Daughter Of Evil escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 2
A descoberta


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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- Huuum que cheiro humanamente bom.

Disse assim que entrei na cozinha. Vó Esme cortava alguns legumes e tinha uma vasilha grande no fogão. Por mais que eu odiasse comida humana, aquele cheiro que emanava da panela e espalhava por todo o recinto estava realmente bom.

- Uau você elogiando comida humana? Então realmente deve estar bom. – ela disse sorrindo.

- Mas é claro que estará! Você é maravilhosa vó Esme. Aliás, pra que isso? – perguntei abrindo a tampa da panela.

- Não abre isso garota! – ela riu e eu soltei a tampa – Vai ter uma festa beneficente no orfanato da cidade, resolvi ajudar. Adoro aquelas crianças.

- Que legal, elas realmente precisam de boa comida assim. Alice já arrumou algumas roupas?

- Está lá em cima arrumando as roupinhas que ela comprou. Aliás, tinha umas duas sacolas pra você.

- Claro, claro, como sempre. Não tem lugar no meu closet mais. – sorri.

Dei um beijo em seu rosto e segui para fora de casa em direção a caixa de correio. Esme sempre fazia isso no começo da manhã, mas por estar ocupada com a comida, resolvi ajudá-la. Depois subiria para ajudar tia Alice.

Abri a caixa branca de correio e peguei o maço de cartas, mexi em algumas e parei ao ver um envelope que me chamou à atenção. Atrás deste envelope amarelado, em letras garrafais estava escrito meu nome: Mra.A.Cullen e o endereço da minha casa.

Na frente havia um selo de cera vermelho que o fechava, acima dele um símbolo com um H que estava dividido em quatro partes, no canto superior esquerdo um leão, ao lado uma serpente, abaixo dela um gavião e ao lado deste um texugo. Ao abrir a carta, encontrava-se a seguinte mensagem:


“Cara Sra. Cullen,

Temos o prazer de informar que você foi aceita na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Os alunos deverão apresentar um relatório à Câmara de Recepção à chegada, nas datas para as quais devem ser devidamente aconselhados. Certifique-se que será feito a máxima atenção para a lista de requisitos anexada. Estamos muito ansiosos para receber você como parte da nova geração de Hogwarts.

Sinceramente, Professora Mcgonagall. “


- Aly, o que está fazendo ai? – perguntou Edward me tirando do transe.

Tirei devagar os olhos da carta e encarei meu irmão. Tinha o olhar apreensivo e revezava o olhar entre a carta e eu. Levantei o papel e continuei o fitando. Não havia palavras, pois o espanto e a confusão não me deixavam pensar direito. Mas algo me fazia acreditar que Edward sabia do que se tratava aquela carta.

- Vem comigo Aly, vamos entrar.

Ele entrou para casa e eu o segui até a sala. Quando chegamos, todos estavam reunidos nos esperando. Estavam apreensivos, eu sentia o nervosismo emanar deles. Aquela situação era peculiar, pois eu nunca tinha os visto daquele modo, amedrontados.

- Porque você foi pegar as correspondências hoje? – Edward perguntou.

- Esme estava fazendo comida, eu quis ajudar. Eu não podia encontrar essa carta não é?

- Correto. Senta, temos que contar uma coisa a você Aly. – Carlisle disse calmamente.

Sentei devagar olhando para as pessoas naquela sala e ainda segurando firme a carta. Deslizei meus olhos outra vez pelo conteúdo dela e vi Carlisle sentar ao meu lado.

- Primeiramente, o que acha que é essa carta? – perguntou docemente.

- Me responda você. O destinatário é uma escola de magia e bruxaria. Eu nem sabia que isso existia! Agora o que isso tem a ver comigo? – respirei fundo depois de ter conseguido falar.

- Claro que magia existe Aly... Nós existimos. – Alice comentou sem graça.

- A verdade é que você é uma bruxa.

- Como é que é? – comecei a rir nervosamente.

- Seu pai é um bruxo muito poderoso. Quando sua mãe te deixou aqui, ela avisou que aos onze anos os seus poderes apareceriam...

- Não sou como Edward, Alice e Jasper então?

- Não. Os poderes deles são específicos, você tem mais poderes do que eles Aly. Mas, sua mãe pediu que a privasse do mundo mágico, pois era muito perigoso e não era seguro pra você. Então, nós a escondemos. Essa carta vem todos os anos desde que você fez onze anos.

- Ela de novo. – falei com desdém.

- Não fale assim da sua mãe, ela só quis te proteger.

- Me proteger? Ela me abandonou Carlisle. E então ela acha que me privando dos poderes ia recompensar isso. Eles aparecem a toda hora, é frustrante não poder controlá-los! De repente eu começo a levitar uma cadeira, ou ouço o que as cobras falam!

- É por isso que essa escola existe, ela vai te ajudar a controlá-los.

- Então porque não me enviou pra lá? Porque a minha “mamãezinha” não deixou. Eu a odeio vô! Ela nunca teve afeto nenhum por mim, é possível que essa “proteção” dela seja alguma coisa para saciar um capricho. Não sabe o que é se sentir abandonada pela própria pessoa que te gerou. – o típico nó surgiu na garganta.

- Aly, você é especial. Extremamente especial. E você não precisa ir pra essa escola se não quiser. Mas vai ser importante, você vai aprender muita coisa lá. Você decide. Estamos aqui pra tudo e para sempre.

A campainha tocou e Alice correu para atender. O visitante e ela conversaram circunstancialmente e depois um gigante entrou na sala. Tinha cabelos e barba negra, com uma quantidade considerável dos dois que chegava a cobrir todo seu rosto, deixando a mostra apenas os pequenos olhos também negros. Com um sorriso grande e convidativo, ele passava uma sensação de conforto e segurança.

- Olá Alyssa – continuou sorrindo – Sou Hagrid. – estendeu a mão enorme.

Como ele sabia meu nome? Analisei sua expressão e mais uma vez não encontrei nada perigoso. Estranhamente, era inofensivo.

- Oi Hagrid. – apertei sua mão e sorri ao ver o contraste que nossas mãos davam.

- Olá. – disse e todos responderam em uníssono – Fico feliz que finalmente vocês resolveram contar a ela.

- Não resolvemos. Ela descobriu por si só. – Carlisle disse sorrindo.

- Sempre soube que era uma garota esperta. – piscou para mim e eu sorri.

- Também né? Olha o irmão que ela tem – Emmet disse.

Hagrid sorriu para ele e abaixou o olhar para mim.

- Bom você quer dar uma volta comigo? Vou te contar algumas coisas sobre o mundo mágico, vai gostar de saber.

Olhei para minha família e os vi sorrindo para mim.

- Pode ir Aly, fique a vontade. – Carlisle disse.

Acenei para todos, peguei meu casaco em cima da mesa e segui com Hagrid para fora. notei uma vassoura, que estava encostada na parede. Tinha o aspecto antigo e de cerdas eriçadas. Dei uma risada e encarei Hagrid: bruxos andavam mesmo em vassouras? Não era mais uma lenda antiga e ultrapassada?

- Do que está rindo? Achei que aparatar seria muito assustador pra você agora. Então melhor a vassoura.

Ele esticou a mão e a vassoura subiu ao seu encontro. Ele sentou e fez um sinal para que eu fizesse o mesmo.

- Senta ai e segura firme afinal é uma longa viagem até Londres.

- Perai, Londres? – sentei e segurei firme em seu casaco.

Ele não respondeu, levantou vôo e seguiu como um raio em direção a Inglaterra.


A sensação de cruzar o Oceano Atlântico em uma vassoura, cortando o céu, entrando em nuvens e sentindo o vento gélido em meu rosto foi indescritível. Eu via a água azul que mexia com o vento, as cidades, casas e pessoas transformando-se em míseros pontos lá de cima.

Demorou menos do que eu esperava já que logo aterrisamos em uma rua de pedras mal alinhadas onde se podia ver a frente uma espécie de bar, bem pequeno e de aparência desleixada. Hagrid abriu a porta de madeira antiga, pois rangia tão alto a ponto de abafar o som de um sino que ficava acima dela. Ele saiu na frente e eu o acompanhei, andando logo atrás dele tentando me camuflar.

O bar estava cheio de bruxos velhos e mal encarados, Hagrid cumprimentava alguns e depois continuava seu caminho. Durante todo o percurso, que mesmo pequeno, pareceu demorar anos, não pude deixar de notar um olhar que me perseguiu o tempo todo. Segurei no casaco de Hagrid e encontrei dois olhos verdes.

Era um homem pequeno, mas talvez fosse pelo o tanto que suas costas eram curvadas. Seus olhos também eram pequenos e faziam seu rosto se parecer com o de um rato. Ele deslizava as unhas pontudas e sujas pelo rosto, analisando profundamente meu rosto. Corri para o lado de Hagrid e paramos finalmente em frente a uma parede de tijolos no fim do bar.

- Três para cima... dois para o lado... – contava Hagrid tocando os tijolos com uma espécie de guarda chuva.

Assim que ele tocou em um dos tijolos, a parede começou a se afastar, abrindo uma passagem em forma de arco revelando uma rua de pedras irregulares. Havia lojas e pessoas para todos os lados, e erguendo-se majestosamente sobre todas elas estava um grande prédio. Apontei para Hagrid e ele me respondeu com um sorriso:

- É o banco dos bruxos, o Gringotes.

Algumas pessoas usavam aquele típico chapéu de bruxo pontudo, e a maioria com suas capas pretas enormes. As lojas eram pequenas e pra arquitetura humana seriam impossíveis de serem construídas já que tinham um leve ar de deformação. As janelas de vidro eram quadradas divididas em outras quatro janelinhas menores.

Hagrid cumprimentava todos que cruzavam conosco enquanto eu continuava deslumbrada com aquele novo mundo. Havia lojas com os mais variados artefatos, de animais como corujas e sapos, restaurantes, perfumes, caldeirões e muitos outros produtos estranhos e empolgantes.

- O que quer saber primeiro sobre o mundo mágico? – Hagrid deu uma risadinha ao ver minha expressão.

- Onde estamos? – fechei a boca lentamente e voltei o olhar para ele.

- Esse é o Beco Diagonal, aqui há todas as coisas mágicas que você possa imaginar. Bruxos de diversos países vêm até aqui fazer compras.

- E essa escola como ela é?

- Hogwarts? É uma escola maravilhosa. Não sou bom com explicações, talvez fosse melhor que você lesse. Conheço um livro ótimo. Só que ele é um pouco extenso...

- Tudo bem Hagrid, sem problemas.

Andamos um pouco, até chegarmos a uma loja com a placa “Floreios e Borrões”. Era uma grande livraria em que os livros se amontoavam até o teto. Logo, uma assistente baixinha e sorridente nos atendeu.

- Olá Penny. Eu queria o livro Hogwarts, uma história.

- Você está com sorte Hagrid, não temos muito mais desse livro por aqui. Apenas um ou dois exemplares. Vou pegar para você.

A moça saiu e em alguns minutos voltou com um livro de capa marrom, o título em letras douradas e garrafais e um tanto grosso. Parecia ter em torno de mil páginas, ou mais. Mas não importava, ser meio vampira facilitava nesses momentos. Hagrid entregou a ela algumas moedas de ouro e saímos da loja andando pela rua.

- Acho que você vai demorar dias ou meses para ler. Não foi uma escolha muito boa.

- Fique tranquilo, vamos entrar aqui.

Entramos em uma cafeteria e sentamos em uma mesa mais afastada do movimento, abri o livro e comecei a lê-lo. Em vinte minutos fechei-o e olhei para o rosto espantado de Hagrid. Eu sorri e encarei o livro outra vez. Aquilo era maravilhoso, surreal.

A história da escola de magia e bruxaria era contada em detalhes, até os mistérios e segredos que envolvem Hogwarts. Os lugares, a sua formação, a estrutura do castelo, como, por exemplo, o teto encantado do Salão Principal que mostra o céu do lado de fora e dá a impressão de que o salão se abre para o infinito, e como ela é escondida dos que não são bruxos, que são denominados “trouxas”.

Os alunos eram selecionados para uma das quatro casas existentes: Grifinória, Corvinal, Sonserina e Lufa-lufa. A escolha era feita pelo Chapéu Seletor que analisava as maiores qualidades e defeitos de cada aluno e sendo profundo conhecedor de cada uma das qualidades que cada fundador de Hogwarts mais prezava, selecionava em qual casa o aluno iria pertencer.

- Como você terminou tão rápido?

- É uma das qualidades em ser meio vampira Hagrid – sussurrei sorrindo.

- Claro, claro, me esqueci – ele riu – e então, o que achou?

- É surreal, tem certeza que esse lugar existe mesmo? Não é nenhum daqueles castelos ou mundos de conto de fadas? Hagrid é maravilhoso!

- Claro que é verdade Alyssa. Mais alguma dúvida sobre o mundo mágico?

- Sim... quem é meu pai Hagrid?

Ele ficou sério por um momento. Seu rosto se tornou rígido e o olhar fixo, como se estivesse paralisado. Depois, relaxou-se e disse algumas palavras rápidas:

- É um bruxo das trevas. Muito poderoso e perigoso.

- É por isso que minha mãe me privou do mundo mágico?

- Sim, ela só queria sua proteção. Todos o temem até o teu nome ninguém ousa pronunciar. Porém, só há um bruxo no mundo todo no qual ele teme.

- Quem?

- Alvo Dumbledore. Em Hogwarts você estará mais do que protegida. E então, o que decidiu? – disse mudando de assunto.

Tirei a carta do bolso do casaco e olhei por alguns minutos pra ela. Respirei fundo e procurei não pensar muito, porque teria certeza que desistiria.

- Por onde começamos? – sorri para ele.

- Uma varinha! A minha parte predileta.

Ele colocou o livro dentro do casaco e seguimos entusiasmados pelas ruas estreitas do Beco Diagonal.


***


Depois de tentar inúmeras varinhas, o Sr. Olivaras olhava para mim abismado, Hagrid demonstrava cansaço e eu estava muito impaciente. Nenhuma varinha havia me escolhido, e eu comecei a me perguntar se realmente era uma bruxa. Era um sinal de que eu deveria desistir.

- Chega Hagrid, é um sinal! Eu não posso ir pra lá. Talvez eu nem seja uma bruxa de verdade – joguei as mãos pro alto.

- Claro que não Aly! Para com isso, vamos Olivaras, o senhor não tem outras?

- Não! Você experimentou todas as varinhas e nenhuma te escolheu.

- Porque as varinhas escolhem as pessoas? Eu sabia que devia ter me arrumado mais antes de vir pra cá. Elas não foram com a minha cara – bufei magoada.

- Na verdade... Eu tenho uma.

O Sr. Olivaras saiu para o fundo da loja me enchendo de esperança novamente. Hagrid olhou para mim sorrindo e eu não pude conter a alegria e por mais que esse sentimento não fosse novo, ele era estranho.

Até algumas horas atrás eu assustava com a ideia de um mundo mágico, e encarar algo diferente e novo me fez fugir da possibilidade. Mas agora eu queria o contrário, queria me aproximar e fazer parte, ser uma bruxa. O senhor chegou com uma caixinha, de mais ou menos 31 cm, olhou para a rua, e sussurrou:

- Essa é uma varinha muito especial. Foi feita com outras duas varinhas, são as únicas varinhas do mundo.

- Outras duas varinhas? O senhor quer dizer que é feita da pena de fênix? – Hagrid perguntou.

- Sim. Antes que as varinhas fossem embora da loja, fiz mais uma, para precaução.

Hagrid iria questionar mais alguma coisa, porém o Sr. Olivaras levantou a mão enrugada impedindo-o de continuar.

- Não diga nada Hagrid. Agora, eu realmente espero que essa seja sua varinha, se não...

Fiquei encarando a caixinha por um momento. Abri-a e encontrei a varinha repousada sobre um estofado azul. Era maravilhosa. Com os dois dedos, a peguei cuidadosamente e quando fechei minha mão sobre ela, uma forte luz emanou dela.

Naquele momento eu senti que ela me pertencia e que eu pertencia a ela. De repente, invadida por um sentimento de poder apontei a varinha em direção a prateleira e logo as caixinhas começaram a cair e ir para todos os lados. Então, devolvi a varinha na caixa.

- Oh meu Deus, meu Deus... – Olivaras exclamou.

Nisso ele estalou os dedos e finalmente tudo voltou ao normal. Afastei a caixa de mim e olhei para Hagrid que sorria para mim.

- Aí está sua varinha, eu disse que você era uma bruxa. E fantástica por sinal.

O Sr. Olivaras me entregou receoso a caixa e continuamos nossas compras pelo Beco Diagonal.

Só voltamos para casa quando eu já tinha comprado todo o material necessário. Caldeirões, livros, vestes, pergaminhos, penas, uma vassoura (no qual eu descobri que além de locomoção poderia ser utilizada em um jogo denominado quadribol) e uma coruja. Aliás, ela era fofa. Cinza, com pequenas manchinhas brancas por todo o corpo e nas asas, o bico amarelo e os olhos negros. Por ser fêmea e ter um olhar confortador e sensível dei a ela o nome de Esme.

A volta foi um tanto complicada. Por estar com um malão grande e cheio de utensílios, Hagrid resolveu aparatar. Provocou enjôos, pois parecia que toda a minha pele seria arrancada do corpo com a tamanha força e nós demos milhares de voltas até alcançar o chão firme. Mas bom, pois tirando a minha velocidade de vampira, nunca tinha visto outro modo mais rápido de viajar. Assim que chegamos à frente de casa, Hagrid me entregou o malão e sorriu para mim, entregando-me um bilhete.

- Aqui está sua viagem de ida para Hogwarts. Preste muita atenção, você irá até a Estação de King Cross, em Londres. Entre as plataformas 9 e 10 haverá uma parede, que na verdade é uma barreira mágica que te levará até a plataforma 9 ¾ e é lá que você pegará o Expresso de Hogwarts. Não se preocupe você irá conseguir. – ele terminou ao ver minha expressão confusa.

- Obrigada Hagrid, por tudo.

- Nos vemos lá ok?

- Com certeza – sorri para ele.

Corri para dentro de casa e todos já me esperavam na sala.

- Dêem olá para nova estudante da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts!

Abri um sorriso enorme quando veio todos me abraçar, felizes e amigáveis, como sempre. Quando todos terminaram, percebi que Edward não veio me cumprimentar. Ele evitou me olhar e subiu para o quarto rapidamente.

- O que aconteceu? – perguntei.

- Vai lá falar com ele... E desça para nos contar todas as novidades. – Esme falou animada.

- Ei espera ai! – Emmet gritou.

- O que foi Em?

- Que coruja fofa é essa?

- É a Esme, preciso de um animal de estimação.

- A não, porque você não colocou meu nome nela?

Emmet choramingou. Subi as escadas em direção ao quarto de Edward enquanto todos ficavam paparicando meu novo animal de estimação.

- Ei Ed, posso entrar? – disse batendo na porta.

- Pode.

Sua voz saiu fria do outro lado da porta. Entrei devagar pelo cômodo e o observei por alguns minutos. Estava sentado no fim do quarto, encostado na janela, olhando para as árvores lá fora.

- E aí como você ta? – perguntei aproximando dele.

- Tudo bem.

- Não está tudo bem... Você está diferente, dá pra perceber.

- Já está usando seus poderes de bruxa sobre mim? – comentou sarcástico.

- Não preciso disso. Vivi 16 anos com você Ed e sei muito bem quando você está mal. É meu melhor amigo, meu irmão, o que foi?

- Não fala isso... Só me mata mais.

- Por quê? Perai... você está assim porque vou pra Hogwarts?

- Claro! Eu não posso evitar ficar mal. Como vou fazer quando você me deixar? Não consigo pensar na minha vida sem a tua presença.

- Ei Ed, para com isso. Não vou te deixar, nunca. – sentei ao seu lado e o abracei – Olha aqui pra mim... São só alguns meses ta legal? Eu vou te escrever sempre, você vai me contar seu dia-a-dia e eu o meu.

- Como se isso fosse alterar alguma coisa, você não vai estar aqui.

- Eu não vou estar aqui, de corpo, mas estou aqui – coloquei a mão no lado direito de seu peito.

- Foi uma tentativa frustrada. Ele não bate.

- Seu coração não precisa pulsar pra eu saber que você sente. E sei que me ama – dei um soco em seu braço e sorri.

- Sua peste, quer saber? Vai ser legal ficar livre de você por algum tempo... – ele sorriu – me promete uma coisa?

- Sim Ed, qualquer coisa.

- Não se esqueça de mim. Sei que vai encontrar novos amigos e...

- Nunca, nunca vou encontrar alguém igual a você. Edward Masen Cullen você é insubstituível.

- Sempre soube disso – falou e depois deu seu sorriso torto.

- Insubstituível, convencido, chato, idiota, criança, folgado...

- Ta bom, entendi sua peste.

Nós rimos e ele me abraçou forte, me pegando de surpresa. Retribuí apertando o corpo frio dele contra o meu, o mais forte que eu conseguisse. Logo nos separamos, pois se não começaríamos uma competição infantil de quem era mais forte.

Afastamo-nos um pouco e seus olhos dourados fixaram-se nos meus. Não demorou para que eu sentisse meu rosto corar. Eu tinha que ter logo essa característica humana? Ele deu um sorriso torto e depois bagunçou meu cabelo.

- Espera um pouco. Parece que estou vendo uma lágrima aqui, no canto do teu olho. – ele apontou para meu rosto.

- Aham, até parece Ed.

Ele riu, debochado, passou a mão em volta do meu ombro e descemos para a sala.

A verdade era que eu queria parecer forte para que nós não sofrêssemos muito com aquilo. Era horrível ter que deixar minha família por tanto tempo... Eu os amo tanto. Não vê-los seria uma grande tortura no começo, mas nós nos acostumaríamos e não faltariam notícias transmitidas pela minha linda corujinha Esme. São só alguns meses, apenas alguns meses... Repeti isso o resto do dia.


Coruja Esme: http://i39.tinypic.com/dd4w7.jpg




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Notas finais do capítulo

Eu realmente espero que tenham gostado do começo, se sim que tal um review? Eu vou amar! Obrigada para quem ler.