New Hogwarts escrita por Tortuguita


Capítulo 6
Capítulo 5 - Gentil


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer pelos comentários de vocês e por todo o apoio ♥



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– Cara, vocês dois são os melhores alunos de aritmancia, vão conseguir traduzir isso numa boa. – James disse a Nathan e Amy.

– Não sei não, nunca vi códigos parecidos com esses na minha vida. – Nathan observava os muitos números e símbolos espalhados pela folhinha.

– Deixa-me ver! – Amy tomou uma das folhas das mãos do garoto, mas este logo tirou dela de novo.

– Não! – Ele reclamou mal humorado.

– Qual é o seu problema? Eu quero ver! – Ela tentava pegar o papel, mas Nathan esticava os braços, não permitindo que ela alcançasse.

– Eu disse não, Potter! – Ele reclamou entre os dentes.

– Seu babaca! – Ela respondeu da mesma forma.

– Da para vocês dois pararem – Pediu Lara entediada.


Sirius que já estava a mais de uma hora encostado na janela, se virou encarando Nathan.

– Você acha que vocês dois conseguem descobrir? – O vampiro perguntou. Seu semblante visivelmente abalado, ele estava com os olhos um pouco vermelhos e carregados de tristeza.

– Vamos fazer o possível Sirius. – Nathan sorriu tentando conforta-lo.

– Se você me deixasse ver a porcaria da folha... – Amy emburrava.

– Cala a boca Potter! – Ele disse revirando os olhos e fora o suficiente para a loira explodir.

– Não me manda calar a boca idiota! – Ela gritou. Se ele tinha a intenção de tira-la do sério, realmente conseguiu.

– Por que não? O que você vai fazer Potter? Me bater? – Ele disse se aproximando ameaçadoramente.

– Não duvide de mim Malfoy! – Ela disse com um olhar ameaçador.

– Faz isso então. – Ele a puxou pelo pulso para mais perto, virando o rosto como se indicasse que estava esperando o tapa, que não veio. Segundos depois ele voltou a encara-la desafiadoramente.

Ela podia sentir o nariz dele roçar no seu e a respiração calma em seu rosto, ela só precisava erguer a mão e dar um tapa, apenas um e já seria o bastante, se xingou mentalmente por não conseguir nem se quer se concentrar em quem ela era. Nathan sorriu vitorioso ao perceber que ela não o faria.


– Algum problema? Esta faltando coragem? – Ele sorriu cínico e Amy certamente teria acertado um tapa no rosto dele se Kevin não tivesse aberto a boca.

– É! Esta rolando um climinha. – O loiro comentava com um sorriso maroto nos lábios.

– O que vai rolar daqui a pouco são os teus dentes se você não calar essa boca! – Amy se virou aproveitando a oportunidade para se distanciar de Nathan e cuspiu as palavras para Kevin, que ergueu ambas as mãos como se estivesse se rendendo.

A tentativa de se afastar não passou despercebida por Nathan, que sem muito esforço a puxou de volta fazendo com que ela sem equilíbrio fosse de encontro ao peito do garoto. Ela corou furiosamente com a situação e ergueu a cabeça para encara-lo, tendo consciência de que estava próxima demais.


– Não ameace se não for capaz de cumprir garota!

Foi quando para o espanto de Amy a sua própria mão se erguer agilmente e seguiu um caminho rápido em direção ao belo rosto do garoto, mas esse movimento já esperado pelo moreno foi impedido. Ele segurou seu pulso com muita facilidade.

Ele sabia o quanto Amy era impulsiva e o quanto odiava que a desafiassem ou a fizessem se sentir incapaz de alguma coisa. Amy investiu com a outra mão, sem resultado.

Eles se encaravam, ele não podia deixar de olhar para aqueles lábios que chamavam tanto a atenção de seus olhos negros, até por que ele sabia o quanto isso mexia com Amy, o fato de apenas olhar, era como se fizesse crescer nela o desejo por um próximo passo e ele sentia isso.

Nathan ergueu os olhos, olhos nos olhos, o negro e o azul num encontro harmonioso onde existiam só eles dois... e as outras pessoas. Foi nesse momento que Nathan descobriu um outro significado para a letra daquela maldita musica: “You and me and all of the people”


Ele desviou o olhar com que averiguou as pessoas a sua volta, todos os que se encontravam na sala os observavam curiosos, então ele gentilmente a afastou, largando rapidamente seus pulsos e indo em direção ao sofá ligeiramente constrangido, não podendo deixar de notar o olhar furioso de James sobre si.


(...)


Lily estava sentada na cama olhando de longe o céu que aquela grande janela a ela permitia ver. Aquelas poucas horas pareciam uma longa eternidade.

O som das batidas na porta a assustou, ela se levantou bruscamente se afastando mais da porta que se abriu permitindo a visão do vampiro que adentrara o quarto com uma bandeja cheia de diversos tipos de comida nas mãos. Ate mesmo Peter pode perceber o alivio dela em ver comida.

– Eu pensei que vocês não tivessem comida, vocês não são... – Ela se calou presumindo que ele já tivesse percebido o sentido do que ela dizia.

– Não tenciono te deixar morrer de fome. – Ele disse sem dar muita importância.

Ela não disse mais nada, começou a comer silenciosamente enquanto ele a observava. De repente a porta se abriu num estrondo e não assustou apenas a Lily como também ao vampiro que estava distraído.


Foi quando uma pequena garotinha de cabelos castanhos curtos e olhos verdes entrou no quarto correndo.

– Petie, Petie! – Ela gritou antes de subir em cima, literalmente, do vampiro. Lily olhou a cena surpresa, admirando cada feição, podendo assim perceber o quanto Peter estava incomodado por ela estar vendo aquela cena.


– Dalyla! – Peter a repreendeu levantando-a com um só braço e a colocando no chão, se levantando logo a seguir.

– Ele vai me bater! – Ela gritou novamente puxando a camisa do moreno que fazia uma cara de tédio, pela qual Lily teve vontade de rir quando viu.

Contrariado Peter voltou a pegar a menina no colo enquanto esta sorria largamente. Logo a figura de um garotinho, um pouco maior que ela e bastante semelhante, atravessou a porta chamando a atenção deles.

– Peter, ela riscou o meu desenho. – O garotinho disse cruzando os braços e até mesmo Lily ergueu as sobrancelhas.

– Eu estava ajudando a pintar. – Dalyla se defendeu.

– O que eu falei sobre vir aqui para cima? – Ele disse autoritário, dessa vez se dirigindo às duas crianças e ignorando o que os dois pequenos haviam dito.

– Desculpa... É que a mamãe não estava lá e Daw queria me bater, eu ... – Os olhos da garotinha se encheram de lágrimas.

– Não precisa chorar Dalyla, eu só não quero vocês dois aqui em cima. – Ele disse dando um beijo na testa da garotinha e a colocou no chão, Lily ainda estava de boca aberta, não que ela esperasse que ele comesse as duas crianças, mas não imaginava ele sendo tão... Gentil.

– Daw, eu nem sequer vou te avisar – O vampiro apenas olhou para o garoto ao dizer, e este engoliu em seco e se virou saindo do quarto e descendo as escadas correndo, logo a menina também desceu correndo atrás dele.

– Não corram nas escadas! – Através da porta era possível ter a visão da garota que se encontrava em pé próxima à escada chamando a atenção das duas crianças com uma cara impaciente.

A menina foi até a porta se encostando por um momento. Podia-se perceber o quanto ela era bonita, seus olhos castanhos e os cabelos também, eram longos, mais ou menos até a cintura, lisos e sedosos.

– Sabe onde a mamãe foi? – Ela perguntou após observar Lily por um momento.

– Não – Peter disse e ela assentiu saindo e indo em direção ao outro quarto.

Um barulho estranho foi ouvido, semelhante ao de copos se partindo, vindo diretamente do andar de baixo. Peter revirou os olhos categoricamente.

– Samantha! – Ele chamou pela garota que logo voltou a sair do quarto em que entrara antes.

– O que?

– Eles estão quebrando tudo lá em baixo. – Ele disse com um olhar que informava que ela devia fazer alguma coisa, a garota desceu as escadas e não demorou até ouvirem-se alguns gritos.

–Você parecia novo demais para ter filhos. – A garota disse distraída com a comida e ergueu os olhos ao ouvir a gargalhada do vampiro, uma gargalhada sincera e a certo ponto gostosa de se ouvir. – O que? – Ela perguntou sem jeito.

– São meus irmãos. – Ele disse ainda com um sorriso nos lábios e se levantou, pegou a bandeja agora vazia e saiu do quarto fechando a porta atrás de si.


(...)


Amy tinha separado para si uma pilha de folhas e alguns pergaminhos que agora se encontravam na mesa em frente a ela. Do outro lado da mesa estava Nathan. Desde que o garoto chegou ali e colocou as folhas em cima da mesa a loira não o encarava, estava evitando-o o máximo que conseguia.

Eles trabalharam em silêncio, tomando notas e destacando pontos.


Havia padrões numéricos claros em todas as folhas. Os grupos de dois que apareciam constantemente e o fato de que o número 5 sempre aparecia sozinho, nunca acompanhado de outros números, eram uma indicação clara disso.


– É algum tipo de código que aquele idiota deve ter criado, códigos simples substituindo palavras ou frases por números. – Nathan quebrou o silêncio.

– Por que ele faria isso? – Ela perguntou sem erguer os olhos do pergaminho.

– Fica mais rápido de escrever e mais difícil de reconhecer o que se escreve, se não conhecer o código pessoal que foi usado.

Ela murmurou um som de compreensão e continuou sem encara-lo, o que tirou o garoto do sério. Ele já estava a algum tempo tentando ignorar o comportamento dela, mas já estava ficando insuportável.


Natham puxou o pergaminho da mão de Amy e ela, pela primeira vez naquele dia, olhou para ele.

– Esta com algum tipo de problema em olhar para mim? – Ele conseguia ser bastante direto quando queria.

– Nem todas as garotas são idiotas o suficientes para perderem tempo olhando para você – Ela esticou-se pela mesa, para pegar o pergaminho de volta, e ele segurou seu braço.

– Me solta Malfoy! – Ela reclamou tentando livrar-se dele. Nathan debruçou-se sobre a mesa em direção a ela. – Me deixe em paz – Ela lutou furiosamente contra ele, mas o garoto não a soltou. Ele estava segurando seu braço firme, mas de maneira gentil, sustentando um olhar autoritário.

Ela acabou por se cansar e parou de lutar, Nathan satisfeito aproximou-se dela, seus rostos a apenas alguns milímetros um do outro. Fitou diretamente seus belos olhos azuis na intenção de intimida-la. Poucos segundos e ela estava olhando para ele com uma expressão que o deixou perplexo. Os olhos dela lacrimejaram, parecia estar realmente muito próxima de chorar. Ela, repentinamente, pareceu compreender o quão próximo eles estavam e se afastou.

Ele a soltou e ela sentou-se novamente. Nathan não sabia, exatamente, como lidar com aquele momento, era mais fácil, quando eles estavam trocando insultos. Mas antes que o silêncio ficasse muito opressivo ele ousou interferir.

– O que esta havendo?

– Nada. – Ela disse com voz tremula arrumando suas coisas. Ele pode perceber que as mãos dela tremiam.

– Amy... – O garoto disse serio.

– É Potter para você! – Ela gritou com raiva – Eu estou cansada dos teus joguinhos Malfoy, cansada de você ficar brincando comigo! Eu não quero mais ser uma peça de tabuleiro! – Com essas palavras ela se levantou para sair, mas Nathan também se levantou junto dela se colocando em sua frente.

– Por que você sempre faz isso? – Ela optou por dizer sabendo que lutar para sair dali seria em vão. A loira não segurava mais o choro, as lágrimas corriam pelo seu rosto perfeito.

– Isso não é nenhum jogo Amy! Nunca foi! – Ele tocou o rosto dela com carinho.

– É Potter! – Ela disse entre os dentes.

– Será que da para você parar com isso? – Ele disse irritado.

– É o mesmo que eu digo quanto as tuas brincadeiras ridículas.

– Eu não tenho culpa se você não consegue me resistir – Ele sorriu canalha.

– O que? – Ela ergueu as sobrancelhas limpando com brutalidade as lágrimas de seu rosto.

– Eu só te provoco por que é dos poucos momentos que eu posso sentir o quando você me quer, já que você é orgulhosa demais para admitir.

– O quanto eu o que? – Ela repetiu como se acabasse de ouvir o maior absurdo da sua vida, acabando por rir sarcástica do que ele dizia, mas na verdade tinha uma vontade imensa de soca-lo até tirar aquele sorriso convencido de seus lábios.

– Amy... – Ele se aproximou e ela deu um passo para trás, ele parou. – Medo? – O garoto perguntou desafiando e ela na mesma hora voltou a dar um passo para frente confiante. Nathan sorriu levemente, “impulsiva como sempre”, ele não podia deixar de pensar.

– Eu consigo perceber o quanto você fica tonta quando eu me aproximo, – ele disse no ouvido da garota, encostando seu corpo ao dela. – Consigo sentir você estremecer quando toco em você. – Ele passou as mãos pelas costas da loira devagar e exatamente como ele disse, ela estremeceu e ele sorriu, fazendo com que ela se xingasse mentalmente por não controlar as reações de seu corpo. – Posso ver nos teus olhos o desejo que você encara os meus lábios. – Ele ameaçou beija-la fazendo com que ela olhasse para a boca do moreno. Como se ele procurasse provar o que dizia, ele sorriu mais uma vez. – Posso sentir você me querer mais a cada movimento meu e eu confesso que amo sentir você dependente de mim. – Ele sussurrou no ouvido dela a ultima frase e deu um leve beijo em um ponto sensível, um pouco abaixo da orelha da garota.


Nathan se afastou sorrindo canalha ao ver o estado em que deixara a garota. Ela ainda tentava controlar a respiração e o coração que palpitava compulsivamente. “idiota, idiota, idiota” era tudo o que a mente dela conseguia pensar além da vontade imensa de ir ate o garoto e agarra-lo.


– Até logo Amy – Ele disse piscando maroto e saindo da sala, para a maior agonia dela.


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