Ps I Love You escrita por lucas esteves


Capítulo 9
Guide


Notas iniciais do capítulo

- Ei! – ele chamou. – Ju... Juliana! Espera aí!
Ela parou de andar e se virou para encará-lo.
— Oi. – completou tímida.
— Prazer, Charles André Comeau... Mas pode me chamar de Chuck.



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O Guia

 

Muito tempo depois da visita da diretora, todos os alunos estavam conversando, ainda que em sussurros, sem prestarem atenção na aula. Apenas duas pessoas naquela classe, realmente, estavam quietas, prestando a atenção na aula.

Bem, prestando atenção, de fato, somente uma estava.

Ela não é aquele monstro destruidor de famílias canadenses que o Seb fez parecer”, pensou Chuck, observando Ju discretamente.

A menina parecia – e de fato estava – muito compenetrada na aula, a única ali completa e realmente interessada nos vários cálculos que a professora passava na lousa. Ao rapaz era muito impressionante, alem de raro, ver uma menina mais interessada na aula, do que em abrir o estojo de maquiagem e começar a se pintar toda. As poucas meninas assim que estudavam ali, certamente nunca seriam conhecidas, já que na coluna social do jornalzinho do colégio só se destacavam as mais patricinhas, oferecidas, desprovidas de pudor... Em uma palavra, vadias.

A menina estava praticamente no meio do grupinho dele. Era um lugar no fundo, na exata ordem, da direita pra esquerda: David, Seb, ela e Chuck, estando Pat na frente de Chuck, Jeff na frente de Pat e Pierre logo à frente dela.

Ela deve ser estudiosa, é o terceiro período seguido de Matemática e ela é a única que não parece entediada”, Chuck tornou a refletir, “o Seb é bem exagerado”.

Esse pensamento o fez mudar o foco do olhar, passando a encarar Seb. Este conversava animadamente com David.

Ele mudou muito ultimamente...”.

Chuck voltou à atenção ao quadro negro, mas antes que pudesse computar a complexa conta que a professora resolvia, o sinal tocou, atraindo a atenção de todos.

A professora encerrou o assunto e todos saíram apressados da sala, deixando somente Chuck e Ju arrumando os materiais – eram os únicos que haviam realmente os usado.

Ele, no entanto, ainda teve que se apressar para alcançá-la quando esta já estava no corredor.

- Ei! – ele chamou. – Ju... Juliana! Espera aí!

Ela parou de andar e se virou para encará-lo.

- Oi. – completou tímida.

- Prazer, Charles André Comeau... Mas pode me chamar de Chuck – fazendo um aceno baixo, que ela entendeu de maneira diferente, pegou sua mão e balançou amigavelmente.

- Juliana Fletcher! Ou, se você quiser, Ju. – ela disse sem graça, percebendo que o tão comum “aperto de mão” não era o que o rapaz intencionava fazer. – Desculpe, é costume... Sabe, fazem muito isso no Brasil...

- Ah, sim... Claro, sem problemas... Então, er, o que acha de aproveitarmos os vinte minutos de intervalo para faz um “tour” pela escola, assim você já fica conhecendo tudo por aqui.

- Ah, claro... – ela sorriu. – Seria ótimo... Eu, realmente, estou me sentindo perdida aqui! –  brincou.

Chuck riu, começando uma conversa – que durou bastante – enquanto apresentava todos os cantos daquela escola.

Depois de conhecer todos os cantos, e ficar maravilhado em saber que a garota, como ela mesma dizia, vivia de musica, eles voltaram às aulas.

Mas três períodos se seguiram, sendo estes: dois de inglês e um de física.

Inglês não era algo que ameaçasse a menina, já que era sua matéria favorita, mas, de fato, ela teve que pedir ajuda a Chuck para entender alguns termos da física. O professor, que sabia que ela era a aluna nova, não pareceu se importar com a conversa dos dois, até porque, conversavam sobre a matéria, e se concentrou em chamar a atenção dos outros.

Após as aulas, Seb não chegou a se despedir de Chuck, bem como os outros rapazes, já que este ficou conversando com Ju, antes de ela seguir para a casa cerca de meia hora depois de Seb.

- Ju, querida, eu deixei um prato feito pra você no forninho, Seb me disse que não tinha visto você saindo e eu presumi que fosse conhecer um pouco a escola. – disse a Sra. Lefebvre, tão logo a morena chegou em casa.

Ju, agindo educadamente, mas sem deixar de mostrar sua personalidade, não querendo que a achassem falsa, agradeceu a mulher e foi até a cozinha comer, acompanhada da mesma.

Ela estava empolgada e não demorou a relatar toda sua manha a mãe de Seb.

- O Chuck? – ela perguntou ao saber que o amigo do filho seria o “guia” dela. – Que maravilha! Eu conheço o Chuck, é um ótimo garoto, tenho certeza que ficará amiga dele logo, logo!

- Ele realmente me parece boa gente! Me mostrou o colégio inteiro, coisa que se não fosse ele, ninguém mais ia ter feito!

- Isso é normal no começo. – confortou. – Antes que você perceba, já estará cheia de amigos!

Ju decidiu seguir a mesma teoria otimista da Sra. Lefebvre, mesmo achando que os olhares que recebera durante aquele dia, no colégio, não eram dos mais amigáveis.

Porque diabos teriam raiva de mim?”, ela perguntou a si mesma, vendo que o lado da Sra. Lefebvre, provavelmente, estaria mais correto.


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