Circulo De Paixões. escrita por Lorys Black


Capítulo 10
Capítulo 9 - O ALFA - POV LEAH


Notas iniciais do capítulo

Capitulo editado em Março de 2022

Musica do capitulo.
Elley Duhé - Middle of the night



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POV Leah.

 

Voltando para a minha casa após, mais trinta horas em rondas, com um sorriso idiota no rosto, e pensando em uma palavra que defina minha vida ultimamente… e estranhamente a única que define bem meu momento, é uma: Felicidade.

Estou extremamente feliz, e o mais estranho, essas palavras são ditas por mim em voz alta. Freqüentemente.

Sorrisos também andam frequentes no meu rosto. Inicialmente eles causaram até piadas entre os meninos na matilha, alguns deles nunca tinham me visto sorrir. Embora tenha tentado inibir quando Jacob e eu,  assumimos que estamos juntos, agora eu simplesmente não consigo mais disfarçar ou reprimir a minha alegria.

E também não quero tentar.

As coisas por aqui andam calmas. Após o casamento na casa dos sanguessugas, Sam diminuiu as rondas. O que às vezes me causa a estranha sensação que sou absolutamente normal. Hoje foi um dia atípico, onde passei mais tempo na mata, para permanecer mais tempo em casa.

No início eu fazia as rondas ao lado de Jacob, porém, e  alegando que nós poderíamos perder o foco sozinhos durante as rondas, Sam resolveu nos separar.

Fiquei com raiva dessa atitude de Sam, no primeiro momento, contudo, foi a melhor coisa que ele fez para a minha relação com Jacob, ficar ainda melhor. 

O tempo que passamos separados parece ser longo demais, e quando nos encontramos, algo inexplicável acontece. 

Não sei ao certo se Jacob, sente as coisas da mesma forma que eu, mas nossos toques tem se tornado cada vez mais intensos. Cada dia mais urgentes e necessários.

Jacob está diferente, mais leve, e não vejo aquele olhar sombrio e sofrido, que era constante assim que ele descobriu sobre o casamento da Sonsa, tenho conseguido ver o Jacob, que existiu antes de Isabella Swan, e melhor vejo algo novo… Jacob, está deixando de ser um adolescente sofrido, e está se transformando em um homem diante dos meus olhos. E isso está me deixando feliz. Cada vez mais.

Jacob e eu conversamos, e decidimos não ficar disfarçando nosso relacionamento, mesmo se quiséssemos todos veriam algo de uma forma ou outra, já que estamos felizes, e seria difícil ficar mentindo ou tentando esconder sorrisos bobos e brincadeiras que só tem graça para nós, e o principal, pensamentos de ótimos momentos entre nós, que muitas vezes escapam sem a nossa permissão.

Estamos nos fazendo bem, e é natural não querer esconder. E querer estar perto da pessoa que nos faz bem, e ficar imensamente feliz por ver quase todos os dias, essa pessoa pulando a janela do seu quarto, e te acordando para deitar ao seu lado, e dormir junto.

A única coisa que vem me deixando apreensiva são os pesadelos de Jacob, que andam ficando mais intensos a cada noite.

Nas primeiras noites, e quando descobri sobre eles, achei que esses pesadelos eram reflexo do medo dele em reencontrar Bella, ou vê-la como uma sanguessuga. E acredito que ela tem esse medo também.

Mas, os pesadelos não são sobre essa preocupação em específico. Jake, sonha com uma criança, e diz sempre ver um Lobo ao lado dela. Logo, acredito que este sonho nada tem a ver com a sonsa da Sra. Cullen. 

Jacob detesta comentar sobre, e ignora meu pedido de procurar os anciões na Aldeia, como uma forma de tentar entender o que está havendo.

Pensar sobre a intensidade desses sonhos me causa um desconforto imenso. E ando tentando ignorar a sensação ruim que isso vem me causando.

Parei atrás da minha casa e voltei à minha forma humana. Fim da minha ronda.

— Essa é a visão mais perfeita desse mundo. – a voz rouca de Jacob me sobressaltou.

— Jacob! – ele me surpreendeu. – Como você consegue fazer isso pelos céus?

— Isso o que?– ele respondeu despreocupado, e com olhar malicioso.

— Surgir do nada, e me surpreender como se eu não tivesse a capacidade de identificar sua aproximação a quilômetros de distância. – reclamei, realmente sem entender como ele consegue fazer isso.

— Não sei. – ele se aproximava com um sorriso encantadoramente malicioso brincando em seus lábios grossos.

Levei alguns segundos para entender o olhar de desejo. Eu estava nua.

— Não se aproxime Jacob. – ordenei. – Nós vamos à fogueira, isto... – apontei para o meu corpo enquanto colocava a roupa rapidamente... – é bônus caso você se comporte lá.

Sua gargalhada ecoou pela mata.

— Claro, claro. Como se fosse possível isso acontecer. – seu tom era sarcástico.

— Isso o que? – cruzei os braços séria, aguardando sua resposta, e caso ele respondesse, que sair pela reserva ao meu lado, não fosse possível, vou arremessar um galho de árvore nele. 

— Eu me comportar ao seu lado Leah. – Jacob encurtou o espaço entre nós e me abraçou. – Isso definitivamente é impossível você pedir. Mas eu juro lutarei bravamente para não perder meu bônus. – ele colocou meu cabelo atrás da minha orelha.

Sorri como sempre faço ao lado dele. Envolvi meus braços em seu pescoço, e o beijei apaixonadamente. 

Esses beijos, apaixonados, tem sido cada dia mais recíprocos.

Com dificuldade separei nossos lábios.

— Vou tomar banho e me arrumar. – me afastei um pouco, parei e o medi. Jacob está lindo. Com uma bermuda jeans e uma camisa branca, tão simples, porém, tão lindo. – Você, está lindo Jake.

O coração dele acelerou.

— É a primeira vez que você me diz isso Clearwater. – a surpresa em seu rosto ao ouvir essas palavras, me desconcertou.

— Eu sempre digo, deixa de ser bobo, e para de me olhar assim. – tentei disfarçar.

— Não, não é sempre. Mas vamos fazer assim, se você continuar se comportando bem, você ganha um bônus. Tirar isto tudo. – ele gesticulou apontando para o próprio corpo e sorrindo, imitando a minha fala.

Gargalhei com a brincadeira.

— Besta. – dei um selinho e o puxei para dentro da minha casa.

Minha Mãe, já estava pronta para a festa.

— Mãe, você pode dar uma olhada nesse garoto, enquanto eu tomo banho, ele mexe em tudo assim que um adulto dá as costas. – brinquei, causando uma risada alta, em Jacob. Amo o som dessa risada.

Subi apressadamente. Entrei no banho, e não curti a água morna por muito tempo, estou começando a ficar atrasada. 

Saí rapidamente do chuveiro, e estranhamente uma brisa me causou calafrios. 

Senti uma vertigem tão forte, e por pouco não cai, esbarrei no vaso com flores do pequeno corredor indo ao meu quarto.

Então, ouvi claramente  a voz daquela estranha mulher como se ela estivesse ao meu lado. Parecia reviver o momento que nos esbarramos, quando Jacob e eu estávamos na estrada, após ele receber aquele maldito convite da Swan. A sensação era tão real, que a mulher parecia segurar minha mão novamente.

Ele está no seu destino, entrelaçado em cada parte dele, tanto no melhor como no pior. Porém, ele vai deixá-la, e você vai sofrer. Isso vai mudá-la.”

Minha visão escureceu.

Quase cai. Quase.

Senti mãos firmes me segurando.

— Leah, o que houve, você está bem? – a voz preocupada de Jacob me arrancou desse estranho transe.

— O que houve? – minha mãe vinha logo atrás.

— Não sei. – ele respondeu calmamente, tentando claramente acalmar minha mãe. – Leah você está bem? – O coração dele estava acelerado e sua respiração era irregular.

Senti minha visão normalizar e da mesma maneira que veio, aquele estranho mal estar, estava se dissipando.

A vontade de beijar Jake, por sentir suas mãos no meu corpo, estava completamente normal.

— Estou bem. Parem de se preocupar a toa, eu não comi nada o dia todo, vocês sabem como detesto comida crua. – apertei suavemente os braços de Jacob, enquanto ficava em pé sozinha. – Estou bem, foi um leve mal estar. – tentei tranquilizá-los. – Agora desçam pois, eu vou me trocar, e em um segundo já saímos. – disfarcei, porém o olhar desconfiado de Jacob, denunciava que para ele, teria que arrumar uma desculpa melhor.

— Claro, claro. – Jacob, me encarava nada convencido. Me soltei do aperto de seus braços, tentando não demonstrar o incômodo, pelo que acabou de ocorrer. Entrei no quarto e fechei a porta, tentando controlar minha respiração, pois Jacob, pode ouvir, e sentir meu nervosismo.

Há dias me sentindo leve e feliz, claro que neste momento um pressentimento ruim, me causaria esse mal e certamente não me deixa nada feliz.

Coloquei um uma roupa rapidamente, ajeitei uma flor nos cabelos e desci as escadas, apressadamente, pois minha mãe me aguardava com Jacob na sala.

— Vamos. – os dois me olhavam desconfiados. – Parem de me olhar dessa maneira, é um pouco irritante, e acredito que ninguém aqui, queira me ver irritada não é mesmo? Agora vamos. – sentenciei.

Caminhei até a porta, abri e fiquei aguardando minha Mãe e Jacob me seguirem.

Entramos no carro, e deixamos minha Mãe, na casa de Emily. Agradeci mentalmente, por ela me dispensar da tarefa de ajudá-las a levar as comidas até o local da festa.  Dona Sue, alegou já ter muitos braços para executar essa tarefa. Respirei aliviada.

Jacob, e eu seguimos até a praia em silêncio. Estacionamos o carro, e seguimos caminhando pela areia. 

Ele passou o braço em meu ombro, entrelaçou nossas mãos e colou meu corpo no seu.

Um gesto simples, mas tão gostoso. Jacob adora andar na praia de mãos dadas, todas as noites, estamos fazendo isso.

Isso me deixa bobamente satisfeita.

— Então vai me contar o que houve a pouco, ou vai continuar mentindo, fingindo que nada aconteceu? – ele me conhece bem. Porcaria.

— Foi uma bobeira. Alguém me disse algo, há um tempo atrás e hoje isso me causou um estranho efeito hoje, só isso. – tentei minimizar o que aconteceu a pouco, e também o incômodo que a lembrança daquele encontro ainda me causa.

— Disse o que? – ele não desistiria.

— Jake, podemos falar sobre isso depois, por favor ? – só em pensar nas palavras daquela mulher, meu coração fica apertado. – Não quero estragar a nossa noite. Não hoje. – um nervosismo ameaçava me dominar.

— Hey, hey, se acalma. – Jake me abraçou, segurou meu rosto entre suas mãos, e beijou minha testa. – Prometi me comportar, lembra? – ele me deu um abraço.

— Esta é a primeira vez que saímos juntos para as demais pessoas na reserva, isso será divertido. – brincava com a situação tentando me acalmar novamente, e esquecer o que aconteceu esta noite.

— Ah sim, você seduziu descaradamente o garoto quileute de apenas dezesseis anos, sendo maior de idade isso é vergonhoso Clearwater. – dei uma cotovelada em suas costelas. Ele riu alto.

— Isso não é engraçado Jake. – empurrei as palavras afinal, me perco no sorriso espontâneo de Jacob.

 

— Leah você não está nem aí para o que essas pessoas estão pensando mesmo. Então vamos nos divertir. – as palavras dele eram leves e verdadeiras.

Assenti, afinal não estava ligando mesmo para o que as pessoas ali pensariam.

Nos aproximamos do local onde ocorria a festa. E diferente das fogueiras, onde éramos somente nós da matilha, essa festa era de toda reserva.

Conforme fomos nos aproximando, os olhares curiosos, admirados, e invejosos foram nos acompanhando.

Fomos ao encontro dos meninos da matilha. Ao nos avistar Embry e Quill nos olhavam boquiabertos. Isso me irritou.

Jacob os cumprimentou porem, eles não paravam de me encarar. Eu até tento não ser grossa, mas eles dificultavam as coisas.

— Vocês estão me olhando com essas caras por quê? – meu tom de voz não era nada simpático. – Nunca me viram não? Parem de ficar me encarando como dois idiotas.

Eles se entreolharam.

Jacob os olhava interrogativo também.

— Nossa Leah, como você é bonita. – Quill soltou as palavras, e por incrível que pareça me desconcertou.

— Com todo respeito Jacob, Leah você realmente está linda. – nenhum deles jamais, falou comigo desta forma. Como se eu fosse mulher, e não uma coisa anormal no meio deles.

— Okay, chega de elogios, fechem as bocas pelos céus, Leah é linda, mas já está acompanhada. Agora vamos comer.  – Jacob, me puxou em direção a mesa com as guloseimas, e acabou me salvando de corar na frente dos meninos, com seu ciúmes bobo.

— Obrigada. – De qualquer forma, me senti bem com o elogio, e agradeci aos meninos, por cima do braço de Jacob que se mantinha firme circulando meu pescoço.

Chegamos à mesa de comida, e eu percebi a verdade, na desculpa que eu havia inventado para despistar Jacob, minutos antes, quando disse sobre meu mal estar ser causado por fome, não estava mentindo… Estou faminta.

O aroma delicioso das comidas na mesa, fez com que meu estômago reagisse em alto e bom som, para audições privilegiadas presentes ali.

Nos servimos. E fomos para perto dos garotos da matilha novamente. Lá não ficariam reparando a quantidade enorme de comida que Jacob e Eu estávamos comendo, neste espaço, isso é totalmente normal. 

Estávamos ouvindo as piadas sem graça do Paul, após comer, quando minha Mãe veio até nós, e me chamou para conhecer algumas de suas amigas. Sobre protestos e uma chantagem básica, dona Sue me arrastou pela festa.

Claro que eu não estava gostando nenhum pouco inicialmente, porém, eu nunca faço nada para ela. E ela me dá tanto.

Paramos no grupo de amigas que cuidam da preservação da reserva. São mulheres incríveis, e é enriquecedor conversar com elas.

A única coisa nada agradável, são os comentários das garotas sobre Jacob. Que infelizmente a minha habilidade me permite ouvir, e me distraem em vários momentos. Trinco meus dentes toda vez que alguém ameaça ir falar com ele.

A festa está cheia. Vários membros da reserva Makah e outras regiões, então não será nada agradável uma Loba enfurecida em cima da mesa dos doces. Me concentrei na conversa com as amigas da minha Mãe. É mais seguro.

As perguntas sobre Jacob são frequentes, entre as pessoas que nos viu chegar juntos e de mãos dadas. Para quem não é de LaPush, e só vem a reserva para festas como esta, as perguntas sobre meu término com Sam, são as campeãs . Eu disfarçava e não respondia nem sobre Jacob, e bem menos sobre Sam.

Jacob, estava a distância me observando, enquanto  conversava com outro grupo de mulheres e ele com uns garotos da reserva Makah. Posso sentir os olhos dele em mim.

Na verdade, ele apenas apenas assentia, já que sua concentração esta toda aqui. Ele se afastou dos garotos e veio em minha direção. 

Eu estava próxima a mesa de doces, com algumas amigas da minha Mãe, e Jacob se aproximou, permanecendo do outro lado, mexendo e alguns docinhos em cima da mesa.

Eu podia ouvir o martelar cadenciado no coração dele, sentir o aroma na sua pele.

— Eu te disse, como você está linda hoje? – ele sussurrou. Sacudi negativa e discretamente a cabeça, para ninguém notar.

Jake sorriu.

— Eu já me comportei o suficiente Leah. Vamos sair daqui. – ele brincava com algo na mesa. E mesmo sussurrando, sabe que posso escutar perfeitamente.

Eu estava ao lado de uma das amigas da minha Mãe, se eu responder a ele, enquanto escuto sobre as relações entre as aldeias, elas vão me achar louca.

Aproveitei o assunto discutido  em pauta e respondi a Jacob. 

— Socializar é algo necessário. – disse olhando em seus olhos, ele sorriu.

— Claro. E pensando melhor, você tem razão, temos que socializar. Pensando nisso, acho de bom tom convidar uma daquelas garotas para dançar. – ele olhou sugestivo para frente, onde algumas garotas, riam cochichando quem falaria com ele primeiro.

Para não parecer louca, na frente das amigas da minha Mãe eu sussurrei entre dentes.

— Eu disse socializar, não tentar morrer tão jovem, pois isso vai acontecer caso você ouse fazer isso Black. – sua gargalhada foi sonora. Gostosa. Divertida.

— Estou apenas ressaltando e concordando com você mulher. – Jacob se divertia com meu ciúmes, bem evidente neste momento.

— Isso definitivamente não é se comportar Black Insuportável. Acredito que vou para casa com Seth. – ameacei em tom de sarcasmo.

O sorriso largo desapareceu.

— Venha comigo Leah. Estou com saudades. – Jacob largou o que segurava na mesa, e foi passando entre as pessoas, vindo em minha direção. Entreguei o copo que segurava a alguém sem saber ao certo de quem.

Caminhei em sua direção. Ele alcançou minhas mãos, e entrelaçou seus dedos nos meus, puxando-me de encontro ao seu corpo. Nos beijamos, como se não nos víssemos a dias. Como se não existisse nada ao meu redor.

— Me leve daqui Jacob. Me leve com você para qualquer lugar, e eu estarei feliz ao seu lado. – pedi, ele circulou as mãos na minha cintura.

Mesmo tendo consciência que neste local estão presentes  vários Lobos, escutando nossa conversa, não me importo.

Eu só quero estar nos braços dele, sem ninguém por perto. Sentir o aroma amadeirado de sua pele e sua voz rouca no meu ouvido.

O sorriso arrebatador de volta aos lábios dele. Sempre me deixando com um frio na barriga, sempre me encantando.

— Vamos. – Jake, segurou minhas mãos e caminhamos para longe das pessoas.

São os pequenos gestos dele, que me encantam. O modo como ele sempre sorri e cochicha algo no meu ouvido enquanto caminhamos abraçados pela praia. Jacob, caminha um pouco a frente enquanto, subimos para ir ao topo dos penhascos se certificando se é seguro, e ao chegarmos, estende sua mão para me ajudar, mesmo sabendo, que não tenho a menor dificuldade em fazer isso.

Ele se preocupa em colocar uma manta na grama,  para não sujar minha roupa, quando sentamos embaixo da árvore, perfeitamente localizada onde gostamos de olhar o mar. Jacob me ensinou a gostar dessas pequenas gentilezas. Me sentir bem em aceitá-las, sem esquecer minha força. 

— No que você está pensando? – ele sussurrou no meu ouvido enquanto caminhávamos pela praia em direção ao carro.

— Se eu disser você vai rir. Pois é, algo bobo e sem importância – declarei sorrindo. Levemente envergonhada.

— Não vou rir, e tudo que você pensa tem importância. – ele deu um beijo no meu ombro, e na curva do meu pescoço, me causando arrepios pelo corpo todo. – Prometo.

Fechei os olhos, deixando a voz dele envolver meu corpo.

— Sacana, assim não vale. – senti sua risada em meus cabelos. – Estava pensando como eu gosto de fazer coisas simples ao seu lado. Como elas são importantes na minha vida.

— Quais coisas? – ele roçava o nariz no meu pescoço.

— Essas… Caminhar na praia, ficar olhando o mar. Sair para jantar. Dormir ao seu lado. – confessei.

— Eu também gosto Leah, preciso e quero cada dia mais. – ele roçava o nariz na minha nuca agora. Suas mãos passeavam pelo meu corpo. 

Virei o rosto e ficamos de frente.

— Não tão fácil Jacob. – o empurrei e corri. – Não forcei muito a corrida, só o suficiente para ficar um pouco a frente dele, que vinha logo atrás.

— Quanto mais difícil, mais interessante Leah. – ele respondeu divertido.

Corremos pela mata, sem pensar no carro que ficou no parquímetro. Correr desta forma, é algo que fazemos juntos e amamos.

Corri na direção do nosso canto próximo aos penhascos.

 

Quase chegando, Jacob deu um salto segurando minha cintura.

 

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— Peguei. Você agora é minha. – ele encostou meu corpo em uma árvore.

— Eu nunca fui de ninguém como estou sendo sua, Jacob. – soltei as palavras sem permissão ou conseguir contê-las. – Nunca foi desta forma, jamais será tão forte com ninguém. – eu estava mesmo sem juízo.

O coração dele martelava frenético em seu peito. Sua respiração ficou irregular, como sempre fica quando eu falo  como me sinto. Tenho certeza, ele está se apaixonando, lentamente, mas está.

Jake entrelaçou os dedos nos meus.

— Então fique comigo. – ele beijou a ponta dos meus dedos. – Eu não quero, você com ninguém, que não seja eu, Leah. Fica comigo. –  ele sussurrou com os lábios a centímetros dos meus, o olhar intenso e completamente sedutor, senti meu corpo todo formigar quando ele me beijou. A cada toque tudo ficava imensamente mais intenso.

Girei nossos corpos, e encostei suas costas em uma outra árvore. Olhando em seus olhos rasguei sua camiseta toda em um segundo. Sua expressão foi de surpresa.

— Você disse que eu podia tirar, eu deduzi que me comportei, logo... – olhei sugestiva para seu corpo seminu.

Jake sorriu, e me puxou para os seus braços, tirando meus cabelos do rosto.

— Eu gostava desta camisa Leah. – ele brincou, me encaixando em seus braços. – Adoro ver você assim, solta, leve, feliz. Você me faz feliz Leah, muito feliz. – meu coração disparou frenético, desesperado, totalmente apaixonado.

Nos beijamos, e pude sentir como nunca a entrega dele. O desejo, e cada sentimento dele por mim.

Ali mesmo com a lua, com sua luz perfeita sobre nós, eu fui dele, mais uma vez. 

Sem nos preocupar se haveria algum lobo por ali, neste momento somos somente nós. Somente meu corpo no dele, meus gemidos para ele e os dele para mim. Neste exato momento quando pertenço a ele, onde me sinto completa e sinto ele inteiramente meu, não preciso de mais nada. Estou exatamente onde quero ficar.

….

A noite passou voando, e utilizamos cada segundo dela repetidas vezes.

Faltando poucas horas para começar o amanhecer, deitamos exaustos um ao lado do outro. Jacob, colocou meu corpo sobre o dele, e sua mão passeava nas minhas costas. Meu ouvido colado em seu peito, acompanhando o ritmo leve nas batidas do seu coração.

Jacob está em paz, e eu também.

— Leah, precisamos sair daqui, as rondas vão começar. – ele sussurrou no meu ouvido enquanto acaricia minhas costas. Não me canso de sentir suas mãos, percorrendo meu corpo.

Jake, está há algum tempo tentando me convencer de ir embora. Contudo uma estranha sensação domina meu corpo toda vez que ele faz menção em levantar, e me levar para casa.

— Não. – respondi preguiçosa, exausta e sem a menor vontade em sair dos braços dele.

Jake riu.

— Vamos eu te levo no colo preguiçosa, pois, você não foi a única a rasgar roupas aqui. – ele apontou os trapos do meu vestido. – Não quero sua imagem nua na cabeça de mais ninguém, que não seja a minha. Já é muito difícil esconder suas imagens quando estamos em ronda.

O ciúme no seu tom de voz, me divertiu.

— Tudo bem. Vamos Jake, ciumento. – sorri maliciosa enquanto colocava minhas peças intimas as únicas sobreviventes.

 

— Você se diverte não é Leah? Pois é a única, eu não acho nada divertido quando pego um deles com uma imagem sua na mente. – ele suspirou irritado.

— Não tenho culpa de ser irresistível Black. – meu tom era divertido, estendi meus braços para ele, que me olhava curioso. – Você disse que me levaria no colo, pode me pegar.

A gargalhada foi deliciosamente alta.

— Claro minha alfa. – senti meus pés fora do chão.

Jacob correu comigo em seus braços pela mata. Encostei minha cabeça em seu peito. Me senti tão protegida e tão feliz.

Jacob se apressou em me levar em casa, ele não quer esbarrar com nenhum dos meninos.

Ao chegarmos notamos que a casa esta vazia. Entrei e vi um bilhete da minha Mãe, avisando que ficaria na casa de Emily para ajudá-la na arrumação pós festa, e Seth ficou por lá também.

Subi as escadas e Jacob já me aguardava.

— Preciso ir, vou fazer ronda mais tarde, e você já está a mais de trinta e seis horas sem dormir Leah. – ele vestia uma bermuda deixada por ele ali.

— Então vá, eu vou tomar um banho sozinha. – me enrolei em uma toalha, e tirei minha calcinha, olhando para ele. Segui em direção ao meu banheiro, e no meio do caminho deixei a toalha.

Antes de colocar os pés no chuveiro, senti as mãos dele circularem a minha cintura.

— Chantagista. – ele sussurrou no meu ouvido. Sorri vitoriosa, estava ficando boa em seduzir Jacob.

Era a primeira vez que tomávamos banho juntos. A água morna caindo sobre nós era relaxante. E mostrava como realmente eu estava cansada.

Saímos do banho e Jacob, deitou na cama após colocar uma cueca.

— Estou cansada. – confessei enquanto ajeitava meus cabelos.

— Venha aqui. – Jacob me chamava deitado na cama. – Vou relaxar você. Sem pensar atendi seu pedido. Sentei ao seu lado, ele pegou a escova das minhas mãos, e penteou meus cabelos de uma forma tão suave.

Levantou a guardou na minha comoda. Fiquei observando ele andar pelo meu quarto, tendo certeza, que poderia viver isso para sempre.

Jacob, deitou no lado que costuma ocupar na minha cama, abrindo os braços para me acolher, deitei ao seu lado, com a cabeça em seu peito, as minhas pernas sobre as dele.

Jacob passeava a ponta dos dedos pelas minhas costas. A cada toque meu corpo relaxava cada vez mais. Mesmo se Jacob, não estivesse fazendo nada neste momento, eu dormiria tranquilamente ouvindo as batidas cadenciadas de seu coração.

De repente uma vontade avassaladora de dizer algo que venho segurando me dominou.

Apoiei meu queixo em seu peito e o encarei.

— O que foi? – ele perguntou me encarando curioso.

— Jacob, eu vou te dizer algo, mas não quero ouvir nada em troca, é só a verdade, e não acho justo não dizer, como me sinto. Por favor, não fuja, não tenha medo, não sinta-se pressionado. – o coração dele deu uma leve acelerada.

— Hum, fale e prometo verificar se haverá necessidade de fugas. – seu tom era divertido, porém notei um certo nervosismo.

Respirei fundo, não estava acostumada com esse tipo de coisa, e não sabia porque a necessidade de dizer isto a ele neste momento era tão grande assim. Porém, ela estava me consumindo.

— Eu te amo Jacob. – o coração dele disparou, as batidas eram frenéticas. – Eu sei o longo caminho a minha frente para você sentir o mesmo, e tudo bem. Eu te amo, por milhões de detalhes seus, que não consigo sequer numerar. Não sinta medo em não me dizer agora, hoje é sobre o que eu sinto, como estou feliz ao seu lado. Quando chegar a sua vez de se declarar, você já sabe algo importante… agora o sentimento é recíproco, e não platônico.

— Leah, eu... eu... er... – o interrompi.

— Não diga nada, não precisa, só fique aqui. Agora é tudo o que importa, com o tempo isso será tão natural para você dizer quanto foi para mim agora. – dei um beijo apaixonado em seus lábios.

Jacob me apertou em seus abraço.

— Você tem sido a pessoa mais importante na minha vida Leah, e já estou apaixonado por você. – meu coração quase saltou do peito. – Fique e eu sei. Logo será amor, e não vou dizer antes de sentir, eu prometo. – ele segurou meu rosto em suas mãos, e me beijou.

Senti uma agonia, sem explicação. Circulei meus braços em seu pescoço. Uma necessidade avassaladora dominando meu corpo. Se tivesse algum tipo de poder, congelaria esse momento, e o protegeria até Jacob, esquecer completamente a Swan.

— Agora durma, minha Leah, eu estou aqui. – Jake sussurrou em meu ouvido, me ajeitando ao seu lado.

Um sorriso largo se espalhou em meu rosto por ouvir essas palavras: “Minha Leah.”

Encostei em seu peito e meu corpo relaxou completamente.

Adormeci em uma paz absoluta.

 

……

 

Dormi praticamente o dia todo sem abrir os olhos. No final da tarde, Jacob, saiu para fazer ronda. Antes de sair, ele me deu um beijo suave nos labios.

— Fique. – segurei sua mão, quando ele estava partindo.

Jake sorriu. O meu sorriso.

— Estarei aqui minha Leah. Meu pensamento, meu coração, minha paz continuam ao seu lado, só meu corpo estará em ronda. Volto para você assim que terminar.

Sorri satisfeita.

— Te espero meu Lobo. – ele me deu um beijo maravilhoso. 

Fiquei observando enquanto ele partia. Senti um aperto no peito. Levantei inquieta. Desci para comer algo, e tentar dissipar esse incômodo. A casa continua tão silenciosa.

Após me alimentar voltei para o meu quarto, me deitei um pouco mais agitada do que gostaria, encostei a cabeça no travesseiro onde Jacob, esteve deitado, e inalei o cheiro maravilhoso dele. Senti uma paz gostosa que só a presença dele me traz. Adormeci com o cheiro do corpo dele preenchendo meu quarto.

Afinal pela manhã minha ronda se inicia, e preciso descansar.

 

“Estas alegrias violentas têm fins violentos. Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora, que num beijo se consomem.

Senti meu corpo flutuar, e me vi ali, no meio do lago, sonhando com meu pai. Estávamos pescando, ele me olhava tranquilo um sorriso nos lábios. 

“– Se prepare minha filha, o destino de Jacob, e também o seu, começou a ser traçado hoje. Cada passo daqui para frente tem uma explicação, um propósito.

— Como assim Pai. Me explique o que vai acontecer. – pedi, sentindo a mesma agonia que senti ao me despedir de Jacob hoje.

Meu Pai caminhou em minha direção. E me abraçou. Céus, que saudades absurda, senti o abraço como se estivesse acordada.

— Sinto muito meu amor. Não há nada a ser feito, o destino precisa ser cumprido. – meu pai separou nossos corpos. – Você precisa se tornar o que o nasceu para ser, percorrer o caminho que o destino traçou para você. Jacob também. Seja forte. Seja corajosa. Estou aqui por você.

— Pai!! – não consegui dizer mais nada. 

Meu corpo está sendo sacudido, incessantemente, arrancando-me dos sonhos. 

— Vamos Leah acorde. Leah! – era a voz da minha Mãe.

— PAI!!! – acordei chamando por ele. – minha Mãe, me olhou surpresa. Esse olhar durou poucos segundos, e deu lugar a um olhar de desespero.

— Leah vamos você precisa correr. – essas palavras me despertaram rapidamente.

— O que houve? – um vazio tomou conta do meu peito, era algo relacionado a ele. – Jacob!

— Vá filha, Billy ligou a pouco, Bella voltou a Forks, e parece não estar bem. Sam chamou Seth e até agora nenhuma notícia. Vá minha filha, há algo errado, meu coração está avisando.

A agonia dela partiu meu coração. Dei um beijo em sua testa. E saltei a janela.

Corri agilmente pela mata e sem parar para tirar roupas me transformei.

Os pensamentos de todos eram confusos e desconexos.

— Leah!!!! – Sam estava cauteloso.

Então as imagens começaram a invadir a minha mente.

Minhas patas cravaram na terra molhada pela chuva fina que caia.

As notícias sobre Bella, começaram chegar esta tarde deixando todos atordoados e confusos. As primeiras informações descobertas por Billy, após conversa com Charlie, davam conta que ela havia contraído uma doença misteriosa em sua viagem de lua de mel, uma doença rara que a deixou em um estado critico, e por isso ela está em quarentena. Jacob, com toda sua raiva acreditando que ela tinha se transformado exigiu que Sam, atacasse os Cullens alegando quebra de tratado. Sam, deixou claro que a matilha não faria isso de forma alguma, já que a Swan, resolveu por conta fazer parte do Clã dos Cullens.

Senti a decisão de Jacob se formar, através dos olhos de Sam. A forma como ele alcançou a mansão dos Cullens sem ser impedido por ninguém da matilha.

A surpresa dele ao descobrir de fato o que estava acontecendo.

Se estivesse na forma humana, o horror em ver a imagem  torturante da Swan e sua enorme barriga deformada, certamente teria escapado por meus lábios com a imagem. A discussão de Jacob com Edward, me fez trincar os dentes, senti uma agonia com a decisão dele, em matar  Edward sem ninguém da matilha por perto. Um medo imenso por ter a certeza, que não conseguiríamos ajudar e Jacob, provavelmente não sairia de lá vivo. E em seguida a impotência em executar o próprio plano por reconhecer a própria dor no rosto de Edward. Contudo, em seguida me senti nauseada com o rumo da conversa com o sanguessuga. A proposta nojenta feita por Edward a Jacob, e a forma como Jacob tentou não aceitar esta ideia, mas como o fez feliz por alguns instantes. A dor dele por ver o estado da Swan e não poder fazer mais nada. Como ele ficou sem rumo, desnorteado. Como ele reagiu ao plano de matar Bella, elaborado por Sam. E o que o levou a tomar a decisão de tornar seu posto por direito.

A imponência na decisão.

“ O filho de Ephraim Black, não nasceu para seguir o filho de Levy Uley.”

Jacob se tornou o que nasceu para ser, por ela.

Estou entorpecida. E a ultima imagem foi como um tiro de misericórdia. Seth se juntando a Jacob, por não achar correto matar Bella, por ter uma simpatia nojenta com os Cullens. Ver os dois partindo me deixou com um vazio imenso no peito.

— Leah nós precisamos atacar o quanto antes, não podemos deixar essa monstruosidade nascer. – a voz de Sam era colérica.

Meus pensamentos não entravam em um ritmo normal. Não conseguia pensar com clareza. Não estou tendo tempo para assimilar absolutamente nada.

Eles traçavam táticas de ataque, agora que perderam o fator surpresa.

Céus, como podemos atacar os nossos?

— Jacob, escolheu o caminho dele e Seth, também Leah. – Paul disse raivoso. Trinquei os dentes.

— Se Jacob, se machucar, é essa a explicação que dará a Rachel?

Ele se encolheu por um instante.

— Leah pare já com isso? – Sam ordenou com o maldito tom dual alfa. Que é ainda mais poderoso que o tom alfa tradicional, ao qual já me acostumei.

Sam traçava maneiras de dividir os sanguessugas, e também Jacob e Seth. 

Inacreditável, ver na mente deles, táticas sendo formadas para atacar meu irmão, e Jacob.

Comecei a lembrar da nossa infância em La Push, antes de toda essa loucura de lobos e vampiros, quando éramos apenas crianças e achávamos que monstros não eram reais.

Lembrei do meu pai, sempre me pedindo para cuidar de Seth. Respirei fundo, os pensamentos sem confusão alguma.

— Não. Eu não vou atacar o meu irmão, e não vou deixar o homem que eu amo lutar sozinho. – fiquei em pé. – Mesmo que seja contra nossos próprios irmãos.

— Você só pode estar brincando Leah!!! – os pensamentos de Sam eram indignados.

— Não, você deve estar brincando em achar que eu vou atacar meu irmão, e Jacob. – desafiei.

— Não vale a pena Leah largar seus irmãos por adoradores de sanguessuga. – Paul foi sarcástico.

— Não fale como se os dois não fossem parte dessa família seu nojento. – rosnei em posição de ataque. Meus dentes à mostra.

— Eles escolheram outra família, e Jacob, escolheu a Swan, mesmo ela o rejeitando mais uma vez! – Paul provocou.

— Paul chega, - Sam o advertiu. – Leah não atacaremos Seth de modo algum, mas não podemos deixar essa monstruosidade acontecer.

— Ela é tão vitima quanto qualquer pessoa que tenha um coração batendo Sam, isso não é proteção é assassinato. Matar Bella é ir contra tudo o que nascemos para fazer. – declarei.

— Leah não se trata mais dela, e sim de uma cidade toda. Não faça escolhas erradas como Jacob. Faça o que nasceu para proteger inocentes. – Sam está irredutível.

— Não sabemos se estamos correndo perigo Sam, não podemos afirmar isso! – argumentei.

— Não vou correr o risco, e bem menos pagar para ver, não por alguém que sempre nos colocou na linha de frente em conflitos com sanguessugas, por ser tudo, menos vítima. – Sam respondeu furioso.

— Não entramos em conflito somente pela Swan, entramos em conflitos para defender inocentes de uma cidade inteira. Nascemos para isso Sam. – tentando desesperadamente fazê-lo enxergar a realidade.

— Conflitos que foram gerados pela ligação doentia entre Isabella Swan e os Cullens, ela jamais foi inocente Leah. Jacob sempre soube, Seth e todos nós. – seus pensamentos estão um emaranhado de sentimentos.

— Não, ela nunca foi, mas ainda sim é humana, e eu não nasci para matar humanos, Samuel Uley e nem você. Não somos assassinos, somos protetores. – nunca acreditei tanto nessas palavras.

Senti uma força me erguer completamente.

— Você esta fazendo isso por Jacob, e não por acreditar nessas palavras. – o tom debochado nas palavras dele me causou uma irritação que a dias não se manifestava, e tomou conta de cada célula do meu corpo mais rápido que um rastilho de pólvora.

— Se você acha que Jacob, se tornou o centro do meu universo, é um problema seu, e caso ele fosse, seria um problema totalmente meu. Contudo, minha vida não se resume a isso. Vocês, estão traçando estratégias para atacar meu irmão. O meu irmão. E matar uma pessoa que ainda tem o coração batendo. Bella, ainda é humana e não permitirei que encostem nela, e bem menos em Seth ou Jacob. – fechei os olhos, respirei fundo, Minha decisão formada. 

Dessa vez eu tenho uma escolha.

— Leah não!!!! – Sam gritou desesperado.

Virei às costas e um segundo depois minha mente estava vazia. Não fazia mais parte da matilha de Sam.

Me senti livre pela primeira vez desde minha transformação. Corri no silêncio que preenchia minha mente. Os uivos da matilha cortando os céus da reserva

Senti um alívio momentâneo. 

Entretanto, essa sensação evaporou quando me conectei as mentes de Jacob e Seth.

— Leah! – os dois pensaram em uníssono.

— Leah, tente entender! – Seth pedia cauteloso. – Não é correto matar humanos.

Jacob me olhava desolado, a mente uma confusão de sentimentos.

Jacob viu os meus pensamentos, e como recebi as informações.

— Eu simplesmente não podia Leah, deixá-la ser atacada pela matilha, eu não consigo. Me entenda por favor! – Jake pediu, foi quase um apelo.

— Já tentei entender demais Jacob, desculpar, fingir que não estou vendo algo diante do meu nariz. Seus sentimentos por ela… – senti uma pontada no peito. – Agora não é momento para falarmos sobre isso. – pensei em nuvens, para não mostrar meu desespero, porém a dor no meu peito é inegável.

— Eu queria não me sentir responsável por ela Leah, não sentir o que sinto. E mesmo odiando suas escolhas não posso deixar ela ser assassinada por lobos. – seu tom duro me irritou.

— Pare de se referir a eles como monstros, eles estão assustados, com medo, e não os culpo!! – defendi. – Não estou aqui para defender meus inimigos naturais Jacob. Estou aqui para não deixar meus irmãos, os seus irmãos, agirem de uma forma, que vão se arrepender pela eternidade, só isso! – avisei.

— Eu não quero vê-los machucados Leah, e também farei o que for possível para isso não acontecer. Sei o quanto custará a eles nos atacar. – ele desabafou.

— Nós tínhamos que fazer o certo Leah. – Seth intercedeu.

— Você Seth, é outro assunto, e com você vou me resolver mais tarde! – alertei.

Alcancei o perímetro que eles estavam cobrindo. Jacob estava próximo a casa dos Cullens.

Todos já estavam avisados dos perigos e da situação com a matilha.

Coloquei Jacob e Seth a par, das novas estratégias que Sam, pretendia adotar. Mesmo sabendo que provavelmente ele irá alterar os planos após minha saída.

Um sentimento de traição dominou meu peito após, fazer isso.

— Sinto muito por tudo isso Leah! De verdade. – Jacob estava derrotado. – Preciso verificar como estão as coisas na mansão. – ele avisou envergonhado. Seu tom é quase de desculpas. – Volto logo.

Então seus pensamentos sumiram.

A dor que tentava esconder, agora pode me dominar.

— Eu sinto muito Leah. – os pensamentos de Seth eram sinceros. – Ele só esta fazendo o que é certo.

— Ele sempre está fazendo o que é certo, quando se trata dela Seth. Era certo defender a cidade, mas ele fez por ela, era certo ele se tornar o que nasceu para ser… um Alfa, contudo ele fez por ela. Eu já sabia disso, nem posso dizer que ele mentiu, não me surpreendi também, no fundo eu sempre soube que ele faria qualquer coisa para proteger a Swan. Mas, infelizmente eu não consigo controlar a minha dor, e bem menos meu amor por Jacob, mesmo sabendo tudo isso. É extremamente cansativo toda a situação – desabafei.

— Ele gosta de você irmã. Quando ele se tornou alfa, você foi o único motivo que ele viu para não fazer, para não se afastar de Sam. – Seth me mostrava os pensamentos em relação a mim no momento da briga.

— Eu só queria ser o suficiente Seth. Não fui para Sam, não sou para Jacob. Preciso ser o suficiente para alguém. Ou não fazer questão de ser para alguém. – pela primeira vez dizia essas coisas a Seth.

— Sabe Leah, eu acredito no poder da ilusão. Jacob acha que o amor pela Bella é maior que tudo, ele defende isso, assim como ela defenderá esse mesmo acreditar por Edward. Mas diferente dela, Jacob enxergará que está errado! Eu nunca o vi tão feliz ao lado dela como ele é ao seu lado. – sim essas palavras eram do meu irmão. – Nem quando eram somente os dois em Forks, quando víamos a cumplicidade na relação deles. Não chegou próximo a força que a relação de vocês transmite. E pode não ser hoje, ou amanhã, mas ele vai deixar essa força invadir o coração dele Leah. Eu sei!

— Seth você me surpreende. – soltei as palavras. Ele colocou a língua para fora de lado e riu.

— Eu só vejo as coisas de uma forma simples, Jacob não. E lutar por uma causa perdida é algo incontrolável Leah. – ele concluiu.

— Eu só espero não estar lutando por uma Seth. Perder Jacob será doloroso. – esse pensamento me causou uma dor imensa.

— Eu estarei sempre ao seu lado Leah, lembre-se disso.

Respirei fundo e afastei o pensamento no futuro, não posso me preocupar com ele no momento.

Tenho que lidar com o presente, que já está bastante  complicado.

Fazer o certo nem sempre é simples, e na minha situação além de complicado, é imensamente doloroso.

Sentir a dor de Jacob, ver seu estado, a relação doentia com a Swan, e continuar protegendo a mulher que causa tanto sofrimento a nós dois, provavelmente seja o maior desafio da minha vida.

E já estou acostumada a eles.

Pensei no que disse a Jacob, esta manhã. Sobre amá-lo, sem pedir nada troca. Dizer a alguém que o ama, é uma promessa em si, a promessa que vai apoiar, não abandonar, aguardar no nosso caso.

E assim farei. Ficarei ao lado dele, e apoiarei. Jacob vale o esforço. Tê-lo ao meu lado, para o restante da minha vida é algo que eu vou defender não importa o que houver. 

Eu sei que ele fará o mesmo por mim em algum momento.

Só preciso admitir que não sou uma rocha, sou uma mulher, que está apoiando, mas também está sofrendo, fazer isso é o melhor jeito de lidar com essa situação toda, que é bem maior que minha relação com o Black.

Neste momento preciso estar aqui, não só por Jacob, mas também por Seth, e pelos meus irmãos de matilha. Lutando para o pior não acontecer.




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Notas finais do capítulo

Capitulo editado em Março de 2022