Circulo De Paixões. escrita por Lorys Black


Capítulo 24
Capítulo 23 - Em Seu Lugar


Notas iniciais do capítulo

Olá Matilha!!!!
Nossas mais sinceras desculpas pela demora, Bruna e eu tivemos muitos contratempos e depois só pra variar sem net, sem energia, uma maravilha, mais ate que enfim chegamos..!!!
Agradecemos imensamente pelas 2 novas recomendações das lobas Tizie Sampaio e Leide Black, obrigadão, Bruna e eu ficamos felizes...
Capitulo está incrivel e imenso também, aqui demos uma nova visão sobre um certo aspecto que você leram quase no fim do capitulo..Esperamos que gostem...
Novos personagens, uma trama diferente, alguns pontos esclarecidos e outros aparecem para serem desenrolados mais a frente...CP ainda tem muitaaaaaa coisa pra acontecer..
Então sem mais delongas, vamos ao capitulo... e nos vemos nas notas finais..
BOA LEITURA!!!



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Visão Jacob Black..

A vida só se compreende mediante um retorno ao passado, mas só se vive para diante.

Soren Kierkegaard

Não sei há quanto tempo exatamente estava parado aqui.

Olhar este quarto fazia a certeza, de que aquele adolescente sofrendo pela garota apaixonada pelo Sanguessuga, perdido por não aceitar uma condição, que o sangue carregava era Eu.

Olhando o quarto vazio, eu quase me enxergava há anos atrás.

Um desespero quase infantil. Irritante, e incorrigível.

Eu precisava passar por aquilo, não me arrependo. Ainda sim é doloroso não poder mudar.

– Devemos nos preocupar com algo? – Moira, parou ao meu lado.

– E qual seria o motivo, exato da preocupação? – ela se remexeu inquieta.

– Detesto quando você me responde algo, com uma nova pergunta. – ela parou ao meu lado encostando o corpo no outro lado, no batente da porta. – É a sua primeira visita, a esta casa depois de partir. Querendo ou não, estando preparado, ou não, isso afeta qualquer um.

– Eu sei. – respirei fundo. – Longe eu podia esquecer, que o adolescente neste quarto era eu.

– Entendo. Sei o quanto este lugar sempre mexeu com você. Mas, lembre-se, tudo que foi vivido aqui, serviu para te transformar, na pessoa que é hoje. – ela entrou no quarto e abriu a janela.

Os antigos móveis estavam exatamente no mesmo lugar.

Meu Pai realizou uma reforma na casa. Aumentou a cozinha, sala, corredores, para não ter dificuldades com a cadeira de rodas, porem, meu quarto ele não mexeu. Certa vez em uma carta, ele mencionou a reforma, alegando que o dono do quarto faria mudanças quando retornasse.

– Aqui é tudo imensamente forte. – soltei as palavras. – E necessário.

– Eu sei. Vou deixá-los à vontade. Já sabe onde nos encontrar. – Moira e Eu já podíamos ouvir a entrada do carro com uma conversa animada, meu pai se aproximava.

Apenas assenti. Moira saltou pela janela e caminhou agilmente em direção a praia.

Fiquei ali por alguns segundos. Entrei e me sentei na cama.

O carro do meu Pai encostava ao lado. Podia ouvir as brincadeiras dele, com Charlie, Sue e Tiffany, a mãe de Embry.

– E haja o que houver, estou aqui. – a voz de Moira, mesmo a distancia tentando me acalmar é sempre bem vinda.

– Obrigado. – respirei fundo, meu pai descia do carro, com a ajuda de Charlie.

– Vamos entre Sue, Charlie e Eu, assistimos a reprise do jogo, e depois jogamos. – meu pai tentava convencer Sue, certamente.

– Que maravilha de programa. – seu tom sarcástico, me lembrou de onde vinha o tom parecido de Leah.

– Fique e conversamos Sue, ou serei obrigada a ver o jogo, tenha piedade. – o tom de voz de Tiffany era divertido.

Prestando um pouco mais atenção ao meu redor, notei que a casa estava com ares femininos. Cortinas, cores, vasos de flores, arrumada, completamente limpa e detalhadamente decorada.

Sorri com essa nova informação. Ele soube recomeçar.

– Vamos Sue, amanhã podemos ver quantos filmes românticos você quiser. – o tom de Charlie era de suplica.

A cadeira de rodas se aproximava da varanda.

– E podemos ate ir ao cinema, se vocês ... – a frase que meu pai ia dizer morreu no caminho. Seu coração acelerou. – Esperem.

– O que houve Billy?! – a voz preocupada de Tiffany subiu algumas oitavas.

– Jacob! – a cadeira deslizou pela varanda, sua respiração era ofegante.

– Ele esta bem meu amigo, logo vai mandar noticias. – Charlie tentava acalmá-lo.

– Não... não é isso... ele....ele. – meu pai acelerou os movimentos com a cadeira, porém antes de girar a maçaneta eu abri a porta.

– Jacob! – as quatro vozes em uníssono.

Meus olhos fixos nos deles. Dois passos, e me ajoelhei diante da figura altiva do meu Pai.

– Nunca, vou conseguir surpreendê-lo não é mesmo?! – seus olhos se encheram de lágrimas, e ele tocou o meu rosto.

Há mais de três anos eu não o via.

– Meu filho. – o abracei, com toda a necessidade, que um garoto abraça seu porto seguro. – Como eu sonhei vê-lo nesta casa novamente, como eu pedi isso. – ele se soltou do aperto do meu abraço, e segurou meu rosto em suas mãos. – Meu filho.

Por algum tempo nada disse. Apenas matei a saudade.

– Agora vamos entrar, estou com saudades do seu café. – brinquei.

Entramos e durante algumas horas, fui crivado de perguntas. Meu Pai, Charlie, Tiffany, menos Sue. Ela apenas me olhava admirada, com raiva e um receio quase palpável.

Meu Pai, ia informando as novidades, sua união com a Mãe de Embry, a reforma, as mudanças na reserva. Charlie foi cauteloso, e por várias vezes notei ele cortar alguma frase ao meio, certamente para não mencionar a neta e a sanguessuga.

Tiffany falou animada sobre Embry e sua nora, e como eu ia amar conhecê-la.

Provavelmente eles não faziam ideia, que ela havia desaparecido.

– Voltou definitivamente Jake? – as primeiras palavras de Sue, desde o exato momento em que me viu.

– Sim. – fui direto.

– Já encontrou alguém? – meu pai perguntou olhando discretamente para Sue.

– Encontrei os meninos, rapidamente. Quis te ver antes. – olhava meu pai, tranquilamente para não lembrar Sue, que eu podia ouvir o martelar descompassado de seu coração, quando me ouviu dizer sobre o encontro com os meninos.

– Bem, vamos deixar vocês matarem a saudade em paz. – Sue levantou do sofá e caminhou para fora da casa. Charlie ficou sem saber o que fazer. Antes que ele saísse, pedi para falar com ela.

– Deixe- me trocar algumas palavras com ela, é rápido Charlie. – ele sabia exatamente o que estava acontecendo.

– Eu estou feliz em te ver novamente Jacob. De verdade, é que ela sofreu tanto, demorou tanto para ser feliz. – ela fitava a mata, como se procurasse Leah.

– Eu entendo. Escute Sue. Não voltei para bagunçar, ou atrapalhar a vida de ninguém, mas uma hora eu voltaria. Ela sabia disso, você, e todos por aqui. E prometi me manter afastado, o máximo de tempo que puder. – ela estava inquieta.

– Desculpe Jake. A reserva é tão sua casa quanto nossa. E estou feliz em vê-lo aqui novamente. Um homem. Lindo, forte. – Charlie apareceu na porta.

– Podemos ir amor? – Sue assentiu.

– Tudo vai se colocar exatamente onde deve ficar Sue. E quando encontrar o caminho certo, não há o que se preocupar. – tentei tranquilizá-la.

Ela caminhou em minha direção, e me abraçou. Voltou para os braços de Charlie e partiu.

Voltei para a casinha vermelha, agora renovada, e fiquei algumas horas conversando com meu Pai e Tiffany.

Quando ela foi se deitar, meu Pai me olhava fixamente. Já sabia exatamente o que ele queria perguntar, e só não o fez por causa da esposa.

– Então você a encontrou Jacob? – ele tentava parecer despreocupado, casual.

– Quem? – ele sorriu, e cruzou os braços. – Sim Pai, a encontrei.

– Hum. – gargalhei.

– O que você quer saber? Se ela me serviu chá, ou se tentou arrancar minha cabeça? Nenhuma das opções. – sentei ao seu lado, estava cansado.

– Não espero que , ela o receba bem, quero saber o que sentiu ao vê-la? – ele não ia largar o osso facilmente.

– Você já sabe, o que sinto. – encostei a cabeça no sofá.

– E vai mesmo ficar longe? – já estava com saudades, de alguém tão cabeça duro quanto Eu.

– Vou, dei minha palavra. Só me aproximarei caso, ela queira. – admiti.

Não quebro mais minhas promessas. Não mais.

– Então não vai lutar? Vai observar? – levantei do sofá.

– Pai, eu a abandonei, pedi para ela seguir, e ela o fez. Foi o certo, não demorei a entender, que eu nunca amei, pessoa alguma ate conhecê-la, mas não podia voltar. Não vou destruí-la novamente, dividi-la, aprendi que amar, nem sempre quer dizer ficar junto. Implica em ver o outro feliz, mesmo longe de você. – ele se remexeu inquieto na cadeira, já estava pronto para interromper, brigar. – Porem, nada é definitivo, prometi algo, pois ela me pediu com os olhos, quando a boca estiver dizendo algo, que os olhos dela desmentirem, não prometerei absolutamente nada. E se um dia isso acontecer, eu vou lutar até conseguir o perdão dela.

– Então comece a prestar atenção nos olhos, dela. – ele empurrou a cadeira pelo corredor, porem a parou e voltou. – Porque você voltou?

– Por ela. – fui direto.

– Os sonhos da mulher do Embry, certo? – sua expressão era séria, apenas assenti. – O quão sério é?

– Não sei ao certo, acredito, que muito. As coisas ficarão complicadas. – ele assentiu.

– Fico feliz que tenha vindo, sei o quanto você pode e vai ajudá-la. – ele continuou com empurrando a cadeira. – Vai dormir aqui?

– Não.

– Ainda não. – ele abriu a porta do quarto e entrou.

Ele e Tiffanny conversavam animadamente.

Resolvi sair e dar privacidade aos dois.

O dia seria agitado e preciso descansar, a viagem foi longa.

Sai dali e caminhei pelas areias brancas da praia. Podia ouvir toda a movimentação na mata.

As duas matilhas estavam agitadas. Sam procurou o conselho, eles queriam me ver pela manhã.

Então este momento seria meu.

Talvez fosse o único antes de explicar tudo, a todos, ou quase tudo. Depois a agitação ia voltar a minha vida.

Mesmo caçando sanguessugas, aqui tudo é muito diferente. Sinto-me outro homem neste lugar.

Caminhei em direção a Moira e os outros. Vamos montar acampamento ate encontrar um lugar para ficar.

Ao me aproximar os olhares especulativos eram dominantes.

– Então a diversão começa quando? – Eike tinha um tom entediado.

– Não sabemos ainda. – sentei na grama, eles haviam escolhido um local na mata próximo aos penhascos.

– Moira, Ayra e eu, vamos encontrar algum lugar. – Mérida não gosta de ficar a céu aberto.

Olhei para Scott e Graham que roncavam embaixo de uma arvore. Moira estava a mais a frente, o olhar perdido.

– Já comeram? – perguntei com os olhos fixos nela.

– Sim, seus amigos são generosos. – Mérida sorria maliciosa.

– E como são. – Ayra também tinha um sorriso malicioso nos lábios.

– Vamos dar uma volta e conhecer melhor a região, voltamos logo. – Mérida sinalizou para Ayra.

– E Aquiles onde esta? – perguntei, mesmo sabendo a resposta.

– No mar. – Ayra respondeu alguns metros a frente.

– O que esta te incomodando? – me aproximei de Moira e sentei ao seu lado.

Ela sorriu sem vontade.

– Ver seus olhos, eu acho. Eu sabia, apenas ficou real aqui. – ela foi direta, continuava com os olhos na mata, porem não via nada especifico.

– Não sei ao certo como agir. – fui sincero.

– Como sempre fez comigo. Seja sincero. Você jamais prometeu algo, estou aqui, pois é onde devo e quero estar. Acima de tudo sou sua amiga, e parceira. O restante saberemos resolver. Agora venha aqui, me aqueça estou com frio. – ela se aninhou em meus braços e adormeceu.

Meu sono foi leve, muito mais que o normal. Consegui perceber a movimentação das matilhas na mata. A inquietação de Sam. A chegada de Ayra, Mérida e Aquiles. Eles se ajeitaram com o pouco que conseguimos trazer.

Pela manhã arrumaremos um lugar para ficar.

Não reparei onde estava deitado. Há anos não respeito demarcações.

Então o cheiro adocicado e irritantemente forte invadiu minhas narinas.

Saltei longe de Moira. Aquiles, Graham, Scott e Eike, saltaram juntos.

O uivo de Sam não era de alerta e sim de aviso.

Os passos rápidos e leves denunciavam a aproximação de um sanguessuga. Ao olhar onde estava a irritação me dominou.

Estava próximo as terras do tratado com os Cullens.

Fiz sinal para irmos embora, porem não foi ágil o suficiente.

– Jake? – a voz melodiosa era totalmente desconhecida, porem sabia exatamente de quem se tratava. Bella.

Quando me virei para fita-la, a irritação evaporou.

Olhei a figura pálida diante dos meus olhos. Sem batimentos cardíacos, fedida, morta.

– Jacob ela não desrespeitou o tratado. – Sam olhava para Bella incrédulo, com a atitude dela vir aqui. Não desviei meus olhos dela.

– Jake, preciso tanto falar com você, apenas me ouça. – ousadia sem fim. – Eu queria tanto, arrumar as coisas. Tanto poder ser perdoada. Você foi meu único amigo. Nem a eternidade será suficiente para agradecê-lo. Eu não pude impedir sua partida, e sinto tanto. Me desculpe. Estou feliz em vê-lo aqui novamente, no seu lar.

Vários Lobos ao meu redor. Se aproximando lentamente.

– Vamos Jacob. – Embry pedia.

– Se afastem. – olhei ao redor, nenhum deles se aproximou, voltei a fita-la. – Devo pegar um lenço agora, ou deixar para depois? Você não se cansa de ouvir, Não se aproxime? Não tente arrumar nada, isso nunca foi seu forte. Eu já disse, você nunca teve amigos, fui apenas um tolo, protegendo alguém que queria a vida eterna. A pessoa que “Eu” fui amigo morreu há muito tempo atrás. Use sua eternidade inútil para continuar fazendo coisas inúteis. Agora ouça, não haverá tratado neste mundo que consiga me impedir de arrancar sua cabeça caso se aproxime novamente. E acredite, posso fazer isso sem te dar tempo de escapar. Não socializo com vampiros. Você só esta viva, pois nem oferecer perigo, consegue. Você era mais útil quando tinha dois pés esquerdos.

Dei as costas e continuei andando.

Não havia raiva, apenas não senti absolutamente nada. Disse a ela o que teria dito a qualquer Cullen ali naquele momento.

Porem me senti leve. Pela segunda vez desde a minha chegada. A primeira foi no exato momento em que vi Leah.

Caminhamos ate a casa do meu Pai. Ele me esperava na varanda.

– Alguns velhos hábitos jamais morrem. – meu tom era divertido.

– Você sabe, eu te espero sempre. – meu Pai estava feliz.

– Claro, claro. Temos café?

– E chuveiro, por favor?! – Ayra quase implorou.

– Claro, temos isso, e panquecas, bacon ovos, para um batalhão. – meu Pai estava animado como uma criança.

Entramos, todos tomaram banhos.

Comemos, e rimos.

Paul apareceu com Rachel.

Que quase arrancou minhas orelhas fora. Aquiles, e Scott engasgaram com o suco ao ver a cena. Paul fez algumas perguntas, parecia estar com receio.

Sam se aproximava ao lado de Seth.

Estavam tensos.

Graham, Aquiles, Scott se entreolharam.

– Todos alimentados? – Rachel ainda estava com os braços enroscados na minha cintura.

– Sim. – Graham respondeu olhando em volta.

– Vamos. O conselho nos espera. – Sam estava quase na varanda.

Saímos e os dois nos aguardavam do lado de fora.

– Bem, percebi que já sabe sobre o conselho. – Sam tinha uma expressão mau humorada e curiosa.

– Sua percepção, sempre foi ótima, Sam. Vamos. – há anos não via os membros do conselho. Todos ali me viram crescer.

– Jacob espere. – Seth parou um pouco atrás. – Posso falar com você, um minuto?

– Claro que pode Seth. – me aproximei e bati as mãos, em seu ombro. – Encontro vocês na porta do galpão. – olhei para Graham e os demais, alguns metros a frente. – Agora diga Ex Pirralho, o que esta havendo? – já sabia a resposta, apenas estava tentando deixá-lo mais a vontade para falar.

– É sobre Nessie. Eu o vi mais cedo com Bella. Entendo. Mas Reneesme praticamente mora aqui, e... – o interrompi.

– Seth, se eu tivesse que fazer algo, teria feito quando ela nasceu, ou quando me procurou. Não o fiz, e acredite não porque Kate pediu, e sim, pois sei o impacto que uma atitude dessas, pode ter em você. – ele parecia menos tenso.

– Obrigado. – seus olhos me analisavam.

– Alguma pergunta? – cruzei os braços.

– Não, apenas um pedido. – nunca havia visto aquela expressão no rosto dele, assenti, mesmo sabendo do que se tratava. – Fique longe da minha irmã. Ela é feliz com Mike.

– Pedido freqüente esse. Não se preocupe me manterei afastado. Agora vamos o conselho aguarda.

Caminhamos em silêncio, mesmo sentindo as mil perguntas que ele queria me fazer.

Seth era o protetor de Leah, não queria socializar com o cara que a abandonou. Estava cumprindo seu papel de irmão me dando uma dura.

Ao me aproximar os bochichos eram gerais.

Entrei no velho galpão onde o conselho se reúne, e respirei fundo. Fechei meus olhos por um instante. Ate o cheiro da madeira neste lugar é diferente.

O silencio era predominante neste momento. Abri meus olhos e todos me observavam, alguns incrédulos, outros admirados. Alguns olhares eram indecifráveis.

– Jacob meu filho. – o velho Quill Ateara se aproximou. – Um alfa verdadeiro.

Meu Pai estava orgulhoso. Sentado ao lado do pai de Quill, que agora faz parte do conselho.

– Assim como você. – o ajudei a sentar na cadeira.

– Não. Algo muito maior estou certo. Sente-se Jacob. Sentem-se vocês também. – ele apontava para todos as cadeiras, diante dos membros do conselho. – Agora me diga Jacob, o que não sabemos, exatamente.

– Não sei exatamente o que sabem. – me ajeitei na cadeira. O velho Ateara sorriu.

– Pela quantidade de Lobos aqui, não sabemos de nada. – ele apoiou as mãos na bengala e me encarou. – Qual foi exatamente o motivo da sua volta?

– Leah. – fui direto. Alguns meninos da matilha se remexeram inquietos.

– Os sonhos da menina Kate. – assenti.

– Eles a querem, por vingança talvez? – Meu Pai especulou.

– Vingança? – o Pai de Quill questionou.

– Ela é muito próxima a Reneesme, e depois do que houve aqui há anos atras, os Italianos ficaram desacreditados. – fazia sentido.

Droga, Leah colocou um alvo nas costas ao se tornar amiguinha de chá, da filha dos Sanguessugas.

– Vamos protegê-la como? – Sam estava inquieto. – A tiramos da reserva?

– Como se ela fosse aceitar isso. – Seth resmungou.

– Acalmem-se. – O velho Ateara pediu. – Leah é uma Beta, sai daqui quando quiser, como e se quiser. – ele voltou a me encarar. – E você Jacob, vai retomar a sua matilha. – mais movimentos inquietos.

– A matilha não é minha. – soltei as palavras.

– Mas você é Alfa, deve ter a sua matilha. – Sam novamente.

– Eu sou livre. Não preciso de matilha para saber a minha direção, ou saber o que nasci para fazer. Faço isso sem precisar de matilha Sam. – continuei olhando nos olhos do velho Ateara.

– Um Alfa verdadeiro. – o avô de Quill sorria. – Seu tom alfa pode fazer qualquer Lobo nesta sala se curvar, certo? – ele se endireitou.

– Não sei. – menti.

– Como conseguiu? Há tanto isso não é usado. – ele já sabia o que estava havendo.

– Treinando. Está no meu sangue, eu apenas precisava aprender como usar. – a inquietação aumentou.

– Com quem? – ele me olhava admirado agora.

– Com elas. – olhei para Moira e Ayra.

– Todos eles? – o velho Ateara olhava onde Aquiles, Scott, Eike e Graham estavam sentados.

– Sim. Alias vou apresentar todos. Moira, Ayra, Merida, Aquiles, Graham, Scott e Ekualo, que chamamos de Eike, por motivos óbvios.

– Por favor, alguém pode nos explicar o que esta havendo? – Collin se levantou. – Sei o quanto pode parecer bobo, mas um vampiro virou pó diante dos meus olhos, preciso saber se corro esse risco também.

– Não corre. – respondi, pedindo sem dizer palavra alguma autorização ao velho Ateara para explicar.

– Fique à vontade. – ele parecia extasiado.

– Vou explicar. Quando parti de Forks, andei por vários lugares no mundo. Até conhecer Moira e Ayra, elas moravam em uma grande tribo ao norte nos Alpes. Trabalhava com o Pai delas, Ate que uma noite um vampiro apareceu por lá. Me transformei para defender o local, porem estranhamente o vampiro começou a se debater diante dos meus olhos. Na manhã seguinte, o Pai de Moira, me chamou e disse que sabia meu segredo. E me contou o dele, e da sua família. Eles são de uma antiga linhagem de guerreiros indígenas. Como já houve nesta tribo com Taha Aki e seus descendentes, eles não se transformam, são humanos mais fortes, mas não se transformam em nada. São espíritos guerreiros.

– Essa tradição foi esquecida a séculos. – Sam disse incrédulo.

– Como isso ainda é possível? – Evan e Jared disseram em uníssono.

– Da mesma forma que Lobos são possíveis. – respirei fundo. – Durante muito meses, Moira me treinou. Foi doloroso. Desgastante, porem hoje eu e eles. – olhei meus amigos, sentados diante do conselho. – Lutamos assim. Cada um dos meninos, nasceu com o mesmo destino, ser um alfa. Diferente de todos aqui, que herdaram isso dos pais. Nós nascemos para isso. Carregar a linhagem adiante. Por isso trazemos no nosso DNA, muita bagagem. Apenas não utilizávamos, pois não tínhamos conhecimento. Ate conhecermos Moira, Ayra e suas famílias.

– Como vocês conseguem, matá-los daquela forma? – Seth estava intrigado.

– Um humano não vive sem o coração batendo. O sanguessuga, tem como fonte do veneno o coração, se este morre antes a transformação, não é possível. Quando destroçamos um vampiro, ele consegue se refazer, mesmo tendo a cabeça separada do corpo, porem, esmague a fonte do veneno e o fará retornar ao pó.

– Eles podem fazer isso? – Brady parecia cauteloso.

– Não. – eles não possuem alma, para vagar como espíritos guerreiros.

– Nossa quanta coisa. – Paul parecia confuso.

– Então nós não podemos ser espíritos guerreiros? – Sam não parecia muito alegre.

– Não sei. – menti.

Os passos rápidos e duros denunciavam uma chegada.

Segundos depois os demais Lobos ali puderam ouvir.

– Problemas? – Eike parecia divertido.

– Sim. – respondi sorrindo.

Leah surgiu na porta do galpão.

– Vejo que meu convite para esta festinha extraviou no caminho, pois não fui convidada. – ela cruzou os braços. O vento sacudia sua roupa, e trazia o aroma dos seus cabelos diretamente para dentro do galpão.

– Leah, foi rápido e de ultima hora, você estava cansada. – Seth tentava justificar.

– Corta essa pirralho. – ele trincou os dentes. – Ate onde eu saiba sou a Alfa desta matilha. Certo? – os garotos da matilha dela se levantaram.

Me levantei, e o coração dela acelerou.

– Vamos, temos que encontrar uma casa. – sugeri aos meus amigos, precisava sair de perto dela.

Leah se aproximou.

– Porque eu não fui chamada Jacob? – ela estava irritada.

– Não sabia sobre isso, pensei que achou melhor não vir. – sem perceber, me aproximei um pouco mais.

– Não teria porque fazer isso? – ela deu um passo para trás, e tentou disfarçar.

– Claro, claro. Os meninos vão te mostrar, e acalme-se. – passei por ela.

– Espere. – Leah segurou meu braço.

Senti como se levasse um choque.

Cada parte do meu corpo queimou. Senti minha boca secar.

Meu coração martelou frenético, assim como e dela. Então ela puxou a mão rapidamente.

– Pode falar. – empurrei as palavras.

– Eu estou correndo algum risco, e por quê? – sua postura era indecifrável.

– Não sei. Mas vou descobrir. – cravei meus pés no chão.

Ela era um imã. Estar perto dela era ter certeza de como alguém pode ser burro na vida, como eu fui.

Leah saiu do galpão. Não olhou para trás.

Eu podia ouvir a martelar inquieto do coração dela. Sua respiração irregular.

– Vamos, procurar a casa? Ninguém quer ficar na mata mais uma noite. – Moira parou ao meu lado.

– Vamos. – eu não podia deixá-la aflita desta forma. – Espere eu já volto. – fui atrás de Leah.

– Leah. – ela parou. – Só você ficava em pé nos sonhos. Tanto da hibrida, quanto nos sonhos de Kate.

– Eu sabia há muito tempo. Só não queria acreditar. O que eles podem querem comigo? – ela respirou fundo. – Você acredita nestes sonhos?

– Acredito, que eles fizeram as duas, atravessar o mundo por ninguém querer acreditar neles. O desespero delas é algo, que todos devem acreditar. – o cheiro do corpo dela me confundi.

– Preciso ir. De qualquer forma, obrigada por ouvi-las. – ela correu pela mata. A vontade de ir atrás era massacrante, mas eu prometi ficar longe, e vou cumprir.

Corri em direção ao galpão, e meu pai conversava animado com Moira e Ayra.

– Jacob já temos onde ficar. – Ayra estava animada.

– Onde? – cruzei os braços desconfiado.

– A casa onde Embry e a Mãe viviam. Tiffany faz questão que fiquem por lá. Ela precisa de lençóis e uma bela limpeza. – ele entregava a chave nas mãos de Ayra, que a recebeu animada.

– Nada de distancias pai? – ele me olhava com um sorriso brincalhão no rosto.

– Nunca mais. – segurei sua cadeira e a empurrei ate o carro.

– Jacob. – Embry vinha em minha direção de mãos dadas com Kate.

– Não se preocupe, não vou destruir sua antiga casa. – fiz a minha melhor expressão de anjo.

Ele gargalhou.

– Assim espero. Mas vim para agradecer, você trouxe minha Kate sã e salva, obrigado mano. – era bom ouvi-lo me chamar desta forma novamente. – E viemos te convidar para a nossa cerimônia de casamento.

– Eu vou claro. Quando será? – eles se entreolharam.

– Em breve. – o tom suave de Kate era animado. – Falamos com o senhor Ateara, e ele fará a cerimônia. Não vamos mais adiar.

– Claro, claro.

– Jake, espero que todos os seus amigos estejam por lá também. – ele apertou meu ombro. – E fico feliz, que esteja aqui novamente mano.

– Eu também. – fui sincero.

– Preciso ir, hoje estou de ronda o dia todo. – assenti. – Vai aparecer depois?

– Vou sim. – respondi.

Os dois se despediram e caminharam ate o carro. Antes de entrar Kate voltou.

– Jacob. – ela parecia envergonhada. – Eu sonhei com você.

Olhei sem entender.

– Que tipo de sonho? – uma ponta de curiosidade. Os sonhos dela podem ser pistas.

– Você estava tentando proteger uma criança, desesperadamente. – a surpresa atravessou minha expressão. – Ele havia acabado de nascer, corria perigo.

– Que criança? – pela primeira vez em anos, estava sem palavras, sem ação.

– Seu filho. – meu coração disparou.

– Desta vez acredito, que seja apenas um sonho mesmo. – tentei parecer descontraído.

– Talvez sim, mas você o defendia com tanto amor, tanta força, que pude sentir ate o aroma da pele do pequeno. Enfim, talvez seja apenas um sonho mesmo. Ate amanhã Jacob. – ela voltou correndo para o carro.

Uma sensação gostosa tomou conta do meu peito.

Nunca parei para pensar nesta possibilidade. A de ser Pai. Não agora.

Então, duas novas sensações tomaram conta do meu peito. Há que alguma coisa esta passando por mim, sem que eu perceba, e a certeza, que não ficarei com Leah.

– Jake, vamos. – Graham me deu uma tapa na cabeça.

– Como você anda distraído neste lugar. – Scott parecia inconformado.

– As moças podem parar de discutir. – Mérida provocou.

– Vamos conhecer a casa onde ficaremos. – Moira desconversou.

Assenti e fomos a casa onde Embry viveu, que ficava muito perto da casa do meu Pai.

O lugar estava totalmente abandonado.

Os moveis cobertos. Poeira cobrindo o restante da casa. Cheiro de mofo por todos os cantos.

Precisaria de uma pequena e rápida ajeitada.

Decidimos pintar as paredes. Meu Pai ofereceu as tintas, pois depois da reforma restaram algumas latas.

As garotas verificaram o que seria necessário para dar um ar mais calmo ao local.

Achei melhor irmos ao centro de Forks, ao invés de realizar as compras na reserva, onde Leah tinha uma loja.

Fomos todos. Não escapei do programa. Mas tentei bravamente.

O centro de Forks estava diferente. Maior, com lojas imensas. Muito mais prédios e carros.

Nos dividimos.

As garotas foram a procura de utensílios domésticos, e femininos.

Nós, a procura de ferramentas, e os demais itens da lista.

O dia estava frio, e chuvoso, perfeito para um descanso longo. Porem estávamos atrás de pregos e almofadas.

Depois de uma hora, o que mais parecia uma eternidade, Scott e Graham decidiram comprar uma TV.

– Elas vão amar. – Graham justificava

– Quanto maior, melhor. – Eike olhava uma TV enorme. Eles entraram animados na loja.

Porem antes que eu pudesse ter a mesma sorte, o cheiro enjoativo invadiu minhas narinas.

Não era Bella.

– Droga. – Graham, Scott e Eike, saíram no exato momento, que o aroma nada agradável os atingiu também.

– Não se preocupem, ele caça coelhos. – Edward parou diante dos meus olhos.

A postura dos Lobos ao meu lado, era ofensiva.

– Aqui não meninos. – Ayra olhava as pessoas que passavam se afastando, e nos olhando com preocupação.

– Vamos. Quero comprar uma TV. – Moira chamou os garotos para dentro da loja, ela segurava calma e tranquilamente meu braço esquerdo.

Nada de palavras, eu sabia o que ela pedia. Calma.

Assenti tranquilizando-a.

– Vão. Ele não quer estragar o disfarce. – os tranquilizei mesmo contrariados eles entraram. – Você e sua mulher são insistentes. Qual a parte, do “ me deixem em paz”, não ficou clara?

– Eu estava aqui Jacob, não vim atrás de você. – ele mantinha uma distancia segura.

– No entanto, continua parado diante dos meus olhos. Parou por quê? Não devia sequer ter cogitado fazer isso. – as palavras saíram em tom de aviso.

– Ela o procurou todos esses anos. Se culpou. Sentiu sua falta a cada dia. – trinquei meus dentes. – O objetivo era esse, ela conseguir se transformar.

– Esse sempre foi o seu objetivo. Mas, esse assunto não me diz respeito, alias nunca teve, nada a ver comigo. Eu era um tolo, só isso. Era. Não ouse mais usar esse tom superior comigo, ou achar que pode usar qualquer tom, ou se dirigir a mim. – ele franziu o cenho, sorri, colocando a cabeça de lado. – Você não pode mais me ouvir. Saber o que eu penso.

– Nunca gostei muito de ver o que pensava Jacob. – ele deu alguns passos para trás.

– Assim mesmo vou ter o prazer de dizer. Você é um maldito sanguessuga manipulador. Inofensivo, e completamente inútil. Assim mesmo, eu não gosto de você. Seu cheiro, e essa sua voz irritante, destroem meu bom humor. Não finja me aturar, tentar disfarçar que seu desejo é separar minha cabeça, do pescoço, como fazia antes. Nunca mais cruze meu caminho. – ele tinha um sorriso no canto dos lábios.

– Você é bem mais divertido assim. Sem aquela chatice, de amar e ser chutado. – um empurrão, ele precisava apenas disso. – De sofrer pela garota, que nunca te quis.

Sorri em resposta.

– Eu o acho entediante do mesmo modo. Por ter ficado com a garota, que te traiu. Sem a enrolação, de ter que bancar o herói compreensivo o tempo todo, ou tentar desesperadamente não fazê-la te trocar por outro homem. – o sorriso dele desapareceu. – Nem, irritar alguém, que tem por natureza ser volátil você consegue Edward. – me aproximei dois passos. – Agora suma, ou não terá tempo sequer de chegar a mata, eu farei você virar pó.

– Vim para avisar, como um amigo. – cruzei os braços incrédulo, com o tom de ameaça. – Não ouse chegar perto de Nessie, com esse ar superior novamente.

Me aproximei em menos de um segundo.

– Sanguessuga nojento, não venha aqui achando que vou fazer acordos com a sua raça. Ou tentar me ameaçar. Se eu quisesse realmente acabar com a aberração que você insiste em chamar de filha, teria feito quando ela era apenas uma anormalidade, não fiz e não farei pelo mesmo motivo. Seth. Já você não teve a sorte de causar imprinting em ninguém. E minhas mãos querem arrancar a sua cabeça a anos.

O ar superior, no rosto marmóreo dele, que estava começando a me irritar, desapareceu.

– Esta bem. Me excedi. Não vai acontecer novamente. – o sorriso no canto dos lábios, não estava mais ali.

– Eu sei. – dei as costas, e entrei na loja.

Hoje olhando para Edward, em seu rosto marmóreo, percebo, como ele e Bella, sempre se mereceram.

– Você esta bem? – Moira sussurrava no outro lado da loja, pois sabia que eu ouviria claramente.

Assenti, me aproximando.

– Não se preocupe, isso não me afeta mais. – fui sincero.

Terminamos as comprar e fomos embora.


........

Os dias que se seguiram,foram mais relativamente fáceis.

Os integrantes das matilhas, não sentiam mais aquele receio com nenhum de nós.

Eles viam todas as tardes os treinamentos de Ayra, Mérida e Moira. Claro, que muitos ficavam ali para ver a beleza das mulheres.

Leah, aparecia raramente, quando eu estava pela reserva. Por isso ficava mais na praia.

Aquiles, Eike, Graham,Scott e Eu, percorremos os locais na reserva, onde nossos corpos poderiam ficar em segurança quando realizássemos o ritual, para lutar como espírito.

Encontramos uma gruta dentro de terras Quileutes, e longe do mar. O lugar perfeito.

– Jacob vamos ate a cidade vizinha, quemos conhecer a região. – Graham não consegue ficar muito tempo parado.

– Claro, claro. – entramos em casa.

– Venha conosco Jacob. – Scott estava animado.

– Não vou jantar com meu Pai. – subi as escadas, ate meu quarto, e peguei uma roupa limpa.

Entrei no chuveiro, e deixei a água gelada cair.

Sentia-me incomodado. Algo estava se aproximando. Porem, não posso estragar os planos deles.

No fim da tarde, Moira, Ayra e Mérida voltaram.

Mérida e Ayra decidiram ir junto, Moira resolveu ficar, estava cansada.

Todos saíram na maior animação, nos deixando ali.

Me arrumava para ir a casa do meu Pai. Moira lia livro na rede, pendurada na varanda, tinha uma manta espalhada pelo corpo.

– Vem comigo. Meu Pai te adora. – encostei na porta.

– Eu também o adoro. Mas hoje estou calma. – ela fechou o livro.

– Mentirosa. – rimos juntos. – Vai acontecer, algo e logo. Você também pode sentir.

– Posso. Por isso prefiro não me afastar. – ela fitava a mata.

– Tem certeza que não quer vir. É a mulher dele que vai cozinhar, eu juro. – ela sorriu.

– Quero dormir cedo, agora vá. E farei isso. – assenti.

Dei um beijo em sua testa e parti.

A casa do meu Pai estava cheia, como todas as vezes que ele me chama para jantar, desde minha volta.

Raquel perguntava sobre minha casa na Itália, e como faço para mantê-la.

Paul queria saber, como era lutar como Espírito.

Sutilmente, não respondi nenhuma das perguntas.

A noite estava estrelada. Gostosa, coisa rara em Forks.

Alguns meninos da matilha de Sam estavam aqui.

Podia sentir a presença de Leah daqui. Na praia.

Tentei me distrair. Sem sucesso algum.

Sem que ninguém percebesse, sai e caminhei ate lá.

Ela estava sentada em uma pedra, muito distante das casas na reserva.

– Velhos hábitos nunca mudam. – o coração dela acelerou. Estranhamente em sincronia com o meu.

Ela se levantou agilmente.

– Preciso ir. – Leah escorregava por entre meus dedos como sabonete.

Enquanto ela caminhava, sentia uma sensação estranha.

Fui logo atrás.

– Droga Jacob. – ela parou um pouco a frente. – Você disse, que ia se manter afastado.

Olhei ao redor, e percebi, que apenas Sam, Jared, Quill, faziam as rondas.

– Onde estão os demais? – já estava em meio as arvores, porem ainda sentia a areia sobre meus pés.

– Descansando. – ela me olhava irritada.

Olhei para o mar e fechei os olhos. Ao abrir, ela já estava em alerta.

– Vá. – pedi e Leah correu mata a dentro, podia ouvir suas roupas virando poeira, antes dela pisar no chão.

Sanguessugas não respeitam tratados.

Saiam do mar pelo menos sete.

Não havia tempo de colocar meu corpo em um lugar seguro. Agilmente coloquei o short no tornozelo. Me concentrei. E saltei deixando o Lobo tomar conta do meu corpo.

Uivei em tom de alerta. Precisava avisar Moira, e guiá-la ate mim.

Como ela esta sozinha, pode demorar alguns minutos.

Em segundos a cena já era impressionante. Os sanguessugas se espelharam por toda a mata.

As matilhas trabalhavam em sincronia.

Há muito não lutava como Lobo.

Abocanhei pernas e braços com a maior agilidade, que podia, sem deixar Leah sozinha. Então senti um vento forte soprar. Moira.

Precisava ficar sobre duas pernas, para guiá-la ate mim. Bem, não seria a primeira vez que as pessoas me viriam nu aqui.

No exato momento em que me transformei, um sanguessuga saltou chocando seu corpo contra o meu.

Senti o baque nas minhas costelas. Antes que ele me golpeasse novamente, desviei, segurando seu braço, e arrancando-o. Bati seu corpo contra uma arvore e chutei suas costas, com agilidade, imobilizei seu outro braço arremessando para longe. Antes que ele pudesse reagir, o derrubei e golpeei seu pescoço com meu cotovelo, separando sua cabeça do corpo. Vesti o short, e corri em direção ao local na clareira onde as matilhas, lutavam com os sanguessugas. Assoviei. Saltei nas costas do maldito que tentava imobilizar Seth.

Senti Moira, passar por mim, e o sanguessuga a minha frente lutando com Embry começou a se debater. O que lutava com Evan e Joseph também.

Olhei ao redor e tive um vislumbre do corpo da filha dos Cullens passar em algum ponto distante na mata.

– Droga Leah.

– Moira vá.

Corri na direção onde as batidas frenéticas do coração da hibrida filha, dos Cullens estava.

Elas lutavam com três sanguessugas na beira do penhasco.

A criação estranha, defendia Leah, uma tentava cobrir a outra.

O sanguessuga nas costas de Leah, começou a se debater. Agilmente o que estava lutando com a filha dos Cullens girou o corpo e agarrou em seu pescoço, Leah se distraiu. E levou um chute na barriga antes do sanguessuga começar a se debater. Ele arremessou Leah no mar.

– Esse fica vivo. – saltei na água.

Já podia ouvir os batimentos acelerados dela.

– Droga. – ela xingava irritada. – mas o que diabos você esta fazendo aqui. – Leah trincou os dentes, de raiva, e dor.

– Esta calor. – fui sarcástico. – O que você acha Leah? Nadei tentando me aproximar.

– Fique ai, estou sem roupas. – ela envolvia as mãos nas costelas.

– E machucada também. Deixe-me ajuda-la. – estava próximo.

– Não. As costelas colam novamente. Saia daqui, Reneesme me ajuda. – sua expressão de dor, e raiva estava me enlouquecendo.

Ignorei.

– Escute fecho os olhos, e coloco suas costelas no lugar, juro que farei tudo de olhos fechados. – seu olhar era desconfiado.

A filha dos Cullens, acenava com uma camisa na margem.

– Vamos. Lá você me ajuda. – Leah seguia para fora do mar.

Ela nadava devagar.

Enquanto nos aproximávamos a namorada de Seth, deixou a blusa na margem. Sai antes da água, e caminhei ate as arvores que ficavam ali no inicio da floresta.

Leah se aproximava reclamando.

– Coloque-as no lugar novamente. – ela respirou fundo.

– Isso vai doer. Encoste aqui. – apontei a arvore.

– Não ouse olhar Jacob. – ela estava visivelmente nervosa, tensa, irritada.

– Não vou. – Leah encostou na arvore, fechei os olhos. – Quando levantar a blusa coloque minhas mãos nas suas costelas. E segure meus braços.

O coração dela disparou. E um silencio esmagador tomou conta de tudo.

Senti suas mãos tocando as minhas.

Foi a vez do meu coração bater frenético. Queria abrir os olhos, enxergá-la.

Senti minhas mãos tocando a cintura dela. Passei os dedos sutilmente, para ver quantas costelas estavam fora do lugar. Nossas respirações eram ofegantes.

– São duas costelas., vou colocá-las no lugar. – meu tom de voz era um pouco, mais alto que um sussurro. Sentir o corpo dela, em minhas mãos novamente era algo indescritível, e muito maior do que eu achava que sentia.

– Hum, hum. – sentia o corpo dele tremer em minhas mãos.

– Vai doer, abafe o grito no meu ombro. Vou contar ate três. Um, dois, três. – envolvi as mãos na costela, puxei, colocando-a no lugar.

– Jacob! – ela gritou em meu ombro. – Droga, droga.

– Respire, falta uma. – sentia meu corpo pegar fogo. O dela estava muita mais quente também.

– Droga. Não conte desta vez, por favor. – ela encostou o rosto no meu ombro. – instintivamente virei o rosto. A respiração dela se confundia com a minha. – Por favor, não. – ela sussurrou.

Abri os olhos. Os dela estavam fixos nos meus.

– Porque você me odeia certo? – passei meu nariz no rosto dela. Ela fechou os olhos.

– Não. Posso. – suas mãos apertaram meus braços.

Minha boca passeava pela bochecha, perto dos lábios dela. Como eu queria beijá-la, aqui a necessidade me esmagava.

– Um beijo Leah, só um beijo. – ela permanecia com os olhos fechados.

– Não. Posso. – ela sussurrou. Por favor, Jake.

Puxei a segunda costela. Ela abriu os olhos, e antes que pudesse gritar de dor, Selei meus lábios aos dela.

Era totalmente novo, e necessário, e tão certo.

Senti o corpo dela ficar muito mais quente sobre minhas mãos. Ela envolveu os braços no meu pescoço. E a segurei pela cintura com cuidado, encostando seu corpo na arvore.

A vontade de sentir Leah, sempre me acompanhou. Sempre.

Nossos lábios e línguas se moldavam e exploravam, com fome.

Então ela me empurrou.


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Não, não. Eu sou casada, estou feliz, tenho um marido. Não. – ela saiu andando, porem voltou. – Você foi embora Jacob. Me deixou aqui sozinha, e Eu sofri, te esperei. Como te quis assim, perto, com as mãos no meu corpo. Mas você não ligou, me deu as costas porque não podia aguentar a morte de uma qualquer. – ela esbravejava.

– Eu era um moleque, tolo. Vivia perdido Leah. Não sou mais assim. E como eu poderia te levar? Como te dar uma metade, de algo que eu sequer entendia? Era um fraco, e não poderia voltar, antes de saber quem eu sou. Não foi por ela, foi por mim, pela primeira vez eu estava fazendo algo saudável. – não conseguia organizar meus pensamentos ao lado dela.

– Saudável, para quem? Eu fiquei aqui, assumi a matilha, quando estava partida ao meio, e você nem sequer fez questão de voltar nunca fez. – ela voltou a caminhar ir embora.

– Eu voltei Leah. Seus sonhos. – ela parou bruscamente. – Eu tentava não vir, mas você chamava. Eu jamais tentei te esquecer. E nunca consegui ficar longe definitivamente.

– Por quê? Qual a razão disto. Eu me casei, você fez com que eu seguisse em frente. – ela me empurrou. – Você não voltou, não pediu. Desapareceu.

– Eu voltei. – gritei. – Voltei varias vezes, eu sabia que era você que eu amava. Não foi impressão sua Leah, eu estava lá no seu casamento. Vim para te levar, implorar, mas quando cheguei, você já estava lá. Linda. O que eu deveria ter feito, pedido licença. Claro que sim. Eu a faria me odiar ainda mais. Te partindo ao meio.

– Isso quem deveria ter decidido era Eu Jacob, não você. – os pingos de chuva já eram intensos.

– E o que você teria feito? – fiquei a centímetros. – Ido comigo, partindo ele ao meio?

– Não sei, como eu posso tentar adivinhar. – a chuva estava forte.

– Eu não podia te deixar Leah, e você não podia me salvar – ela me empurrou com força.

– Se afaste de mim. – a chuva grudou a camiseta , que mais parecia um pequeno vestido no corpo dela.

– Fiz isso por dez anos. Faria como tenho feito desde que cheguei aqui, mas como eu posso continuar, se você me pede uma coisa com os olhos, e outra com a boca? – me aproximei.

– Eu odeio você Jacob. Por não estar ao seu lado, quando você se transformou neste homem, que esta aqui diante dos meus olhos, por olhar você e não conseguir mais lutar, por ter me apaixonado por outro, ser feliz e ainda sim te amar. Por estar me sentindo perdida. Eu te odeio. – ela gritou.

– Eu Te amo Leah. Te amo. – segurei seus braços. O coração dela disparou frenético. – E desta vez, não serei o fraco que a deixa aqui, Eu vou lutar.

– Droga Jacob. – ela segurou meu rosto e beijou meus lábios, numa mistura de raiva com algo indescritível. – O que eu vou fazer?

– Não sei, mas estarei esperando, vou te esperar sempre. –o cheiro dela estava misturado ao meu. – a segurei firme em meus braços. – Mesmo que tenha que esperar décadas.

Ela abraçou meu corpo com mais força. A necessidade dela, em ter nossos corpos colados, era a mesma que a minha.

– Preciso ir, preciso ficar sozinha. – ela se afastou, e se soltou dos meus braços.

Sem dizer mais uma palavra, ela adentrou a mata, e correu.

A vontade de ir atrás e beijá-la é massacrante, porem, sei exatamente como ela esta se sentindo perdida. Pressioná-la agora não vai mudar nada. Pode ate piorar.

– Moira, preteja-a. – senti a ventania que só um guerreiro espírito sabe causar.

Corri o mais rápido que pude ate a gruta, para guardar o corpo de Moira.

Ela não estava lá.

– Meu Deus. – uma ponta de desespero se instaurou.

Scott se aproximava com agilidade.

– Jacob, ela esta na casa do seu Pai. Ayra e Mérida, também. Vamos guiá-las de volta.

Respirei aliviado.

Corremos em direção a casa do meu Pai.

Ayra, Moira e Mérida já despertavam.

– Não sabia que estava aqui, fiquei preocupado. – caminhei em direção a Moira.

– Eu não podia correr ate a gruta, e ficar desprotegida. A hibrida filha dos Cullens disse-me para ficar aqui, pois Billy protegeria meu corpo. – Moira olhava fixamente em meus olhos.

– Nos desculpe Jacob, não deveríamos ter saído. – Mérida parecia constrangida.

– Como vocês saberiam? Aqui temos duas matilhas, fiquem calmos. – a tranquilizei.

– Vamos conversar. – estendi a mão a Moira.

– Não há necessidades Jake, eu estou bem. Só preciso descansar, e comer algo. – ia tentar argumentar, porem ela impediu. – Não precisa se preocupar, eu sou adulta.

Apenas assenti, sem forças para brigar com mais ninguém.

– Obrigado Pai. – ajoelhei diante, da figura séria dele.

– Meu filho, faço tudo para ajudar. – ele passava as mãos pelos meus cabelos. – O que esta havendo? – ele me conhecia muito bem, via minha inquietação.

– Tudo. – menti. – Depois volto nos falamos.

Os outros estavam na porta.

– Trouxemos comida. – Graham estava animado.

Caminhamos ate nossa casa, a chuva continuava forte.

Chegamos e organizamos o jantar. Após todos tomarem banho, subi e tomei o meu.

Queria entender o que eles queriam com Leah.

Desci as escadas e as meninas, haviam arrumado a mesa.

– Esse ataque foi ousado. – Scott ponderou.

– Eles brincam com as linhas do tratado. Sabiam que se entrassem pela reserva, os Sanguessugas não iam ajudar. – Aquiles olhava na minha direção.

– Exceto pela hibrida, seria ela que eles querem? Ela é um tipo raro. – Mérida fez alguma coisa, se encaixar dentro da minha mente.

– Quantas fêmeas que se transformam vimos pelo Mundo? – perguntei a todos.

– Nenhuma. – Ayra respondeu. – Nenhuma a não ser...

– Leah! – meu tom de voz saiu sem emoção alguma. – Como não vimos isso antes?

– Mas espera. – Eike levantou. – Eles a querem porque?

– Para reproduzir? – Aquiles perguntou com receio.

– Ela pode fazer isso...? – Scott não completou a frase.

– Não sei, nunca houve antes dela uma fêmea. – meus pensamentos não encaixavam em algo. – Ela diz que o corpo parou.

– Pode ser, que sim, mas não acho que eles iam querer tanto, uma Loba que não pode se reproduzir. – Moira falou pela primeira vez.

Era um fato, que Leah era uma peça rara. Mas ainda sim há algo que não se encaixa.

Ficamos ali um tempo expondo nossas opiniões e algumas formas de tentar descobrir quem estava por trás dessas investidas a reserva.

Subi para o quarto inquieto.

Aquiles e Graham decidiram percorrer a região. Verificar pistas, conhecer e se familiarizar ainda, melhor com a região. Um espírito necessita conhecer o local que vai proteger, se familiarizar com cada pedaço da terra, para ter facilidade em voltar para o seu corpo.

Estava me sentindo estranhamente exausto.

Fechei os olhos e dormi.

Rápido demais.


A luz do Sol bateu forte em meus olhos.

Olhei para frente e a vi. Os cabelos negros esvoaçantes contra o vento. Com um longo vestido branco.

– Mãe? – minhas lembranças dela são tão distantes. Meu pai guarda uma única foto, porem sempre foi tão doloroso olhar, e saber que eu nunca poderia conhecê-la.

– Meu filho. Tão lindo e forte. – ela se aproximou. – E tão apaixonado. – ela olhava para trás preocupada.

– O que esta havendo? – a coloquei em minhas costas, para protegê-la. – ela segurou meu braço e me virou.

– Escute Jacob, com atenção. – ela segurou meu rosto entre as mãos. – Você é um dos mais poderosos alfas vivos. É você a peça do quebra cabeças. Você. Ela é importante, mas você é a chave. E agora esta aqui para abrir a porta como eles sempre quiseram. Cuidado.

– Do que você esta falando? – segurei suas mãos. – Só eu posso salva-la não é? Como Kate viu nos sonhos, é isso?

– Não tenho mais tempo. – ela olhava para frente. – Kate precisa ver apenas aquilo que esta diante de seus olhos. Ela precisa parar de tentar evitar e ter medo do que vai ver, ela precisa ir ate o fim. Prestar atenção no que a filha dos frios diz. Você estava lá, Kate apenas não o enxergou. – senti seus lábios, tocarem minha testa. – Eu Te Amo Jacob, e sempre o protegi, mesmo longe. Você valeu cada sacrifício, cada esforço.

– Não vá, Mãe fique um pouco mais. Apenas um pouco. – ela sorriu linda.

– Eu estarei por perto, sempre. Diga a Billy que eu estou feliz por ele, e apenas responda algo que ele vem perguntando com um Sim, mesmo que eu saiba que ele jamais teve culpa. Mil vezes sim. – ela apertou minhas mãos tão suave, e antes de sumir disse. – Eu me orgulho de você Jake, sempre.

Tentei abraçá-la porem ela havia sumido.

Acordei ofegante.

– Jacob, você esta bem? – Moira parecia preocupada.

Olhei ela janela e o sol estava nascendo.

– Preciso falar com meu Pai. – desci as escadas e sai de casa, tão depressa que não devo ter levado, alguns segundos para chegar à casa do meu Pai. Ele estava na cozinha, com a mulher preparando o café da manhã, Tiffany trabalha com artesanato na reserva, algumas vezes por semana.

– Posso entrar? – dei uma leve batida na porta.

– Claro que pode. – meu pai virava a cadeira enquanto eu entrava. – Aconteceu alguma coisa? – ele me olhava desconfiado.

– Sim aconteceu, podemos conversar. – estava nervoso, pois sabia, que mais difícil que as perguntas que faria neste momento, seriam as respostas.

– Vou deixá-los a sós. – Tiffany passou, por meu Pai e lhe deu um beijo. – Bom dia Jacob. – ela depositou um beijo na minha bochecha.

– Bom Dia. – olhava fixamente meu Pai, esperando ela se afastar.

– O que esta havendo Jacob? – ele estava visivelmente preocupado.

– Vou te fazer uma pergunta. Não quero mentiras, pois estou aqui perguntando, pois já sei que fui enganado. Estou aqui para saber o porquê? – ele se remexeu inquieto na cadeira de rodas.

– Não vou mentir. Não faço isso com você Jacob. – ele não fazia ideia do que se tratava.

– Não faz, mas já fez. – ele estava visivelmente tenso.

– Pergunte. – seu tom de voz não era firme como o de costume.

– Como minha Mãe morreu? A verdade, por favor. – soltei as palavras.

A expressão majestosa estampada em seu rosto desmoronou.

– C-como? O que, esta dizendo? – ele tentou virar a cadeira, segurei.

– Isso mesmo Pai, como ela morreu? Não ouse tentar me enganar, já sei que não houve acidente algum. – encarava seus olhos.

– Não posso. – ele baixou a cabeça, levando as mãos ao rosto. – Eu não posso Jacob.

– Pode e vai fazer. – levantei encaixando algumas peças. – Durante todo o tempo, em que estive fora, você jamais me pediu para voltar. No inicio eu achava que era pela filha, dos Cullens, por ela estar sempre por aqui. Depois pelo casamento da Leah. Mas agora, depois desta noite.. Tenho certeza que você queria isso. Porque Pai? – o coração dele batia frenético e descompassado em seu peito.

– Eu prometi, não posso contar. – ele tinha um olhar angustiado.

– Eu a vi esta noite. Minha Mãe. – ele virou a cadeira lentamente, os olhos cheio de lagrimas. – Ela me pediu para te dizer duas coisas: Ela esta feliz por você. E pediu para que eu respondesse uma pergunta que vem fazendo a muito tempo. – as lagrimas corriam livres pelo rosto do meu Pai. – Sim, mil vezes, sim. – ele estava visivelmente emocionado. – Qual é a pergunta? – ajoelhei diante dele.

Seu choro era compulsivo.

Ele levou as mãos ao peito.

– Todas as noites desde que partiu eu me pergunto se você deveria saber a verdade, sobre sua condição Jacob, sobre quem eu fui, quem a sua Mãe foi, e tudo o que houve naquela época. Mas antes de Sara partir, ela me fez prometer que jamais contaria nada a você. Ela queria protegê-lo. Queria para você uma vida normal. E a reserva de La Push parecia ser calma. Sem problemas. Quando viemos para cá, tudo era assim. Ate a chegada dos Cullens.

– Espera, você estava aqui? – sentei sem ação na cadeira, incrédulo. – Meu Deus. Você foi um Lobo.

– Sim. Seu legado não vem de Ephraim Black. Vem de mim. – ele olhava na minha direção, me analisando.

– Eu não nasci aqui? Quando vocês vieram para cá? – as perguntas aumentavam.

– Viemos para cá, quando nossa reserva em Kaheluena foi dizimada. Eu, sua Mãe, e Ephraim seu tio, saímos de lá. A luta entre espíritos guerreiros acabou com toda a tribo, conseguimos sair vitoriosos, porem não tínhamos forças para lutar novamente como espíritos. Sara e Ephraim, acreditavam que aquilo era uma punição, pelas vidas inocentes que havíamos perdido. Eu acreditava que era simplesmente hora de parar. Ephraim veio para cá disposto a ser diferente, podíamos tentar, como guerreiros apenas nos transformando em Lobos caso a tribo precisasse. Ephraim casou, teve filhos, seus filhos cresceram e tiveram outros filhos, assim espalhando o nosso gene.

– Então minha Mãe era...? – ele assentiu. O choque por saber a verdade, simplesmente me deixou desnorteado.

– Sim. Sua Mãe não queria filhos Jacob, então decidimos que seriamos, ela e Eu. Ate a chegada dos Cullens era tudo relativamente normal por aqui. Mas com eles veio a febre, e os filhos de Ephaim, seus descendentes começaram a se transformar, muitos eram totalmente incontroláveis. Tivemos trabalho para conter, ensinar a todos os valores de um Lobo. Porem decidimos que seria totalmente proibido usar a técnica de luta com espírito. O poder que ela traz pode cegar quem não esta preparado. Quando os frios começaram a aparecer por estes lados, Ephraim tentou treinar seu filho mais velho. Porem descobrimos que para usar a técnica, não era apenas herdar a genética. Era algo mais complicado. Os anos passaram e sua Mãe e decidimos ter filhos. Sua Mãe ficou grávida de Rebecca e Raquel. Elas não herdaram a genética da sua Mãe, era claro. Quando sua Mãe teve as duas, teve um sangramento grave, e perdeu as trompas, e os ovários restando apenas o útero, mas sem a menor possibilidade de ter filhos. Décimos voltar agradecer pelo que havíamos ganho e não reclamar, ate que um dia descobrimos você. Para os médicos aquilo era impossível. Sua Mãe foi sozinha ate a nossa antiga tribo, procurar uma velha xamã que continuava lá. Sara jamais me contou o que aquela mulher disse. Apenas alguns fragmentos. Mas sabíamos que você era diferente Jacob. Sempre soubemos. E quando antigos inimigos entraram em La Push para tentar te levar tivemos certeza. Ephraim, e Sara morreram aquele dia, mas antes dizimaram todos que sabiam da sua existência. Eu fiquei ferido, mas continuei vivo. Antes de morrer sua Mãe, me fez prometer, que ate onde eu pudesse, daria a você uma vida normal, longe dessas tradições, e longe da verdade, ela não queria culpa no seu crescimento. – ele segurou minhas mãos. – Eu não queria culpa no seu crescimento. Você era apenas um inocente.

– Meu Deus. – estava tudo vazio dentro de mim. Nenhum sentimento ou emoção.

– Filho eu não podia contar, era o certo a fazer. Você tinha o direito de crescer como um garoto normal, Eu esperava o momento certo, esse foi meu erro. – ele continuava segurando minhas mãos firmes.

– Porque agora Pai? Depois de tantos anos? Eu sou chave do que? – ele me olhava sem entender.

– Não entendi? – levantei e fui em direção a porta.

– Ela disse que eu sou uma espécie de peça, que falta. Do que ela falava? – o olhei desconfiado.

– Não sei sobre isso. Tudo que eu sei, acabei de te contar. O restante filho, você deve descobrir.

Não tinha mais estômago para cobrar, ou ouvir verdades.

Sai dali desnorteado.

Cheguei a praia, com a cabeça a mil. Não sabia por onde começar a entender as coisas.

Apenas uma imagem me deixava calmo.

Leah. De alguma forma, tudo sempre volta para ela.

– Kate. – corri o mais rápido que pude. Talvez esse fosse o motivo desse sonho, eu poder de alguma forma ajudá-la a entender estes sonhos.

Em segundos estava parado em frente a casa de Embry.

Ele demorou alguns segundos para notar minha presença.

Ao abrir a porta, tinha uma expressão preocupada nos olhos.

– Jake, o que houve? Esta tudo bem? – ele olhava em volta.

– Esta! – respondi tranqüilo, passando essa tranqüilidade a ele. – Posso falar com Kate Embry? – ele olhou desconfiado, porem abriu a porta, ficando de lado para que eu entrasse.

Kate estava organizando a bolsa, certamente estava de saída para ir trabalhar.

– Jacob? Tudo bem? – ela colocou a bolsa no sofá. – Se veio aqui para desistir de ir ao casamento, pode desistir desta ideia. – ela riu do próprio trocadilho.

– Não é sobre isso Kate. – sua expressão divertida sumiu. – Vim para saber dos seus sonhos. Se ainda os tem.

– Sim, todas as noites. – ela sentou no sofá.

– Preciso que me deixe vê-los novamente. – ela olhou para Embry.

– O que esta havendo? – o tom de voz de Embry era preocupado.

– Kate sonha com uma situação, mas ela nunca consegue ver mas nada após sua morte, eu preciso que você não abra os olhos Kate, preciso que você caminhe, pois você esta de fora. Ninguém a vê ali. – ela me olhava confusa.

– Mas Jacob, minha avó disse que eu precisava trazer você. Eu fiz exatamente isso, o que há mais para ver? Ou fazer? – ela ponderou.

– Se era somente minha presença aqui o necessário, qual motivo de você continuar sonhando? Há algo que você não esta vendo, algo que eu preciso ver, e ter certeza que eu não estou mesmo neste sonho. – pedi.

– Isso será complicado. – ela respirou fundo. – Tenho medo de ver algo, que deveria continuar guardado. Você entende? – ela confessou.

– Sim. Por isso faremos, tudo após seu casamento. Não quero trazer mais preocupações. – segurei suas mãos, seu corpo relaxou um pouco.

– Obrigada Jacob, faremos isso. – ela levantou. – preciso ir trabalhar, vou buscar meu casaco. – ela disse olhando para Embry, que assentiu.

– Preciso ir. – caminhei ate a porta.

– Você a ama de verdade, não é Jacob? – a pergunta me surpreendeu.

– Sim. – sabia exatamente de quem ele falava.

– Então luta Jacob. Se não der certo, no mínimo você tentou. – assenti.

– Lutarei Embry. Obrigado. – sai sem olhar para trás.

Pela primeira vez em alguns anos, não sabia exatamente o que fazer.

Descobriria minha história depois, de aniquilar, qualquer coisa que tentasse machucar Leah.

Agora protegê-la era a coisa mais importante para mim.

Fui para casa, e encontrei todos reunidos. Contaria a eles minhas novas descobertas.

Pois é com eles que vou contar sempre para me ajudar, meus amigos.





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Notas finais do capítulo

Então matilha, aproveitem, leiam com calma, absorvam as novidades e comentem, comentem, comentemm muito....
Amo esculachar a songa da bella e o pote de glitter do edward..se tiver alguma team deles aqui, por favor não xinguem ok...é a nossa visão.
Leah ainda mais confusa, mais gentemmmm como resistir a esse lobão delicia que está ainda mais Alfa, mais homem, mais tudoo...tadinha da minha diva, vai pirar de vez agora..!!!!!..kkkkkk
Novidades, personagens novos, algumas surpresas interessantes e a CP vai desenrolando e enrolando os fatos..
Bruna e Eu agradecemos imensamente as que lêem e comentam, as que apenas leem por favor, comentar não faz mal e ainda impulsiona as autoras a escrever ainda mais...
As novas leitoras sejam bem vindas!!!
E agradeço o carinho especial das leitoras que mandaram mensagem privada aqui no Nyah, a preocupação se nós tínhamos abandonado a CP foi incrivel...Não se preocupem, nós podemos demorar a postagem por alguns motivos, mais abandonar nosso xodó, isso JAMAIS!!!!!
Saudações Lupinas e jacobeijos à todas...até o próximo capitulo