Speak Now. escrita por Giovanna
Notas iniciais do capítulo
O que a gente faz quando uma musica faz a inspiração surgir e você está na casa da sua tia? Me digam? Acordei cedo só pra escrever escondida. Aiai.
A morena respirou fundo. Era a décima vez que fazia aquilo em menos de dois minutos tentando ter paciência. Estava certo que ela não tinha nem a metade de paciência que deveria ter naquele momento. Não era costume dela ser sem paciência, mas a situação era quê: Ela estava atrasada para o casamento do melhor amigo e algo ainda pior: seria a madrinha. Madrinhas são se atrasariam. Não madrinhas em sã consciência do que poderiam causar. Madrinhas não se apaixonariam pelo noivo.
Olhou no relógio pela ultima vez. O mesmo marcava vinte e cinco para as 19h. Ela tinha, no máximo, quinze minutos para chegar na igreja a tempo. Vestiu-se rapidamente, calçou as sandálias, pegou a bolsa e a chave do carro e desdeu em uma velocidade só. Ligou o carro e nem esperou esquentar.
Para complicar, ou melhorar, seu problema, a igreja era perto. Ela precisaria dar um jeito de parar de gostar do noivo. A igreja deveria ser mais longe para ela poder pensar. Ele estaria começando uma nova vida, ao lado da garota que amava. Aquilo não era certo.
Sem perceber, a menina avistou a igreja. Parou no estacionamento e desceu correndo. Abriu a porta da igreja e entrou em uma salinha ali. Uma salinha minúscula, ressaltando. A noiva estava ali, vestindo um vestido da forma mais doce possível, e todas as crianças que serviriam no casamento também estavam. A mulher estava gritando com as crianças. A morena sacodiu a cabeça. Com toda a certeza do mundo ela não faria isso. Ao ouvir a porta ranger, a noiva levantou o olhar, encarando a morena fundo nos olhos.
-Grace.
-Olá, Alice.
-Por que não me chama por senhora di Angelo?
-Porque você ainda não casou. E mesmo se já estivesse casada, nunca te chamaria pelo sobrenome. - A morena sorriu. Sentiu uma mão nas suas costas e virou-se rapidamente, deparando com seu irmão.
Di Angelo escolhera os irmãos Grace para serem seus padrinhos de casamento. Bem, desde pequenos já havia prometido à menina Grace que ela seria algo em seu casamento. E cumpriria a promessa.
-Acho melhor você parar de gritar, Alice. Dá para escutar de lá os seus berros. E também é melhor você parar de reclamar das roupas. Segundo Nico foi você quem escolheu. - O menino piscou para ela, que ficou vermelha de raiva, mas respirou fundo e se afastou.
-Ele falou isso mesmo?
-Lógico. Ele revira os olhos de cinco em cinco minutos. Suponho que aprendeu isso com minha querida irmã mais velha.
-Jason!
-Thalia!
-Hey... - A porta rangeu outra vez, revelando um homem que deveria ser o organizador do casamento. - Deu a hora.
Alice assentiu e respirou fundo, fazendo gestos com a mão. Thalia achou aquilo ridículo, mas quem era ela mesmo para falar alguma coisa? Apenas a melhor amiga do noivo ou a madrinha do mesmo. Ela não era a noiva e aquela não era sua noite.
Jason conduziu a irmã até a porta, onde foi aberta assim que o órgão começou a tocar com a entrada dos casais de padrinhos começaram a entrar. Thalia olhou para as primeiras fileiras e lá estava uma pequena família mal-humorada vestida com um inconfundível tom nojento de pastel. Sentados em mais algumas fileiras atrás, estavam os amigos do noivo e dela. Annabeth, Percy, Rachel, Silena e Charles em uma fileira, Katie, Travis, Connor e Piper na de trás. A menina cumprimentou com os olhos cada um, principalmente os dois primeiros.
Sem querer, seu olhar caiu no noivo. Ele a observava sorrindo ironicamente. De fato, ninguém nunca pensou em Thalia Grace usando um vestido daquele e em um casamento. Não. Não fazia cabimento. Mas ninguém acreditaria de verdade se ela estivesse usando o vestido de noiva. Não. Isso não mesmo. Ela mostrou a língua para o menino, que apenas sacodiu e abaixou a cabeça e voltou o olhar para ela.
A menina sentou-se em uma das primeiras fileiras, ao lado do irmão. Aquele banco, conforme nos ensaios, era especialmente reservados para os padrinhos, o que, na opinião de Thalia, era uma baboseira.
Aquele sonzinho chato que sempre estava presente em casamentos, começou a tocar. Que som? Bem, a Marcha Nupcial. Thalia se espremeu no canto, tentando se esconder dentro da parede. Não queria ver o que aconteceria ali, naquele momento. Certo que era a felicidade do melhor amigo. Com a garota errada.
Alice flutuava pelo corredor, como se fosse a vencedora de um concurso de beleza universal, onde o prêmio era uma casa e trilhões de dólares e uma viagem para Marte. A menina revirou os olhos. Só faltava a medíocre da noiva começar a acenar, tentando demonstrar que era a recém-coroada rainha da Inglaterra. Besteira, na opinião de Thalia.
Nico já havia mudado a expressão. Para Thalia, ele havia sorrindo, olhado para o chão e trocado gestos divertidos. Já para a noiva, ele sustentava uma expressão dura. Não sorria, não estava emocionado nem nada. Apenas a olhava. Talvez ele gostaria que a morena que era madrinha estivesse no lugar da noiva.
Thalia estava perdida sobre o que o padre falava sobre amor, compromisso, responsabilidade e família. Aquilo já estava a cansando e já estava quase dormindo, mas uma frase a fez despertar.
-Fale agora ou cale-se para sempre.
Ninguém disse nada. Ninguém gostaria de estragar aquele casamento. Certo, muita gente ali gostaria. Mas não faria por educação. Mas Thalia nunca foi a garota mais educada do mundo e não seria naquele momento. Afinal, era sua única chance.
Ela levantou-se, com as mãos tremendo. Todos os olhares se voltaram para ela, que olhava apenas para Nico. Alice já estava ficando vermelha novamente de raiva.
-É. Eu tô atrapalhando um casamento e não tenho a mínima ideia de porque eu fiz isso. Eu não sou o tipo de garota que interrompe desse jeito um casamento. - Ela caminhou até onde os noivos estavam - Mas você - A menina apontou para o moreno de cabelo bagunçado propositalmente - Não é o tipo de garoto que se casaria com a garota errada. Não diga sim, Nico. Não faça os votos. Não continue com o casamento. Vou encontrá-lo lá fora, na porta dos fundos. Você precisa me ouvir. Precisa ouvir o que está sufocado. - Sem esperar uma resposta do garoto, ela tentou contorná-lo, mas foi impedida pela sua mão sendo puxada.
- Vamos fugir Grace. - A menina sorriu ao ouvir aquilo e saiu da igreja, sendo abraçada pela cintura por Nico.
-Sinceramente eu não sei como você deixou sua noiva maluca para fugir comigo.
-Sinceramente eu não sei como você deixou seu medo de falar no público para falar o que estava pensando sobre aquela baboseira.
-Certo. Você ganhou só essa. - A morena fez bico.
-Só essa? - Nico sorriu e beijou a menina, que colocou a mão na nuca do ex-melhor amigo e recém-namorado.
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Reviews para a Gigi aqui ficar extremamente feliz?