Our Baby escrita por BooHyun


Capítulo 1
unico




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O cheiro doce invadia o apartamento fazendo-me despertar. Olhei de relance o relógio ao lado da cabeceira da cama, 02:50. Em passos arrastados e sonolentos, segui o cheiro.  Escorei no portal da cozinha, deixando um sorriso bobo brotar em meus lábios quando vi ele, lindo, tão concentrado que nem percebera minha presença. Caminhei pé ante pé fazendo o mínimo barulho possível, envolvendo-o por trás com os braços.

- São quase três da manhã Chullie... – Sussurrei no seu ouvido, minha voz saiu rouca pelo sono. – Isso são horas de você está em pé cozinhando? Ainda mais...

- Shhh... – Ele levou uma colherada do doce até meus lábios, mas eu recusei fazendo careta. – É buriga... biriga... É doce de chocolate yeobo... Prova.  – Mais uma vez empurro a colher, dessa vez fiz gosto a ele mordiscando a ponta da colher. – Bom né? Eu tava olhando na internet e... Ah, senti vontade de comer. – Desligou o fogão pousando as mãos sobre as minhas.  – Aliás, eu não né... – Sorriu terno quando sentiu minhas mãos em cima do seu ventre, fazendo um carinho delicado ali. – Ainda não consegui me acostumar... É estranho né?

- Estranho vai ser daqui a uns seis meses quando você estiver com uns trinta quilos a mais. – Brinquei apoiando o queixo em seu ombro. Ele estapeou meus braços, mas rindo. – Yah, é brincadeira amor. – Selei sua bochecha apertando-o mais em meus braços. – Temos ainda alguns meses pela frente até se acostumar que será... Umma? – Soltei uma risada com a cômica constatação.

- Não é porque sou eu que estou grávido que tenho que ser a umma Choi Siwon. – Ele se virou me fitando com falso ar irritado. – Eu quero ser o appa também. – Cruzou os braços deixando um bico se formar nos lábios. Juro como eu quis rir daquela cena, mas apenas o abracei, apoiando a cabeça dele em meu peito.

- Ok, você vai ser o Appa também. – Deslizei suavemente meus dedos pelas costas dele. – Eu serei o appa forte e você será o appa bonito, ‘tá bom assim? – Ele riu abafado contra o meu peito, levantando a cabeça pra me encarar com os pequenos olhos brilhando. Silabou um “ne” selando nossos lábios. – Vem Chul, você precisa descansar. – Ele soltou um muxoxo manhoso apontando com a cabeça pro tal doce que ele tinha feito. – Amanhã você come, agora vamos...  Eu te levo nas costas, que tal?

- Não. – Ele desfez o abraço cruzando os braços emburrado. – Eu quero meu doce. E quero você me leve nas costas. – Seus pequenos olhos brilharam pidões, era impossível negar um pedido a uma pessoa dessas. Suspirei pesado e ele comemorou, sabia que tinha me vencido. Vi ele correr até o armário pegando um pote e duas colheres, e logo voltando pra panela. Quando acabou, voltou-se pra mim fazendo sinal pra que eu me virasse e assim eu fiz, obediente.  Ele subiu nas minhas costas passando um braço pelo meu pescoço, e mesmo sem ver seu rosto podia jurar que ele estava com as bochechas no céu de tanto sorrir. – Up, up Si! – Ele exclamou colando os lábios na minha nuca. Segurei suas coxas, que estava envoltas na minha cintura rumando ao quarto, pra alegria dele, quase a galope.

xxx

Já eram quase quatro horas quando ele finalmente terminou de comer aquietando-se nos meus braços. Sua respiração calma indicava que seu sono já estava chegando, e o meu também. Eu não parava de passar a mão pela sua barriga, rindo em silêncio da minha felicidade. Ele se remexeu um pouco, acomodando-se melhor no meu peito, que usava como travesseiro.

- Si... – Ele ronronou baixo. Murmurei algo como “hm” não esperando que ele continuasse, mas ele fez. – Promete que quando eu estiver com “trinta quilos a mais” você ainda vai me amar? – Meu autocontrole mais uma vez não me deixou na mão, me segurando pra não rir.

- Prometo. – Respondi beijando o topo da sua cabeça. Esticando-me um pouco pude perceber que ele já tinha pegado no sono. – Prometo te amar... – Continuei baixando a voz até quase um sussurro. – E ser o melhor pai do mundo.

Five months later...

A distância do térreo ao sexto andar nunca pareceu tão longa quanto hoje. Quando as portas do elevador se abriram eu praticamente voei pra fora, cruzando os corredores do hospital numa velocidade desconhecida até por mim. Me anunciei á recepcionista do andar, que logo meu deu a coordenadas. Segui-as de forma precisa chegando ao meu destino em menos de quinze segundos.

Entrei afoito no quarto, varrendo meu olhar por todos os presentes ali até pairar sobre quem eu procurava. Meus lábios se curvaram em um sorriso mínimo, ele parecia bem apesar das expressões de dor.  Aproximei-me cauteloso, esperando que as enfermeiras terminassem o seu trabalho.  Logo depois, a última enfermeira saiu, nos deixando a sós.

- Si... Você vai ficar lá comigo né?– Ele murmurou baixo e eu assenti silenciosamente. – Eu tô com medo... – Sua voz falhou em meio a uma contração, apertei sua mão passando confiança. Ele suspirou aliviado voltando sua atenção pra mim. – É muito cedo ainda e...

- Vai dar tudo certo meu amor. – Depositei um beijo na mão dele. – Não se preocupe. – Ficamos assim, apenas um segurando a mão do outro e trocando olhares calados. Afaguei com a mão livre sua barriga, fazendo sorrir, e eu o imitei. Seu médico entrou no quarto acompanhando de uma enfermeira.

- Boa noite senhor Kim. – Olhou pra Heechul sorrindo. – Não esperávamos que você viesse tão cedo. – Ele abaixou o olhar sério verificando a ficha em suas mãos. – A cesariana não vai levar mais que uma ou duas horas... – Pude sentir pelas mãos que ele tinha ficado tenso ao ouvir aquilo. Fiz um carinho discreto com o polegar, confortando-o.  – Mas não se preocupe, os exames que você fez agora pouco mostraram que está tudo bem, você e o senhor Choi podem ficar tranqüilos.  – Após terminar de falar, a enfermeira anunciou que já estava tudo pronto e assim seguimos pra sala de parto.

xxx

Uma hora e meia e nada. Agora ele estava mais aliviado, o remédio que lhe aplicaram mais cedo amenizaram as contrações. Eu me matinha firme ao seu lado, não larguei sua mão por sequer um segundo. Seus olhos me procuravam brilhando num misto de alegria e medo.

 O médico se virou anunciando as palavras que eu mais queria ouvir naquele momento: Está nascendo. Heechul sorriu largo pra mim, e eu já quase não conseguia conter minhas lagrimas. Pouco depois, o choro infantil invadiu a sala de parto de fazendo paralisar.

É uma menina! O medico confirmou o que eu já sabia, mas não pude deixar de sorrir com isso. Uma enfermeira se aproximou trazendo a recém nascida pros braços do Chul. Ele sorria distribuindo beijinhos pelo rosto dela.

- Ah... Nossa YeBum é tão linda Si... Olha. – Ele me mostrava a pequena orgulhoso. Eu não conseguia formula frases com algum nexo, apenas sorria concordando. Retirei a mascara podendo o beijar livremente.  Uma enfermeira veio buscá-la, dizendo que precisava levá-la à UTI neonatal, deixando meu amor inconformado.

- Ela se parece tanto com você. – Comentei afastando uma mecha da sua franja que não estava presa pela touca. – Mas tem minha sobrancelha. – Ele riu bobo, suspirando exausto. Beije-lhe a testa deixando-o descansar.

xxx

Choi Yebum nem parecia um bebê prematuro de tão rápida que estava sendo a sua evolução, em uma semana ela já quase ganhou o peso ideal e não precisava ficar o tempo inteiro dentro da incubadora, pra alegria do meu Heechul. Este não poupava os mimos com a nossa menina, e eu não deixava por menos. O quarto do hospital já estava lotado de ursinhos e todo tipo de coisa rosa que eu encontrava à venda. Heechul apesar de sempre ser amigável e simpático com todos, não deixava ninguém - além de mim e ele próprio – encostar em nossa Yebum. Certa vez comentei que ele parecia uma leoa protegendo um filhote, recebi um rosnado e bico emburrado como resposta, mas no fundo eu sabia que ele tinha gostado do titulo.

- Jagiya... - Chamei baixinho pra não atrapalhá-lo enquanto ninava nossa pequena. Abracei sua cintura, ficando ao seu lado. – Obrigado. – Ele sorriu confuso. – Pela Yebum, Chul... Ela foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, depois de você. – Seus olhos brilharam pelas lagrimas, que logo escaparam tímidas, mas ofuscadas pelo seu sorriso. Ele me abraçou afundando o rosto no meu peito.  – Saranghae Chul.


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