Rescued escrita por Lolla


Capítulo 19
Elizabeth


Notas iniciais do capítulo

Oláa
Estou aqui com mais um capítulo
Espero que gostem e comentem
Beijos



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-Quando eu sugeri uma festa, eu estava pensando em algo mais... –Grito, tentando fazer com que Ethan me ouça mesmo estando do meu lado.

- Normal? –Ele completa, fazendo uma careta. Eu ia dizer informal, mas olhando para o traje que uso no momento, até agradeço por ser em uma boate de verdade, em vez de em uma casa. O vestido não era desconfortável, por isso dançar com ele não seria um problema. Claro que os sapatos já eram outra história. Eram altos e desconfortáveis, além de que não ajudavam em nada já que continuava bem mais baixa que Ethan. Dou de ombros, e o puxo para a pista de dança, mesmo ele tentando resistir.

- Como assim você arruma essa festa super legal pra ir e depois não quer dançar comigo? Afinal, o propósito de tudo isso não era eu dançar? Agora você vem. –Eu o puxo com mais força e ele me acompanha até a multidão. A música eletrônica toca alto. Não é uma música que eu conheço, mas a batida é contagiante e te da vontade de dançar, por isso faço-o. Ethan fica parado no começo, só me vendo, mas depois se solta. Ele dança de uma forma engraçada, pra me fazer rir eu acho. Pressiono meu corpo mais perto do seu e seu olhar muda. Ele passa sua mão por minhas costas e chega a minha bunda, sem vergonha nenhuma.

- Acho que você ta me assediando. –Digo perto de sua orelha. Ele sorri e aperta minha bunda. Para provocá-lo, rebolo mais e mais, ainda com sua mão lá. Ele morde os lábios. –Take me to the bathroom, take my clothes off. Make love to me up against a dirty wall. ‘Cause I can’t wait to get u home. –Canto a música que toca tão alto no local. Ele balança a cabeça.

- Se você continuar me provocando desse jeito, vou fazer exatamente o que a música pede. –Ele diz, se referindo à parte de fazer sexo em uma parede suja. Agora é minha vez de morder os lábios. Ele tira as mãos de lá, pra passar no cabelo frustrado. Ele balança a cabeça. –Vamos tomar alguma coisa. Agora.

- Por que me puxou de lá tão depressa? –Pergunto, já com um copo de refrigerante na mão sentada no bar da boate.

- Porque eu preciso me controlar, Taylor. Caralho. E você não tava ajudando muito com essa sua bunda grande. –Ele toma mais um gole da cerveja.

- Ei! Não fale da minha preciosa. Na verdade, eu acho realmente que a sua bunda é maior que a minha. Se for, eu juro que te largo aqui e vou embora. –Ele dá um sorriso maroto.

- Você pode checar a hora que quiser, você sabe...

- Então vem dançar e eu averiguo. –Ele faz uma careta, arrumando qualquer desculpa pra não ir. Depois de muito insistir, eu deixo pra lá e apoio a cabeça na mão.

- Ei, o que vocês tão fazendo aqui? Parecem um casal de velhinhos. –Minha salvação chega. Me empurrando pra pista de dança. Vou com um sorriso. –Se você não é homem o suficiente pra chamar sua namorada pra dançar, deixa que a melhor amiga aqui faz isso. –Georgia aponta para si mesma com o dedão. Ethan mostra seu dedo médio.

Quando chegamos no meio da concentração de pessoas, a música antiga acaba e logo em seguida uma música sensual começa a tocar. In the dark, se não me engano. Eu e Georgia começamos a rebolar instantaneamente, rindo de nós mesmas. Nunca me senti tão solta. Balanço os quadris de modo até um pouco vergonhoso, vendo de certo ângulo. É libertador. Olho para o lado e vejo Ethan me encarando surpreso. Sua boca está aberta, mas está sorrindo. Pelo jeito está gostando. Dou um sorriso tímido e fecho os olhos, voltando a olhar pra frente.

Nunca pensei que dançar cansasse tanto, mas depois do fim da música já estou suando e voltando para meu lugar no bar... Que aparentemente está ocupado POR UMA LOIRINHA DE QUINTA. Bufo de irritação vendo ela dar em cima de Ethan, que apenas se diverte com a situação.

- Com licença – Digo docemente, empurrando ela do meu lugar e olhando diretamente pra Ethan. Ele ainda está sorrindo. –Quer que eu quebre a sua cara e seu sorriso? –Digo no mesmo tom de voz. Ele ri.

- Você acabou de empurrar a minha amiga... –Ele se vira e olha pra loira, que me encara mortalmente. –Qual seu nome mesmo, querida? –E para meu total espanto, levanta e deixa-a sentar em seu lugar. Logo, ela já está rindo de novo e olhando para ele de um jeito abobado.

- Beatrice. –Ela diz de um jeito manhoso, enrolando uma mecha de seu cabelo nos dedos. Nem é natural, como o meu.

- Bem Beatrice, não liga pra essa mal humorada aqui. Deixa que eu te pago uma bebida. –Levanto a sobrancelha. Você só pode estar brincando comigo. Saio de onde estou sentada e me dirijo a um banco mais afastado, na ponta do bar. Peço uma vodka. Isso é extremamente ridículo.

- Olá. –Ouço uma voz rouca perto da orelha. Me arrepio. Viro lentamente me deparando com olhos castanhos extremamente quentes. –Sou o Tate. Está aqui sozinha. –Dou um sorriso de lado. Esta é minha chance de provocá-lo. Olho para Ethan rapidamente, que encara a cena sério. Meu sorriso se estende.

- Como meu par é um lixo, sim. Estou sozinha. Ah, sou a Taylor. –Ele me olha e sorri. Tem o cabelo negro e espetado e a pele bem branca. Algumas sardas são perceptíveis, mesmo com a pouca luz. Pena que não gosto de meninos de cabelo cacheado.

- Você é muito bonita, Taylor. Há tempos eu não via alguém assim. Principalmente aqui. –Ele olha em volta. Para por um minuto e volta a me encarar sorrindo debochado. –Acho que encontrei seu lixo. Ele não para de nos olhar. –Ele aponta com a cabeça para um Ethan furioso. Beatrice não está mais a vista. Dou uma piscadela e vejo seus olhos azuis se arregalarem, mais furiosos ainda.

- Inveja. –Balanço os ombros e Tate ri. –Me paga uma bebida? –Pergunto. Ele prontamente chama o barman e pede para mim uma bebida que ele diz ser a melhor da casa. Não estou com muita vontade de ficar com ele. É muito grudento e piegas. Fica tentando ser o galanteador com seu terninho risca de giz. Quero voltar para Ethan, mas meu orgulho é maior. Aparentemente, o dele também. A bebida chega. É azul fosforescente e meio pegajosa. Dou um gole. É muito doce, mas ao final sinto um frescor. O gosto do álcool está bem presente.

- Não é bom? –Diz ele animado. Concordo com a cabeça, mesmo tendo achado uma merda. –Sabe o que ficaria ainda melhor? –Diz ele se aproximando. Franzo o cenho e inclino um pouco as costas para trás, me afastando dele. –Beber da boca de alguém. –Ele está tão próximo que sinto seu hálito quente. Ponho uma mão em seu peito, tentando tirá-lo de perto de mim.

- Ok Tate. Err... Eu não... Eu não quero nada com você... –Eu tento me desviar. Levanto do banco e ele levanta também. Ele tenta se aproximar de novo, mas uma mão em seu ombro o impede de continuar.

- Ela disse que não quer nada, seu surdo. –Ethan surge e fica no meio de nós dois. Tate o olha, e seu olhar transmite medo. Ele levanta os braços em rendição.

- Ok, ok cara. Não quero briga. Ela é todinha sua. –Ele se vira, e resmunga, mas consigo ouvir o que diz. –Nem é tão bonita assim. Além de ser mau humorada. Se tivesse peitos maiores... Tsc.

Seguro o braço de Ethan, impedindo-o de avançar no cara. Mesmo sendo esse meu desejo. Como assim peitos maiores?! Humpf... Ele me olha. Seu olhar é raivoso ainda. E o meu não está atrás

 - Quem mandou ficar dando mole pra loirinha? –Digo dando de ombros. Ele revira os olhos. –Quero ir embora. –Digo. Ele concorda e diz que vai se despedir de Georgia. O sigo. Ela está na área vip, conversando com pessoas tão estranhas quanto ela.

- Georgia, eu e a Tay estamos indo. E não, não é para um motel. Pelo amor de Deus. –Ethan diz, prevendo seu comentário. Georgia e eu damos risada. Ela balança a cabeça incrédula.

- Ok, tá bem. Não vou mais me intrometer em seus assuntos. – Ela aponta para ele. –Mas fique avisado! Esperar cansa. –Ela dá um abraço em Ethan e um beijo na bochecha em mim.

- Eu bem sei Georgia. Pode deixar... –Ethan completa, me olhando com a boca torta. Ele me puxa pela mão até sua moto, minha paixão.

-Quando você vai me deixar dirigi-la? –Eu pergunto enquanto ponho o capacete reserva dele. Preciso de um capacete só meu... Hum... Um dia venho com essa ideia para ele.

- Nunca, já disse. –Ele está azedo. Eu subo na moto logo depois dele e antes que eu possa colocar as mãos ao seu redor, ele já disparou com a moto pela rua. Dou um grito e prontamente me seguro o mais forte que posso em seu tronco.

- Idiota! –Ralho.

- Você que pediu por isso. –Ele diz. A boate fica afastada do resto da cidade, por isso estamos em uma rua deserta. O céu está mais estrelado que o normal. Sinto-me bem andando de moto. Com o vento no rosto e tudo mais. É mais libertador que dançar. Há. Mesmo com dificuldade por causa do capacete, deposito minha cabeça em suas costas e fecho os olhos. Aproveitando da sensação gostosa de sua respiração contra minha cabeça e de suas pernas contra as minhas.

4h da manhã está marcando no relógio digital quando acordo. Só depois de levantar da cama para ir ao banheiro, percebo que estou na casa de Ethan. Ele não está na cama, mas ouço um tom sutil vindo de alguma parte da casa. É ele. Está na sala tocando uma música melódica em um piano que eu nem sabia que existia. É branco e lustroso. Mas o mais impressionante é o ver tocando. Estou surpresa e não paro de piscar os olhos, tentando descobrir se tudo aquilo é real ou não. Quer dizer, não conheço alguém mais perfeito que ele. Chego de mansinho e sento no banco, ao seu lado. Ele para de tocar e me olha. Se cabelo está desgrenhado e a boca está inchada, depois de uma noite mal dormida pelo visto.

- Não pare. –Sussurro. Ele dá um meio sorriso e começa a tocar outra música. Mais triste e muito mais tocante. Ele dedilha tão suavemente e ao mesmo tempo tão rápido. Sinto uma dor imensa no peito e começo a chorar. Ele me olha e não para. Dá-me vontade de abraçá-lo. Suspiro. A música fica mais alegre e mais rápida por um momento, mas nem isso diminui a minha tristeza. Estou soluçando quando ele acaba. Vira-se para mim e me abraça forte. Ponho a cabeça em seu ombro e choro mais.

- Me... Me desculpa. –Tento dizer, mas estou gaguejando e minha voz sai mais alto do que gostaria. –É que... É que é tão linda. Eu...

- Shh... –Ele pede, e me abraça mais forte. –Vamos voltar pra cama. –Ele me pega no colo e me leva até seu quarto. Deita-se ao meu lado e passa um braço por baixo de minha cabeça. Agarro-me em sua blusa, que está toda molhada por conta de minhas lágrimas.

- Qual o nome daquela música? –Eu pergunto com a voz em um fio. Ele suspira.

- River Flows In You. Aprendi quando era pequeno.

- Bom, espero que você não tenha enjoado dela, porque a partir de hoje você vai ter que tocar pra mim toda noite antes de dormir. –Digo manhosa. Ele ri. Começa a massagear meus cabelos e poucos minutos depois estou entregue à escuridão.

- Ei. –Sou acordada pelos empurrões de Ethan nada delicados. Abro os olhos. –Acorda, porra.

- Belo jeito de acordar alguém, babaca. Tenta ser mais delicado da próxima vez. –Empurro ele, que ri de minha desgraça.

- Eu tentei acordar você delicadamente, mas a princesa tem o sono mais pesado que de uma pedra. Aí fica difícil, né fofa. –Ele diz ironicamente o “fofa”. Reviro os olhos.

- Por que você me acordou tão cedo? –Pergunto irritada. Coço os olhos, tentando fazê-los se acostumarem com o ambiente iluminado.

- Porque você aparentemente tinha esquecido o celular na boate. Tive que ir até a casa da Georgia pegá-lo. De nada. –Ele diz e me entrega o celular. Vejo a hora. 12h... O quê?? 20 ligações do meu pai. Gemo de dor, só de pensar no sermão que vou ter que ouvir. Preciso inventar uma desculpa.

- Vou preparar o café. –Ethan foge, já prevendo a briga que vai ser quando ligar para meu pai. Covarde... Disco seu número e suspiro.

- Espero que me explique exatamente o que aconteceu. Se não eu juro que contrato uma babá que observe todos os seus passos e me conta depois tudo o que você anda fazendo. –Ele diz depois do segundo toque. Mordo o lábio inferior.

- Acabou a bateria do meu celular, pai. Eu não achava o carregador em lugar nenhum. –Digo firme. Ele não pode desconfiar nem um pouco de minha mentira.

- E em casa? Acabou a bateria do fixo também? –Ele ironiza. Franzo os lábios.

- Eu vou ver, só um minuto. –Ando em volta do quarto de Ethan, como se estivesse indo ver mesmo o telefone lá em casa. Paro. –Nossa, pai. Tá fora da tomada! Como isso foi acontecer? Ah, já sei... Ontem eu tava morrendo de dor de cabeça e não queria ouvir nada, entende? E você sabe como o telefone daqui pode ser chato, por isso eu desliguei... –Finjo o máximo que consigo. Ele suspira. Não acho que tenha caído na minha história esfarrapada.

- Ok. Eu acredito em você. –Ele mente. Não está realmente preocupado se estou aqui ou na China. Não vai contratar porcaria de babá nenhuma, porque ele simplesmente não se preocupa comigo. –Bom, eu só liguei para avisar que vou viajar. Vou ficar até o mês que vem em uma conferência em Taiwan. Não sei por que é lá, mas é. Eu não posso fazer nada em relação a isso. Tudo bem para você? –Ele pergunta, mesmo não querendo saber se está tudo bem pra mim.

-Você acabou de dizer que não há nada pra fazer em relação a isso, então o que importa se está tudo bem para mim ou não? –Ele fica em silêncio. Suspiro e massageio a testa. –Sim, pai. Está tudo ótimo para mim.

-Eu deixei dinheiro suficiente pra você pedir pizza durante esse mês, e também se faltar, há no cofre. Você sabe a senha e tudo mais... –Ele continua. –Uma faxineira vai passar no apartamento uma vez por semana. Não faça besteira, não abra a porta para estranhos... –Ele recomenda. Reviro os olhos.

- Tá, eu sei. Boa viagem. –Desligo o celular. Ethan está parado na porta com uma cara estranha. Logo muda de expressão para uma mais feliz.

- O café está pronto. Meus pais estão em casa... –A cara estranha volta. –Não se incomode, ok? Ah, pode por uma roupa minha, se quiser. É aquele armário ali. –Ele aponta para um grande armário no canto do quarto. Concordo com a cabeça.

- Em cinco minutos estou lá. –Ele sai e fecha a porta, me dando privacidade. Tiro o vestido e vou até seu guarda roupa. Visto uma camiseta sua de uma banda qualquer e uma calça de moletom que fica caindo em mim. Vou até seu banheiro e lavo o rosto, cheio de maquiagem borrada. Lembro da choradeira de hoje mais cedo e a música instantaneamente surge em minha cabeça. Arrumo meu cabelo e o prendo em um coque alto, sem elástico.

Vou até a cozinha timidamente e encontro um Ethan desconfortável em uma mesa com mais três pessoas. Duas delas eu conheço. Marylou e Lisa. Lisa continua linda como sempre, com o sorriso de satisfação na cara comum. Agora sei o porque dessa satisfação toda. Olho para a ponta da mesa, onde se encontra o pai de Ethan. Seus cabelos grisalhos e penteados para trás o dão um ar de galã de Hollywood. Ele levanta o olhar até o meu, e percebo que seus olhos são iguais os de Ethan. São lindos.

-Você deve ser a Taylor. Lisa fala muito de você. É realmente bonita, filho. –Ele diz de um jeito frio, atraindo a atenção de todos à mim. Ethan cora minimamente e concorda com a cabeça.

- Taylor, que bom vê-la aqui novamente. –Lisa sai de onde está e me abraça. Ela me olha de corpo inteiro e percebe que estou usando uma das roupas de seu filho, e cora. –Bom, err... Quer o café da manhã, querida?

- Por favor, dona Connan. –Ela me olha em advertência de brincadeira. Sorrio. –Quer dizer... Lisa. Adoraria Lisa. E obrigada pelo elogio, senhor Connan. –Olho-o mais uma vez e ele assente. Sento-me ao lado de Ethan, que me elogia pela vestimenta, dizendo que estou extremamente sexy. Coro. Marylou não para de falar e rir. Me pergunta algumas coisas indiscretas, e eu só rio. Ela é um doce, e me lembra tanto o... Balanço a cabeça, tentando me fazer esquecer a lembrança.

O café foi divertido, mesmo com o silêncio do pai de Ethan. Este só lia o jornal. Quando termino, me despeço e pego meu vestido. Ethan me acompanha até a porta.

- Meu pai vai ficar o mês fora... –Digo para ele.

- E você vai ficar bem? –Ele pergunta, acariciando minha face. Dou de ombros.

- Gosto de ficar sozinha.

- Ouch. –Ele finge dor no peito, com uma cara de indignação.

- Mas prefiro ficar com você. –Completo, o beijando. Pego-o de surpresa, mas logo depois eles está contribuindo, passando a mão por minha cintura e tudo mais. –Você ainda vai ter que tocar muito piano para mim até eu cansar de ficar com você. –Digo ainda com os lábios encostados aos seus. Ele sorri.

Depois disso, digo adeus e parto para minha casa. Tomo um banho e assisto um pouco de TV. Depois de muito tédio, vou até o parque com meus patins. Compro um sorvete e sento em um banco próximo à barraquinha.

-Taylor? –Ouço alguém me chamar. Viro para o lado e dou de cara com Elizabeth, uma de minhas amigas mais próximas no antigo colégio. Gelo. Ela se aproxima, agora com um sorriso incrédulo no rosto e com os olhos acinzentados levemente arregalados. –Sou eu, Elizabeth. Lembra de mim? –Faço que sim com a cabeça. –Uau, quanto tempo. Você está... Diferente. Mudou o cabelo?

- Sim, eu... Mudei. –Digo, com uma voz baixa. Ela dá um sorriso de canto e inclina a cabeça.

- Fiquei com saudades. Você sumiu da escola sem motivo algum e sem dizer adeus. Todos ficaram preocupados. – “Sim, eu lembro bem de suas caras de piedade”. Quis dizer, mas não falo nada. Dou de ombros. Mesmo percebendo meu desconforto, ela sorri e continua a puxar assunto.

Na verdade Elizabeth foi uma das poucas que eu realmente gostava naquela escola. Não precisava ser falsa. Ela tinha um jeito animador e cheio de energia. Fiquei com saudades dela por um tempo, mas nada que eu não tenha superado. Ela põe uma mecha de seu cabelo castanho claro atrás da orelha.

- Então... Em que escola você estuda? Como vai seu pai e tudo mais? –Conto tudo, me abrindo com ela. Nos divertimos bastante e rimos, por incrível que pareça. Acho que eu estava precisando de algo assim. Uma amiga. Penso na possibilidade de ter uma pessoa para quem contar de minhas aventuras e de fofocar sobre o Ethan. Como nos velhos tempos. Sorrio com essa possibilidade.

- Foi bom te ver, Tay. –Ela me chama pelo apelido. –Olha, meu número de celular está aqui. Me liga se precisar... Ou só pra conversar mesmo, tanto faz. –Ela me entrega um papel rabiscado e, surpreendentemente, me abraça. –Não se preocupe, não vou contar a ninguém que te encontrei aqui. Sei que quer segredo e que quer se afastar de sua vida antiga. Entendo, realmente. Só não... Não some, ok? –Ela me solta e vai embora.

Depois disso, ando mais um pouco de patins e volto ainda atordoada pra casa. Há três ligações perdidas de Ethan. O ligo e conto tudo o que aconteceu no parque.

-Isso é ótimo, Taylor. Nunca te vi com uma amiga. Acho que vai ser bom... Não quero que fique tanto tempo comigo para não se cansar de mim tão facilmente.  –Ele brinca. –Então... Eu te liguei na verdade por que... Meus pais vão viajar. Eles vão pra Disneylândia com a minha irmã, já que seu ano letivo já acabou e meu pai finalmente conseguiu uns dias de folga. E bom, seu pai vai ficar fora por um mês e... Eu tenho uma casa de praia em uma cidade próxima. E eu quero que você vá comigo.


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Notas finais do capítulo

Se vocês quiserem ter uma ideia de como é o vestido da Taylor, é esse aqui: http://www.nastygal.com/clothes-dresses/prism-leather-dress
E ai? Gostaram? Comentem!!
O que vocês acham que vai acontecer nessa viagem dos dois? Hm... Auahua
Até o próximo capítulo
Beijoss
ps: a música que o Ethan toca no piano realmente existe e é linda! Quem quiser ouvir pra ter um ideia de como é, tem no youtube ^^



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