My Best Friend... Pansy? escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 6
Wanna play with me?


Notas iniciais do capítulo

Depois de copos de coca-cola, sacos de ruffles e algumas madrugadas sem dormir até as 3 da manhã, saiu isso aqui, é.
Só queria avisar que a fic vai ter mais uns 4 capítulos, se não me engano. Isso depende de como eu dividí-los. Enfim. Vou calar a boca e deixar vocês lerem.



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Eu, Gerard e Pansy olhamos para a minha mãe, que permanecia chocada perto da minha porta.

-Mããe! Bom diiiia! – tentei parecer animado mas falhei.

-Er... Bom dia... Em primeiro lugar, quem é a mocinha? – perguntou ela.

-Ah, é... A Amelie. Ela é... Uma prima... Da vizinha do Gerard e... E ela é francesa. – tentei sorrir.

-Amelie? Sério? E por que no colar dela está escrito Pansy?

Ah droga, esquecemos do colar! Que legal!

-Por... Uma razão... Que o Gerard vai explicar!

-Eu?!

-Sim, você!

-Obrigada, amorzinho. – rosnou ele e eu simplesmente sorri – Ah... É porque a... A avó dela... Se chamava Pansy e... E ela morreu... E... E ela gostava muito dela... Então ela... Ela usa esse colar.

Que desculpa de merda, hein, Gerard?

-Ah, sim... – felizmente minha mãe parecia ter caído nessa – Olá, Amelie.

-Olá... – disse ela vagamente.

-De onde você vem?

-Ahn... De... De Rennes.

-Ah, você acha que lá é legal?

-... Oui.

-Não forçe a barra, mãe. Ela é meio tímida, ok?

-Ah, claro. – ela sorriu – E... Quando chegou aqui, Gerard? – ela franziu a testa.

-Ah... Eu... Cheguei faz meia hora.

-Oh sim. Já tomou café da manhã?

-Não.

-Ah, então vamos todos comer juntos. – ela sorriu novamente e desceu para preparar a comida.

-Essa foi por pouquíssimo. – suspirei, aliviado.

-Não me diga. – disse Pansy.

-Pois é e... Gerard? Por que está me olhando assim. – ele me olhava com uma cara ameaçadora.

-Por que eu sempre fico com a parte de descascar o abacaxi?!

-Porque... Porque você é o mais bonito e esperto daqui! – encostei seus lábios na sua bochecha e ele disse:

-É, na verdade sou.

É, Gerard. Você pode ser tudo, menos modesto.

-Enfim, vamos descer. Depois do café da manhã, a gente pode levar você pra passear por aí. – me virei para Pansy.

A menina assentiu e desceu as escadas conosco.

-X-

Alguns minutos depois, a mamãe tinha preparado panquecas para todo mundo. Nos reunimos na mesa da sala e comemos em silêncio.

Quero que saibam uma pequena coisa: Minha mãe fala demais. Não importa se o ouvinte é um adulto ou um bebê que não sabe falar, ela vai continuar pressionando até ele ou ela falar chega.

Sabendo isso, você não ficará chocado (a) em saber que ela ficou forçando Pansy a falar o dia inteiro.

-Então você vem da França?

-Oui.

-E veio só visitar a sua prima?

-Oui.

-A França é legal?

Ela assentiu.

-Mãe, chega! Daqui a pouco você vai começar a interrogar a menina e querer saber como foi que ela nasceu!

-Ah, desculpe. – ela deu um sorrisinho. Pansy retribuiu-o e bebeu um pouco do suco de laranja para dar uma desculpa para não falar

Depois dessa infeliz sessão de CSI Casa dos Iero, fiz o máximo para manter minha mãe falando comigo ou com Gerard ao invés de com Pansy. Quando terminamos, olhei para o relógio e falei:

-Mãe, vou levar a P... A Amelie para dar uma volta no bairro.

-Ok, só não voltem muito tarde!

-Ah, tá, ok, claro. Tchau, mãe.

Saí pela porta da frente, puxando Pansy e Gerard comigo.

-Que droga, minha mãe fala demais.

-Ah, eu achei ela simpática. – Pansy olhava para cima, admirando o céu azul e limpinho – Em outrar circunstâncias, eu adoraria conversar com ela.

-Isso é porque você passou apenas uns vinte minutos com ela. Experimenta passar um dia inteiro.

-Ah, que é isso Frankie, você está exagerando. A tia Linda é legal.

-A conversa ainda não chegou no ateliê de arte, Gerard.

-Nossa, desculpa aí!

Bufei.

-Desculpa. É só que parece que vocês dois existem para me contrariar.

-Bom, eu existo pra fazer música né... – disse Pansy timidamente.

-É, você tem razão. Enfim, o que vamos fazer?

-A gente podia levar ela pra casa do Ray.

-Tá brincando? Provavelmente o retardado vai dar em cima dela.

Ela franziu a testa.

-E daí? O que você tem a ver com isso?

-... Nada ué. É só que ele vai te cantar da pior maneira possível, acredite, eu já vi isso acontecendo.

-... Awwn você está tentando me proteger! – exclamou Pansy.

-Não estou não. – comecei a corar.

-Está sim. – comentou Gerard distraídamente.

-Ok, mas de que porra de lado você está, Gerard?!

Ele sorriu travessamente.

-Aw isso é muito fofo, sabia, Frank? Você tentando me proteger!

-Quer calar a boca? Eu não estou tentando te proteger, mas que merda!

-Aham, sei. Fofo. – ela beliscou minha bochecha.

-Ai! Doeu, sabia?!

-Eu sei. – ela sorriu, satisfeita.

Terminamos concordando em levá-la a uma loja de CDs que tinha perto da minha casa.

Entramos lá e Pansy ficou encantada. Haviam CDs desde o chão até o teto, isso sem contar as camisetas de banda, os pôsteres e várias outras coisas.

-Meu deus! Mas isso é um santuário! – admirou-se ela.

-Não é? É o meu lugar preferido. – sorri.

-Olha só, parece com aquela camiseta que você deu pro Mikey. – disse Gerard segurando uma camiseta do Anthrax.

-Ah, é porque eu comprei aqui. – dei uma risadinha.

Fui olhar os outros CDs quando Pansy me chamou.

-Sim?

-Eu conheço essa música... – disse ela, apontando para o som no canto da loja, tocando uma música.

-Ah, claro que você conhece. É Helter Skelter, dos Beatles. Eu já toquei ela com você. – dei de ombros.

Ela começou, do nada, a cantar a música. Mas o estranho é que ela não cantava a letra, mas sim, as notas da guitarra.

Eu e Gerard arregalamos os olhos e ela nos olhou inocentemente.

-O que foi?

-Meu deus, Pansy. Maneira aí, as pessoas vão começar a perguntar.

-O que eu fiz?

-Você não cantou a música normalmente, você cantou a guitarra!

-... Puxa. Ok né.

-Com ela, nós poderíamos montar uma banda vocal. – murmurou Gerard e eu lhe dei uma cotovelada – Ai! Era só um comentário! Eu não estava dando ideia!

-Sei. – lancei-lhe um olhar de censura – Enfim, é melhor irmos andando.

Saímos da loja e olhamos em volta.

-Mais alguma ideia?

-Hmmm... Nós podemos levá-la para o parque.

-É, pode ser. – ele deu de ombros.

Andamos um bom caminho até chegarmos no parque de New Jersey. Não era lá grandes coisas como o Central Park, mas dava para o gasto. Passamos pelos portões de ferro e entramos na área verde de New Jersey.

Como eu disse antes, não era muita coisa, mas era bonito. Haviam árvores por todo o lado e de todos os tipos que você pode imaginar. Entre elas, haviam famílias fazendo piqueniques ou brincando com seus filhos e cachorros.

Nos sentamos na beira de um lago onde alguns cisnes nadavam e convesamos sobre futilidades, até que vimos uma bola gigante, daquelas de plástico e cheias de ar dentro, veio em direção a mim.

-Frankie, cuidado! – exclamou Gerard, me empurrando para o lado e caindo em cima de mim.

A bola gigante caiu na água, fazendo splash e molhando o chão ao nosso lado. Felizmente, Pansy saiu de perto antes que a bola caísse e molhasse suas roupas.

-Ai, Gerard! Sai de cima de mim!

-Ops, desculpa.

-Acho que você quebrou uma costela minha... – gemi, pondo a mão nas costas doloridas.

-Desculpa, meu amor! – exclamou ele, aflito, parecendo uma garotinha que perdeu o hamster.

-Ow, eu tô bem. Menos, meu filho. Bem menos.

-Desculpe. – murmurou ele.

Nos viramos em direção de onde a bola tinha vindo e vimos uma família sentada debaixo de uma árvore: Um homem, uma mulher, um garoto e uma menininha.

O homem estava apenas recostado na árvore, com óculos escuros. Eu podia apostar que ele estava dormindo.

O garoto estava sentado em uma mesa do lado, balançando as pernas no ar e batendo a cabeça no ritmo da música que ouvia com seu iPod. Ele usava uma camiseta preta com os dizeres Fuck ‘em all, jeans, um all-star de cano alto e um colar com uma pequena cruz pendurada. Seu cabelo negro era um pouco grande e repicado e seus olhos estavam direcionados ao céu.

A mulher parecia ter uns trinta e poucos anos, tinha os cabelos marrons-claros e curtos, vestia uma blusa rosas e bermuda cor de creme com sandálias. Ela aparentemente estava brigando com a filha menor.

Falando na filha menor, ela era baixinha, seus cabelos loiros estavam presos em duas tranças. Usava um vestidinho lilás e sapatilhas da mesma cor e sua face estava corada de, provavelmente, constrangimento.

-Jenny, que coisa feia! Você quase acertou aquele grupo! – dizia a mãe.

-Mas mamãe, a bola escorregou da minha mão! – choramingou a menininha.

-Não quero saber! Vá lá pegar a bola!

-Mas eu não vou alcançar!

-Quem mandou jogar muito longe? Agora vai ter que dar um jeito.

Ela parecia a ponto de chorar. Eu, Gerard e Pansy nos entreolhamos.

A menininha parecia com medo de nós, portanto, foi pelo outro lado do lago e deu a volta. Ao chegar na margem na nossa frente, ela se esticou toda e não conseguiu pegar a bola. Pegou um graveto, se esticou novamente e, mesmo assim, não conseguiu alcançar o brinquedo. Ela se sentou, frustrada.

-Espera um pouco aqui, gente. – murmurou Pansy.

-Pra onde você vai, sua maluca?! – sussurrou Gerard, irritado.

-Shh, espera só um minuto! – ela replicou no mesmo tom.

Pansy se levantou e andou até a menininha. A tal “Jenny” levantou os olhos grandes imediatamente.

-Oi, lindinha.

-O... Oi. – gaguejou ela.

-Qual o seu nome? – perguntou Pansy, se agachando até ficar mais perto da criança.

-J-Jennifer.

-Prazer. O meu é Pansy. – ela sorriu – Precisa de ajuda? – ela fez um gesto indicando a bola.

Jennifer simplesmente fez que sim com a cabeça, ainda assustada. Pansy se levantou, foi até a margem do lago e pegou a bola sem dificuldades.

-Aqui está, é melhor esperar ela secar um pouco.

Jennifer pegou a bola e saiu correndo para perto da mãe. Pansy suspirou e voltou para perto de nós, se sentando ao meu lado.

-O que foi isso?! – perguntou Gerard, irritado.

-Eu não podia deixar ela assim, não é?

-Não liga não. Ele não gosta muito de crianças. – comentei.

-Ei, é mentira!

-Eu sei. – abri um sorriso travesso e ele revirou os olhos.

Observei a pequena Jennifer e a mãe discutirem alguma coisa. A menor veio andando em passos curtos até nós e murmurou, com a cabeça baixa.

-Desculpa por quase acertar vocês com a bola.

-Não tem problema, lindinha. – eu sorri gentilmente – Seu nome é Jennifer, não é? O meu é Frank e o dele é Gerard. O dela, você já deve saber.

Ela nos analisou, um por um.

-Vocês são amigos.

Eu olhei para Gerard.

-É... Bom, é meio complicado. Eu e Pansy somos amigos. Gerard e Pansy são amigos. Mas eu e Gerard somos meio que... Que namorados.

Ela arregalou os olhos.

-Sério? Eu pensei que namorados fossem menino e menina!

-Nem sempre, pequena. – disse Gerard – Às vezes, é possível ver duas meninas namorando ou dois meninos namorando. Não é tão incomum.

-E por que isso acontece?

-Bom, algumas pessoas são porque não conseguem se relacionar muito bem com o sexo oposto. Já outros... Simplesmente acharam a “pessoa certa” para eles, mas essa pessoa era do mesmo sexo.

-E essas pessoas são felizes?

-Quer a verdade? Muitas dessas pessoas são até mais felizes do que aquelas que namoram o sexo oposto. Não é regra, claro, mas é a grande maioria. – me pronunciei.

-E por que vocês dois namoram?

-Porque nos amamos. – respondi com simplicidade. Pude ver Gerard sorrindo para mim.

-Aah... Eu achei isso bonitinho! – ela mostrou os dentinhos de leite que ainda estavam crescendo. Sorri de volta para ela.

Ela correu o mais rápido que suas perninhas a permitiam, pegou a bola que havia caído no lago e a trouxe de volta.

-Vocês três querem brincar comigo?

-Eu brinco. – Pansy pegou a bola da menininha.

-Nós já vamos, só nos dêem um minutinho. – respondeu Gerard e ela assentiu, indo para um canto.

Gerard se aproximou e me beijou longamente.

-O que foi isso? – perguntei, ainda tentando recuperar o fôlego.

-Só... Um obrigado. – ele sorriu, beijou minha testa e foi brincar com a pequena Jennifer e Pansy.

Suspirei e me levantei para ir com eles. Porém, o menino me chamou a atenção, pois ele parecia estar com os olhos fixados em mim. Me aproximei dele e ele tentou disfarçar.

-Hey. Qual é o seu nome?

-Andrew. – murmurou ele, baixinho.

-O meu é Frank. Qual a sua idade?

-Quatorze anos.

-Um ano mais novo que eu. – sorri, mas ele fingiu não escutar – Por que você estava olhando para mim e para ele tão fixamente?

-Ah... É complicado... – ele desviou o olhar.

-Bom – eu subi na mesa onde ele estava sentado – Minha vida não era tão simples assim também. Tenho certeza de que irei entender.

Andrew suspirou.

-Sabe todo esse visual de rockeiro do mal que eu tenho aqui?

Assenti.

-Tem uma razão...

-E qual seria?

-Bom... Pra falar a verdade, eu sou gay. Como vocês dois. E... Eu não posso admitir, pois todos na escola iriam rir da minha cara e... Eu não sei a reação dos meus pais se eles descobrissem isso.

Eu dei uma risadinha leve.

-Sobre as pessoas na escola... Se você é corajoso o suficiente para ir para a escola vestido assim sem se importar com as piadinhas do tipo “Ah, ele é drogado” e “Ah, ele é bêbado”, você deve ter a coragem o suficiente para mostrar quem você é. Quanto aos seus pais, se eles realmente te amam, eles vão aceitar isso. – sorri.

-Talvez você tenha razão... – murmurou Andrew.

-Qualquer coisa, é só chamar. – sorri mais uma vez e ele abriu um pequeno sorriso. Desci da mesa e fui brincar de bola com Gerard, Pansy e Jennifer.


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Notas finais do capítulo

Ok galerinha, por favor não me matem. Essa merda toda foi feita enquanto eu cantava músicas do Irmão Urso e da Noiva Cadáver com uma amiga minha, então, se saiu uma merda, foi porque eu estava bêbada ali cantando ;D enfim. Vou dormir porque estou morrendo de sono e todos me deixaram sozinha no msn, é. Fui o/