New Hogwarts escrita por Tortuguita
Notas iniciais do capítulo
Quero agradecer pelos comentários de vocês e por todo o apoio ♥
– Cara, vocês dois são os melhores alunos de aritmancia, vão conseguir traduzir isso numa boa. – James disse a Nathan e Amy.
– Não sei não, nunca vi códigos parecidos com esses na minha vida. – Nathan observava os muitos números e símbolos espalhados pela folhinha.
– Deixa-me ver! – Amy tomou uma das folhas das mãos do garoto, mas este logo tirou dela de novo.
– Não! – Ele reclamou mal humorado.
– Qual é o seu problema? Eu quero ver! – Ela tentava pegar o papel, mas Nathan esticava os braços, não permitindo que ela alcançasse.
– Eu disse não, Potter! – Ele reclamou entre os dentes.
– Seu babaca! – Ela respondeu da mesma forma.
– Da para vocês dois pararem – Pediu Lara entediada.
Sirius que já estava a mais de uma hora encostado na janela, se virou encarando Nathan.
– Você acha que vocês dois conseguem descobrir? – O vampiro perguntou. Seu semblante visivelmente abalado, ele estava com os olhos um pouco vermelhos e carregados de tristeza.
– Vamos fazer o possível Sirius. – Nathan sorriu tentando conforta-lo.
– Se você me deixasse ver a porcaria da folha... – Amy emburrava.
– Cala a boca Potter! – Ele disse revirando os olhos e fora o suficiente para a loira explodir.
– Não me manda calar a boca idiota! – Ela gritou. Se ele tinha a intenção de tira-la do sério, realmente conseguiu.
– Por que não? O que você vai fazer Potter? Me bater? – Ele disse se aproximando ameaçadoramente.
– Não duvide de mim Malfoy! – Ela disse com um olhar ameaçador.
– Faz isso então. – Ele a puxou pelo pulso para mais perto, virando o rosto como se indicasse que estava esperando o tapa, que não veio. Segundos depois ele voltou a encara-la desafiadoramente.
Ela podia sentir o nariz dele roçar no seu e a respiração calma em seu rosto, ela só precisava erguer a mão e dar um tapa, apenas um e já seria o bastante, se xingou mentalmente por não conseguir nem se quer se concentrar em quem ela era. Nathan sorriu vitorioso ao perceber que ela não o faria.
– Algum problema? Esta faltando coragem? – Ele sorriu cínico e Amy certamente teria acertado um tapa no rosto dele se Kevin não tivesse aberto a boca.
– É! Esta rolando um climinha. – O loiro comentava com um sorriso maroto nos lábios.
– O que vai rolar daqui a pouco são os teus dentes se você não calar essa boca! – Amy se virou aproveitando a oportunidade para se distanciar de Nathan e cuspiu as palavras para Kevin, que ergueu ambas as mãos como se estivesse se rendendo.
A tentativa de se afastar não passou despercebida por Nathan, que sem muito esforço a puxou de volta fazendo com que ela sem equilíbrio fosse de encontro ao peito do garoto. Ela corou furiosamente com a situação e ergueu a cabeça para encara-lo, tendo consciência de que estava próxima demais.
– Não ameace se não for capaz de cumprir garota!
Foi quando para o espanto de Amy a sua própria mão se erguer agilmente e seguiu um caminho rápido em direção ao belo rosto do garoto, mas esse movimento já esperado pelo moreno foi impedido. Ele segurou seu pulso com muita facilidade.
Ele sabia o quanto Amy era impulsiva e o quanto odiava que a desafiassem ou a fizessem se sentir incapaz de alguma coisa. Amy investiu com a outra mão, sem resultado.
Eles se encaravam, ele não podia deixar de olhar para aqueles lábios que chamavam tanto a atenção de seus olhos negros, até por que ele sabia o quanto isso mexia com Amy, o fato de apenas olhar, era como se fizesse crescer nela o desejo por um próximo passo e ele sentia isso.
Nathan ergueu os olhos, olhos nos olhos, o negro e o azul num encontro harmonioso onde existiam só eles dois... e as outras pessoas. Foi nesse momento que Nathan descobriu um outro significado para a letra daquela maldita musica: “You and me and all of the people”
Ele desviou o olhar com que averiguou as pessoas a sua volta, todos os que se encontravam na sala os observavam curiosos, então ele gentilmente a afastou, largando rapidamente seus pulsos e indo em direção ao sofá ligeiramente constrangido, não podendo deixar de notar o olhar furioso de James sobre si.
(...)
Lily estava sentada na cama olhando de longe o céu que aquela grande janela a ela permitia ver. Aquelas poucas horas pareciam uma longa eternidade.
O som das batidas na porta a assustou, ela se levantou bruscamente se afastando mais da porta que se abriu permitindo a visão do vampiro que adentrara o quarto com uma bandeja cheia de diversos tipos de comida nas mãos. Ate mesmo Peter pode perceber o alivio dela em ver comida.
– Eu pensei que vocês não tivessem comida, vocês não são... – Ela se calou presumindo que ele já tivesse percebido o sentido do que ela dizia.
– Não tenciono te deixar morrer de fome. – Ele disse sem dar muita importância.
Ela não disse mais nada, começou a comer silenciosamente enquanto ele a observava. De repente a porta se abriu num estrondo e não assustou apenas a Lily como também ao vampiro que estava distraído.
Foi quando uma pequena garotinha de cabelos castanhos curtos e olhos verdes entrou no quarto correndo.
– Petie, Petie! – Ela gritou antes de subir em cima, literalmente, do vampiro. Lily olhou a cena surpresa, admirando cada feição, podendo assim perceber o quanto Peter estava incomodado por ela estar vendo aquela cena.
– Dalyla! – Peter a repreendeu levantando-a com um só braço e a colocando no chão, se levantando logo a seguir.
– Ele vai me bater! – Ela gritou novamente puxando a camisa do moreno que fazia uma cara de tédio, pela qual Lily teve vontade de rir quando viu.
Contrariado Peter voltou a pegar a menina no colo enquanto esta sorria largamente. Logo a figura de um garotinho, um pouco maior que ela e bastante semelhante, atravessou a porta chamando a atenção deles.
– Peter, ela riscou o meu desenho. – O garotinho disse cruzando os braços e até mesmo Lily ergueu as sobrancelhas.
– Eu estava ajudando a pintar. – Dalyla se defendeu.
– O que eu falei sobre vir aqui para cima? – Ele disse autoritário, dessa vez se dirigindo às duas crianças e ignorando o que os dois pequenos haviam dito.
– Desculpa... É que a mamãe não estava lá e Daw queria me bater, eu ... – Os olhos da garotinha se encheram de lágrimas.
– Não precisa chorar Dalyla, eu só não quero vocês dois aqui em cima. – Ele disse dando um beijo na testa da garotinha e a colocou no chão, Lily ainda estava de boca aberta, não que ela esperasse que ele comesse as duas crianças, mas não imaginava ele sendo tão... Gentil.
– Daw, eu nem sequer vou te avisar – O vampiro apenas olhou para o garoto ao dizer, e este engoliu em seco e se virou saindo do quarto e descendo as escadas correndo, logo a menina também desceu correndo atrás dele.
– Não corram nas escadas! – Através da porta era possível ter a visão da garota que se encontrava em pé próxima à escada chamando a atenção das duas crianças com uma cara impaciente.
A menina foi até a porta se encostando por um momento. Podia-se perceber o quanto ela era bonita, seus olhos castanhos e os cabelos também, eram longos, mais ou menos até a cintura, lisos e sedosos.
– Sabe onde a mamãe foi? – Ela perguntou após observar Lily por um momento.
– Não – Peter disse e ela assentiu saindo e indo em direção ao outro quarto.
Um barulho estranho foi ouvido, semelhante ao de copos se partindo, vindo diretamente do andar de baixo. Peter revirou os olhos categoricamente.
– Samantha! – Ele chamou pela garota que logo voltou a sair do quarto em que entrara antes.
– O que?
– Eles estão quebrando tudo lá em baixo. – Ele disse com um olhar que informava que ela devia fazer alguma coisa, a garota desceu as escadas e não demorou até ouvirem-se alguns gritos.
–Você parecia novo demais para ter filhos. – A garota disse distraída com a comida e ergueu os olhos ao ouvir a gargalhada do vampiro, uma gargalhada sincera e a certo ponto gostosa de se ouvir. – O que? – Ela perguntou sem jeito.
– São meus irmãos. – Ele disse ainda com um sorriso nos lábios e se levantou, pegou a bandeja agora vazia e saiu do quarto fechando a porta atrás de si.
(...)
Amy tinha separado para si uma pilha de folhas e alguns pergaminhos que agora se encontravam na mesa em frente a ela. Do outro lado da mesa estava Nathan. Desde que o garoto chegou ali e colocou as folhas em cima da mesa a loira não o encarava, estava evitando-o o máximo que conseguia.
Eles trabalharam em silêncio, tomando notas e destacando pontos.
Havia padrões numéricos claros em todas as folhas. Os grupos de dois que apareciam constantemente e o fato de que o número 5 sempre aparecia sozinho, nunca acompanhado de outros números, eram uma indicação clara disso.
– É algum tipo de código que aquele idiota deve ter criado, códigos simples substituindo palavras ou frases por números. – Nathan quebrou o silêncio.
– Por que ele faria isso? – Ela perguntou sem erguer os olhos do pergaminho.
– Fica mais rápido de escrever e mais difícil de reconhecer o que se escreve, se não conhecer o código pessoal que foi usado.
Ela murmurou um som de compreensão e continuou sem encara-lo, o que tirou o garoto do sério. Ele já estava a algum tempo tentando ignorar o comportamento dela, mas já estava ficando insuportável.
Natham puxou o pergaminho da mão de Amy e ela, pela primeira vez naquele dia, olhou para ele.
– Esta com algum tipo de problema em olhar para mim? – Ele conseguia ser bastante direto quando queria.
– Nem todas as garotas são idiotas o suficientes para perderem tempo olhando para você – Ela esticou-se pela mesa, para pegar o pergaminho de volta, e ele segurou seu braço.
– Me solta Malfoy! – Ela reclamou tentando livrar-se dele. Nathan debruçou-se sobre a mesa em direção a ela. – Me deixe em paz – Ela lutou furiosamente contra ele, mas o garoto não a soltou. Ele estava segurando seu braço firme, mas de maneira gentil, sustentando um olhar autoritário.
Ela acabou por se cansar e parou de lutar, Nathan satisfeito aproximou-se dela, seus rostos a apenas alguns milímetros um do outro. Fitou diretamente seus belos olhos azuis na intenção de intimida-la. Poucos segundos e ela estava olhando para ele com uma expressão que o deixou perplexo. Os olhos dela lacrimejaram, parecia estar realmente muito próxima de chorar. Ela, repentinamente, pareceu compreender o quão próximo eles estavam e se afastou.
Ele a soltou e ela sentou-se novamente. Nathan não sabia, exatamente, como lidar com aquele momento, era mais fácil, quando eles estavam trocando insultos. Mas antes que o silêncio ficasse muito opressivo ele ousou interferir.
– O que esta havendo?
– Nada. – Ela disse com voz tremula arrumando suas coisas. Ele pode perceber que as mãos dela tremiam.
– Amy... – O garoto disse serio.
– É Potter para você! – Ela gritou com raiva – Eu estou cansada dos teus joguinhos Malfoy, cansada de você ficar brincando comigo! Eu não quero mais ser uma peça de tabuleiro! – Com essas palavras ela se levantou para sair, mas Nathan também se levantou junto dela se colocando em sua frente.
– Por que você sempre faz isso? – Ela optou por dizer sabendo que lutar para sair dali seria em vão. A loira não segurava mais o choro, as lágrimas corriam pelo seu rosto perfeito.
– Isso não é nenhum jogo Amy! Nunca foi! – Ele tocou o rosto dela com carinho.
– É Potter! – Ela disse entre os dentes.
– Será que da para você parar com isso? – Ele disse irritado.
– É o mesmo que eu digo quanto as tuas brincadeiras ridículas.
– Eu não tenho culpa se você não consegue me resistir – Ele sorriu canalha.
– O que? – Ela ergueu as sobrancelhas limpando com brutalidade as lágrimas de seu rosto.
– Eu só te provoco por que é dos poucos momentos que eu posso sentir o quando você me quer, já que você é orgulhosa demais para admitir.
– O quanto eu o que? – Ela repetiu como se acabasse de ouvir o maior absurdo da sua vida, acabando por rir sarcástica do que ele dizia, mas na verdade tinha uma vontade imensa de soca-lo até tirar aquele sorriso convencido de seus lábios.
– Amy... – Ele se aproximou e ela deu um passo para trás, ele parou. – Medo? – O garoto perguntou desafiando e ela na mesma hora voltou a dar um passo para frente confiante. Nathan sorriu levemente, “impulsiva como sempre”, ele não podia deixar de pensar.
– Eu consigo perceber o quanto você fica tonta quando eu me aproximo, – ele disse no ouvido da garota, encostando seu corpo ao dela. – Consigo sentir você estremecer quando toco em você. – Ele passou as mãos pelas costas da loira devagar e exatamente como ele disse, ela estremeceu e ele sorriu, fazendo com que ela se xingasse mentalmente por não controlar as reações de seu corpo. – Posso ver nos teus olhos o desejo que você encara os meus lábios. – Ele ameaçou beija-la fazendo com que ela olhasse para a boca do moreno. Como se ele procurasse provar o que dizia, ele sorriu mais uma vez. – Posso sentir você me querer mais a cada movimento meu e eu confesso que amo sentir você dependente de mim. – Ele sussurrou no ouvido dela a ultima frase e deu um leve beijo em um ponto sensível, um pouco abaixo da orelha da garota.
Nathan se afastou sorrindo canalha ao ver o estado em que deixara a garota. Ela ainda tentava controlar a respiração e o coração que palpitava compulsivamente. “idiota, idiota, idiota” era tudo o que a mente dela conseguia pensar além da vontade imensa de ir ate o garoto e agarra-lo.
– Até logo Amy – Ele disse piscando maroto e saindo da sala, para a maior agonia dela.
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