Rescued escrita por Lolla


Capítulo 10
Festa


Notas iniciais do capítulo

Oláa :3
Eu disse que só ia postar sexta ou sábado, mas não aguentei. Consegui terminar o cap. hoje e decidi postá-lo. Amei ele. Espero que vocês também o amem *-*
Beijos



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Ele não está em casa quando acordo. Típico dele, fugir dos problemas. Eu não posso falar nada, de qualquer jeito. Vou para a escola e quando entro, o menino loiro está a minha espera, com um sorriso no rosto. Ponho uma mecha atrás da orelha e caminho em sua direção.

- Olá. –Digo. Seu sorriso aumenta e ele fica mais relaxado.

- Oi. Então, sobre a festa... Te pego às 19h? –Suspiro, pensando sobre meu pai e sua proibição quanto a isto. De como ele ficou a ponto de me bater novamente e que se eu for à festa ele vai ter um motivo para, não sei, me matar ou algo do tipo, e de como eu tenho medo quando ele age assim. Mecho no cabelo, mordo os lábios, suspiro novamente e viro para ele novamente, com um pequeno sorriso no rosto.

- Às sete. –E me afasto. Eu não sou do tipo louca ou rebelde. Na verdade eu quase nunca aprontei em minha vida toda, exceto quando eu comi o batom de minha mãe quando era pequena e risquei toda a parede de meu quaro com caneta permanente. Tirando isto, eu sempre fui uma menina bem comportada. Para falar a verdade eu não estou, digamos, pulando de alegria para ir a esta festa. Eu não faço muita questão de ir, na verdade. Mas hey, quando é que eu vou ser convidada para qualquer tipo de festa? Se eu recusar, só vou provar as pessoas que elas estão certas quanto aos insultos que elas proferem sobre mim.

Na saída eu decido ir de taxi, quando vejo a cabeleira morena de Ethan. Estremeço só de pensar suas palavras no parque. Quando chego em casa, enrolo o máximo que posso para me arrumar. Só consigo ficar pronta dez para as sete. O trajeto até a festa é silencioso e desconfortável. Remexo-me várias vezes no assento e ele fica tenso em seu próprio, segurando com força o volante. Quando vejo a casa e a música alta, dou um suspiro de alívio, que é perceptível por ele, pois ele se encolhe em seu banco.

A casa é grande. Bem maior do que a casa de minha prima, a única que eu conheço. Desde que nasci sempre morei em apartamento. Questões de segurança. Enfim, a casa é espaçosa, com uma parede completamente de vidro, possibilitando a visão de pessoas rindo e dançando conforme a batida da música.

Eric, que descobri ser o nome de meu acompanhante, cumprimenta dezenas de pessoas do carro até a porta de entrada. Eu não estou acostumada com festas, por isso, quando entro na casa, fico desnorteada. O lugar está consideravelmente abafado e com um cheiro de álcool intenso. Não consigo ouvir nada, além da música. Eletrônica definitivamente não é meu estilo de música favorito. Eric já desapareceu na multidão e eu estou parada na porta da frente, sendo empurrada por pessoas que querem chegar à pista de dança improvisada. Encontro Eric acenando para mim, me pedindo para ir até ele. Só que o problema é que ele está do outro lado da pista e é quase impossível passar pelos corpos se contorcendo de uma forma bizarra.   

                Respiro fundo e dou a volta na casa. Pelo menos tento, antes de ser empurrada desprevenida e ir ao chão. Como estou de vestido, logo fecho as pernas e tento me levantar, mas um par de braços faz isto por mim. Olho para seu rosto e a primeira coisa que vejo são cabelos alaranjados rebeldes. As mechas emolduram um rosto de traços delicados e lindos olhos acastanhados com um leve salpicado na cor verde. Algumas sardas se encontram na parte de cima do nariz fino e se estendem para as bochechas salientes. A boca fina esta aberta em um sorriso amigável, porém com um toque quase imperceptível de desprezo. Christi.

                - Você está bem? –Ela pergunta de um jeito que eu chamo de falso. Respondo com um aceno de cabeça e instantaneamente começo a procurar um par de olhos azuis. Não o acho. Suspiro, pensando em por que Christi viria sozinha, já que tem um namorado mais que maravilhoso, em minha opinião. –Ele não está aqui. –Ela diz, agora irritada. Dou um sorriso amarelo e me desvio dela.

                Eric está colado em uma garota, sussurrando alguma coisa em seu ouvido, enquanto ela ri. Os dois estão com copos com bebidas brilhantes nas mãos. Inclino a cabeça um pouco, tentando entender o que está acontecendo. Óbvio, Taylor. Por que diabos você acha que ele ia querer alguma coisa com você? Na verdade eu não fico muito surpresa. Percebo alguns pares de olhos pousados em mim e me deparo com os amigos dele, tentando ver minha expressão. Vejo decepção estampado no rosto de cada um deles. Eu acho que eles pensavam que eu ia me derramar em lágrimas ou algo do tipo. Matt, melhor amigo de Eric, me olha com frustração e dou-lhe apenas um sorriso vitorioso e um aceno. Ele vira a cara. Agora Eric já está beijando a garota. Paciência.

                Vou para o bar e peço uma bebida. Depois de mais alguns copos, eu já estou vendo tudo embaçado e com uma imensa vontade de rir de qualquer coisa. Estou prestes a desmaiar no bar, quando sou levantada e carregada até o que eu acho que seja um carro. Meu palpite é que apago assim que sou posta no banco de trás, pois não me lembro de mais nada.

                Acordo com uma dor de cabeça fenomenal. O quarto está escuro e percebo que a janela não está em seu devido lugar. Nem a cama. Para falar a verdade, nada está em seu lugar correto. Eu nem me lembro de ter este computador. Onde diabos eu estou?

                Levanto-me da cama um pouco trôpega e percebo que estou com o mesmo vestido de ontem. Hm, uma suíte. Lavo o rosto e tento ao máximo arrumar o cabelo de uma forma apresentável. Acendo a luz. O quarto é grande e tem uma cama espaçosa e macia. As paredes estão pintadas em um tom creme, menos uma parede que é de madeira escura. Há uma escrivaninha e um computador. Alguns porta-retratos. Olho para o menino que está em um deles. Aqueles olhos...

                Saio do quarto apressada, tentando achar a porta para sair dali, ou pelo menos achar Ethan. Abro a porta de um quarto qualquer e vejo a cabeleira ruiva emaranhada sobre um travesseiro. Ela parece estar dormindo. Parece estar pelada também.

                Saio do quarto com nojo estampado na cara, principalmente para esconder o ciúmes que se acumula em meu peito. Encontro uma sala espaçosa e depois a cozinha. Na frente do fogão encontro Ethan preparando o café-da-manhã. Tento resistir a tentação de passar as mãos em suas costas nuas. Eu quero apenas ir embora, antes que ele note, mas não consigo. Pigarreio. Ele vira assustado e logo seu rosto se torna duro. Mordo meu lábio, lembrando de nossa briga. Olho para baixo, me preparando para ir embora o mais rápido que consigo. Me viro, mas sinto sua mão em meu braço.

                - Você não sai daqui sem comer. –Ele me olha nos olhos e não percebo a raiva de antes. Relaxo um pouco e assinto, sentando na cadeira giratória da bancada.

                - Mas e Christi? Se ela me ver aqui com você, ela vai ficar bem irritada. –Falo isto, porque tenho quase certeza que ele não contou para ela de meu paradeiro. Ele dá de ombros e volta a cozinhar. Hm, ele cozinha. Mordo o interior de minha bochecha e tamborilo os dedos na mesa. Depois de por um prato com comida o suficiente para alimentar nos dois, ele senta em minha frente. Ergo uma sobrancelha. –Vai comer comigo, por acaso?

                - Por quê? –Ele pergunta, olhando para o prato.

                - Eu não consigo comer tudo isto. –Aponto para o prato. Ele pega o garfo e engole uma salsicha que estava em meu prato em uma mordida só. Dá um sorriso simpático. Meu peito se enche de alegria quando percebo que estamos bem. Ele me perdoou. Como o resto, com alguma ajuda dele e depois que termino o encaro com um olhar que me parece um pouco sonhador. Agora é a vez dele de erguer uma sobrancelha.

                - O que foi? –Viro a cabeça para outro lugar, o rosto corado e o coração acelerado. Pego uma mecha de meu cabelo e começo a enrolá-la nervosamente. Arrasto meu olhar para seu rosto e começo a reparar nele de verdade. O cabelo meio ondulado cai sobre os olhos grandes. O nariz é reto e a boca perfeitamente delineada. Lembro-me de nosso beijo e meu corpo esquenta, junto com minha cara. Ele dá um sorriso, o que faz meu coração bater descompassado. Minha reação é desconhecida até para mim mesma. Ninguém nunca me fez sentir assim em toda mina vida. É uma sensação boa. Retribuo o sorriso. Estou prestes a falar uma coisa que precisava ser esclarecida, quando um furacão laranja entra no recinto.

                - O que ela está fazendo aqui?! –Christi grita estridente. Faço uma careta e Ethan suspira. Coça a cabeça e se levanta.

                - Eu tive que tirar ela daquela festa antes que ela tivesse um coma alcoólico, Christi.

                - Ela dormiu aqui? – Diz, com ênfase no “dormiu”. Sua cara fica mais ou menos da cor de seu cabelo. Ethan assenti. Ela bufa e põe as mãos na cintura. O clima fica consideravelmente desagradável, por isso me levanto.

                - Olha, eu vou indo antes que isto fique mais bizarro. Até mais Ethan. Christi. –Digo, passando por ela. Encontro a porta e calço o sapato que vi jogado ao lado do sofá. Ethan me segue e põe a mão em meu braço.

                - Quer que eu te leve para casa?

                - Ethan, nós moramos na mesma rua. Eu acho que sei achar minha casa. Além disso, é melhor você ficar com sua namorada, antes que ela tenha algum tipo de ataque do coração. –Me solto de seu braço e entro no elevador. Quando as portas estão prestes a se fechar, grito: - Obrigada Ethan!

                - De nada!

                Dou um sorriso. Não demoro muito para achar meu prédio, que é só algumas quadras depois. O lugar está vazio. Tomo um banho demorado e não consigo parar de sorrir. Ele me perdoou. Sorrio mais abertamente. O resto do dia eu passo assistindo TV ou fuçando nas páginas de Ethan na internet. Descubro que ele tem uma irmã mais velha que está estudando fora do país. Uma irmã bem bonita.

                Quando estou jantando a pizza de alguns dias atrás, o telefone toca. Vou correndo atendê-lo, não sei por que.

                - Alô?

                - Oi. –Ethan diz, acanhado. Um sorriso enorme brota em meus lábios.

                - Oi! –Digo empolgada. Empolgada demais, eu acho, pois ele solta uma risada curta. Pigarreio, me recompondo.

                - E ai? Tudo bem? Como está a ressaca?

                - Estou bem. Meu estômago não está mais embrulhado e a dor de cabeça está bem melhor, obrigada pela preocupação. E Christi? –Quando digo este nome, ele solta um gemido frustrado.

                - Já foi para casa dela. Ela ficou bem brava. –Me lembro de seu olhar furioso e seu grito. Estremeço.

                - É eu imagino. Ela estava uma fera

                - Por isso eu terminei com ela. –Ele diz, simplesmente.

                - O quê?! Como assim terminou com ela? –Por mais que eu tente, não consigo ficar triste ou chocada. Fico feliz. Não, fico radiante.

                - Você não me parece muito triste. –Ele diz divertido.

                - E não estou. –Ele dá outra risada. –Está triste?

                - Não. Aliviado. Ela me prendia muito.

                - E não te deixava me ver, o que é um crime em minha opinião. –Ele ri mais abertamente agora. Dou um sorriso.

                - É verdade. Agora vou poder encher seu saco novamente.

                - Acho que eu prefiro isto. Fiquei com saudade. –Murmuro esta última parte.

                - Eu também. –Ele diz, envergonhado. –Tenho que ir, Tay. Minha mãe está me chamando para comer. Amanhã eu te pego aí na sua casa para irmos a algum lugar, ok?

                - Ta bem. Claro. –Digo rapidamente. –Tchau Ethan.

                - Tchau Taylor.

                Passo o resto da noite sonhando acordada e sorrindo. Não consigo dormir, não consigo levantar. Estou em transe completo. Eu tomo uma decisão. Desta vez não vou deixá-lo escapar.


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Notas finais do capítulo

E ai, e ai??
Gostaram? Odiaram? Comentem!
Obrigada pelos reviews de apoio que vocês me mandaram. Vocês são os melhores leitores de todo o mundo! E são meus! Lalala
Ahah, ok parei :P
Até o próximo cap.!
Beeijos :B



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