Circulo De Paixões. escrita por Lorys Black


Capítulo 5
Capítulo 4 - Atração


Notas iniciais do capítulo

Capitulo editado em dezembro de 2021.

Música do capitulo.

Jaymes Young - Infinity



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Estranhas Sensações.  

Essas, são as únicas palavras para definir o que ando sentindo, nos últimos dias. 

Jacob, não voltou à reserva, como me avisou, e eu não o deixei, como prometi, e por este motivo estamos sozinhos, no que chamamos de fuga anunciada.

Bem… Jacob, chama assim.

Nossa proximidade e intimidade cresceram assustadoramente nesta última semana. Dificultando o meu disfarce. E o pior meus pensamentos, e por este motivo temos ficado mais na forma humana. 

Somente desta maneira consigo me acalmar e esconder tudo dele, e de todos. Ele continua se recusando a voltar para nossa rotina. E confesso, ando me sentindo melhor por estar longe da reserva.

No início, não gostei, pois sai depressa,  e não trouxe dinheiro algum.  Entretanto Jacob, pensou de forma mais sensata que eu, e trouxe dinheiro em sua bermuda. Isso nos permitiu comprar uma muda de roupas e nos alimentar, pois, ambos sabemos como odeio comida crua.

Fazemos pequenos trabalhos, por alguns lugares onde passamos, para ganhar dinheiro e não precisar caçar.

Isso ajuda na minha distração, pois, se ficar na forma Lupina, é perigoso deixar algum pensamento escapar. Acontece, que ficar na forma humana, é péssimo para o meu auto controle, já que Jacob, passa grande parte do tempo sem camisa.

Meus hormônios, andam tão desalinhados, que estão me fazendo ter a sensação que Jake, anda me observando de uma forma totalmente diferente ultimamente. Não parece aquele olhar de normalidade e quase fraternal que ele tinha. Às vezes sinto meu corpo queimar, antes de me virar e surpreendê-lo me observando, é uma sensação maravilhosa

Enfim, loucuras da minha mente insana, achar que ele vai me olhar assim em algum momento. Mas, como desejo esse olhar, fantasio. E por isso preciso permanecer na forma humana. Por culpa dessas porcarias de fantasias na minha mente, onde nunca somos amigos, ele jamais está vestido.

Essa noite, andamos por trilhas e contamos algumas histórias que vivemos na reserva, e mesmo sem Jacob perceber, mencionou Bella, em várias delas. 

Os dois viveram momentos intensos, e tenho certeza, que ele confiou exatamente nessa história, e na intensidade dela para tentar convencer a jovem, que ele seria o certo para ela, e como viver e ser feliz ao lado dele era possível.

Paramos para descansar e nossa conversa não sai da minha mente.

Sentada nesta pedra no meio do nada, sabe-se lá aonde, fico pensando em algo, que me aterroriza.

Como Jacob irá reagir quando Ela se transformar, sem vê-la uma última vez como humana? Sem dizer o quanto ela é importante para ele. Como vai seguir adiante sem se despedir?

Jacob não percebe como, fica bem longe da sonsa e de tudo que ela representa para Ele. Ou percebe e não admite.

Ele é sorridente, tem um ar leve que nos deixa bem sempre que estamos ao seu lado. Tem um sorriso que ilumina tudo ao seu redor.

Como uma garota consegue trocar alguém assim, por um defunto?

A Swan, significa uma única coisa. Perda. Algo impossível como Billy, disse. E infelizmente Jacob, ama lutar por causas perdidas.

Sei disso, pois, sou igual, e justamente por esse motivo e mesmo agradecendo por estar ao lado dele em um momento como este, onde ele está se reerguendo, acredito que ele deveria se despedir.

— Arrependida? – a voz dele me sobressaltou. Droga distraída novamente tenho que me concentrar.

— E do que exatamente eu estaria arrependida? Ah já sei, de ser super querida nas rondas, muito bem vinda nas fogueiras, e ser a Loba preferida de Sam. Vamos voltar agora Jacob, eu preciso retomar minha vida. – a gargalhada dele fez um sorriso bobo surgir em meus lábios.

A apaixonada mais estúpida? Sim, sou eu.

— Leah você faz o meu dia sempre mais feliz. – ele sentou ao meu lado a uma distância segura. – Agora vamos admitir que você, não facilitou a vida de ninguém nos últimos meses.

A distância não era tão segura assim. O vento estava contra Ele. O aroma amadeirado da sua pele preenchia o ar. Respirei fundo e me levantei.

   – Mesmo que eu tentasse não conseguiria Black, e eu não quis tentar, prefiro a raiva às vezes. Pois, se visse pena nos olhos das pessoas, quem morreria de raiva seria Eu. – outro sorriso arrebatador.

   – Claro, claro. E você nunca pensou em partir Leah? – sua voz falhou por um momento, e ele baixou a cabeça,  desviando o olhar do meu.

Respirei fundo, sem entender ao certo, como resolvi permanecer.

— Pensei muito.  Passei tantas noites em claro, você não faz ideia. – fui sincera. – Mas eu gostando ou não, sou uma Loba, e isso é imutável. Já estava me sentindo perdida demais, para não me encaixar em outros lugares, pois, de certa forma me encaixo melhor na matilha do que fora dela. – estranhamente só para Jacob eu consigo falar sobre essas coisas.

— Você me entende como ninguém Leah. – meu coração disparou sem permissão com a confissão dele. – Só não sei ainda, se a matilha será o melhor lugar para estar, sem fazer a menor noção em qual estado, ficarão meus pensamentos após… Após ela partir. – a voz dele falhou, e seu tom era derrotado. 

Jacob parecia menor, quando falava sobre ela. Sua dor era quase palpável.

Ficamos um momento em silêncio, escutando as águas de uma cachoeira ao longe. 

A verdade é que também não sei o que vai acontecer quando a Swan imbecil, se transformar. Não tenho uma palavra que o conforte aqui. Ou dê paz ao seu espírito. Neste momento só posso oferecer momentos de distração e tranquilidade.

Observei o garoto enquanto ele estava calado, o olhar perdido, provavelmente tentando imaginar sua reação ao olhar a Swan, e não ouvir seu coração batendo.

Levantei da pedra decidida, resolvi que neste momento, não vamos lidar com o que não podemos mudar. E não vamos sofrer por coisas que ainda não se concretizaram.

— Venha Black – estendi minha mão. – Levante-se, vou te dar uma vantagem na corrida até a cachoeira.

Eu o faria se distrair, e esquecer essa idéia estúpida de sofrer antecipadamente pela Swan.

   – As damas primeiro. – ele desafiou.

Gargalhei com seu tom desafiador.

   – Então vá, pois a única dama aqui é você Jacob. – ele sorriu e disparou mata adentro. Olhei as unhas, respirei fundo, e corri.

Alcancei Jacob, com facilidade, passando por ele com um sorriso malicioso no rosto.

Sorriso de vitória, e uma pitada de arrogância, que só os vencedores têm quando estão prestes a vencer. Mesmo na forma humana sou mais veloz que Jake.

Cheguei ao topo da pedra, a vista era maravilhosa, me virei para me apreciar o rosto, maravilhosamente perdedor dele.

Para minha surpresa, ele não estava atrás de mim. Na floresta não havia nada além de árvores.

   – Jacob? – meus olhos varreram a mata,  e os ouvidos estavam tentando capturar o coração dele, ou qualquer tipo de ruído, porém, os únicos sons na mata eram de grilos e animais campestres.

  – Droga Jacob. – me coloquei em posição de ataque. Corri para a frente e o cheiro dele estava por toda a parte. Saltei no ar e quando pousei, já estava em quatro patas.

  – Jacob pare já de brincar. – a mente conectada à minha não era a dele, e sim de Seth. Mas ele parecia estar sonolento, pois não conseguia ver com clareza, o que ele estava fazendo, ou onde estava.

— Leah o que houve? – Seth perguntava preocupado.

A pergunta saia, mais como um sussurro. Meus instintos estavam voltados a encontrar Jacob. Seth viu as imagens que povoavam minha mente. – Calma Leah, concentre-se. – agora o via com clareza.

— Foi um segundo, Seth, tenho certeza que não havia sanguessugas aqui. – comecei a escutar o martelar incessante do coração dele. Corri em sua direção.

Jacob saia da água tranqüilo e divertido.

— Nossa você se transformou para me vencer? Você já foi melhor Clearwater. Fiquei embaixo da água e quase morri afogado com a espera. – ele sorria e sacudia os cabelos encharcados. Jacob, estava dentro da água. Como eu sou idiota.

Sem pensar em nada, voltei à minha forma humana. Queria estrangular esse garoto estúpido.

— Você quer me matar não é, Jacob? Eu desesperada e você brincando de esconde, esconde. Muito engraçado Black, estúpido. – caminhei furiosa em sua direção. – Eu achando que você estava morto. Ou que sei lá, algo aconteceu, fiquei parecendo uma imbecil.

Jacob deu dois passos para trás. Hipnotizado com algo.

Ignorei. Empurrei com força, e ele se afastou mais.

 – Peça desculpas agora!!! – rosnei.

Jacob se afastou ainda mais, tentando desviar o olhar.

A raiva parecia me queimar. 

  – Peça desculpas agora Black estúpido, ou te obrigo, – ameacei.

Ele tentou ganhar uma distância maior, dando passos desajeitados para trás. Dei um passo em sua direção e antes de conseguir dar o outro, ele quase gritou.

  – Leah não! – ele balançava a cabeça negativamente. – Eu não consigo me controlar se você der um único passo a frente. Me desculpe, me desculpe!!!

Jake parecia completamente envergonhado.

Parei bruscamente e olhei para baixo.

 – Santo pai! – eu estava totalmente nua. – Mas que inferno. – instantaneamente a vergonha dominou cada centímetro do meu corpo. Corri e me escondi atrás da árvore.

Jacob se virou. Ficando de costas para mim.

  – Agora você vira Black? Muito obrigada. – apoiei a cabeça na árvore, sem saber se algum sairia dali, então por um instante um som preencheu meus ouvidos novamente. Senti minhas pernas bambearem por alguns instantes e meu coração batia descompassado, frenético. 

“Eu não consigo me controlar se você der um único passo a frente.”

Mas que diabos significavam essas palavras? Jacob já me viu explodir em minhas roupas antes e sempre pensava em árvores, quando eu voltava à minha forma humana.

    – Leah, me desculpe, de verdade, vou buscar uma camiseta. – sua voz trêmula, denunciava um nervosismo novo para mim…E desde quando ele fica nervoso na minha presença? Por algo que infelizmente já cansou de acontecer.

Okay, eu estava nua. E parada na frente dele, discutindo e batendo em seu peito, e isso não era algo normal. Porém, mesmo tentando esconder e sendo cautelosa, alguns dos garotos, inclusive Jacob, me viram assim algumas vezes.

  – Aqui! – ele esticou as mãos com os olhos fechados. Meu coração disparava mais e mais, a cada passo em sua direção.

Sua respiração era irregular. E ele cobria os olhos com as mãos. 

Parei por alguns instantes diante dele. Seus lábios à mostra, assim de perto, me deram um vislumbre de como se encaixam perfeitamente aos meus. A vontade de beijá-lo era tão grande e tão esmagadora, que tropecei.

Antes de atingir o chão senti os braços firmes e fortes dele me segurando.

Seus olhos negros fixos nos meus, reluziam um brilho totalmente diferente. Novo. 

— Cuidado. – ele sussurrou, sem desviar o olhar. Senti sua mão apertar levemente a minha cintura.

Jacob levantou meu corpo lentamente, eu queria sair dali num salto. Podia fazer isso. Porém, só consegui ficar hipnotizada com os olhos dele. E a forma como eles brilhavam neste momento. Suas mãos segurando meus braços, queimando meu corpo todo.

Céus como eu o quero.

— Obrigada. – me desvencilhei das suas mãos, com todo esforço que reuni e vesti a blusa e o short com agilidade. – Vamos!

Sacudi a cabeça, tentando de alguma forma, lutar contra o que estava acontecendo aqui.

— E o mergulho? – ele dizia irônico.

— Não vejo graça seu idiota, não gostei nada da brincadeira. Fiquei preocupada. – soltei as palavras. 

  – Eu percebi. – seu tom de voz era malicioso, bufei irritada, e apressei meus passos deixando-o para trás. – Ei, calma. Desculpe Leah. 

Jacob segurou meu braço fazendo meu corpo todo formigar.

Droga. Porque ele tem que ficar me tocando a todo momento? Estava indo bem sem isso. Sem essa aproximação.

Não sentir o toque da pele dele na minha, cria uma fantasia de que Jacob não é real, e sendo assim, não estou totalmente apaixonada por ele. 

O toque dele dificulta todo meu disfarce. Puxei meu braço bruscamente.

— Está desculpado, agora vamos. – tentei correr, pois, a vontade de falar estava me sufocando. 

Jogar na cara deste cego, o que é amor de verdade.

— Espera. – ele fincou os pés no chão. – Eu te vi nua, e não consegui desviar meus olhos. Por alguns instantes não quis fazer isso. – parei de respirar. – Não sei exatamente o que isso significa, mas não quero mal entendidos entre nós. Palavras ditas pela metade, ou qualquer incômodo da sua parte, achando que não pode ficar a vontade ao meu lado. – ele se aproximou, e senti sua respiração na minha nuca. – Aconteceu, não sei explicar minha reação, não tenho como desfazer. – ele parou tão perto, que sua voz, causou um arrepio no meu corpo todo. – Mas, não farei novamente. – sua voz saiu fraca, como um sussurro.

Minha respiração estava totalmente irregular.

— Nossa Jacob como você é estúpido. – com as duas mãos o empurrei. – E cego, surdo e terrivelmente burro. Você ficou tanto tempo ao lado daquela sonsa da Bella e acabou ficando como ela. Um verdadeiro tapado.

— Cuidado com as palavras Leah. – ele advertiu.

Dane-se.

— Eu não sou a Swan, que tem cuidado com as palavras, e despedaça seu coração gentilmente com os pés. – estava sem forças para continuar mentindo, ou lutando contra essa necessidade avassaladora de beijá-lo. – Droga, olhe para mim Jacob, por um segundo, tente me enxergar, se não conseguir, me escute. O que meus lábios estão escondendo, meu coração faz questão de gritar desesperadamente, tão alto, que até um surdo ouviria. – não conseguia mais conter as palavras.

O coração dele disparou. E a respiração ficou irregular.

Ele olhou na direção do meu coração, e fechou os olhos. 

O vislumbre de um sorriso de quem escuta uma ótima melodia, se formou ali. Jake abriu os olhos, e me encarou.

A frase se formando em seus lábios, poderia me fazer a mulher mais feliz, ou a idiota mais triste do mundo, contudo, antes dele conseguir dizer algo fomos interrompidos.

Gritos de agonia rasgaram o céu estrelado e límpido, daquele lugar.

   – Socorro. – a voz feminina e desesperada gritava ao longe.

  – Grita mais alto doçura, amo quando minha comida é difícil. – a voz melodiosa e ameaçadora fez uma onda de raiva se apoderar de mim. – Corre eu vou te dar uma vantagem. – ele ameaçou.

Jacob me encarou… O lobo prestes a se transformar. 

  – Vá Leah, alcance ela primeiro. – assenti adentrando a mata, e novamente explodindo em minhas roupas, não há tempo para amarrar nada, ou se preocupar com isso.

As árvores passavam por mim como um borrão, e em segundos já podia ver a mulher correndo desesperada. Senti o cheiro enjoativo invadir minhas narinas.

  – Sanguessuga Nojento. – O ódio e a vontade de arrancar a cabeça dele me dominam.

 – Leah, vamos focar na mulher e não deixar nada acontecer a ela. – a voz firme e majestosa de Jacob me colocou em foco novamente.

O sanguessuga se aproximava da mulher. O medo e a certeza dele, que ela não teria a menor chance, o divertiam.

Saltei.

Parando na frente dela, arreganhei, meus dentes para o Sanguessuga. Com a pata traseira empurrei a mulher que voou longe. 

Ela desmaiou. Melhor assim.

— Então temos Lobos na região? Ou melhor, tínhamos, vou terminar com você, e acabar com ela. – ele apontou em direção a mulher desmaiada. –Mas não se preocupe, ela não vai sofrer. – ele sorriu, mostrando os dentes perfeitos. – Você vai. – o Sanguessuga avançou em minha direção. Porém não me alcançou.

Jacob abocanhou seu torço e o partiu ao meio.

O urro de dor foi ensurdecedor.

Abocanhei os braços, enquanto Jacob arrancava as pernas. Ele gritava desesperado.

Parei e me concentrei. Voltei à forma humana enquanto Jacob, acendia a fogueira e arremessava os braços do sanguessuga. 

— Eu prefiro ver você sofrer se não se importa. – ele tentava se movimentar. – Mas, não se preocupe, será rápido. Dei um salto para trás e voltei à forma lupina. Abocanhei a cabeça dele.

Arremessei aquela bola nojenta à fogueira.

Jacob me olhava admirado.

— Isso foi totalmente perfeito, de várias formas possíveis. Linda. – pela primeira vez nas últimas semanas a única coisa preenchendo a mente de Jacob, era Eu.

As imagens do que eu acabara de fazer. E as imagens dos meus olhos no momento do tropeço a poucos minutos atrás. Imagens minhas sorrindo sem perceber, das coisas idiotas que ele diz. Jacob me observa dormir algumas vezes. Quando está se sentindo triste, ele para e escuta as batidas do meu coração.

Ele me enxerga.

— O que isso quer dizer? O que está havendo? – não conseguia organizar as palavras.

Minha mente virou um turbilhão. Um vendaval de pensamentos. 

 – Deixe-me ver Leah. – ele pediu. 

— Não posso. Se eu deixar você ver, tenho medo de mudar o que tenho ao seu lado Jacob. E perder isso agora seria demais. Eu já preciso disso. Dessa leveza, desse olhar sem julgamentos, sem piedade, sem me culpar. Esse olhar de compreensão que só tenho ao seu lado. – minha mente estava vazia, somente a imagem dele à minha frente

Desabafei. Precisava.

— Você não vai perder, eu prometo! – Ele se aproximou lentamente. – Confia em mim Leah?

— Confio Jacob, mas, preciso da sua confiança também, e tenho medo de perdermos isso. – 

 – Confio em você, e nada vai mudar essa confiança. Preciso dela, preciso do que temos Leah. – A confissão dele cravou de forma passiva minha  desistência, diante algo maior. 

Estava exausta de esconder e mentir o tempo todo sobre o que sinto.

Ou ele vai se afastar, e vou ter que aprender a lidar com isso, ou vai me convencer que isso é uma loucura da minha parte.

Respirei fundo e fechei meus olhos.

 

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As primeiras imagens na minha mente, foram do momento em que o vi na cama após a batalha com os recém criados. Toda minha culpa por ele estar ali, sentindo dor, por me defender. Minha raiva por ele ter feito isso, e também a estranha sensação de alguém ter feito, após tanto tempo.

Nossas primeiras brigas, e como no fundo elas me divertiam.

Em seguida meus pensamentos confusos em não saber o motivo, de não não conseguir sentir raiva do fedelho.

Jacob sorriu com esse pensamento.

A leveza de poder falar com ele, como há muito não conseguia com ninguém.

A sensação boa que nossas conversas me causavam.

Como suas palavras leves, direcionadas a mim causavam um efeito totalmente desconhecido e como demorei a notar o quanto estavam mudando meu comportamento. 

A sensação de olhar no espelho depois de ouvir ele dizer, como Eu era bonita. Ele me fez lembrar, que eu realmente sou linda.

A crescente vontade, primeiro de só estar ao seu lado, depois a necessidade de ter a presença dele diariamente.

A minha admiração por ele. E como não conseguia compreender, como ele conseguia ser tão leve, mesmo sofrendo tanto.

Como sua dor me afeta, e como me sinto impotente por não conseguir arrancá-la de seu peito.

Minha negação em entender que estava gostando dele, depois, a luta interna para não sentir isso, já que eu não queria sofrer, não podia afastá-lo por me sentir dessa forma.

O desespero em tentar anular esses sentimentos, ao mesmo tempo querer vivê-los intensamente. 

Finalmente, como o som da sua voz me afeta, e o que sinto cada vez que ele me toca.

Abri os olhos e ele estava na minha frente. Sob duas pernas.

Respirei fundo e fiz o mesmo.

Jacob me olhava de jeito totalmente novo e completamente arrebatador.

Ele tocou meu rosto, deixando um caminho de fogo por onde estava passando.

Jamais senti nada parecido.

— Tão real, diante os meus olhos! E eu negando, fingindo que não via, tentando negar o que alguns gestos meus causavam em seu coração. – a ponta de seu dedo indicador deslizou até onde meu coração batia frenético. – Eu senti Leah. Eu sinto. – Jacob, deslizou a mão pelo meu braço, passeando os dedos na minha pele, até alcançar a minha mão, em seguida a segurou, e levou até os próprios lábios, e beijou a palma.

Roçou meus dedos em seus lábios.

Pelos céus, não conseguia me concentrar em mais nada. 

Busquei o que me resta de raciocínio lógico, e empurrei as palavras.

 –  Jake me escute. – tentei me afastar, ele impediu. –Não quero pena, só não posso perder a sua amizade, sua presença… – ele me interrompeu. 

— Jamais faria ou diria nada por pena. – ele me encarou mais sério. – Você não merece esse tipo de atitude. Nem eu, e sim, já consegui algo ciente ser uma conquista unicamente por pena, e o resultado foi muito pior. Prometi não repetir essa atitude nunca mais. – sua expressão era séria e ele não desviava os olhos dos meus.

— Escuta, eu sei o porquê estamos aqui, por quem você está sofrendo, então... – Jacob  me interrompeu …  

— Me rouba, rouba meu coração pra você. – ele segurou a minha mão em seu peito, onde o coração batia descompassado. – Você me faz tão bem, me sinto tão feliz quando somos Eu e você. Jacob encostou sua testa na minha.

Pela primeira vez estava realmente próxima a ele. Sua respiração se confundindo com a minha, o coração dele frenético sob minhas mãos.

Me senti tão certa ali.

Como se fosse feita para caber nos braços dele. 

Ele roçou o nariz no meu, e senti meu corpo todo amolecer. Porque o Amor tem esse poder de nos enfraquecer dessa maneira?

— Eu prometo ficar Jacob. Prometo lutar por você, não importa o que acontecer. – soltei as palavras sem ter a consciência real, do peso delas na minha vida futuramente.

Do quanto isso pode me custar.

Ele segurou meu rosto com as duas mãos.

— Eu vou te beijar Leah Clearwater, e desta vez você vai corresponder, e não vai tentar me matar por isso. – a voz rouca e o sorriso que brincava em seus lábios, me fizeram gostar ainda mais dele.

um barulho nos puxou de volta antes que os lábios dele tocassem os meus.

Mas que inferno.

Onde estou? – a mulher desconhecida acordava do choque.

Pelos céus mais cinco minutos deitada não seria nada mal.

— Jacob se afastou rapidamente, afinal estávamos Nus. Eu fiz questão de não olhar. 

Não podia perder a concentração, certamente olhar o corpo dele, faria minha concentração evaporar como fumaça em vendaval.

Me aproximei da mulher lentamente baixando ao seu lado, estava desconfortável por ficar nua na frente dela.

— Você está bem? – ela olhava assustada.

— Não sei. Não me lembro de nada! – melhor, assim a mulher não ficaria traumatizada. Ela sentou e me olhou espantada. – Moça você está nua? O que houve?

Havia me esquecido deste pequeno detalhe.

— Er...é...que... – uma ideia surgiu em minha mente. – Fomos assaltados. Meu amigo e eu, eles nos tiraram da rodovia, e  nos deixaram aqui sem roupas, estávamos procurando ajuda, quando encontramos você desmaiada.

Nossa, essa é a pior desculpa, a mais esfarrapada que usei até hoje. Porém, muito melhor do que falar a verdade a ela. 

“Moça, sou Loba, e estou sem roupas, pois, explodi dentro delas para matar um vampiro, no exato momento da refeição dele, que no caso seria você.”

A versão do assalto era mais aceitável.

Ela olhou em volta. A ajudei a se levantar e me escondi atrás de uma árvore.

— Não sei como vim parar aqui, mas aparentemente você me ajudou. Muito obrigada. — ela fez um movimento para me abraçar, porém, dei um passo para trás, tentando cobrir meu corpo, ela sorriu sem jeito. – Caramba, você está nua, também passou por algo inexplicável. – ela olhou ao redor. – Não estou longe da vila, onde moro, vou buscar roupas para você.

Tentei argumentar, contudo, e mesmo sendo humana e pequena, ela conseguiu ser bastante persuasiva.

Jacob, permaneceu na forma lupina, e a seguiu, para proteger e garantir que ela não se machucasse.

Achei melhor não me transformar neste momento. Preciso assimilar o que acabara de ocorrer aqui.

Respirei fundo, e as imagens de Jacob dominaram meus pensamentos.

Suas palavras, seu toque, seu olhar.

Uma alegria invadiu e tomou conta do meu corpo todo.

Ele me quer, ele gosta de mim, de alguma forma. E o principal, exatamente do jeito que eu sou.

Senti uma pontada dolorosa no peito, com a lembrança das palavras de Sam, sobre Jacob.

Jacob ama Bella, Leah. Não se magoe novamente, não busque um sofrimento certo. Ele pode voltar com você, mas morrerá, junto com a Swan no momento em que, o coração dela parar de bater.”

A felicidade, por ouvir as palavras e o pedido dele, me fizeram esquecer por alguns momentos os motivos pelos quais estamos aqui, tão longe de casa. Isabella Swan. 

Jacob, está aqui por ela, ainda a ama. Fugiu, como se a distância o ajudasse a sofrer menos, com o fato que em breve ele não a terá mais em sua vida definitivamente. Jacob, precisa e deve dizer adeus a ela. Caso contrário, Bella Swan será sempre um fantasma, e eu jamais vou conseguir roubá-lo para mim.

Eu preciso convencer Jacob a dizer Adeus de uma vez por todas.

Escutei corações acelerados se aproximarem. 

Um deles, eu já sei a quem pertence. Poderia encontrar Jacob, a milhas de distância,  sendo guiada somente por este som.

O outro é o da corajosa mulher, que mesmo indefesa, se propôs a ajudar duas pessoas, que ela não tem a menor noção, que salvaram a sua vida.

Ela vinha com uma sacola nas mãos. Quando me viu, uma expressão de alívio, a dominou.

— Desculpe a demora. Caminhei o mais rápido que pude, e encontrei roupas para você.  – ela tirou uma muda de roupa da sacola. – Espero que sirva. Trouxe algo para o seu amigo também. – queria realmente me sentir em alerta com esta mulher, ou ser a Leah que me acostumei ser no último ano, porém, essa moça, tem olhos tão sinceros, e uma preocupação genuína com quem ela acabou de conhecer.

— Obrigada. – segurei as roupas. – Você … – antes de conseguir verbalizar mais agradecimentos fui interrompida po ela.

— Eu serei eternamente grata. Não sei como vim parar aqui, mas sinto, de coração que você, e seu amigo, me tiraram de uma enrascada. Gratidão. – ela se aproximou e apertou minhas mãos. – Entregue as roupas ao seu amigo, para ele não achar que esqueci dele.

Assenti sorrindo ao ver o tamanho das roupas que Jacob vestiria.

Coloquei as roupas trazidas para mim, e realmente ficaram boas. Um pouco menores do que estou habituada, marcando meu corpo, mas, confortáveis mesmo assim. 

Caminhamos até onde Jacob se escondeu, após trazer a moça de volta. 

Entreguei as roupas separadas para ele, e tive um vislumbre de seu corpo atrás das árvores.

Meu coração disparou frenético.

Fui puxada de volta, os acontecimentos que antecederam o ataque do Sanguessuga, e o exato momento onde fomos interrompidos.

Parece um sonho. Será que realmente ouvi tudo aquilo, e estavamos prestes a nos beijar?! Se foi sonho não quero acordar, prefiro viver dormindo. Se foi alucinação, que eu viva nela sempre.

Droga. Odeio me sentir assim. Insegura, frágil e boba. Totalmente sem controle das minhas atitudes e pensamentos, é irritante.

Jacob, saiu de trás das árvores, nós duas tentamos não rir, contudo, foi impossível. Ele estava com roupas, números menores que seu tamanho, a blusa justa, quase cedendo nas laterais, e a calça era hilário de vê-lo tentar se ajeitar nelas, pois estava curta e muito justa também!

Ele caminhou desajeitado. E foi o bastante para observar com mais atenção seu corpo, marcado com precisão pelas peças. As pernas grossas e torneadas e o grande volume, na parte da frente.

Perdi o fôlego, e o sorriso debochado sumiu, sendo substituído, por um sorriso malicioso, e atrevido, que brotou em meus lábios, sem permissão. Senti minhas bochechas arderem.

Olhei para o lado, para não deixá-lo notar meu embaraço, e senti o prazer de ver Jacob, desta maneira pela primeira vez, desaparecer no exato momento, que notei o olhar admirado da mulher, direcionado a mesma parte da vestimenta que me causou admiração.

Uma sensação estranha e incomoda me atingiu em cheio.

  – Vamos Jacob! – cruzei os braços irritada. – Já estamos vestidos, e podemos ir buscar alguma ajuda para voltar para casa. – porcaria, estou com ciumes.

Um olhar curiosa e investigativo surgiu na expressão de Jacob. Mesmo assim, ele assentiu.

Os passos delicados da humana, se aproximaram de mim.

  – Podemos ajudar. Venham comigo até a vila onde moro, estamos próximos. Vocês podem se alimentar e descansar. – ela quase riu ao olhar Jacob. – E posso arrumar roupas do tamanho dele. – ela apontou em direção a ele. 

Nós três rimos alto neste momento.

Jacob parecia ter vestido as roupas de uma criança. 

  – Ela tem razão. Eu estou faminto. E me sentindo sem ar nestas roupas. Precisamos descansar. – sussurrando de uma forma que só eu poderia ouvir, ele me disse: – Não temos mais roupas, e não vamos conseguir parar em lugar algum, então se você não quiser, comer nada cru, até o caminho de volta… vamos aceitar ajuda.

Respirei fundo, e irritada aceitando o convite.

Iniciamos a caminhada, e ainda estava contrariada.

Ciúmes imbecil.

No caminho, começamos a conversar. Nos apresentamos.

A mulher que salvamos chamava-se Kate. E já sabia algo sobre ela, mesmo sem ela dizer: Kate fala excessivamente. Uma tagarela.

Nos contou sobre a família ser da região, desde sempre. Sobre sua pacata vila. Sobre como não entende, como foi parar naquele ponto da floresta, já que ela nunca caminha por ali.

Kate, ocupou nosso tempo, com histórias rápidas sobre a vida de todos que conhece. Durante o trajeto não olhei para Jacob, um único segundo, mesmo sentindo seu olhar em mim, em diversos momentos.

Chegamos à vila onde Kate mora. E o lugar é lindo. Parece um cenário de filmes antigos. Tudo cuidadosamente cuidado.

Kate nos levou até a casa dos pais, e contou o que houve a eles… bem a parte que ela sabe. Seu pai, tentava compreender os fatos, e só de imaginar a cena, da filha desmaiada em meio a mata fechada, se emocionou. Ele abraçou Jacob, e nos agradeceu muito por trazê-la de volta. Kate, não se lembra de absolutamente nada, após sair do pequeno vilarejo. Provavelmente o Sanguessuga havia hipnotizado a mulher.

Após algum tempo de conversas, o pai de Kate, nos ofereceu lugares para ficarmos até partir. Chamou o irmão de Kate, e levou Jacob, para se vestir de forma decente. Afinal, ele estava virando piada entre eles.

Agradeci mentalmente por isso, pois, não consigo me concentrar com ele vestido desta maneira. E aparentemente não sou a única.

Kate me levou até seu quarto, e separou uma toalha de banho para que eu pudesse me lavar. Agradeci por isso. Há dias, não tomo um banho decente.

Liguei o chuveiro e deixei a água morna cair em minhas costas, desde o nosso “ quase beijo”, Jacob não me olhou diretamente. 

Senti um aperto no peito. Tentei relaxar e pensar em algo, para desfazer minha estúpida confissão amorosa. Fugir, ou fingir que não lembro

Pensei em algumas desculpas esfarrapadas, mas desisti de fingir. 

Não vou me acovardar. Não sou esse tipo de mulher. Minha única alternativa, neste momento, é encarar as consequências do que eu fiz.

“Me rouba, rouba meu coração pra você.” 

A lembrança dessas palavras fez meu coração disparar frenético. Qualquer arrependimento meu, cai por terra, após me recordar do olhar Sai do banho e parei em frente ao espelho.

— Calma Leah, você já esteve em situações muito piores. Não aja como uma mulherzinha, fraca e com medo. Roube-o para você. Mostre que a Swan não é nada. – puxei minha própria orelha, enquanto arrumo meus cabelos 

A determinação está aqui. Agora só falta não perder a coragem, e tentar controlar meu temperamento ao ouvir o nome da mulher que despedaçou o coração dele, e foi recompensada com amor. 

Enxuguei meus cabelos e avistei a roupa deixada em cima da cama por Kate. Um vestido branco.

 – De jeito nenhum, não mesmo. – peguei em minhas mãos a peça já bufando de ódio.

Pude ouvir o coração de Kate bater cada vez mais próximo do quarto. Quando ela abriu a porta se surpreendeu com a minha expressão.

Kate me analisou por alguns segundos, e seu olhar caminhou até minhas mãos, onde eu segurava a roupa deixada por ela, sob a cama.

  – Leah, você está brava? – ela perguntou divertida

— Sim! – levantei o vestido indignada. – Por favor, você pode me emprestar a outra roupa? SE você não tiver, aceito uma do seu pai ou irmão.

Kate soltou uma gargalhada alta. Não acompanhei desta vez.

Minha expressão não era nada divertida, e ela notou.

— Fique cala Leah, vou explicar o motivo de arrumar esta roupa. – Kate, se aproximou e estendeu a mão, segurei suas mãos e sentamos na beirada da cama. – Estamos em meio às comemorações dos Fundadores. Essa data é importante para todos nós, e fazemos questão de organizar uma grande festa. Nossa história é importante para nós.

  – Okay, mas você me deu um vestido Kate. Eu preciso realmente de uma vestido, para participar? – Kate, sorriu, ignorando minha irritação.

 – Nossa vila foi fundada por um casal há mais de trezentos anos. Eles fugiam da tirania dos pais, e dos costumes daquela época. Que obrigavam jovens a se casar com pessoas desconhecidas por dinheiro. Mulheres eram tratadas como moeda de troca. Mary e Jonh, os fundadores eram apaixonados. Mas, ela foi prometida ao nascer, para um Coronel, com a idade do próprio Pai. Mesmo seus pais, não sendo pobres, eles não desistiram de casá-la com o homem, apenas, para ter mais poder na cidade, e mais riqueza é claro. Mary e Jonh resolveram fugir, e juntos vieram para este lugar, lutaram, trabalham arduamente e em poucos anos se tornaram conhecidos na região, por dar trabalho, a quem não queria ser infeliz, se casando por conveniência. – ela pegou o vestido em minhas maõs. – Para comemorar a data que fundaram o lugar que chamavam de Encanto da Liberdade, eles deram início a festejos, que além de comemorar a data ajudavam pessoas a se conectarem. Nossa tradição comemora essa data com a festa dos Laços. 

 Olhei para ela confusa. Sorrindo como sempre, Kate continuou.

  – Mary acreditava em apaixonar-se, e queria celebrar o amor de quem estava vindo vivê-lo, então criou uma festa para unir ambos sentimentos. No dia da comemoração as mulheres apaixonadas na Vila, vestiam-se de branco e os homens também, para trazer sorte e renovar as promessas de amor entre os apaixonados. Todos os outros que não estavam apaixonados usavam vermelho, assim poderiam encontrar o seu parceiro, ou se declarar a alguém, ou simplesmente estar ali para comemorar a liberdade de poder escolher o próprio destino.

Olhei para o vestido dela. Branco, e prestei atenção no meu. Branco.

  – Não… Não estou… – a frase morreu antes de ter força para ser dita.

  – Você o ama. – Kate me entregou o vestido, eu o segurei derrotada. 

  – Ele ama outra. Está aqui para tentar não sufocar com a rejeição dela. – sentei novamente.

Por mais que Jacob, queira fugir ou se esconder, estamos aqui pelo simples fato dele receber um convite de casamento.

 

  – Você pode lutar por ele. Se está aqui, ele quer isso Leah. – Kate, apertou minhas mãos.

Como eu vou agir vestindo branco, caso encontre com ele vestindo azul, ou qualquer outra cor estúpida que revele o que já sei, quem Jacob quer, não está aqui.

  –Ele sabe a história por trás das cores? – perguntei com receio de ouvir a resposta.

 – Sim meu irmão contou, ele também relutou com as roupas, por achar um pouco demais para visitas.

  – Você já viu se ele esta pronto? – droga de insegurança. Sei o quanto meu caminho não é fácil, mas esse tipo de situação me deixa totalmente sem saber como agir.

 – Sim ele está pronto, só não o vi. – Kate, respondeu tentando me tranquilizar enquanto abria os botões do vestido e levantava meus braços, fazendo a peça, deslizar pelo meu corpo. – Leah, estive com vocês por alguns minutos, e não vou mentir, senti um magnetismo incrível entre vocês. – ela começou a ajeitar meus cabelos. – Talvez, você esteja tão enganada acreditando na falta de sentimentos dele por você, quanto ele está achando que ama outra. – Kate, deu um passo para trás, olhando satisfeita, o que acabou de fazer. – Por isso venha e mostre o seu amor por ele. Não tenha medo.

Respirei fundo e  concordei. Se quero lutar por Jacob, preciso começar o quanto antes. 

Finalizamos uma rápida maquiagem e ao olhar o espelho por alguns segundos não me reconheci.

Há muito tempo não uso vestidos ou arrumo meus cabelos, e bem menos participo de festas. Perdi o costume de me divertir, como tenho feito nos últimos dias. 

Passamos pela casa de Kate, e o lugar estava cheio. As pessoas ali me olhavam de maneira estranha.

Droga eu devo estar parecendo uma palhaça, quase desisti de sair do interior da casa, mas fui surpreendida pela Mãe de Kate.

  – Você está linda minha jovem. – ela colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Sorri, envergonhada com a minha tola insegurança.

Saímos juntas nós três. E as ruas na Vila, estavam iluminadas somente com pequenas lâmpadas, que pareciam feitas para uma árvore de Natal. 

Fiquei encantada.

Seguimos até o final da pequena rua e chegamos a uma pracinha.

Haviam várias barraquinhas, com comidas, bebidas e doces à vontade, decoradas para dar um ar romântico ao lugar.

  – Que lindo Kate. – soltei as palavras sinceramente.

  – É lindo sim. – ela ia dizer algo, porém correu em direção a um lindo homem, e o beijou. 

E eu com ciúmes dela, sou uma idiota mesmo.

Caminhamos rumo ao centro da praça onde havia uma enorme tenda, servindo como pista de dança. Ela e o rapaz entraram ali e começaram a dançar.

Observava tudo encantada, mas ao mesmo tempo com um crescente nervosismo dominando meu corpo.

Estava sorrindo com algo dito pela Mãe de Kate, quando o aroma amadeirado na pele dele, preencheu o ar. Fechei os olhos.

As batidas ritmadas do coração de Jacob, são os únicos sons nos meus ouvidos agora. 

A cada passo dele em minha direção meu coração disparava mais e mais.

Jacob parou atrás de mim.

  – Quer dançar comigo Clearwater? – suspirei ao ouvir a voz dele no meu ouvido. Tão perto, que me senti zonza. 

 – Sim. – me virei.

Um sorriso dominou meu rosto por completo e o ar resolveu fugir dos meus pulmões por um segundo, ao ver como ele estava vestido.

Jacob estava lindo, de tirar o fôlego, e vestido de branco.








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Notas finais do capítulo

Capitulo editado em dezembro de 2021.