Night Watchers - Primeira Temporada escrita por MS Productions
Já há cerca de 15 minutos que Pedro perseguia o chefe River e o outro homem, o Sr. Charters. Para sua sorte, o ar estava fresco derivado às grandes árvores que impediam os raios solares de penetrarem directamente na floresta. No entanto, o ex-detective estava aborrecido… Durante todo este tempo não ouvira nada acerca da conversa dos dois homens e além disso, estes estavam a andar `as voltas. Certamente desconfiavam que podiam estar a ser visto ou escutados e então adoptaram aquela técnica para conseguirem falar sem acesso a ouvidos alheios. Mesmo assim, Pedro conseguiu organizar-se para que nenhum dos dois desse por ele.
Ao final desse tempo e de estar chateado por o dia estar a correr-lhe tão mal, o ex-agente reparou que tanto River como Charters tinham parado… Pedro não conseguiu perceber o que se estava a passar até ao momento em que ambos cumprimentaram-se marcando uma despedida. A conversa havia terminado. River afastou-se, Charters ficou a observá-lo por algum tempo e depois também seguira caminho.
Pedro teve de pensar rápido… A sua investigação não podia ficar por ali. Por um lado queria seguir River e descobrir o que é que este sabia mais. Porém, sabia que ele devia voltar para a esquadra e isso seria tempo perdido. Por outro lado queria ir atrás de Charters e saber quem é que este misterioso homem era. Sentia-se dividido... Numa enorme rapidez teve de analisar todas as vantagens e desvantagens de cada hipótese e conclui que iria escolher a segunda opção, ia seguir Charters. Enquanto River estava sempre no mesmo sítio, o outro era mais difícil de encontrar… Podia nem voltar a vê-lo. O que era bastante mau, uma vez que o seu ex-chefe parecia estar a receber ordens dele.
Com o máximo cuidado, Pedro suspirou e foi atrás do Sr. Charters.
*
Na outra ponta de Cila, junto à beira-mar, a temperatura estava alta. O sol quente banhava a costa vila, reflectindo uma luz brilhante que encadeava. Érica, Rodrigo, Isabella e Camila já tinham chegado às rochas e cada um deles procurava por alguma pista. Não estava a ser fácil, o calor desconcentrava-os e o facto de não haver nada à primeira vista, dava-lhes vontade de desistirem daquela busca que parecia inútil.
Camila - Não é por nada, mas aquela coisa que a Ísis fez não deve ter dado resultado… Andamos aqui às voltas!
Queixou-se enquanto aproximava-se de Érica.
Érica - Desta vez já não posso concordar… Tenho a certeza que há aqui algo. Não era à toa que o feitiço da Ísis indicava-nos este sítio!
Isabella e Rodrigo também se aproximaram.
Rodrigo - Nada! Já percebi que tiveram a mesma sorte…
Érica - Mas tem de haver alguma coisa! Estava agora a dizer isso à Camila. Estamos a falhar em algo…
Isabella - Também acho! Aliás, não há outra hipótese!
Conclui também. As duas Night Watchers estavam de acordo.
Rodrigo - Então e o que acham que devemos fazer? Não há nenhum feitiço que nos possa ajudar ainda melhor?
Érica - Penso que não haja nada em específico para o que queremos! A única coisa que podemos fazer é continuar a procurar e esperar encontrar algo em concreto!
Disse com algum custo… Érica continuava sem saber para onde é que havia de se virar.
Camila - O quê? Procurar mais? Debaixo deste calor?
Perguntou com ar escandalizado.
Érica - É tudo o que podemos fazer Camila!
Érica nem se preocupou em tentar explicar a Camila o porquê daquela decisão, não iria valer a pena se o fizesse.
Camila - Eu tenho mais que fazer!
Atirou-lhes à cara. E então algo diferente aconteceu… A paciência de Érica tinha limites e naquele instante os seus níveis atingiram o máximo. Com tudo o que estava a acontecer, a Night Watcher não precisava de ninguém cuja única função era queixar-se de tudo.
Érica - Então se tens mais que fazer porque não vais embora? O que é que te prende aqui?
Perguntou-lhe directamente.
Rodrigo - Érica…
Tentou acalmá-la e chamá-la à razão, mas de nada valeu.
Érica - Não Rodrigo! Ela tem de ouvir isto!
Informou-o.
Camila - Mas que grande lata! Vocês pediram-me para vir!
Defendeu-se.
Érica - Tudo bem. Então podes retirar-te… Já nos ajudaste o suficiente! Podes ir!
Ninguém falou… O silêncio instalado era incomodativo e Camila ficou envergonhada. Mesmo assim, ganhou força para responder.
Camila - Estás a expulsar-me?
Érica - Não. Mas já todos vimos que estás farta de aqui estar! Portanto, és livre de ir embora!
Mais uma vez o silêncio dominou a cena, mas agora, Camila não sabia o que responder.
Érica - Então?
Perguntou, à espera de alguma reacção vinda da jovem.
Érica - Vais ou ficas?
Camila estava nervosa… Olhou para todos, corada.
Camila - Não precisas de ser má… Eu não disse nada de mal!
Exclamou com um ar um pouco abatido. Isabella não a conhecia, mas Rodrigo e Érica sim. E nunca antes tinham visto aquela atitude na rapariga.
Camila - Eu vou ficar aqui… Na verdade, não tenho mais nenhum sítio onde ir. Dia dos Namorados e mais um ano em que estou sozinha, por muito que custe a admitir.
Érica caiu em si e viu o que tinha acabado de fazer… Camila tinha os olhos em lágrimas e controlava-se para não chorar.
Camila - Eu sei que à primeira vista não pareço estar sozinha… Sou linda, inteligente e popular! Mas na realidade, por alguma razão que desconheço, com o tempo as pessoas têm tendência a afastarem-se de mim… Às vezes sinto-me farta de tudo e não tenho ninguém com quem desabafar. Ridículo, não é? Dia de S. Valentim e eu deprimida! Ultimamente a minha vida tem sido catastrófica…
Mesmo que houvesse um pouco de exagero, os restantes elementos ficaram abatidos com a reacção de Camila.
Érica - Desculpa Camila… Eu não sabia que te sentias assim!
Camila virou costas e uma lágrima caiu-lhe pelo rosto.
Érica - Podemos não ter os maiores laços, mas sempre que quiseres, podes desabafar connosco…
Camila não queria que a vissem naquele estado. Então limpou a cara, respirou fundo e voltou a virar-se para os companheiros.
Camila - Não preciso que tenham pena de mim. E acho melhor esquecermos o que acabou de acontecer! Ai de vocês que contem isto a alguém!
Exclamou com ar firme, porém ameaçador. Érica, Rodrigo e Isabella ficaram espantados com a mudança de humor de Camila.
Camila - Vamos fazer o que temos a fazer… Procurar!
E foi a primeira a afastar-se pra reiniciar a investigação. Os outros três não voltaram a pegar no assunto. Apenas olharam uns para os outros surpreendidos e também voltaram ao trabalho.
Camila ainda sentia-se abatida e nervosa… Precisava de parar por uns segundos. Dirigiu-se até à ponta de uma das rochas e ficou virada para o oceano. Fechou os olhos e começou a respirar profundamente para se acalmar. A técnica rapidamente começou a fazer efeito. O aroma do mar que estava a inspirar sabia-lhe bem e relaxava-a. A sua estabilidade emocional voltara a regressar e finalmente voltara a estar preparada pra continuar aquela incessante busca.
No momento em que ia a sair do local o seu telemóvel tocara e a jovem pegara nele. Tinha uma mensagem da Maria, uma amiga da faculdade. Quando ia a ler o texto, o telemóvel escorregou-lhe das mãos e caíra numa pequena pedra situada dois metros abaixo, virada para o mar.
Camila - Perfeito!
Reclamou face ao sucedido. Ia ter algum trabalho a descer até à pedra e podia ser um pouco inseguro, mas mesmo assim a jovem estava decidida a fazê-lo… Adorava aquele telemóvel.
Camila - Como se não bastasse tenho de fazer escalada… Se a descer tiver o mesmo nome!
Camila não fazia a mínima ideia de como se chamava o desporto correspondente ao que ia fazer. Mas não era isso que a preocupava no momento… Apenas o seu telemóvel era importante. Então, descalçou os seus sapatos de salto alto e preparou-se para descer. Com todo o cuidado, encaixava as mãos e os pés nos espaços que podia para certificar-se que estava sempre segura. Em pouco tempo alcançou o queria… E até nem fora muito difícil… Parecia mais do que realmente era. Os restantes elementos estavam tão concentrados na investigação que nem repararam no que a jovem estava a fazer.
Camila - Aqui estás! Salvei-te!
Exclamou orgulhosa para o telemóvel. Em seguida voltou a guardá-lo num dos bolsos dos calções de ganga que tinha vestido e preparou-se para subir. Mas houve algo que a impediu, algo que só dava pra ser visto do local onde estava. Poucos metros abaixo, existia uma entrada… O espaço era estreito, escuro e parecia ser longo. Era sem dúvida um túnel. Para Camila isso era muito estranho, uma vez que nunca tinha ouvido falar em túneis ou grutas em Cila. E foi nesse preciso instante que se fez luz na cabeça da jovem… Havia uma grande possibilidade de Abaddon e os seus companheiros terem entrado ali.
Camila - ÉRICA?
Érica, Rodrigo e Isabella ouviram Camila, mas não a viam em lado nenhum.
Érica - ONDE É QUE ESTÁS CAMILA?
Respondeu, enquanto Rodrigo e Isabella juntavam-se a ela.
Camila - NAS ROCHAS, CÁ EM BAIXO. VIRADA PARA O MAR!
As duas Night Watchers e Rodrigo aproximaram-se da costa e viram os sapatos dela… Camila estava lá em baixo.
Érica - O que é que fazes aí? Não me parece muito seguro!
Perguntou admirada.
Camila - É fácil, principalmente pra vocês que estão habituados a este tipo de coisas! Venham cá baixo… Acho que deviam ver o que encontrei!
Exclamou sorridente. Érica, Rodrigo e Isabella olharam uns para os outros e preparam-se para descer…
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