Be Your Boy escrita por Yusagi


Capítulo 4
Cama de Gato


Notas iniciais do capítulo

Minhas amadas leitoraaas~ Lhes trago mais um capítulo de Be Your Boy, esse aqui especialmente especial! *u*
Para quem está acompanhando, desculpe se receberam diversas mensagens, é que estou corrigindo os títulos dos capítulos anteriores, desculpem a inconveniência!
Bom, não quero atrasar a tão sagrada leitura de vocês!
Divirtam-se! ♥



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Shizuo não conseguia dormir. Depois de tudo o que houve com Izaya ele ficava um pouco apreensivo com o que aconteceria depois que o moreno “voltasse ao normal”. Quer dizer, ele realmente voltaria a ser aquele desgraçado manipulador ou continuaria a ser doce e prestativo da forma que vinha agindo nos últimos dois dias?

Uma parte de Shizuo queria que Izaya voltasse, sim, a ser perturbado como antes, mas cada vez mais ele apreciava a companhia do jovem... ele realmente não podia imaginar que o Orihara possuía um lado assim e que pudesse interagir normalmente com uma pessoa sem tentar lhe fazer mal.

O loiro havia até tomado o café da manhã que Izaya havia preparado sem nem pensar que poderia estar envenenado – e pra variar, ele pensava que nada disso fazia parte de algum plano maligno pra destruir a Terra, como era típico do, agora pequeno, lorde do caos.

Depois de tudo que estavam passando juntos, Shizuo temia não poder mais lutar com ele como antes, ainda que perdesse a paciência. Não conseguiria machucá-lo mais, talvez nem em pensamento.

Olhava o teto da sala sem expressão facial, até que ouviu um grito vindo de seu quarto. Temendo o pior, Shizuo levantou-se bruscamente e saiu correndo até o cômodo, vendo Izaya sentado na cama assim que abriu a porta.

Pelo que podia enxergar com apenas a luz da lua iluminando o quarto, viu que o moreno estava ofegante e parecia muito assustado. Shizuo fechou a porta atrás de si e andou até a cama, sentando-se em frente ao menor.

Antes que pudesse abrir a boca para perguntar o que havia acontecido, Izaya pulou em seus braços, ignorando a dor de suas feridas sob a bandagem, e parecia estar à beira do choro. – Shizu-chan, foi terrível! - , disse-lhe com a voz quebradiça.

Enquanto Izaya lhe contava o pesadelo que ele havia tido, Shizuo o abraçava forte, tentando amenizar o medo que ele sentia – estava tremendo bastante. - ...e aí o jacaré gigante matou Ruruka e Chocora, e ele ia te matar mas...

Quando o moreno não terminou a frase, Shizuo ergueu uma das sobrancelhas. – Mas? – Izaya afundou o rosto no peito do loiro; parecia estar tentando se esconder. - ...mas eu não queria que ele te matasse, aí eu entrei na frente e ele me esmagou. E aí eu acordei.

O Heiwajima estava sem reação. Esperava algo do tipo, “mas aí eu te matei primeiro”; era um tanto difícil acreditar que Izaya tentaria lhe proteger – que daria sua vida por ele. – Bom, foi só um pesadelo. Tá todo mundo bem. - , disse-lhe o loiro, numa tentativa de acalmá-lo.

Sentiu que Izaya acenou positivamente com a cabeça, mas não soltava. – Shizu-chan, dorme aqui hoje? - , perguntou numa voz baixa e quase receosa. – Claro. - , foi a resposta curta de Shizuo.

Ainda segurando o menino-gato em seus braços, Shizuo entrou debaixo dos cobertores e deitou sua cabeça no travesseiro; Izaya sem fazer um piu em seus braços.

Aquilo estava sendo estranhamente confortável – dormir abraçado com Izaya, isto é. Shizuo podia sentir cada respiração do menor; cada batimento em seu peito. Era possível que ele nunca havia tido tanto contato com alguém, antes.

Ele rapidamente estava adormecendo. Quando estava já semi-consciente, ouviu Izaya falando. – Shizu-chan... eu quero ficar assim pra sempre... – Porém, o loiro não lhe respondeu; talvez nem tivesse lhe entendido, pegou no sono quase que instantaneamente.

Izaya certamente o acompanharia logo.

-

Na manhã seguinte, Shizuo estava excepcionalmente bem-humorado – não dormia tão bem assim em dias... mais precisamente, depois que Izaya passou a morar com ele. Abriu seus olhos e viu a luz do sol atravessando sua janela graciosamente, e quase sorriu.

Sentou-se na cama e bocejou, permanecendo daquela forma por algum tempo para terminar de acordar. Enquanto isso, Izaya se esticava todo, bocejando baixinho também tentando acordar totalmente.

Apesar de o fato de ter que trabalhar aquele dia incomodar um pouco, não foi suficiente para tirar o bom-humor de Shizuo. Levantou-se e foi até a cozinha para prepara algumas torradas e dar leite para os gatos.

O café da manhã foi silencioso, porém confortável. Assim que terminaram de comer, Shizuo levantou-se e ia se dirigindo até o banheiro, enquanto falava com Izaya. – Izaya, hora de tomar banho.

O moreno inflou um pouco as bochechas; seus ferimentos iria arder bastante por causa da água quente, mas era necessário. Desceu da cadeira em que estava e seguiu Shizuo até o banheiro, tirando suas roupas e esperando que o loiro lhe ajudasse a desenfaixá-lo.

Quando Izaya estava finalmente sem nada que não podia se molhar, Shizuo colocou-o na banheira e ligou o chuveiro enquanto tirava suas próprias roupas. Achava melhor cada um tomar seu banho separadamente, mas não queria se atrasar para o trabalho, então entrou na banheira junto com Izaya se certificando de que havia tampado o ralo.

Foi um tanto complicado e doloroso para o menor – como ele havia pensado, seus machucados ardiam bastante, mas ele conseguia agüentar.

O Heiwajima também era bastante cuidadoso; não esfregava demais um único lugar para não ferir o pequeno ainda mais. Lavou também o cabelo de Izaya, tomando precauções para que não entrasse água em seu ouvido.

Após alguns minutos de banho, Shizuo percebeu que o menor estava estranhamente quieto. Não que o loiro esperasse ter uma conversa produtiva logo cedo, mas eles realmente não haviam trocado sequer uma palavra.

Enquanto tentava pensar em algum assunto, não viu que Izaya se preparava para falar. – Você vai trabalhar hoje? - , perguntou. Olhava para baixo; na verdade olhava para tudo o que não era Shizuo. – Vou, sim.

- Eu posso ir junto?

- Hm?

- Não quero ficar sozinho. – Izaya estava com raiva de si mesmo por ter que dizer algo tão patético, mas era a verdade.

Na verdade, apenas meia verdade.

Depois de seu pesadelo horrível com o jacaré gigante, ele temia que algo acontecesse com Shizuo – afinal, como Izaya havia morrido e acordado, não sabia o que havia acontecido com o loiro.

Não que fosse aparecer um jacaré gigante para destruir a cidade, mas o Orihara precisava ser precavido.

Não que ele estivesse querendo proteger Shizuo... pff. Nem pensar. Ele só estava fazendo isso pelos gatos, somente pelos gatos, apesar de que ele realmente tinha medo de que acontecesse algo com o loiro.

Shizuo, por outro lado, estava um tanto surpreso com a carência do pequeno. – Tudo bem. Mas você tem que se comportar.

Izaya inflou as bochechas. – Shizu-chan, você falou igual à minha mãe.

- Hmmmm. E você tem que lavar atrás das orelhas, e o tórax também... – Dito isso, o Heiwajima começou a fazer cócegas no Orihara, que gargalhava desesperadamente enquanto tentava fazer Shizuo parar.

Inconscientemente, o loiro começou a rir também, e o som dos risos dos dois tomava o local – nenhum dos dois se lembrava de ter se divertido tanto em muito tempo.

Quando finalmente terminaram o banho, Shizuo secou Izaya com cuidado e colocou novas bandagens nele, e então o ajudou a se vestir. Por fim, checaram se os gatinhos estavam bem e saíram de casa.

Quando encontraram Tom no centro da cidade, o moreno não conseguiu tirar os olhos dos dois. Apesar de não estarem nem conversando quando chegaram, o jovem de terno podia perceber que estavam se dando muito bem, o que era realmente assustador considerando quem eles eram e o histórico dos dois.

Tom preferiu não perguntar.

-

Já estavam batendo na porta daquele mesmo homem pela centésima vez naquele dia. Ele obviamente estava escondido dentro da casa, mas fingia não estar.

Perdendo a paciência, Shizuo deu um chute na porta que fez com que ela fosse parar na parede à frente, e Tom suspirou – parecia que haveria mais feridos naquele dia. O loiro entrou na casa e logo saiu dela carregando um homem, que devia estar em seus quarenta anos, pela gola da camisa.

O homem estava desesperado. – Eu não tenho dinheiro! Não tenho! Mas eu juro que consigo até amanhã, pelo amor de Deus, não me mate!

- Se não pode pagar suas dívidas, não as faça em primeiro lugar. -, disse Tom com mais um suspiro, e Izaya apenas observava a cena. – Me solta! Me larga! Seu monstro!

O Orihara, que estava apenas como espectador, franziu as sobrancelhas e andou até o homem, que estava um pouco acima do chão, e chutou-lhe a canela. – Shizu-chan não é um monstro! Passa logo o dinheiro senão Shizu-chan vai comer o seu rabo!

Naquele momento, todos ficaram em silêncio; inclusive o homem, que havia parado de se mexer numa pose um tanto esquisita.

Percebendo a conotação estranha de sua frase, Izaya corou um pouco e corrigiu a si mesmo. – N- não literalmente, é claro. - , disse de braços cruzados.

O silêncio continuou pesado por mais dois ou três segundos, até que o homem começou a se debater mais ainda. – Um menino-demônio! Me salva senhor Jesus Cristo, Virgem Maria, Buda, Obama, ALGUÉM!!

Shizuo sentiu sua sobrancelha palpitar. Não precisou de muito impulso para arremessar o homem por cima da casa enquanto gritava, “ME CANSEI DE VOCÊ!”.

Tom se perguntava quantos suspiros mais ele teria em estoque.

-

Apesar dos pesares, o dia havia sido produtivo, e Shizuo carregava Izaya nos ombros enquanto voltavam para casa. No caminho, passaram por uma petshop para comprar ração e coisas mais para os dois gatinhos que os esperavam.

Ao entrarem na loja, uma senhora de aproximadamente sessenta anos foi até eles perguntar se precisavam se alguma ajuda, mas eles recusaram.

Enquanto andavam pela loja segurando uma cestinha de compras, Izaya fazia a festa. Pegou várias pelúcias de ratinhos, esquilos, girafas e ia colocando-as na cesta, sem contar os inúmeros outros brinquedos que faziam diferentes sons quando apertados.

Shizuo sorriu um pouco quando viu o quanto o Orihara estava animado com tudo isso. Pegou um pacote de ração da mais cara que havia, especial para filhotes; erva-de-gato, comedouros e bebedouros um para cada um.

Apesar de as compras terem ficado bastante caras, Izaya afirmou com certeza que pagaria Shizuo quando tivesse a chance, apesar da insistência do loiro de que não era necessário.

Enquanto seguiam de volta para casa, já se aproximando dela, Izaya bocejou baixinho. – Aquele Tom-san é um cara bem legal, né? - , perguntou. Shizuo levantou uma das sobrancelhas com a pergunta repentina, mas deu de ombros. – É sim.

- Ehh... se eu fosse um cara de bem, eu iria querer ser como ele.

- Hm...

- Ah, o cabelo dele é bem legal também! Como será que eu ficaria de cabelo comprido?

- Quem sabe...

- Ahhh e as roupas dele também são muito estilosas! Acho que vou comprar um terno pra mim. – Izaya estava todo feliz enquanto elogiava o homem, mas deu dois passos para o lado quando viu a expressão de Shizuo – ele parecia furioso e prestes a arrebentar um pedaço do chão na cabeça de Izaya a qualquer momento. – S- Shizu-chan! Que cara mais medonha é essa?

- Tom-san isso, Tom-san aquilo, o Tom-san é tão legal, eu adoro Tom-san! Tom-san comprou um sorvete pra mim, Tom-san, Tom-san, Tom-san... tch.

Izaya corou um pouco e abriu um sorriso enorme, bastante maroto. – Hmm, acho que já entendi... Shizu-chan está com ciúmes! Não sabia que você era assim, Shizu-chan...

Shizuo estava tão vermelho quando uma cereja tentando autocombustão. – Eu não estou com ciúmes! De onde você tirou isso?!

- De lugar nenhum... é só o que pareceu, já que você ficou tão irritado porque eu falei dele... se quiser eu posso falar de você também, Shizu-chan. - , disse o pequeno Izaya, de braços cruzados.

Shizuo olhou para o lado; um pequeno bico em seus lábios. – Hm... - , foi sua resposta. Izaya deu risada. – Oh, Shizu-chan! Não fique assim; se ficar emburrado desse jeito eu posso querer ir morar com Tom-san.

Izaya deu mais alguns passos quando percebeu que Shizuo havia parado. Olhou para trás, pronto para fazer mais uma piada, quando viu a expressão séria do loiro enquanto ele encarava o chão, segurando forte as sacolas em suas mãos.

- Ah! Shizu-chan, foi só uma brincadeira! Só uma brincadeira! – Porém, Shizuo não lhe respondeu. Ainda um pouco cabisbaixo, voltou a andar, e Izaya abaixou as orelhinhas; talvez tivesse exagerado um pouco.

Quando finalmente chegaram em casa, Shizuo colocou as sacolas em cima da mesa da cozinha e virou-se para ir até o sofá, para quem sabe descansar um pouco. O Orihara subiu no sofá rapidamente, apesar de quase desabar no chão, e subiu no colo de Shizuo, chacoalhando o loiro pela camisa.

- Shizu-chan, olha pra mim! Eu falei que foi só uma brincadeira! – Mas Shizuo se recusava a olhar para ele. Não importava o que Izaya fizesse, o loiro não olhava, e o Orihara já estava ficando impaciente e frustrado.

Agora era uma questão de honra – Shizuo teria que olhar pra ele de qualquer jeito.

Segurou com força a camisa do loiro e o puxou para si, juntando seus lábios com os dele; seus olhos fechados fortemente.

Foi nesse exato momento que a porta do quarto de Shizuo se abriu, revelando a silhueta de Kasuka, que segurava Ruruka e Chocora no colo. – Irmão?

Apesar da expressão estóica do jovem, Shizuo e Izaya gritaram tão alto que podiam ser ouvidos do outro lado da cidade.


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Notas finais do capítulo

Santo Deus, Kasuka HAIOOHAIAHOIHOAI Falo nada viu! u.u
Dessa vez, pra variar, não vou fazer aquelas perguntas "chavões"... "o que vai acontecer agora?" "o que ShiZaya vão fazer?" Imagino que seja cansativo! xD
Mas continuo esperando que tenham gostado, e que continuem acompanhando a fic! ♥
Ahh, o que seria de mim sem vocês? ♥
Até o próximo capítulo de Be Your Boy~