Circulo De Paixões. escrita por Lorys Black


Capítulo 34
Capitulo 33 - Sombras


Notas iniciais do capítulo

Ok vcs tem razão de estarem bravas.
Muitos meses sem postar.
Meninas eu e a Carla estamos atravessando problemas pessoais super chatos.
Carla perdeu a Mãe, e não esta legal ainda.
Eu tbm atravessei alguns. O que não justifica minha demora.
Mas não tinha como escrever nada que desmerecesse essa história aqui.

Bom voltamos com toda a força.
Teremos um post ainda este ano.
E a CP volta aos trilhos.
Espero que curtam esse capitulo. E saiba que o outro não vai demorar.
Vamos derrubar os forninhos antes do fim do ano.



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“O que se move na escuridão, trilha um caminho desconhecido e perigoso.”

Eu vou contar, Eu vou contar.

Essa tem sido minha frase tema durante toda essa semana. Uma porcaria de mulher sem reação.

Isso foi tudo que restou de mim após tirar Jacob daquele inferno onde ele estava.

Depois da tempestade deveria existir um maldito dia ensolarado.

Deveria... Na prática a teoria não passa de palavras imbecis ditas por algum idiota que assiste romance demais.

– Leah! – a voz sobressaltada de Kate arrancou-me dos meus devaneios.

– O que? – me coloquei em posição de ataque.

– Acalme-se. – Kate se afastou pálida. – Você estava jogando todo o macarrão fora da panela. -- - Desculpe se te assustei. – ela mantinha uma distância calculada. – Merda! – olhei para baixo e o macarrão estava todo na pia. – Ando distraída. Desculpe-me. Droga. – a irritação ameaçava me dominar.

Kate se aproximou e segurou minha mão.

– Ele ficará bem Leah. Voltará ao normal. Tenha paciência. – a voz calma dela me trazia tranquilidade.

– Você pode ver? – olhei em seus olhos, para que ela não escondesse absolutamente nada.

– Não. Jacob é poderoso demais e esta forte novamente Leah. De alguma forma, ele conseguiu me deixar no escuro. Uma autodefesa, que talvez ele não saiba ainda que desenvolveu. Contudo eu estou me descobrindo agora. Sei que poderei lidar com isso em breve. – ela tentou me tranquilizar.

– Toc- toc. – Nessie parou no batente da porta de braços cruzados.

– Alguma novidade da reserva? – deixei Kate cuidando da panela e caminhei até Nessie.

Estávamos longe há dias, sem sequer saber se poderíamos voltar até lá um dia.

– Cassandra e Keira realizaram o feitiço. Nossa como é estranho dizer essa palavra, feitiço... Enfim, a reserva esta protegida. – Nessie ria da palavra, como se isso fosse surreal, muito mais, do que ela ser filha de um homem morto há mais de cem anos.

Respirei aliviada.

– E minha Mãe? – empurrei as palavras para não chorar. A saudade e a preocupação com dona Sue, ameaçavam selar meus lábios.

– Esta protegida, assim como Charlie. – Nessie caminhou até mim. – Todos vão ficar bem Leah. Os meninos estão lá. Sam e as matilhas. Unidos para proteger a reserva.

– Eu sei. – apenas assenti, sem conseguir dizer mais nada.

– Venha. Vamos até a cachoeira. O calor esta ameaçando me derreter. – Nessie praticamente implorou.

Há quatro dias chegamos a Amazônia.

Um lugar simplesmente maravilhoso e selvagem. Exatamente perfeito para os monstros que aqui vivem. Entretanto o calor intenso ameaça nos cozinhar em alguns momentos do dia.

– Vá Leah. Esta tudo pronto aqui. Tome um banho. – Kate alisou meu ventre. Um sorriso discreto nos lábios.

Assenti. Caminhei até a entrada da casa que vem nos abrigando há três dias. Olhei para os lados e não ouvi os batimentos, e nem senti o aroma amadeirado que a pele de Jacob exala.

– Ele esta na cachoeira com Scott e Graham. – Seth caminhou em minha direção e colocou as mãos nos meus ombros. – O que esta havendo Leah?

– Nada. – respondi indo em direção a trilha que nos leva a cachoeira.

Seth segurou meu braço.

– Não minta. Esta acontecendo algo com Jacob. – ele sussurrou no meu ouvido.

– Então pare de perguntar o tempo todo se você sabe. Pare de ficar olhando desconfiado. Investigando. – puxei meu braço.

– Me desculpe Leah. Não queria fazer isso. Mas sua expressão anda tão carregada. A dele não esta melhor. Desculpe-me. – o olhar magoado de Seth, fez meu coração apertar.

O puxei para um abraço.

– Não se desculpe Seth. Eu estou tensa. Longe de casa. Esperando uma calma que não sei se um dia poderei ter novamente. Sinto muito. – o apertei em meus braços.

– Estou aqui para te ajudar Leah. – Seth se afastou alguns centímetros, e olhou discretamente para o meu ventre. – Em tudo.

– Eu sei. Conto com isso. – dei um beijo em sua bochecha e segui a trilha até a cachoeira.

Um lugar simplesmente maravilhoso.

Merida e Ayra estavam sentadas em uma pedra. Olhos fechados. Concentradas.

Moira estava na água com Graham e Scott.

Embry caminhava em minha direção.

https://www.youtube.com/watch?v=t1RauINfXUk

– Ele esta na mata Leah. Com Eike, Aquilles e Nahuel. Estão caçando. – Embry parou ao meu lado.

– Isso é bom. – apenas me senti mais leve ao saber que Jacob não estava isolado como andava nos últimos dias.

– Os dias tem sido difíceis para ele hã? – Embry olhava Merida e Ayra.

– As noites são piores. – baixei a cabeça. Tentando conter as lágrimas. – Não sei como agir Embry. Ele esta, tão quebrado. Tão destruído. – as lágrimas estúpidas escaparam. – Ele foi fundo demais. E eu não sei como fazer para tirá-lo de lá.

– Eu também não sei. Vejo escuridão nos olhos dele, e não saberia por onde começar. Mas você pode lutar contra isso Leah. Só você. Escuta. – Embry ficou de frente para mim. – Ele esteve com seu coração nas mãos. E conseguiu voltar, não se deixou dominar pela dor que o persegue. Ele vai conseguir. Você vai ser capaz de trazê-lo de volta quantas vezes for necessário. E todos estarão aqui também. – Embry me abraçou.

Olhei por cima do ombro dele e todos nos olhavam.

Graham e Scott tinham um olhar confiante em minha direção.

Um olhar de força.

Afastei-me de Embry e enxuguei minhas lágrimas.

– Obrigada. – agradeci sincera.

Embry sorriu e deu de ombros.

Não seria uma mulher fraca. Nunca fui. Não vou começar agora. Ergui a cabeça e continuei caminhando pela encosta do rio.

A movimentação selvagem na encosta da mata denunciava a presença de Lobos, Vampiros. Todos fazendo todo esforço possível para não matarem uns aos outros.

Molhei meus pés na água. Molhei a nuca.

– Você deveria entrar de uma vez. – a voz rouca de Jacob me fez engasgar com água que não teve tempo de descer pela minha garganta.

– Droga Jacob. Você vai me matar. Como consegue aparecer assim, como um fantasma. – levei as mãos ao peito. Quase por um instinto levei as mãos ao ventre. Quase.

– Não sei. – ele deu de ombros. – Acho que porque agora sou um fantasma. – a frase saiu sem humor algum.

Caminhei até ele.

Circulei minhas mãos por seu pescoço.

– Prefiro quando você é um lobo. Contudo, não me importo se for um fantasma. Se eu ainda puder te tocar. – falei em tom de brincadeira, enquanto passava os lábios suavemente pela lateral do rosto bronzeado dele.

Jacob deu uma risada baixa, mas gostosa de ouvir e circulou suas mãos em minha cintura, colando nossos corpos.

– Seríamos o que? Molly e Sam? – ele deu um beijo suave nos meus lábios.

– Jacob Black assistiu ao filme Ghost? Isso é verdade senhoras e senhores?– ele sorriu novamente, e segurei seu rosto em minhas mãos.

– Estava sentindo falta de ver isso. – fiquei admirando a expressão suave dele.

– O que? – ele me olhou sério.

– Um sorriso. Mesmo que leve, quando esta em seus lábios, consegue ser imenso como um oceano.

Ele suspirou pesadamente.

– Eu te amo Leah. Eu vou conseguir. Eu sei. Eu prometo. – ele me segurou firme em seus braços.

– Nunca duvidei disso. – o abracei mais forte.

Ficamos ali abraçados algum tempo.

Não era necessário verbalizar, eu sei exatamente contra o que ele esta lutando, e sei que esta será a sua luta mais difícil, pois ele luta contra si. E isso jamais é fácil. Somos nossos piores inimigos, e neste momento Jacob esta de frente com seu lado mais obscuro.

Respirei fundo e afastei meus medos naquele momento. Estava me sentindo aquecida pelo sorriso que brilhou nos lábios dele agora.

Entramos no rio e tomamos um longo banho.

Caminhamos de volta pela trilha. O cheiro da comida tomava conta do ar.

– Achei que ia ter que arrancar ou pescar vocês. – Nessie foi irônica.

Próximo ao local onde estávamos, a tia de Nahuel se preparava para limpar o cervo, que Jacob e os demais caçaram, para assar.

Três dos dois cervos estavam sem os corações. Apenas um buraco no local.

Senti um calafrio cortar meu corpo todo, pois sabia exatamente quem havia feito aquilo.

Ignorei o desconforto que essa sensação me causou, e fui ajudar as mulheres.

...

O jantar foi tranquilo.

Ninguém estava disposto a conversar muito.

Graham, Aquilles e Scott decidiram ir para a mata.

Jacob quis ir, mas eles não permitiram.

– Jacob, um homem sábio reconhece o momento em que seu corpo e sua mente necessitam descansar. Ayra, Merida e Moira estarão vigiando nossos corpos aqui mesmo. Não se preocupe. – Eike o tranquilizou.

Ou tentou.

Moira o observava atenta.

– Não se preocupe Jacob. Eles vão ficar bem, se você estiver bem. Por isso fique, e descanse. – ela o confortou.

Trinquei os dentes quando Moira tocou carinhosamente os braços de Jacob.

Preferi não dizer nada.

Por incrível que pareça, não sei mais como agir em alguns momentos diante desse novo Jacob.

Ele apenas assentiu. Não disse uma única palavra.

Todos pareciam cautelosos com Jacob.

Ele tentava ignorar, mas era evidente que estava incomodado. Ficou observando sua matilha, até que eles desaparecessem.

Eu ficava observando discretamente, e sei que Jacob sente, que no meu olhar não existe cautela, existe apenas amor.

Resolvi não me aproximar e parar de encarar. Voltei meu olhar para a movimentação de Nahuel, sua tia e alguns de seus amigos, acendendo uma fogueira em frente a casa onde estávamos.

Seth e Nessie foram os primeiros a sentarem ali para ouvir as histórias contadas por eles.

Aos poucos todos do nosso grupo sentaram também.

Quase todos.

Jacob ficou afastado do grupo.

Ele se move de uma forma diferente agora. Esta ali, mas esta tão distante.

Existe algo mais sombrio no olhar dele. O brilho mudou.

O som da risada de Nessie se misturou ao som da aproximação de Vampiros.

Sem que eu pudesse sequer perceber Jacob estava na minha frente.

– Acalmem-se, são as Amazonas. – Nessie estava em pé, a postura completamente defensiva.

Aqui era imensamente mais complicado definir o aroma das Vampiras, pois elas parecem se misturar com o solo deste lugar.

Jacob as olhava sem a menor questão de esconder seu receio, o que as deixava tensas diante dele. Não é uma situação agradável. Contudo nem sempre as situações necessárias são.

Zafrina manteve uma distância segura.

– Temos um problema. – Zafrina disse muitos metros de distancia de onde estávamos.

– O que esta havendo? – Nessie caminhou até ela.

– Bruxos. – ela subiu mais na arvore. – Um grupo mediano.

– Executando um feitiço. Vladmir não vai desistir da Loba. –Senna completou.

Jacob circulou o braço esquerdo na minha cintura, fazendo com que meu peito tocasse em suas costas.

– Kate? – Jacob olhou a diante onde Kate estava. Ela estava com os olhos fechados.

– É um feitiço complicado. Eles não vão conseguir nos encontrar. – Kate abriu os olhos.

Tive a certeza que ela escondia algo.

– Como vocês sabem sobre o feitiço? – Jacob perguntou olhando diretamente para Zafrina, coisa que ele raramente fazia.

– Não ficamos tantos anos livres sem nos proteger. Sempre que alguém tenta nos achar sabemos. – o tom de voz dela era forte.

Jacob apenas assentiu.

– Nós podemos acabar com isso como espíritos, ou eles ainda estão protegidos? – Merida questionou.

– Não! – Kate quase gritou. – Tanto Vladmir quanto Aro estão protegidos. Kendra protegia o forte apenas. Vladmir tem cartas na manga. Ele se planejou para a perda dela.

– E temos outras prioridades agora! – Seth olhou diretamente para mim.

– Tudo há seu tempo. Agora precisamos nos organizar e proteger nossas famílias. – Jacob tinha um tom de voz frio.

– Vamos nos esconder até quando? – Merida parecia irritada.

– Até termos certeza que não seremos aniquilados por eles. Não vou até lá com dúvidas – Jacob lançou um olhar sombrio á Merida.

Senti um calafrio cortar minha espinha.

Ele deu as costas e caminhou na direção da pequena casa onde ficávamos.

Estávamos em uma espécie de vila abandonada no meio da mata.

Nahuel nos contou que vários seres sobrenaturais viverem ali um dia. Todos fugiram de Vladmir e Stefan e jamais retornaram.

Senti um medo real de estar diante de uma nova visão, do que pode se tornar a minha vida daqui para frente.

Sacudi a cabeça, tentando afastar o medo que ameaça se apoderar de mim com a sombra deste pensamento.

Merida saiudali também e caminhou em direção a cachoeira. Parecia inquieta.

A segui.

– Merida espere. – ela parou. – Jacob esta preocupado com a segurança de todos.

– Eu sei Leah. Eu entendo. Por isso tomei uma decisão. – ela continuava de costas.

– Qual decisão? – cruzei os braços.

– Voltarei para a reserva, ficarei ao lado de Mike. – senti um alivio imenso. Uma admiração nova. Contudo continuei com os braços cruzados.

– Você tem certeza disso? – perguntei simplesmente para vê-la afirmar o amor por Mike. Isso me faz sentir que ele ficara bem. E Mike merece isso.

– Nunca tive certeza maior em toda minha vida. Não consigo mais pensar de forma racional estando tão distante dele. – os batimentos cardíacos dela aceleraram assim que o nome de Mike foi mencionado.

– Eu entendo. Mas não acho seguro. Temos que ter cuidado nesses primeiros dias. – alertei sem acreditar em nenhuma palavra que havia dito, estava apenas tentando fazer o que talvez Jacob fizesse se estivesse bem.

– Eu terei. Amanhã falarei com todos antes de partir. – Merida se virou e olhou diretamente nos meus olhos. – Leah, conte a ele. Isso pode tirá-lo das sombras.

– Ou fazê-lo sentir-se ainda pior. Vou contar, assim que sentir que ele não vai surtar com isso. – soltei um sorriso sem humor algum.

– Entendo. – Merida deu de ombros. – Agora vá descansar. Fique ao lado dele.

Respirei fundo.

Virei-me para entrar na trilha. Entretanto antes de voltar à aldeia olhei para Merida novamente.

– Cuide dele Merida. Mike merece todo amor que você puder dar a ele. Todo amor. – pensar em Mike infeliz era algo inaceitável.

– Todo amor Leah que ele puder carregar, e até mesmo o que ele não conseguir. – ela sorriu de uma forma que jamais havia visto.

– Obrigada. – agradeci me sentindo um pouco mais leve.

Mike sempre foi a parte leve na minha vida.

Caminhei de volta para a pequena vila.

No caminho vi Moira no alto da montanha. Ela parecia se misturar com esse lugar agora.

Estava a cada dia mais distante. Como Jacob.

Passei por todos e entrei na pequena casa onde dormia com Jacob. Sentia um cansaço imenso. Alisei discretamente meu ventre. Pensando em como queria conversar com o meu bebê.

Jacob parecia dormir pesadamente.

Deite-me a seu lado e depositei um beijo em sua bochecha. Ele não se moveu.

Fiquei observando a expressão carregada em seu rosto. Ele parecia não ter paz, mesmo dormindo.

– Vamos trazê-lo de volta. – alisei meu ventre sem medo de ser vista dessa vez. – Eu te amo. – depositei um beijo na ponta dos meus dedos e passeiem volta da minha barriga. Queria que meu filho se sentisse protegido.

Ajeitei-me na cama e adormeci.

...

Senti um frio cortar meu peito.

“Leah” – a voz de Sara estava mais forte que qualquer outro sonho.

“Abra os olhos, rápido.” – abri os olhos e duas imagens preenchiam minha visão.

Era difícil enxergar as duas.

Os olhos de Jacob pareciam vazios.

“Leah, Jacob vai proteger o bebê. Ele é um escudo. O que o esta deixando inquieto é simplesmente não entender o que esta deixando passar. Quando ele souber, vai se encontrar novamente. O escudo do seu filho, esta ao seu lado. Faça-o entender o que anda sentindo. Agora abra seus olhos.”

– Jacob! – o grito desesperado de Seth, fez os meus olhos se abrirem em pânico.

A dor atordoante de ter a pele rasgada quase me deixou sem voz.

Segurei o pulso esquerdo de Jacob. E levantei a mão impedindo que Seth entrasse no quarto.

Jacob estava com as garras cravadas no meu pescoço.

– Jacob acorde! – passei a mão livre pelo rosto suado dele. – Olhe para mim. Olhe Jake. Abra os olhos! Droga Jacob abra os malditos olhos! – senti o aperto no meu pescoço se soltar.

– Meu Deus.. – ele deu um salto a alguns metros de distancia. – Leah, eu, eu... Você esta bem?

Senti o sangue escorrer pelo meu pescoço.

Kate correu em minha direção, e segurou o meu pescoço. Porem antes que ela colocasse as mãos, o buraco feito pelas mãos de Jacob já não estava mais ali.

– O que eu fiz? O que? – Jacob parecia pálido e menor que o seu tamanho mais uma vez. – Esses malditos romenos. Penetraram na minha mente. Leah me perdoe. – Jacob saiu do quarto como um raio.

Estava sem ar.

– Leah você esta bem? – Seth olhava a lateral do meu pescoço.

– Sim. – peguei um papel e limpei meu pescoço. – Droga!

Caminhei em direção à porta, porem antes de alcançar o lado de fora Seth me bloqueou.

– Leah ele não esta bem. Jacob precisa ficar sozinho. Você não pode arriscar a sua vida e a... – Seth não finalizou a frase, porem lançou um olhar para o meu ventre.

– Jacob não nos fará mal Seth. Ele já esteve com o meu coração nas mãos e não o arrancou do meu peito. Ele esta atormentado. Eu o coloquei nas sombras. Eu vou tirá-lo, não vou deixá-lo partir mais uma vez. Agora saia da frente. – joguei o papel com sangue no chão.

Seth abriu caminho.

Nessie, Embry, Graham e Merida, estavam do lado de fora.

Fechei os olhos e respirei fundo.

Abri os olhos já correndo na direção onde Jacob estava.

O aroma na pele dele deixou uma trilha fresca no ar.

Jacob estava a alguns quilômetros da aldeia. Sentado em baixo de uma arvore.

Parei a alguns metros de distancia.

– Se afaste. – ele se levantou. – Olhe para minhas mãos. Veja o que mais uma vez eu fiz a você. – Jacob ergueu a mão cheia de sangue. – Quantas vezes mais até te ferir realmente? Uma ou duas noites? Hoje foi a garganta, amanhã será o coração. E se eu não acordar a tempo. Fique longe agora Leah, antes que eu a machuque.

– Pare com isso. Mandar-me ir embora. Estamos aqui juntos. E assim vamos permanecer. – dei um passo em direção a ele.

– Você não entende. Estou nesse lugar agora. Estou sozinho na escuridão. – ele deu um passo para trás.

– Pare de estar sozinho. Fale-me o que sente. Eu olho para você e fico o tempo todo tentando saber como se sente, o que o faz sofrer tanto? Deixe-me ajudar. Você não precisa estar na escuridão Jacob. – meu tom de voz era urgente.

– Você acha que não quero gritar? Dizer o que sinto? Mas eu não posso. Isso já é pesado para mim. Não posso imaginar o que faria com você. – ele deu mais um passo para trás.

– Eu suportei coisas piores Jacob Black. Suportei seu amor doentio por outra, suportei sua ausência que quase me matou por dentro. Suportei o medo de saber que seu imprinting vive correndo ao seu lado. E suportei a dor de vê-lo afundado em uma dor que não deveria sequer existir. O que você acha que eu senti quando o encontrei naquele lugar? Acorrentado, ensanguentado? Eu posso suportar mais do que você pode imaginar. Então pare de arrumar desculpas, para o seu medo de admitir o que realmente esta sentindo. – permaneci no mesmo lugar.

Jacob levou as mãos ao rosto. Parecia sufocado.

– Todos os dias eu ouço. O som que o desespero naquelas mulheres causou. Eu me vejo ali como em um filme. Eu tento mudar minha visão. Prestar atenção no que as pessoas ao meu redor estão querendo. Mas o som é mais alto, as imagens na minha mente mais nítidas. Eu me apego a sua imagem. Afinal você esta bem, esta viva. Mas o som das ultimas batidas dos corações delas são mais altos. Os olhares de surpresa. Esmagando os de alegria em saber que eu estava ali porque você estava morta. Não sinto remorso Leah. Não me arrependo. Sinto um prazer mórbido em saber que as tirei do meu caminho. Então fico vendo e revendo aquilo. Dia após dia. Tentando, me sentir arrependido. E a sensação iminente de perigo me faz querer ser aquele homem novamente. Sem piedade, sem fraquezas. A sensação de que existe algo maior a proteger. Enlouquece-me, Leah. Me sinto-me perdido por saber que posso tocar em algo, e que isso pode me matar, ou que isso pode ser aquilo que quero proteger. Eu enlouqueci, e estou com medo de não voltar ao normal.

– Jake... – ele não me deixou continuar.

– Talvez seja você, a quem eu devo proteger, talvez seja de mim, desse novo homem que me tornei. – uma idéia parecia se formar nos olhos dele.

– Não ouse dizer que vai partir, e me deixar. Não depois de tudo. Não depois de... – a voz de Sara ecoou na minha mente: “Quando ele souber, vai se encontrar novamente. O escudo do seu filho, esta ao seu lado.” – Eu achei que te protegeria escondendo a verdade. Estava esperando você se recuperar. Eu achei que no momento que soubesse, ia querer voltar lá e acabar com os Romenos. Fui fraca e tive medo. Por você, por mim. Por nós. – minha respiração acelerou.

Jacob deu alguns passos em minha direção.

– Leah do que diabos você esta falando? – ele me olhava acelerando as batidas, assim como a respiração.

– Jake, eu estava esperando um momento perfeito em meio a esse caos. Mas momentos perfeitos não vêem em caixas. Nós os fazemos. Então... – meu coração parecia querer saltar do peito.

Em um segundo a expressão dele mudou completamente.

Jacob parou diante de mim de forma protetora, e um rugido rasgou sua garganta.

– Vá corra. Saia daqui com os outros. – ele disse em tom de alerta.

– Não sou uma boneca de porcelana Black. Sou uma Loba como você. Jamais correria. – Sai do aperto de seus braços, e parei ao seu lado.

Jacob me olhava em um misto de admiração e raiva por me ver ali.

Um homem com aparência selvagem se aproximou.

Ele não era um vampiro. Tinha o aroma que só a pele de um Lobo tem.

– Os dois híbridos juntos, vão buscá-los. Os quero com vida. – a voz dele parecia um trovão.

Jacob me lançou um olhar como quem se desculpava.

– Sinto muito. Não posso correr esse risco mais uma vez. – antes que eu pudesse entender, ou reagir, Jacob bateu a mão no chão e disse algo que não pude compreender, e deu um salto para frente.

Alguns lobos saíram da mata.

Tentei avançar na direção onde Jacob correu, mas parecia estar presa em uma espécie de campo de força.

– Jacob! Tire-me daqui. – ele sequer olhou para traz.

Sentia uma raiva brutal dele neste momento. Eram mais híbridos atacando do que um único Lobo poderia dar conta.

Um homem se aproximou.

– Você existe realmente. E se existe ainda é um perigo para toda uma espécie. Não podemos ser caçados novamente. Você é filha de uma das ultimas Filhas da Luz. Desculpe-nos sua existência ameaça a de uma espécie inteira. – ele avançou esbarrou no campo que me protegia.

Gostaria de arrancar os olhos dele.

– Eu conheço esse truque. – outro homem parou ao lado.Sentou-se no chão, cantava algo que não podia entender.

O primeiro homem passou a mão no campo. Ele ainda estava ali.

O segundo foi arremessado para trás diretamente nas mãos de Jacob.

Sem reflexo algum de dúvida, ele saltou no ar e derrubou o homem, segurou seu pescoço com uma das mãos, e com a outra arrancou seu coração. Em seguida mais dois outros saltaram em cima dele.

Coloquei-me em posição de ataque.

O segundo homem foi arremessado.

– Não podemos dizer que ele não é protetor. – Nessie me olhou sarcástica.

Seth e Embry corriam na direção de Jacob e os demais híbridos na forma de Lobos.

Dei um passo a frente e vi que o campo estava desfeito.

– Darei um jeito na superproteção dele mais tarde. – antes de conseguir dar um passo em direção a eles, Reneesme segurou meu braço.

– É seguro isso. – ela olhou para o meu ventre.

– Nunca foi tão seguro como agora. – avancei em direção a Jacob e os meninos.

Saltei sobre o pescoço de um Lobo desconhecido e quebrei seu pescoço.

Outro saltou em minha direção e se chocou com Reneesme que o pegou no ar.

Saltei na direção dela e quebrei a pata traseira dele. Reneesme o apertou montou em suas costas quebrando mais algumas costelas.

Embry e Seth cuidavam cada um de um lobo diferente.

Meu olhar varreu a cena todinha.

Graham e Scott também estavam lá e eu nem havia percebido.

Zafrina e Senna morderam um dos lobos que avançaram contra elas.

O homem voltou a forma humana e começou a se contorcer de dor.

Olhamos a frente e muitos outros lobos avançavam.

Nahuel se lançou contra um Lobo que acertaria as costas de Eike.

– Nessie proteja Kate. – pedi.

– Ela esta bem. Ayra e Merida estão lá por ela. – segurou nos pelos de Seth e montou agilmente em suas costas.

Corri ao lado deles.

Porem era nítido que os lobos estavam batendo em retirada.

Jacob se embrenhou na mata atrás deles. Fiz o mesmo. Assim como os demais. Contudo não conhecíamos esse lugar. Em meio a corrida senti um alerta de perigo gritar alto na minha mente. Silencioso aos ouvidos dos demais, contudo preocupante.

Olhei para o lado. E Seth caminhava com Nessie em suas costas devagar.

Era um silêncio ensurdecedor.

Senti as mãos de Nahuel me puxarem para trás.

– Temos que sair daqui o quanto antes. Essa mata é protegida com magia pesada. Muitos que se perderam aqui não voltaram jamais. Os que voltaram não estavam em condições mentais de nos contar o que aconteceu aqui. Vamos. – Nahuel não parecia estar brincando.

Seu tom de voz, e seu olhar não deixavam dúvidas disso.

Contudo Graham, Scott e Jacob estavam mais a frente.

– Temos que alcançá-los. – avancei o mais rápido que consegui.

Jacob e Graham seguravam o híbrido pelo pescoço.

O homem me olhou com raiva.

– A noticia se espalhou ela... – o homem apontou em minha direção. –... É a ultima fêmea, e descendente direta de uma Filha da Luz. Toda nossa espécie esta em risco por conta do que ela pode trazer ao mundo.

– Não são apenas Lobos que vão caça - lá. Serão todos aqueles que querem viver. Se um Filho da Luz cair em mãos erradas. Qualquer outra espécie de ser sobrenatural corre um risco sem precedentes.

Jacob olhou em minha direção. Com o novo olhar. Aquele que eu não conheço.

– Você será apenas o mensageiro. Aquele que servirá de exemplo para os que tentarem chegar perto dela. – um tom de voz sombrio dominou Jacob.

– Jake espere. – Graham tentou dizer algo, antes de Jacob rasgar a pele do homem como papel.

– Não é nada pessoal. Vou defender sem piedade quem ameaçá-la. – o coração em segundos estava nas mãos de Jacob.

Não me virei.

Disse a ele que poderia aguentar. E vou.

Mas era completamente diferente vê-lo agir de forma tão impiedosa.

Ele me encarava para ver alguma fraqueza no meu olhar. Alguma brecha.

Senti o cheiro insuportável de Zafrina varrer o espaço.

– Temos um problema. – ela gesticulou com a cabeça e correu na direção que viemos.

Moira, Merida e Ayra estavam na clareira, junto com Kate e Embry.

Kate estava ofegante.

– O que aconteceu? – meu coração acelerou.

Kate me olhou cuidadosa. Fez o mesmo na direção de Jacob, com certo receio nos olhos.

– O que esta havendo? – Seth saiu da mata ajeitando a bermuda.

– Algumas pessoas saíram do círculo de proteção criado por Cassandra e Keira. – Kate tentava controlar a respiração.

– Do que estão falando? – perguntei com o coração acelerado.

Kate respirou fundo.

Senti as mãos de Jacob segurar meus braços carinhosamente.

Céus como preciso desse toque para me sentir forte.

– Mike e Billy. – as mãos que segundos antes passeavam livremente pelos meus braços, tentando me dar forças ficaram paralisadas. Frias.

– O que? – Jacob parecia não acreditar. – Do que diabos você esta falando? – ele parou ao meu lado.

– Eles não estão na reserva Jacob. E não estão em Forks, ou em qualquer outro lugar pelas imediações. – Kate já me olhava cautelosa.

– Moira. – Jacob apenas fez um gesto com a cabeça e Moira correu na direção da casa.

– O que esta havendo? – Merida parecia pálida.

O segurei pelo braço, a joguei em minhas costas, e corri o mais rápido que pude.

Jacob não nos seguiu. Talvez por achar que eu queria ficar a sós com ela para dar a noticia do desaparecimento de Mike.

– Merida, você queria ir até a reserva por qual motivo? – a respiração dela era irregular.

– P-porque, eu precisa ver Mike. Não andava me sentindo bem. Como se algo perigoso o envolvesse. É isso não é? Ele esta correndo perigo? – ela levou as mãos ao peito.

– Não sabemos. Mas você pode encontrá-lo. Mike deve estar vindo até nós. Ou esta ajudando Billy em alguma coisa. Precisamos ajudá-los. Merida ache-o. Eu sei que pode fazer isso. – quase implorei.

Merida se sentou. Fechou os olhos.

Enquanto isso podia ouvir Moira avisando a Jacob, que não conseguia encontrá-los. “Aparentemente estão envoltos em algo que me impede de localizá-los.” Moira parecia irritada.

Fechei os olhos.

Lembrando- me da ultima vez que estive com Mike, e como ele parecia bem.

Senti um aperto comprimir meu peito dolorosamente, por mais uma vez me culpar em arrastar Mike, para toda esta loucura.

Merida abriu os olhos.

– Achei. – me aproximei.

– Onde eles estão? Como estão? – meu coração parecia querer saltar do peito.

– Não sei ao certo. É como se eles estivessem em uma neblina constante. No mar, ou na terra. Não sei. Mas estão bem. Parecem estar tranqüilos. – Merida parecia inacreditavelmente mais calma.

– Merida, como eles podem estar em segurança se não estão na reserva? Como... – ela não me deixou finalizar a frase.

– Leah eu saberia dizer se Mike estivesse correndo perigo. Pare de duvidar da capacidade dele, e carregar uma culpa que não é sua. Confie nas escolhas dele. Confie nas suas. – Merida se levantou. Parecia tranquila. Caminhou até Jacob, que nada disse ao vê-la passar direto por ele.

Jacob tinha um olhar indecifrável.

– O que vamos fazer? – parei de braços cruzados diante dele.

– Meu pai não daria um passo em falso Leah. Vamos esperar.

Jacob segurou meu rosto em suas mãos e selou suavemente nossos lábios.

Senti-me inteira e segura em meio a tanta confusão.

Mesmo que essa fosse uma falsa sensação. Agarraria-me a ela com todas as minhas forças.

...

Três dias desesperadores.

Sem noticias.

Sem confortos, e sem Jacob ao meu lado.

A cada dia se tornava mais visível a mudança dele.

A distancia entre nós acabou trazendo antigos demônios à tona.

Meu único consolo vinha daquele pequeno ser, que pulsava vibrante no meu ventre.

Meu filho.

Ensaiei contar á Jacob sobre nosso bebê. Mas a preocupação visível com o bem estar de Billy era prioridade neste momento.

– Jake. – a voz de Moira chamando por ele. Completamente irritante.

Senti cada nervo no meu corpo entrar em curto.

A intimidade que havia se estabelecido entre eles.

Um clube do bolinha, só quem com um Imprinting.

Esmaguei sem perceber alguns pedaços de lenha em minhas mãos.

– Não precisaremos de machado dessa forma. – Nahuel me observava com um sorriso divertido nos lábios.

Larguei a lenha e dei as costas a ele.

– Espera. – sua voz era firme.

Virei-me para encará-lo.

– Não tive a oportunidade. E também não sabia ao certo como fazer... Não por não saber, claro que sei, mas por não saber como iniciar uma conversa com você. – Nahuel parecia sem graça, o que me deixou ainda mais irritada, ameacei dizer algo, porém ele me impediu e continuou. – Você salvou a minha vida Leah. Obrigado.

Fiquei totalmente desconcertada com a postura dele.

Nahuel tinha um ar selvagem, que combinava perfeitamente com o ambiente onde vive. É o único pesadelo que atormenta meu irmão. E causa uma curiosidade genuína em qualquer pessoa que não saiba tanto sobre a própria natureza como Reneesme.

– Não fiz mais nada que a minha obrigação Nahuel. Você estava lá para nos ajudar. Não poderia simplesmente abandoná-lo. – ele retomou a postura discreta a qual me acostumei nos últimos dias.

– As pessoas esquecem uma das outras, quando se vêem em desespero Leah. É absolutamente normal deixar de lado alguém que te ajudou quando a sua própria dor ameaça te engolir. Você pisa com facilidade em outra pessoa para prolongar a sensação de que nada daquilo é real. – em nenhum momento havia prestado atenção nos olhos de Nahuel. Na idade dele.

– Você é um homem sábio. –sorri.

– Pessoas que passam muito tempo vivendo nesse mundo geralmente o são Leah. – ele se aproximou e pegou as lenhas no chão.

– Cansa Nahuel? – dei de ombros. – Isso de viver eternamente.

– A vida é cansativa mesmo para quem vive cinqüenta anos Leah. Um imortal vai se cansar em algum momento. Mas vai levantar na manhã seguinte e continuar lutando para estar neste mundo mais um dia. – ele jogou as lenhas no carrinho que levaria até a pequena vila onde estamos instalados.

Ele poderia levar facilmente tudo em uma velocidade imensamente maior, contudo parecia preferir hábitos humanos comuns.

– Obrigada ter por ido conosco até lá. Você se arriscou um bocado fazendo aquilo. – ele me olhou sereno.

– Sou um alvo há muito tempo Leah. Cedo ou tarde algo tentaria me acertar. Aro é focado em seu plano de manter o poder!E eu focado no meu em ser um homem livre. – Nahuel tinha uma serenidade na voz, que não havia notado até este momento.

– Porque você foi até Forks aquele dia? Colocou-se na mira dos Volturi fazendo aquilo. – minha curiosidade em saber o que o motivava cresceu.

Com um sorriso nos lábios ele respondeu tranquilamente.

– Foi por ela. A hibrida. Renesmee. – ele não parou um segundo para analisar minha reação.

Estranhamente não senti nada além da curiosidade em saber mais.

– Achou que poderia ser sua mulher, por exemplo? – joguei as palavras ao vento, sem acreditar realmente nelas.

Nahuel gargalhou. Parecia divertido.

– Leah um homem que já viveu tanto não acredita em tampas de panelas. Almas gêmeas ou Destinos cruzados. Acredito em pessoas fazendo as coisas acontecerem. Fui até lá, pois queria ver de perto a única pessoa da minha espécie Leah. Você é cercada de Lobos. Eu até aquele momento jamais havia visto alguém como eu. Curiosidade. E senti o desespero humano vir de um ser morto há tanto tempo. A tia dela ao vir aqui tinha um choro sem lágrimas nos olhos. Fui apenas para constatar que não era uma aberração. Ou ter certeza que era, mas não estava sozinho neste mundo! – ele enrolou as rédeas do carrinho nas mãos e passou pelo ombro.

– Obrigada por responder minhas perguntas. – Nahuel conseguiu por alguns minutos tirar meus pensamentos dos meus próprios problemas.

– Sempre que você perguntar estarei por perto para responder. – ele começou a puxar o carrinho.

Caminhei ao lado dele.

– Você já ouviu falar nos Filhos da Luz Nahuel? – o olhei de canto de olho. Sua expressão não se alterava jamais.

– Já Leah. Conheci uma. – meu coração disparou frenético. – Não podia contar, pois isso não é algo que se comenta em fogueiras.

– Como ela era? – alisei instintivamente meu ventre.

– Um ser extraordinário e normal. – ele parou e soltou as rédeas do carrinho. – Mas a vida deles não é fácil Leah. Eles parecem atrair olhares. Vivem em uma constante de fugas sem fim. Não tem lar, não tem laços. São sempre protegidos o tempo todo. Justine se sentia assim. Presa. Os pais não a deixavam sozinha mais do que minutos. Ela não suportava isso. – os olhos deixaram escapar uma fagulha de dor. A expressão não mudou mais os olhos.

Senti uma dor rasgar meu peito.

Nenhuma palavra poderia expressar minha tristeza em saber isso.

– Mas existia algo ali. Amor. Muito amor. – ele parecia querer me consolar.

– Existia por quê? – quase sussurrei.

– Leah a sua história é totalmente diferente. Você tem ao seu lado um ser Extraordinário. Jacob é forte, mais do que qualquer outro que já vi, ou tive conhecimento. Ele saberá proteger você. – Nahuel olhou sugestivamente para meu ventre.

– Você não respondeu. – cortei qualquer chance de me fazer esquecer a resposta.

Nahuel suspirou pesadamente.

– Ela morreu Leah. – senti meu coração parar por um momento. – Houve uma emboscada aos pais. Ela não conseguiu seguir e deixá-los para trás. Ao voltar se deparou com o horror de vê-los mortos decapitados. Tentou fazer algo para trazê-los de volta e não conseguiu. Seus corações haviam sido arrancados. – o tom de voz dele era carregado de dor.

– Você estava lá, não é? – apenas o encarei.

Ele apenas assentiu.

– Eu amei um dia Leah. Faria tudo por ela. Mas Justine não conseguiu viver com a culpa, tirou a própria vida. E não pude fazer nada para impedir. Por isso eu sei que você vai escrever outra história. Uma mulher forte cria pessoas fortes como um reflexo em um espelho. – apenas assenti.

Sentia a presença de Jacob se espalhar por todos os cantos. Sentia-me preenchida com essa sensação.

Jacob saltou próximo a nós com a expressão impassível.

– Atrapalho? – ele olhou diretamente para minha mão que estava próxima a de Nahuel.

Ergui a sobrancelha sem acreditar naquilo.

– Sim atrapalha. – respondi desafiadora. – antes de passar e seguir adiante Jacob segurou meu braço com firmeza. Senti uma onda de calor se espalhar pelo meu corpo inteiro. – Me solte Jacob.

Olhei para o lado e Nahuel não estava mais ali.

Caminhei de volta para o local de onde eu vinha antes ao lado de Nahuel.

– O que esta acontecendo? – Jacob parecia irritado. – Vai ficar passeando com ele pela mata agora? – o ciúme ficou visível.

– Alguém tem que fazer o que você não faz! – sibilei.

– Não é justo você me punir dessa forma Leah. Estou cuidando da nossa segurança. Te protegendo, protegendo os demais e tentando deixar meu pai o mais seguro que posso. Dê-me um desconto. – ele estava visivelmente exausto.

– Não! Você não vai jogar tudo isso em cima de mim como uma vitima. Você se afastou de mim. Por medo de me machucar. Não partiu, porém me abandonou você longe me faria sofrer menos do que te ver e não te sentir mais. – despejei minha frustração.

– Pare de dizer isso. Você sabe exatamente o que estou sentindo. Ninguém mais sabe. Nunca estivemos distantes. – ele tentou se aproximar, me afastei.

O toque dele no meu corpo faria com que todo o resto desaparecesse.

– Você passa o dia para cima, e para baixo com o seu imprinting. Isso é mais distancia do que um oceano. Pare de me excluir Jacob. Ou passarei a fazer o mesmo com você. – o olhar dele brilhou. Algo familiar que eu não via ali desde que deixamos aquele castelo de horrores. Era medo. Medo de não me ter ao lado dele.

Jacob sentou-se em uma pedra.

Cruzei os braços.

– Não vou me desculpar Leah. Caso seja isso que espera. – bufei irritada. – Nada que eu esteja fazendo longe de você é errado. Quero o melhor para você. Para nós. E vou atropelar quem queira nos fazer mal. Então me desculpar é mostrar arrependimento. E não estou arrependido. – senti um calafrio percorrer todo meu corpo.

O olhar dele ao dizer isso era perigoso.

– Idiota. Estúpido. – dei as costas irritada. E continuei caminhando.

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Senti meus braços sendo envoltos pelos deles.

Uma sensação de estar protegida me envolveu de forma tão natural.

– Eu te amo Leah. – a voz dele aqueceu minha nuca. – Não posso viver sem ter você na minha vida. E a sensação da lembrança, ameaça... – o interrompi.

Virei-me e coloquei os dedos em seus lábios.

– Não. Você não pode passar a vida com medo disso Jacob. Estou aqui. Estamos juntos e isso é o que importa. – o beijei apaixonadamente. Como ele precisava sentir.

Jacob envolveu as mãos de forma quase possessiva na minha cintura.

Colocou-me em seu colo e me beijou da mesma forma como fez no nosso primeiro beijo, como fez logo que voltou como faz sempre.

Tudo fora deste espaço deixou de existir.

Deixou de ser um caos.

Jacob preencheu todos os medos, e espaços vazios no meu peito.

Suas mãos apertaram firmes minhas coxas envoltas em sua cintura.

Senti cada parte do meu corpo queimar.

Os lábios grossos dele passeavam livres pelo meu pescoço.

Minhas mãos agarraram em seus cabelos, e ele gemeu meu nome.

Quase me desfiz ali mesmo.

Jacob passou a mão por debaixo da minha blusa, deixando um caminho de fogo por cada parte que trilhava. Ele subiu o toque da base da minha cintura, até minha nuca, e segurou minhas costas protetoramente.

Senti o vento soprar nas minhas costas.

Ele estava me levando dali. Sem descolar os lábios grossos dos meus.

E só em pensar o motivo senti meu corpo ferver.

Minhas costas repousaram na relva.

E a visão foi simplesmente maravilhosa como sempre era.

Jacob se ergueu e em um único movimento rasguei sua camiseta inteira.

O sorriso malicioso em seus lábios fez com que cada partícula dentro de mim entrasse em choque, com o desejo imenso que me domina neste momento.

Fiquei apoiada nos cotovelos vendo ele deslizar o shorts pelas minhas pernas.

Paralisada com o olhar dele ao fazer isso.

Ao tirar o short o contato dos lábios dele com a pele da minha coxa fez com que meus cotovelos fraquejassem.

– Jacob. – sussurrei.

Em um único movimento senti minha calcinha sendo estraçalhada.

Arqueei meu corpo assim que os lábios grossos dele entraram em contato com a minha intimidade.

Senti a temperatura das mãos dele queimarem minha cintura. E o prazer que isso me causou, poderia incendiar a mata todo ao meu redor.

Senti o fogo me dominar. E cheguei ao ápice, chamando por ele repetidas vezes.

Jacob segurou a base das minhas costas ainda tremulas e beijou minha barriga, até meus seios.

Seus olhos continham fogo e desejo em uma mistura que me enlouquecia a cada minuto mais.

Tentei me desvencilhar, e ficar por cima dele, mas Jake me dominou.

Já podia sentir sua excitação entre minhas pernas.

Ele parecia esperar algo.

Ficou me provocando.

Sussurrou de uma maneira lasciva no meu ouvido.

– Você me quer? – minha cabeça girava enlouquecida mente.

Eu precisava de Jacob tanto quanto preciso respirar.

– Por favor. – agarrei sua cintura e circulei as pernas em seus quadris.

Jacob soltou um gemido de desejo e prazer quando me ergui encaixando nossos corpos.

Podia ver cada traço da expressão de prazer ali.

Enquanto ele se movimentava dentro de mim.

Girei nossos corpos ficando com meu corpo sobre o dele.

– Leah. – ele dizia meu nome entre sussurros. – Minha. Para sempre.

Senti meu desejo arder.

Jacob me olhava admirado, excitado, apaixonado.

Segurou minhas costas e se ergueu beijando meus lábios de uma forma deliciosa.

– Jake, eu vou... – ele mordeu meus lábios e sussurrou.

– Juntos. – o corpo dele tremia deliciosamente no mesmo movimento que o meu. Enquanto nos apertávamos firmemente um contra o outro.

Chegamos ao ápice juntos.

Jacob segurou minhas costas e me deitou com ele.

Precisava daquilo, De sentir Jacob percorrendo meu corpo desta forma.

Desencaixei-me dele e houve um murmúrio de protesto com a atitude.

Sorri divertida.

– Acalme-se Black. Temos a noite toda. – ele sorriu e se virou para me olhar.

– Só me sinto completo quando estou ao seu lado Leah. – meu coração disparou frenético.

Jacob jamais ia parar de me causar essa reação.

– Eu te amo. – segurei seu rosto entre minhas mãos.

– Eu te amo. – ele respondeu com os lábios colados aos meus.

Enrosquei minhas pernas em seu quadril, e pude sentir o meu desejo por ele reacender.

Assim como o dele.

Envolvi minhas pernas nas suas e o encaixei novamente em mim.

O gemido de prazer dele, fez meu corpo queimar mais uma vez.

Não sei se algum dia não sentiria essa sensação, ou se minhas reações aos toques dele mudarão. Entretanto se um dia mudar, tenho a certeza que elas vão aumentar.

Jacob girou nossos corpos me deixando sob seu corpo febril. O puxei para um beijo que ameaçava me queimar caso não acontecesse.

Estava pronta para matar a minha saudade dele, mesmo que demorasse dias para saciar esse desejo.

...

Senti as mãos de Jacob entrelaçarem meu pescoço de forma violenta.

Abri os olhos e tentei me soltar.

Não consegui.

Ele me ergueu e bateu minhas costas contra uma arvore.

Os olhos estavam vazios.

Sem Vida.

– Jake – sussurrei segurando suas mãos. – Por favor, acorde.

Nenhum reflexo do homem que me amou a tarde toda neste mesmo lugar apareceu.

– Sinto muito. Não é nada pessoal. É só esse som, da pele dela sendo rasgada. – o tom de voz era sombrio.

– Não. – Jacob investiu contra o meu peito. Porem o segurei. – Não.

Uma de suas mãos segurava meu pescoço quase me deixando sem ar, enquanto a outra tentava rasgar a pele do meu peito. Uma força sem medidas me dominava para conter que ele perfurasse minha pele.

Queria gritar por socorro mais não conseguia.

Ele rasgou com um dedo uma pequena parte da pele que protegia meu coração.

O sangue molhou minha blusa, porem, em segundos a ferida estava cicatrizando.

– Jake, nosso bebê. Jacob me escute. – minha voz era um pouco mais que um sussurro. Senti minha força escorrer por minhas mãos.

Fechei os olhos e tive um relance de um lindo garotinho sorrindo para mim.

“Lute, só você pode.” Seu rosto era tão lindo. Os cabelos negros e lisos em um corte que o deixava parecido com Jacob quando criança.

Abri os olhos e envolvi os pulsos dele com firmeza.

– Acorde Jacob. Vamos acorde. – quase rugi. – Acorde.

O senti balançar a cabeça.

Mas antes que a consciência o dominasse algo se chocou contra ele.

O mandando longe.

Reneesme.

Ela parou na minha frente de forma protetora, enquanto Jacob tomava consciência do que havia acabado de fazer.

– Meu Deus. – o pânico nos olhos dele quase me partiu ao meio.

Ele olhava fixamente para o sangue que circulava a área do meu coração, no pano da blusinha que eu estava.

– Jake acalme-se. – me aproximei cautelosamente.

Estava ofegante.

Reneesme vinha logo atrás.

– Se afaste Leah. Olhe para mim. Olhe. – quase a matei mais uma vez. Quase a matei. Que diabos esta acontecendo comigo? – ele levou as mãos à cabeça, agarrando os cabelos.

Senti o perfume suave do aroma da pele de Kate e a movimentação de Embry muito próximas.

Jacob parecia alheio a isso.

– Você esteve no inferno Jacob. Não é fácil voltar sem trazer cinzas. – tentei tocá-lo ele se afastou.

– Você não se escuta falando, não é mesmo Leah? – ele riu irônico, sarcástico, e sem humor algum. – Eu quase a matei mais uma vez, e você fala de cinzas? Por favor. Pare de achar que isso é simples, quando não é! – a voz dele continha uma dor que eu não conseguia imaginar o tamanho.

– Simples? – devolvi o sorriso sarcástico e sem humor. – Olhe você falando. Nunca achei que seria simples, não sou uma idiota qualquer. Eu o vejo quando esta com os olhos na escuridão, EU! Não venha discursar sobre as facilidades que existem nisso Black. Mas eu o vi. Antes de ser atingido por Reneesme. E você me viu. Porque você se agarra a mim. Você se agarra ao único ponto de luz que enxerga no meio do som da minha pele sendo rasgada, e você não me machuca. Reneesme te atingiu, pois você já estava me vendo. Olhe para mim Jake. E veja se a margem para mentiras no que estou falando. Mesmo nas sombras você me reconhece. Mesmo sem visão alguma de nada, você se agarra a minha voz e não me machuca. – minha voz parecia querer sacudir as arvores.

Kate e Embry estavam parados a uma distancia sem se pronunciar.

– Você é mais corajosa do que eu. Arrisca-se, se coloca em jogo. Eu... – não o deixei finalizar a frase por medo de onde essa conversa poderia nos levar.

– Sou corajosa e admito. Então seja corajoso de volta e não fuja mais. – minha voz falhou um segundo, com a possibilidade dele se afastar.

– É isso que você acha que vou fazer? Ir embora? – ele se aproximou. – Não,isso não farei mais. Errei uma vez, e prometi a você que jamais faria novamente. Sem promessas quebradas Leah. Só estou com medo. Medo de te machucar, e te perder. – ele me envolveu com seus braços fortes e me aconchegou em seu corpo.

– Não tenha medo. Eu não tenho. Lute. – fechei os olhos e a imagem do pequeno garoto preencheu minha mente. Como se eu estivesse no caminho certo. Mesmo sem enxergar a trilha.

Jake me apertou em seus braços.

– O que esta havendo Embry? – ele não me soltou.

– Encontramos Mike e seu Pai. Ele esta em uma ilha, há dois dias daqui. – Kate parecia calma e controlada demais.

– E...? – parecia haver algo não dito.

– Devemos partir agora. – Existe a possibilidade de um ataque direto ao local que eles estão. Minhas visões estão confusas. Mas Vladmir esta em guerra e procurando reforços. Seja lá o que ele busca seu pai esta atrás de alguma coisa Jacob. – Kate olhava diretamente para Jacob.

– Seja lá o que for, vamos ter que perguntar pessoalmente. – Jacob deu um beijo na minha testa. – Vamos nos preparar para partir.

Voltamos para o pequeno vilarejo. E arrumamos todas as coisas que reunimos.

Bella e Edward mantinham uma distancia segura de Jacob. Mas se negavam a deixar Renesmee.

Organizamos tudo em menos de duas horas.

Zafrina e Senna preferiram não usar o mesmo meio de transporte. Não sei se as mesmas não se sentiriam bem em meio a tantos lobos, ou se algo no olhar de Jacob as afugentou.

Elas partiram antes com Edward e Bella.

Nahuel deixou a tia em segurança em um vilarejo próximo ao que ficamos todos esses dias.

Preferiu não arriscar a vida da única família que ele possui na vida.

Embora ela tenha relutado. Ele não se mostrou interessado, em abrir mão da segurança dela.

Embarcamos no barco de Nahuel. Que contrastava completamente com o estilo de vida simples e humilde que ele levava.

A viagem até a Ilha mais próxima levaria horas.

Sentia-me sonolenta. Cansada.

Encostei-me no braço de Jacob e adormeci com a brisa da manhã no rosto.

....

Uma risadinha gostosa preenchia o ar.

Abri os olhos e o pequeno corria feliz pela mata.

“Não se afaste” eu pedia.

O sorriso dele era completamente perfeito.

Era completamente igual ao de Jacob.

Ele correu veloz pela mata e o perdi de vista por alguns segundos.

O segui.

Ao entrar na mata meus olhos se encheram de um horror absoluto.

Um homem de olhos vermelhos injetados drenava o sangue do meu pequeno.

O pânico me dominou.

– Não. – gritei em desespero.

– Leah acalme-se. – Jacob me abraçou protetoramente.

Meu corpo tremia sem controle.

Senti as lágrimas mornas rolarem pelo meu rosto.

Alisei meu ventre carinhosamente.

Jacob não percebeu.

– O que foi? – ele segurou meu rosto entre as mãos. – O que aconteceu essa madrugada a assustou não é? – ele me encarou intensamente.

– Não é nada Jake. – enxuguei as lágrimas. – Estou preocupada.

Ele parecia me analisar.

– Você acha que a história dos filhos da Luz é verdadeira? – ele foi direto.

Era impressionante como Jacob me decifrava facilmente.

– E você não? – foi a minha vez de analisar sua expressão.

– Não sei. Espero que não seja. – senti uma pontada aguda no peito. Uma facada doeria menos. As garras dele rasgando minha pele e tocando o meu coração não doeram tanto.

incapaz, oca por dentro? – a raiva ameaçou me dominar.

– Ei Leah. Calma. Não é nada disso. Eu apenas não gostaria de ter um filho nessa loucura toda que estamos vivendo. Nunca e jamais pensaria que você é incapaz de alguma coisa. Apenas acho que isso seria injusto agora com o nosso bebe. Viver fugindo não é viver Leah. Não ter laços com o mundo não é ter vida. Uma pessoa pode viajar o mundo todo, mas precisa ter laços. Um local seguro para voltar e repousar. Sem laços a pessoa não vive Leah, ela apenas sobrevive. E eu quero viver meu amor. Dar ao nosso filho essa chance entendeu? – senti mais uma dor aguda. As palavras carinhosas e a preocupação natural dele com o filho que ele sequer sonhava que já existia, me partiram ao meio.

Jacob olhou a situação como alguém de fora. Que não sabia e não imaginava o que realmente estava acontecendo.

Um olhar que eu não pude ter antes, pois estava empenhada em trazer Jacob e proteger o bebê.

– Depois falamos disso Jacob. – dei as costas e caminhei até Kate e Nessie na cabine.

Era certo que, Nessie ouviu cada palavra, mas não olhou e nem teceu comentário algum sobre isso.

Meu estomago estava embrulhado. Meu coração havia se partido por algum motivo que eu desconhecia.

As palavras de Jacob pareciam pesar toneladas.

– Terra a vista. – Seth disse no convés.

– Chegamos. – Kate me olhou desconfiada. – O que foi? – pedi silencio levando o dedo aos lábios e apontei para o meu ventre.

Kate se aproximou com um gesto teatral de quem anda sem fazer ruídos. Segurou minha cintura e beijou meu ventre.

Sorri com esse gesto tão carinhoso.

– Vamos dar uma olhada ao redor. – Jacob dizia no convés. – Leah fique aqui. – pensei em discutir sobre a maldita atitude super protetora dele, mas não estava com humor para isso.

Permaneci na cabine. Estava me sentindo mal.

Jacob, Aquilles, Eike, Scott, Graham e Embry desceram para averiguar a entrada da mata.

Respirei fundo e sai da cabine.

Merida e Ayra estavam sentadas no deque de mãos dadas e olhos fechados.

– Você não deveria mentir para ele Leah! – a voz de Moira afundou no meu cérebro.

– Não se meta. – rugi dando as costas a ela.

– Ele tem o direito de saber. Leah isso será bom para ele. Eu o conheço, sei o que estou dizendo. – o ódio dominou meu corpo.

Em um movimento ágil segurei o pescoço de Moira, e bati suas costas na contra a parede da cabine no convés.

– Desgraçada. Eu vou matá-la ainda. Você não conhece Jacob porcaria nenhuma. O que você entende é de magia, de laços que obrigam você ter uma conexão com ele. Eu sei o que é melhor para mim. Para ele e para o NOSSO filho. – bati suas costas no convés novamente, ela se debatia em desespero.

– Leah acalme-se – Nessie mantinha uma distancia segura.

– Nunca mais ouse se meter nisso. Nunca mais diga o que você acha que ele merece. E jamais ouse me dizer o que fazer. Você é apenas o imprinting dele, eu sou o amor de uma vida toda, que a fez perder o predestinado. Da próxima vez, eu quebro você como faria com um galho. – soltei o corpo dela no chão.

Ela tossia incessantemente.

Nessie passou por mim com a expressão divertida.

Foi até Moira e a levou nos braços.

Desci do barco furiosa.

– Leah. – Seth me chamou.

– Fique. – o tom alfa dominou minha voz.

Seth me olhou espantado.

Caminhei ate a mata. Fechei os olhos. Respirei fundo e senti o aroma da pele de Jacob.

Abri os olhos e corri até eles.

No meio do caminho senti meu sangue gelar.

Parei bruscamente.

– Uma cachorra. – um vampiro pulou diante dos meus olhos.

O rastro de Jacob estava a poucos quilômetros.

Uma emboscada talvez?

Não sabia ao certo o que pensar.

Mais dois vampiros saíram da mata.

Dois me observavam estavam nas arvores.

Olhei para trás e me vi sozinha.

– Um defunto. – respondi sarcástica.

– Matem-na. – a voz irritada e a ordem entregavam que eles não estavam ali a mando de Vladmir.

Dois vampiros investiram contra mim.

Antes de me chocar com um agachei e me lancei contra o outro.

Um baque fez o chão sob meus pés tremerem quando Reneesme se chocou contra o outro.

O odor era insuportável, a mata estava repleta deles. Isso era uma certeza.

– A filha dos Cullens pegue-a. Um dos vampiros que acabara de apontar no alto de uma pedra cercado de mais alguns ordenou.

– Se estiveram vivos para isso. – Seth rugiu. Saltou no ar e explodiu em suas roupas. Seguido por Embry.

Senti meu pescoço ser apertado violentamente.

Fui arremessada. Porem antes de bater no chão senti braços firmes me segurando.

– Será que é tão difícil assim me ouvir? – a voz de Jacob parecia um trovão.

– Será que é tão difícil aceitar que eu sei me virar sozinha? – desviei da investida do Vampiro e Jacob o estraçalhou.

– Mas e Kate. E o barco? – Jacob desviava com facilidade do ataque dos vampiros.

– Nahuel esta lá, assim como Merida e Ayra, Jacob. – arranquei o braço do Vampiro e Jacob a cabeça.

Parecíamos dançar ali. Uma dança mortalmente perigosa.

Jacob saltou e segurou um Vampiro pelo pescoço e o outro pelo tronco.Ao tocar o chão um estava dividido e o outro sem cabeça. Jacob pisou na cabeça de um esmigalhando aquela parte.

– Elas estão bem. – agarrei o vampiro pelo pescoço e Jacob arremessou a cabeça em uma fogueira que ardia em brasas altas.

Olhamos para trás e a cena era incrivelmente desesperadora.

Vampiros para todos os lados.

– Seja lá o que eles vieram buscar. Não são os únicos. – Jacob investiu contra os Vampiros a nossa frente.

Nessie lutava com um enquanto Embry e Seth abocanhavam os demais.

Corri na direção de Reneesme, pois ela seria surpreendida por uma Vampira que saltava de uma pedra. Contudo antes de saltar na direção da Vampira, o choque marmóreo do corpo de Bella contra a mulher fez um barulho estrondoso sacudir as arvores!

Edward surgiu do mesmo ponto de Bella, e arrancou o pescoço do vampiro que lutava com Reneesme.

Zafrina e Senna pareciam raios ali. Alguns vampiros ficaram com a visão fora de foco, e Scott, Eike, Graham e Aquilles arrancavam as cabeças deles e jogavam na fogueira.

Jacob cuidava da retaguarda de todos, não deixando nenhum sanguessuga escapar.

Uma mulher correu tentando fugir dali.

Parecia que absolutamente ninguém notou quando ela fez isso.

Corri atrás.

Olhei para trás por um segundo e vi alguns vampiros virando pó.

Voltei meu olhar para a sanguessuga que tentava escapar.

Alcancei a vampira e ela investiu contra mim.

Antes que conseguisse colocar minhas mãos nela, outro vampiro se lançou contra mim.

Desviei e saltei a diante.

Uma pequena clareira no meio da mata fechada.

– Cadela burra. – ela sorriu maquiavelicamente.

Olhei ao redor e uns oito vampiros pareciam estar esperando isso.

– Vampira estúpida. – investi contra ela e senti Jacob passar por mim como um raio.

Separando dois braços de diferentes vampiros ao mesmo tempo. Ele passou por eles como um raio.

– Leah, você pode se transformar por gentileza. – ele estava visivelmente irritado, enquanto não dava chance de nenhum vampiro acertá-lo. – Quero deixar você se cuidar sozinha, já que isso é tão importante, mas na forma humana, você dificulta essa atitude minha. Se transforme.

– Não posso. E sei cuidar de mim em qualquer forma Jacob. – a Vampira acertou meu braço em um movimento rápido. Circulei meu braço no dela, e arremessei seu corpo gelado contra uma arvore, saltando e cravando meus pés em seu peito.

Ela se desequilibrou e circulei meus braços em seu pescoço.

Jacob murmurava palavras desconexas.

Agarrei o pescoço gelado dela e separei do seu corpo.

– Leah se transforme. – o tom alfa dominou sua voz.

– Não posso Jacob. Mas que droga! Não use essa porcaria de tom comigo!– gritei com ele, enquanto arrancava os braços e as pernas da vampira arremessando longe.

Ataquei o Vampiro que se lançou contra Jacob.

O choque do meu corpo quente com aquela pedra gelada me fez estremecer, e sentir um nojo imenso.

– Leah! – Ele rugiu. – Se transforme. Agora!

– Não posso. Não sei se é seguro. Se isso não vai prejudicá-lo em algo. – Jacob me encarou sério enquanto os vampiros em suas mãos começavam a se contorcer se transformando em pó.

– Não é seguro? Leah do que diabos... – a frase morreu antes de ser finalizada.

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A sombra que pairava em seus olhos desde que saímos daquele inferno se dissipou.

– Jake. – fiquei paralisada quando os olhos dele se fixaram na parte do meu corpo que abrigava nosso pequenino bebê.

– Meu deus. – ele olhou diretamente para o meu ventre.

As batidas do coração do pequeno no meu ventre pareciam tão altas que poderiam ser ouvidas do barco.

A vibração vinda do meu ventre parecia iluminar toda a mata.

Jacob cedeu sobre o peso do próprio corpo ficando de joelhos a minha frente.

Seus lindos olhos negros se encheram de lágrimas.

– Jake. – dei dois passos em sua direção.

Ele fechou os olhos e lágrimas grossas rolaram por seu rosto bronzeado.

– O som... – sua respiração era ofegante. – O som mais maravilhoso que eu podia ouvir na vida.

Aproximei-me dele. Segurei em seus cabelos negros.

Jacob segurou minha cintura e colou o ouvido no meu ventre.

Não contive as lágrimas.

Tinha medo de Jacob não gostar disso.

Ter tanto medo, e temer tanto pela nossa segurança, que não fosse capaz de mandar o amor que nosso pequenino merecia, e necessitava.

– Jake, eu sinto muito por não te falar antes. – tentei me explicar.

Jacob olhava fixamente para o meu ventre.

Passou o nariz pelo meu ventre. Respirou fundo.

– Eu estou aqui. Nada vai te atingir ou te ferir meu amor. Você esta seguro. Nunca vi o seu rosto, entretanto saiba que ser humano mais amado neste mundo não há. Sua mãe e eu não vamos deixar que ninguém o machuque. Nunca senti um amor tão profundo em segundos. Eu já te amo. – senti uma leve cutucada. – Meu filho.

– Ou filha. – empurrei as palavras com a voz embargada pelo choro e emoção.

O sorriso que Jacob abriu não deixava duvidas que ele estava encantado com o bebê.

Jacob levantou e me pegou em seus braços. Tirando os cabelos no meu rosto e envolvendo-o em suas mãos.

– Eu te amo. – ele selou nossos lábios suavemente.

Sorri como a muito não fazia.

Jacob tirou meus pés do chão me aninhando protetoramente em seu peito. Os vampiros ao nosso redor viravam pó.

Nenhuma palavra seria capaz de descrever o que eu estava sentindo neste exato momento.

Jacob caminhava pela mata como se estivesse alheio a movimentação ao seu redor.

Senti-me segura. Como se todos os problemas tivessem deixado de existir ao menos um momento.

A loucura ao nosso redor foi se tornando em calmaria.

Os barulhos cessaram.

Jacob sentou-se em uma pedra, parecia querer me aninhar ali eternamente.

– Eu ficarei bem Jake. – prometi solene.

– Não posso arriscar. Não posso. – ele me apertou em seus braços.

– Não vai. Ouça. – ergui a cabeça, e segurei o rosto dele entre as mãos. – Eu sou mais forte agora. Nosso bebê me protege Jacob. – ele passava as mãos no meu ventre carinhosamente.

– Ele nem veio ao mundo, e já esta em perigo iminente. – uma lágrima grossa escorreu no canto dos olhos dele. – Como isso pode ser possível? Ele pode não ser um filho da Luz.

– Nosso filho é um Filho da Luz Jacob. – me soltei de seus braços. Esfregando minhas mãos nos braços dele. Precisava contar tudo.

– Conte-me tudo Leah. Confie em mim. – ele envolveu os braços nos meus.

– Eu nunca deixei de confiar Jake. Eu só achei que isso poderia ser demais. Você precisava pensar somente em você. – confessei.

– Eu nunca penso somente em mim Leah. Mesmo quando estive na escuridão meus pensamentos mais claros, aqueles que a dor não alcançava, envolviam você. – ele encostou a boca na minha bochecha. Cobrindo meu ouvido direito com o rosto.

Virei-me para encará-lo.

– Vou te contar tudo. – respirei fundo e comecei a contar.

Contei sobre o dia em que os Romenos tentaram me levar da reserva. Do exato momento em que senti meu filho pela primeira vez. Jacob sem dizer uma palavra compreendeu neste momento o motivo de alguém ter conseguido me capturar.

Contei em detalhes meu encontro com Keira e Cassandra. Sobre Kendra. E minha decisão em tirar Jacob das mãos dos romenos.

Ele não disfarçou a expressão de espanto quando contei sobre minha Mãe. Acho que essa expressão era minha até agora.

Ele ouvia tudo atento. Sem perguntar absolutamente nada, pois estava atento aos detalhes.

A cautela dominou meu tom de voz ao contar o que houve na casa dos Romenos.

Não só por meu filho ainda no meu ventre trazer Nessie de volta. Mas simplesmente por recordar da minha dor, e da dor de Seth vendo-a ali inerte. Sem vida.

Jacob foi surpreendido por saber que isso aconteceu.

Ele fitava o nada.

Sabíamos que todos nossos amigos estavam ali. Na mata.

– Vamos sair daqui. Encontrar meu Pai. E resolver para onde iremos. – ele parecia decidido. Contudo eu sabia que ele tinha o mesmo temor pela vida no meu ventre. Um medo silencioso que algo aconteça alguma coisa que fuja do nosso controle.

Jacob se levantou e não me soltou.

– Vamos. – ele disse.

Nenhuma palavra foi dita. Todos se embrenharam na mata em busca do local onde Billy e Mike poderiam estar.

Kate tinha um olhar focado.

Parecia outra mulher.

Nessie corria nas costas de Seth.

Os Vampiros estavam a frente. Separados dos Lobos.

Jacob me carregou em suas costas largas, ignorando completamente meus protestos.

A mata era fechada. Completamente.

O ar era deliciosamente puro, o que denunciava que vampiros não pisavam ali com frequência.

Embry parou mais a frente. O que denunciava que estávamos perto de algum lugar.

Kate desceu das costas de Embry, que estava na sua forma de Lobo.

Ela caminhou sozinha alguns passos. Parecia estudar o perímetro como um lobo faria.

– Nessie. – Kate chamou. – Me dê a sua mão.

Renesmee passou por mim e entrelaçou seus dedos nos de Kate.

Pareciam se comunicar silenciosamente.

Jacob observava atento.

Nessie sorriu para Kate. E caminhou na direção de Seth, tocou seu rosto. Fazendo isso com todos ao seu redor.

Ela estava passando a localização de onde Billy estava.

Jacob a deixou tocar sua mão para o meu espanto absoluto. Sem dizer uma única palavra até que ela o soltasse.

– Estamos a um dia de distancia. Vamos continuar! – Jacob tinha uma pressa quase palpável nas palavras.

– Jacob. Kate esta exausta. – sussurrei em seu ouvido.

– Eu mesma a carrego Leah. Não podemos parar. – a determinação dele era admirável.

Apenas assenti cansada demais para argumentar.

– Vamos continuar. – Kate caminhou em minha direção e tocou meu rosto. – Vocês agüentam?- a doçura e a preocupação em sua voz me comoveram.

– Kate, estou bem. Não se preocupe comigo. – sorri sinceramente.

Jacob me analisava com uma expressão impassível.

– Vamos avançar apenas algumas horas. Paramos nos alimentamos e descansamos um pouco esta bem? – sua mão esquerda passeou suavemente pela lateral do meu rosto. Envolvi minhas mãos nela e apoiei o rosto. Estava me sentindo feliz por ver a preocupação dele com o filho.

Em meio ao caos uma fagulha de luz estava mantendo nossas esperanças intactas. E essa luz vinha do meu ventre.

Levantei-me. Ajeitei minha roupa.

– Daqui para frente, nada de ser carregada Jacob. Vamos. – olhei ao meu redor, e os sorrisos eram gerais.

Jacob nada disse, apenas assentiu.

Avançamos mata a adentro.

Não me sentia fisicamente cansada. Correr me traz uma força imensa, de que preciso neste momento para lutar e proteger a quem amo. Meu cansaço é puramente emocional.

A vida em meu ventre mal se formou, e já esta passando por mais desafios que Eu mesma não enfrentei em anos como Loba.

Pensar no futuro sempre foi uma grande incógnita para mim. Pelo meu tempo de vida adiante, contudo agora esse tempo parece ser curto demais, para proteger a vida da pequena vida no meu ventre.

Como seria a vida dele?

Passaríamos a eternidade nos escondendo, fugindo, sem descanso?

Senti um aperto insuportável que me vez perder o ar. E o equilíbrio.

A velocidade da minha corrida fez com que meus pés saíssem do chão.

Tudo era um borrão ao meu redor.

Protegi rapidamente meu ventre com um braço e com o outro o rosto para amortecer a queda. Entretanto antes de tocar qualquer coisa, o aroma amadeirado da pele de Jacob cobria tudo ao meu redor. Seus braços fortes e quentes bateram com força em algo. Meu corpo não sentiu o impacto de absolutamente nada.

– Leah você esta bem? – Renesmee me olhava preocupada.

– Vamos parar descansar. – Jacob avisou enquanto tirava os cabelos nos meu rosto. – Tudo bem?

O encarei sem medo de mostrar minhas emoções.

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– Estou com medo Jake. Mesmo não gostando, me negando. Droga como uma criança pode viver sendo perseguida antes mesmo de nascer. Estamos fugindo e ninguém sabe sequer que ele já existe. – falar tornava meu medo quase palpável. Como uma pessoa diante dos meus olhos.

Jacob caminhou lentamente, tinha um sorriso nos lábios.

–Ele? Hã? Um menino? – Jacob ignorou completamente meu desabafo. – Como você pode ter certeza?

– O que? Do que você esta falando? Como assim certeza? – ajeitei os cabelos em um coque.

– Você! Acabou de dizer. – Jacob abriu aspas teatralmente, sorri com o gesto esquecendo completamente o que estava pensando alguns segundos antes. – “Ninguém sabe sequer que ELE já existe!” – Como pode saber se é um pequeno Jake ai nessa barriguinha, e não uma pequena Leah. Porque pelo trabalho aposto, aposto alto que é mulher. Para me dar esse trabalho então. Certeza é uma Clearwater. – Jacob se aproximou e me envolveu em seus braços, me sentando em seu colo.

– Não tenho certeza. Mas eu sonhei sabe? Um lindo menino, de voz firme e cabelos negros como a noite e lisos como um tecido de ceda. A voz era tão real Jacob. Era um menino. Lindo. Saudável. Com os traços mais lindos de ambas as partes.

O sorriso dele poderia rasgar suas bochechas.

– Um menino. Não imaginaria nada mais perfeito. Embora tenha a certeza que uma garotinha seria perfeito. – Jacob alisava meu ventre carinhosamente.

– Não temos certeza. Pode ser uma garotinha. – afundei meu nariz no topo de sua cabeça e inalei o perfume de seus cabelos.

– Sabemos que nossos sonhos não são aleatórios Leah. – Jacob envolveu uma das mãos pela minha nuca com o polegar acariciando minha bochecha, e puxou meu rosto para si. Passou o nariz pela lateral do meu rosto, e selou nossos lábios. – Eu te amo. – ele sussurrou. – E não vamos pensar no que de mal pode acontecer. Vamos pensar que vamos ser pais. E faremos isso juntos. Não importa o quão difícil seja, do quão trabalhoso possa ser. Estaremos juntos Leah. Nada mais vai importar. Juntos.

Minha testa encostada a dele. Minhas mãos enlaçadas em seus cabelos. A respiração dele varrendo minhas preocupações naquele momento.

– Juntos. Sempre. – selei nossos lábios. – Obrigada por não fraquejar. Por enxergar sempre o melhor nas coisas.

– Vejo isso agora, pois você me ensinou ser forte o bastante para isso. Não tenha medo. Vamos enfrentar tudo o que vier juntos. – me aninhei no peitoral dele. Sentia-me segura ali.

Jacob se ajeitou no tronco de uma arvore, acariciando meus cabelos e meus braços. Adormeci.

...

O aroma delicioso de comida preenchia o ar.

Abri os olhos preguiçosamente e a escuridão dominava o céu sem estrelas.

Levantei-me assustada.

Jacob não estava ao meu lado. Olhei ao redor e vi vários metros adiante uma fogueira. Estava alta.

Ao redor dela estavam Nahuel e Ayra que conversavam em um canto. Merida e Moira estavam com Eike, Aquilles e Scott. Kate sorria com algo que era dito por Aquilles, no colo se Embry.

Não vi Nessie, Seth e Jacob.

Levantei e caminhei na direção da fogueira.

– Boa noite. – não obtive resposta.

Olhei para Kate irritada.

– Boa Noite Kate. – toquei seu braço.

Kate olhou para o braço e para a direção de onde eu vim. Ela se levantou, olhou, analisou e voltou a se sentar no colo de Embry.

– O que foi amor? – Embry perguntou sem saber ao certo o que estava acontecendo.

– Nada, apenas senti como se alguém houvesse tocado meu braço. – ela continuava olhando na minha direção.

– Kate! – gritei.

– Leah esta dormindo tranquila agora, ela precisa descansar. – Embry beijou a testa de Kate.

Minha respiração ficou acelerada.

Olhei na direção que eu vim, e meu corpo estava ali. Minha respiração era cadenciada e tranquila.

– Meu deus. O que esta acontecendo? – corri na direção do meu corpo.

Cada movimento meu causava uma ventania ao redor.

Sentia-me estranhamente diferente. Como se o solo sob meus pés estivesse ligado a cada parte do meu corpo. Uma sensação incrível e apavorante.

Agachei e toquei meu próprio corpo. Era real.

Sentia cada movimento ao meu redor. O vento, os aromas, e até mesmo os animais a quilômetros de distancia pareciam me puxar ou simplesmente ser parte de mim.

Notei que meu peito não estava ofegante, como deveria dado o meu nervosismo.

Senti uma força quase magnética me atrair.

Fechei os olhos e parecia estar flutuando. Passando por arvores e o rio.

“Finalmente”. – um homem de aparência indígena. Alto e imenso.

“Quem diabos é você?” – sentia cada movimento, aroma e vibração ao meu redor.

“O importante é em que estado você se encontra Leah?” – a voz parecia ecoar pela mata. Um trovão.

Olhei fixamente para ele.

“O que esta acontecendo?” – o medo me dominou. Envolvi as mãos em meu ventre.

‘’Esta acontecendo o que a vida escreve. E essa em seu ventre, tem muito a escrever antes mesmo de abrir os olhos para o mundo fora de você. Por enquanto, você é os olhos e ouvidos dele. Então observe atentamente tudo ao seu redor.” – ele se aproximou.

Não senti medo.

“Quem é você?” – não me movi, embora o tempo todo meu corpo parecesse estar em constante movimento. – “O que esta acontecendo aqui?

“Sou alguém que vai te ajudar agora a lidar com isso. Seu filho te dará habilidades Leah. Essa é uma que você acaba de desenvolver e que muitos demoram anos para dominar. Seu espírito esta viajando fora de seu corpo nesse momento Leah.”

“Impossível.” – tentava achar alguma explicação.

“O impossível não se aplica mais a você Leah”. Apenas preste atenção. O único perigo é o caminho de volta ao seu corpo. Diferente dos demais, seu ponto de luz não será ministrado por nenhum outro ser que esteja na matéria física Leah. Você deve simplesmente se focar naquele que você carrega. Seu filho.’’

“Você quer me dizer que meu filho esta possibilitando isso?” – sentia um desconforto mental que não alcançava meu corpo.

“Estou dizendo como chegar ao seu corpo. O que esta acontecendo você mesma pode sentir. Não é preciso dizer nada.” – a certeza nas palavras dele não deixava duvida alguma.

Apenas assenti.

“Se concentre agora” – a voz de trovão dele ecoou pela mata.

Um vento parecido com o que Jacob e os demais causavam antes de matar vampiros em espírito.

Então lá estava a luz.

Meu corpo inerte na mata.

Um sorriso involuntário de espalhou por meus lábios.

“Como ele pode ser tão poderoso antes mesmo de nascer?” – sentindo melhor, não era possível alisar meu ventre ou sentir meu bebe ali, exclusivamente porque ele não estava aqui e sim no meu corpo.

“Ele a protege Leah. E você dará um jeito de fazer o mesmo. Agora preste atenção. Um espírito guerreiro é poderoso, pois sabe o exato momento de usar a sua habilidade. Não a use em desespero, ou se alguma duvida de fazer manchar a sua atitude. Use apenas quando não houver um ponto de interrogação antes de deixar seu corpo. Se você desenvolveu esta habilidade é por que vai precisar dela futuramente. Você e o bebe em seu ventre.”

O homem virou e desapareceu.

“Quem é você?” – não o via, contudo podia senti-lo.

“Um dia atendi por um nome que já não faz parte de quem sou agora. Taha Aki. Agora sou apenas um espírito que esta prestes a cumprir a missão de uma eternidade. Garantir o nascimento do único ser que pode me libertar.” – o vendaval ao nosso redor era impressionante.

“Do que você esta falando?” – não sentia meus pés no chão, mesmo sem saber exatamente como e onde eu estava.

“No momento certo Leah. Agora sinta. Essa é a forma de viajar com o espírito. Utilizando o coração. Então sinta, e vai chegar onde quiser.”

Não sentia mais a presença dele.

–Leah. – uma voz desesperada preencheu o ar.

Kate.

Podia ver a luz emanando do meu corpo.

Senti o desespero real dela.

“Ótimo não sei como voltar ao meu corpo.” – flutuei. E a sensação era simplesmente maravilhosa.

– O que esta havendo? – Jacob se ajoelhou diante do meu corpo.

– Ela simplesmente não acorda. – Nessie respondeu em desespero.

Parei ao lado dele. Jacob.

Em qualquer forma, estado, ou vida, eu ainda amaria esse homem acima de qualquer coisa.

Jacob ficou em pé como se pudesse me sentir ali.

Respirou fundo.

– Impossível. – ele disse sorrindo.

– O que esta acontecendo Jacob? – Kate tinha lágrimas nos olhos.

– Leah me escute. Não é difícil acordar depois que você já fez o mais difícil meu amor. – ele ajeitou minha cabeça no colo de Kate, e passou a mão pelos meus braços.

Senti um caminho de fogo percorrer meu corpo nesse momento.

– Jacob o que esta acontecendo? – Seth tinha um olhar de desespero.

Merida e Ayra olhavam na direção do meu corpo incrédulas.

– É possível ela fazer isso? – Ayra perguntava a si mesma.

– Não sei. Mas ela esta fazendo. – Merida segurou a mão de Ayra.

– O que esta havendo aqui, alguém nos explique. – Reneesme tinha um tom irritado.

– Leah conseguiu desprender a alma do corpo físico. – Jacob segurava meus pés.

Nessie sentou ao lado de Seth estática.

– Pelos céus. – ela levou às mãos a boca.

– Leah, é comum. Apenas sinta seu corpo. Merida e Ayra levitem. – Jacob soltou meus pés e Ayra e Merida se posicionaram cada uma de um lado diante do meu corpo inerte.

Dois segundos após meu corpo estava flutuando no ar. Senti mus pés sendo tirados do chão.

Estava realmente sentindo meu corpo.

“Apenas sinta” – fechei os olhos.

Ao abrir levantei como se estivesse sendo sufocada.

– Acalme-se. – Jacob segurou meu corpo em seus braços – Estou aqui.

Olhei ao redor. Sentia-me desorientada, e completamente confusa.

– Eu não estava sonhando certo? – encarei Jacob. Ele tirou uma mecha de cabelo do meu rosto.

– Não estava. – minha respiração acelerou. – Acalme-se. Você vai aprender a lidar com isso. Estou aqui para te ajudar.

– Espera. – levantei me sentindo zonza, e irritada com os olhares. – Como você sabia?

Jacob sorriu. Um sorriso leve e natural me senti mais calma automaticamente.

– Eu sei identificar isso Leah. Pratico há anos. Eu que deveria fazer as perguntas aqui Clearwater. Como isso aconteceu? Você vem tentando a quanto tempo?

– Não venho tentando nada. – sentei em uma pedra derrotada. – Mas aparentemente nosso filho vai precisar disso futuramente então... – Jacob se aproximou e ajoelhou diante de mim.

– Porque ele precisaria disso, alguma idéia? – um vinco de preocupação se formou na testa dele.

– Não. E tenho medo de imaginar. Entretanto vou confiar na pequena vida aqui. – alisei meu ventre. – Assim como ele confia em mim.

Jacob sorriu e se levantou.

– Vamos confiar. – ele estendeu a mão em minha direção. – Agora precisamos ir. – Jacob entrelaçou as mãos na minha cintura. – Pelas visões de Kate e Reneesme, eles pararam de se mover.

– Estamos nos aproximando? – perguntei olhando para Kate.

Ela assentiu.

Reneesme tinha uma expressão de deboche no rosto.

– Vamos levantar acampamento e encobrir nossos rastros. – Jacob me deu um beijo suave nos lábios e se afastou.

Fiquei admirando a postura de rei que ele as vezes tem. Voltei meu olhar para Nessie assim que ele sumiu na mata.

– Porque a careta Renesmee Carlie? – cruzei os braços.

– Eu fazendo caretas? Que horror! – ela fez uma expressão de desentendida.

– Você mesma. – ergui a sobrancelha.

– Agora você esta em pé de igualdade com a moça do imprinting. Pode chutar o traseiro dela também em espírito. – ela mexeu nos cabelos e riu das próprias palavras.

Bufei irritada.

– Vou esquecer que você disse isso. – caminhei na direção da fogueira para apagá-la.

– Não vai não. – Nessie veio em seguida.

– Esperem. – Kate correu e parou diante de nós.

– O que foi? – Nessie perguntou preocupada.

– Um truque. Olhem. – Kate deu alguns passos, e parou ao nosso lado. Fechou os olhou.

Ao abrir sua íris era vermelha como fogo alto. Levei um susto.

– Santo pai. – Nessie segurou meu braço.

– O poder dela, esta aumentando. – Kate ergueu o braço.

– O que esta acontecendo ouvi... – a frase que seria dita por Merida morrer quando ela viu Kate.

As pedras a nossa frente se erguiam e desapareciam no ar. Não havia mais fogueira, e nem mesmo um sinal que algum dia, uma foi acesa por ali. Em segundos não havia mais nada no chão da clareira.

Kate abriu os olhos.

– Um pequeno truque. – em seus lábios havia um sorriso satisfeito.

– Pequeno? – Nessie parecia encantada.

Sorri e dei um abraço em Kate.

– Assustada? – perguntei.

– Não. Confiante. – as palavras seguras me surpreenderam ainda mais.

– Ótimo Kate, estou feliz por você. – respondi sincera.

– Acho que poderíamos dar um abraço em grupo. – Reneesme brincou.

– Não estou tão mole assim. – adverti.

Nessie abraçou Kate.

– Agora precisamos ir. Alcançar aqueles dois rapidamente. – Kate parecia um pouco tensa.

– Vamos. – Jacob disse vindo da mata.

Ele estendeu a mão em minha direção.

– Nem pensar Black. Corro com as minhas próprias pernas dessa vez. E não adianta insistir. – fui categórica. Estava cansada de ser tratada como um cristal por ele.

Não vou discutir então. – ele se aproximou e selou nossos lábios.

Ajeitamos tudo a nossa volta.

Moira se mantinha a uma distancia quase calculada. Andava estranha nos últimos dias. Contudo eu preferia ignorar a ter que prestar atenção e preocupar com ela. Isso era algo que tinha a ver com Jacob.

Scott, Aquilles, e Eike seguiram a frente, com Moira e Ayra.

Embry colocou Kate em suas costas, e Seth nem ousou tentar fazer o mesmo com Nessie.

Graham levou Merida.

Os vampiros seguiam a uma distancia segura de nós.

Bella só não perdia a filha de vista.

Incrível, mas eu não conseguia deixar de compreender algumas atitudes dela em relação a filha. Não que isso me fizesse gostar dela ou algo remotamente parecido. Contudo era arriscada a atitude e a proximidade dela com uma matilha tão grande de lobos como esta, porem, por Nessie ela e o Cullen corriam o risco sem pensar. Atitudes de pais, que fazem de tudo para proteger um filho.

E disso agora eu entendo.

Respirei fundo, alisei protetoramente meu ventre.

– Vamos meu pequenino, fazer uma das coisas que mais gosto, correr. – iniciamos nossa viagem.

Corremos a noite toda sem problemas.

O sol brilhava no céu. Senti os raios aquecerem minha pele.

É difícil sentir isso quando se esta a uma velocidade sobre-humana.

Senti um aperto no peito me dominar.

Olhei para frente no exato momento em que Merida se desprendeu das costas de Graham.

Saltei e a segurei antes que ela tocasse o chão.

– Merida! – Graham se assustou.

– Mike! Mike. – ela gritava. – Jacob vá. Eles estão a dois quilômetros apenas.

Jacob parecia um raio.

Graham, Eike, Aquilles e Scott o seguiram.

– O que aconteceu? – perguntei desesperada. Merida tentou se levantar, mas cambaleou. A segurei novamente.

– Por favor. – ela tinha os olhos fixos à frente.

– Ele esta ferido. – Kate abaixou e sussurrou no meu ouvido. – Esta mortalmente ferido.

Meu coração tinha uma batida lenta. Assim como minha respiração.

Merida parecia estar morrendo lentamente, e meu desespero aumentou, pois sabia exatamente que ela é o reflexo do que esta acontecendo com Mike neste exato momento.

– Venha. – estendi a mão e levantei Merida. – Vamos salvar Mike. – olhei para o meu ventre confiante.

Merida segurou firme.

A joguei em minhas costas e corri. Como nunca corri em toda minha vida.

A primeira visão era comum para mim nos últimos tempos.

Muitos vampiros. Lobos em luta com eles.

– Ali! – respirei fundo. Coloquei Merida ao meu lado.

A expressão dela era aterrorizante.

Mike esta a aalguns quilômetros, porem, podia escutar a respiração difícil dele.

Era obvio a tentativa desesperada de Jacob em alcançá-lo.

Contudo eles precisavam aniquilar os Vampiros ao redor.

Embry e Seth passaram por nós como raios.

– Crie o campo de proteção Merida. Vamos. – exigi.

– Vá eu a protejo. – Nessie parou ao meu lado.

– Não sei se posso. – Merida estava tremula.

– Ele esta morrendo neste exato momento. Sei que vocês são ligados, logo você sabe melhor que eu. Agora se você não me ajudar a chegar até ele, ninguém o fará a tempo de salva-lo Merida. – olhava fixamente nos olhos desesperados dela.

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Fechei os olhos, e a respiração de Mike cessou assim como seu coração.

Merida caiu no chão. Como se tivesse sido esfaqueada no coração.

Não esperei ela se levantar.

Adentrei a mata.

Dois vampiros investiram contra mim. Porem não chegaram perto. Nessie se chocou contra um, Edward contra o outro.

– Vá. – Nessie gritou.

Não havia tempo de lutar contra ninguém.

O caminho parecia ser longo demais.

Quatro vampiros saltaram de arvores dois a frente, dois na minha retaguarda, antes de investirem contra mim, Jacob avançou contra eles, os dois atrás começaram a se sacudir violentamente.

Corri sem olhar para trás.

Na mesma direção da minha corrida de ambos os lados mais vampiros e dois híbridos.

Panteras.

Investiram contra. Contudo voaram longe antes de se chocarem contra mim.

Olhei para trás e Merida estava em pé com as mãos estendidas, Moira e Ayra ao seu lado criando um campo para protegê-la.

Corri mais rápido.

Alcancei o corpo inerte de Mike.

As lagrimas caíram livres dos meus olhos no rosto machucado dele.

Ele não respirava, e o coração que por tanto tempo me aqueceu não tinha mais vida.

Haviam híbridos desconhecidos ali.

Mike estava com as mãos sujas e o copo enlameado.

– Mike! – me ajoelhei diante a imagem que jamais quis ter em minha mente. – Hoje não é seu dia de morrer. Não hoje.

Segurei a mão dele. E coloquei no meu ventre.

Senti uma vibração incrível iluminar tudo ao meu redor.

Mike despertou como se viesse da parte mais funda do mar.

– Meu deus. – ele segurou a garganta. – Leah? – a imensidão azul dos olhos dele brilhando novamente.

O abracei com força. Agradecendo mentalmente meu bebe por trazer Mike de volta.

– O que você fez Leah? – o medo na voz dele fez com que o alivio por vê-lo vivo desaparecesse.

Olhei o rosto aterrorizado dele e segui o olhar.

Alguns vampiros olhavam maravilhados.

– Aja o que houver. – gritou o vampiro no alto de uma arvore. – Ela é nossa.

Levantei Mike e o protegi em minhas costas.

Fiquei em posição de ataque.

Antes de alguns vampiros investirem senti um vento forte soprar, e um barulho de trovão sacudir as arvores na mata e causarem um tremor sob meus pés.

Jacob correu em minha direção, contudo, algo mais rápido que qualquer coisa que eu pudesse ter visto na vida, me alcançou antes dele. Derrubando-me no chão.

Um clarão que poderia cegar qualquer um ao redor.

– Nenhum inimigo sai vivo deste lugar hoje. – uma voz conhecida, e sempre majestosa e senti o chão tremer mais uma vez.

Desta vez as palavras eram em uma língua indígena.

Senti inúmeras pessoas passarem por mim. Mesmo sem realmente ver qualquer uma delas ali.

A figura do homem alto, de cabelos lisos e forte que estava diante de mim e de costas não me assustava mais que a expressão petrificada de Jacob diante dele.

Antes de levantar ele se virou e a minha expressão poderia ser um reflexo da expressão que estampava o rosto de Jacob.

– Como esta meu neto Leah? – Billy estendeu a mão em minha direção. – Estou vendo que ele anda tendo um início de vida agitado. – ele me colocou em pé. – Um ser extraordinário, sempre tem. – Billy segurou meu rosto em suas mãos e me deu um beijo na testa.

Me soltou e caminhou na direção do filho, que pela primeira vez parecia menor que ele.

– Então meu filho será pai. Eu serei avô. E nada poderia me deixar mais orgulhoso que isso. – Billy se aproximou de um Jacob paralisado e o abraçou.

Jacob tinha lagrimas nos olhos. Porem mesmo congelado devolveu o abraço com força.

– Meu pai.

Foi a única coisa que ele conseguiu dizer.

Olhei para frente, e todo vampiro na mata estava se contorcendo.

Eles eram muitos.

Quase o mesmo numero que dos vampiros de Vladmir.

Alguns híbridos que estavam em luta com os vampiros também estavam mortos.

E finalmente só nós permanecemos na mata.

Todos ali que conheciam Billy, estavam simplesmente maravilhados e petrificados em vê-lo em pé diante de nós.

Ele soltou Jacob e deu alguns passos a frente.

– Quem fará a pergunta primeiro? – ele olhou para o filho.

– Como diabos isso é possível? – Jacob apontou para as pernas do pai.

– Da mesma forma que um lobo fica preso vinte e oito anos em uma cadeira de rodas. Magia. – o tom de voz majestoso não diminuiria em nada nossos questionamentos.

E eles eram muitos agora.

Contudo e no final sabia que o nascimento do meu filho tinha tudo a ver com isso, essa era a minha certeza maior neste momento.

Mike se aproximou e segurou minha mão.

– Fique calma. Ele vai tranquilizar você. – assenti. Beijei a mão de Mike e ele caminhou até Merida que estava se aproximando.

Os dois se abraçaram fortemente.

O olhar de Merida era de agradecimento.

Caminhei até Jacob e entrelacei nossas mãos.

Nos olhamos com a certeza que nosso filho era o que importava neste momento.

Billy começou a falar e não havia ninguém pensando em mais nada além das palavras ditas por ele.

Elas eram a história do meu filho sendo contada pelo avô.

E se uma coisa eu tinha certeza. Essa história seria escrita com sangue.


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Notas finais do capítulo

Por essa ninguém esperava que eu sei. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk


Vamos entender a história dos Black e Clearwater.
Sempre achei completamente desnecessario um Lobo naquela cadeira de rodas!

Próximo capitulo sai do forninho até o ano novo My Babys.
Obrigada a todas.
Um obrigaduuuuuu especial a Patricia que me ajudou na edição na ausencia da nossa Lobinha Carlinha!
Valeu de coração Pati.


Dedico este capitulo a Carla. Te amo Maridona!!



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