthro - Tu não… Eu continuarei a olhar a por ti! Foi um prazer conhecer-te, Ísis! Até qualquer dia Mahala!
A sua voz cada vez estava maus longe e a sua figura já desparecera. Ísis e Mahala ficaram um pouco emocionadas com a despedida do feiticeiro. Para as animar, Jedthro espalhou pelo ar um género de brilho verde que ficou a pairar no ar, como se as duas estivessem rodeadas de energia cintilante. A imagem que ali ficara, deixara Ísis e Mahala fascinadas e um pouco mais alegres. Pareciam estar num mundo encantado, rodeadas de Magia. As duas perceberam então o sinal que Jedthro tinha tentado dar com aquele espectáculo luminoso: aquela tinha sido uma despedida, mas não propriamente o fim… A vida continuava depois da morte.
Ísis - Anda Mahala!
E começou a correr juntamente com a raposa, pelo brilho que Jedthro tinha espalhado pela floresta.
…
Ísis Rocha ajeitou-se na cama, com um leve sorriso acolhedor e confortável. Tanto ela como Mahala teriam uma boa noite cheia de paz, tranquilidade e Magia.
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