Alvorada escrita por Frank Kitzinger


Capítulo 4
Capítulo 3. ESCOLHAS


Notas iniciais do capítulo

Me desculpe a demora, demorei porque queria ver esse capítulo perfeito, bom espero que eu tenha chegado ao resultado!
Boa leitura!



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Olá

 mais uma vez, eu não deveria começar isso como uma simples palavra alegre, mas, pretendo deixar assim mesmo, pois isso me faz pensar que consegui chegar a algum lugar sem derramamento de sangue.

Em um desses dias de aula, acho que foi numa terça-feira, eu senti que o clima estava diferente na escola, e não só lá e sim, em toda a cidade. O motivo disto, quase a matei.

Bella Swan, uma humana, a qual fora o motivo que me obrigou, a sair da cidade, indo direto para o Alasca, no entanto, passei dois dias lá. Estava me recuperando. No dia em que a conheci, fora o pior dia de minha vida, assim, acho eu, que será guardado como um dos piores para ela, quase a matei, sim, ela era o motivo. Naquele dia sentira o ódio mortal por ela, o fato fora o meu descontrole, não conseguia controlar, era como se meu corpo e os meus desejos, tivessem ganhado vida própria.

Bella foi e ainda é o que digamos heroína única, feita especialmente para mim, não sei bem o porquê me senti tão tentado por ela, por seu sangue.

Mas o seu sangue tem um cheiro suave, doce. Um cheiro este que nunca senti em toda a minha existência.

Ela teve sorte em eu apenas cogitar em matar, e foi por isso que naquele mesmo dia fui para o Alasca. Lá cacei e me alimentei ficando forte contra esse desejo forte, em relação ao sangue de Bella.

No dia em que voltei, era segunda, chovia um pouco, mais logo o clima mudara, começara a nevar, cheguei ao estacionamento procurando logo o carro de Bella, não o encontrei, e por uma fração de segundo cheguei a pensar que ela não viria à escola, no entanto queria falar com ela, queria olhar nos olhos dela, e queria dizer algo, e foi quando um pouco antes do almoço, peguei a linha de pensamentos de Jessica e de Mike, ambos conversavam com Bella. E você deve está se perguntando o porquê de eu não ler os pensamentos de Bella. Pois naquele primeiro dia em que a vi, descobri – na hora do almoço – que não conseguia penetrar nos pensamentos dela, e confesso que isso me deixou frustrado, mas ela foi a única humana que eu não conseguia ler o que pensava. E foi por isso que não busquei os pensamentos dela, por que não o encontro, ela pode está ali, bem na minha frente, mas é como se ela fosse um fantasma, ou estivesse morta.

Queria falar com ela pedir desculpas, arranjar motivos para o fato de eu tratá-la com agressividade, e ter corrido daquela sala. No fim tivemos a nossa primeira conversa agradável, e podia ver nos olhos dela o quão eu estava sendo educado, alegre com ela, diferente daquele bruto que eu fui na semana passada.

Edward Cullen.

Fechei meu diário havia uns dez anos que não escrevera mais um de meus pesadelos, acho que dava até para publicar um livro, talvez mais de um com tanto conteúdo que tenho em meus diários, pois tenho vários e só escrevo quando sinto necessidade, e bom hoje foi um dia deste.

Levanto-me não da cama, pois não tenho, e não estou deitado, por que os vampiros não dormem, estava sentado no meu sofá de couro preto, ele é largo. O chão é coberto por um tapete grosso num tom dourado. Pego meu diário e o guardo numa enorme cômoda que fica próximo a porta. Tenho uma bela coleção de discos e CDs, todos guardados nas prateleiras que coloquei na parede oeste de meu quarto.

O meu quarto tem uma bela vista, ele assim como todo o fundo da casa, é revestido por vidro, formando uma enorme janela. Olho para essa vista mais uma vez. Vejo aquele belíssimo rio Sol Duc e seu percurso suave, e depois dele tem uma floresta jamais intocada pelo o homem e segue até as montanhas Olympic, lá observo o nascer do sol mais uma vez, sempre comparando o amanhecer com o crepúsculo, e ambos são iguais somente quando os primeiros raios do sol desejam surgir, quando é chamado de alvorada, já crepúsculo sua semelhança vem a partir do momento em que o sol vai se pondo e a lua querendo surgir, e com isso pende-se uma bela iluminação no céu.

Passei a noite e a madrugada caçando, só para garantir proteção para aquela garota, que tanto me surpreende.

Comecei a pensar em Bella, no que ela fica fazendo durante o resto do dia, o que faz antes de dormir e depois que acorda...

Balancei a cabeça em sinal de negação. Não eu não posso pensar nela dessa maneira... Eu não sou um humano. Pensei comigo mesmo.

- Entre... – Respondi quando ouvi os passos de Carlisle vindo em direção ao meu quarto.

Sem anuncio ele entrou, e se postou bem ao meu lado.

- Filho como está indo as coisas... Em relação a aquela garota que você quase a matou?

De início não respondi, pois pensei por um momento em Bella.

 - Ontem consegui me controlar, fiquei feliz em parte, pois dá para acreditar que ela tem acho que uma proteção, pois não consigo ler seus pensamentos... – Coloquei um tom de indignação.

- Como assim? – Podia sentir o tom de curiosidade surgir na voz de Carlisle.

- Eu não sei explicar, mas é como se ela estivesse cercada por uma parede de tijolos impenetráveis.

“Algumas pessoas nascem já com um dom, mas não sabem, creio que ela é uma dessas pessoas...”

- Então você crer que ela tenha um dom, e tornando-se o fato do tal bloqueio? – Perguntei a uma observação pensada por Carlisle.

- Sim.

Fiquei a pensar nisso por um momento, esquecendo até da existência de Carlisle bem ali ao meu lado. Senti sua mão suave tocar em meu ombro depois de um momento, ele sorriu um sorriso suave e sincero.

- Filho não se preocupe tudo dará certo... 

- Eu sei...

- Acho que seus irmãos já estão te esperando na garagem.

Semi-serrei os olhos procurando uma linha direta com os pensamentos de um de meus irmãos. Emment já estava irritado por que eu ainda não estava lá na garagem os esperando. Abri um sorriso para Carlisle, afirmando que ele estava certo.

Num átimo ele saiu dali do meu lado, correndo numa velocidade sobrenatural, descendo as escadas e indo ao encontro de Esme.

Sorri para mim mesmo, fui à cômoda e peguei as chaves do meu carro. E mais uma vez desço as escada e indo até a garagem, para ir à escola.

***

Meu carro já estava chegando ao estacionamento da escola, o clima fazia com a entrada para o estacionamento ficasse abarrotado de carros em fileira, pois toda aquela chuva se solidificara durante a noite, formando camadas de gelo no chão. Assim como meu carro, todos estavam com as correntes de neve, para a precaução de acidentes, já que a neve cobria toda a pista, mas devido à passagem de carros escurecera.

Quando estacionei meu carro, meus irmãos logo saíram indo para os prédios que formavam a escola, eu decidi por esperar Bella chegar, no entanto isso me surpreendeu, não era que se podia esperar de mim, um vampiro. Ri de mim mesmo. Tranquei meu carro, e encostei-me ao mesmo, pondo minhas mãos dentro dos bolsos de meu sobretudo, e cruzando meus pés.

Ao longe escuto um barulho estrondoso, viro-me em direção do som, apesar de saber de quem pertencia. A picape enferrujada estava adentrando no estacionamento da escola, abri um sorriso torto, quando avistei Bella por trás daquele volante.

Ela dirigia com cautela, muito mais do que qualquer outro ser humano faria, já que podemos a considerar um imã de desastres...

Bella não notara minha presença, era como se ela fizesse de forma para que ninguém a note, pois desde a entrada do estacionamento, ela não olhava para ninguém, a não ser o caminho que tinha que percorrer. Ela estacionara seu carro a quatro carros de distância do meu, ao que parecia era o único local que estava vago.

Quando saiu de seu carro, ela olhou em direção a traseira de sua picape, seus olhos brilharam de surpresa, o motivo eu ainda não sabia, mas ela andou em direção da traseira do carro, apoiou-se na lateral, e com atenção começou a observar os pneus, ao que parecia eram as correntes de neve que lhe chamara a atenção.

“Merda a pista está muito escorregadia!” Peguei rapidamente os pensamentos de Tyler, sua van estava em alta velocidade, todos ali do estacionamento se assuntaram com o som agudo provocado pelo o carro.

Nos segundos a seguir, tudo aconteceu muito rápido. Bella olhara para cima, sobressaltada. Com olhos desesperadores, Bella olhou para mim, e com isso me paralisei, assim como todos ali, quando percebemos que a van ia a uma única direção. A van azul-escura, a qual derrapara, estava travando os pneus em um som guinchado, rodando no gelo do estacionamento. Ia bater na traseira da picape de Bella Swan, ela estava paralisada, pois não sabia o que fazer, já que estava presa entre dois carros.

O meu desespero na frente dos desesperos das pessoas ali presentes era muito maior, pois se aquela van batesse na traseira do carro de Bella, ela morreria na hora, no entanto, seu sangue se espalharia pela pista congelada.A sede começara a surgir, o medo também, mas tinha que fazer algo, tinha que a salvar, se não fizesse isso, algo muito ruim poderia acontecer naquele local. Todos conheceriam o grande segredo dos Cullen. Por um momento pensei em deixar que tudo ocorresse normalmente, para enfim sugar o sangue dela.

NÃO! Pensei, e mais rápido que os olhos humanos possam captar, corri em direção à traseira do carro de Bella, ainda que paralisada, ela só teve uma única reação, fechara seus olhos, como se aquele momento fosse apenas um pesadelo, e que fechando seus olhos, estaria afugentando esse pesadelo.

Enquanto a van descontrolada, esmagava a caçamba da picape, eu numa velocidade imortal, já estava com meus braços envoltos na cintura de Bella, e empurrando ela para trás do carro que estava ao lado da picape, Bella bateu sua cabeça no asfalto, graças ao solavanco, e de imediato a prendi contra o chão gélido.

- Porra... – Sussurrei, quando vi a van raspar na traseira da picape e vindo em direção de mim e de Bella.

Eu creio realmente que essa garota tem um imã que chama desastres. Atônita Bella percebera que tinha alguém ali ao seu lado. Num átimo estendi minhas mãos longas, na frente do o rosto dela, a fim de fazer uma proteção, ela mais uma vez fechara seus olhos, e com o impacto a van parou a uns trinta centímetros de distância do rosto de Bella, e fazendo um grande amassado na lateral da van azul-escuro, e outro amassado no carro caramelo, meu ombro com o impacto, fora pressionado contra o outro carro, fazendo com que eu o amassasse também.

Um som começara a surgir gradativamente, um gemido metálico junto com o trincar da janela da porta lateral do carro, a qual minhas mãos pressionaram, estava aumentando cada vez mais, e logo estouraria. E com rapidez fugaz, peguei Bella com uma de minhas mãos, e a carreguei feito uma boneca, tirando suas pernas daquele local, num átimo tirei minha mão que ainda pressionava a porta, e quando o fiz, os vidros estouraram justo no local onde tempos atrás as pernas de Bella se encontravam.

O silêncio que se pendurava por ali foi quebrado pela gritaria histérica dos alunos de Forks High School. Todos corriam em direção da gente, e de olhos preocupados os direcionei para o rosto de Bella.

- Bella? Está tudo bem? – Sussurrei no ouvido dela com um tom de preocupação na voz.

- Eu estou bem.

Bella tentara se levantar do chão queria se sentar, mas não a deixei fazer isso.

- Cuidado. Acho que você bateu a cabeça com força. – A alertei vendo que ela se esforçava em se sentar.

- Ai.

- Foi o que eu pensei – eu agora reprimia um riso, quando vi que ela sentira pela primeira vez a dor na sua cabeça.

- Como foi que... – Ela gaguejou pensando em algo. – Como foi que chegou aqui tão rápido?

Essa garota me surpreende a cada momento, achei que ela simplesmente me agradeceria, no entanto me indagara com uma pergunta que não queria responder, mas infelizmente tive um deslize em protegê-la, e viu no que deu? Agora dei a ela de mãos beijada uma pista dos segredos dos Cullen.

- Eu estava bem do seu lado, Bella – Falei num tom sério e convincente.

Bella esforçou-se novamente para se sentar, e dessa vez a deixei fazer isso, afrouxando meu braço de sua cintura, me afastando dela até aonde o espaço permitia. Ela encontrou meus olhos, e com isso, a incentivei a esquecer aquela pergunta indesejável. Meus olhos lampejavam para os dela, transmitindo uma intensidade profunda.

Uma multidão de gente começara a se aglomerar ao redor do acidente, muitos ali já estavam chorando, imaginado Bella morta. Muitos gritavam pelo o nome dela.

- Não se mexa – Ditei.

- Tirem o Tyler da van! – Gritara Gustav, entre o alvoroço que acontecia ali.

Bella dessa vez tentou ficar de pé, no entanto a forcei a ficar sentada, puxando-a com uma de minhas mãos pelo o ombro.

- Fique quieta por enquanto.

- Mas está frio – Ela reclamara enquanto ria baixinho, num tom áspero. – Você estava lá. Você estava perto do seu carro.

Meu riso dissipou-se com aquela pergunta. Dessa vez estava sério, e por um momento um arrependimento de tê-la salvado me passou pela cabeça.

- Não estava não.

- Vi você.

Ela afirmou, seu som era de certeza, e ela se prendia mais ainda em nossa discussão, do que acontecia ao nosso redor.

- Bella, eu estava parado do seu lado e tirei você do caminho. – Eu mais do que ágio, tentei por seriedade e certeza nas palavras, enquanto meus olhos lampejavam para os dela. O que será que ela ia fazer? Sair por aí dizendo que eu a salvei, mas que segundos antes, eu estava a quatro carros de distância do dela, e que com uma velocidade incomum a salvei?!

- Não. – Ela afirmou no tom de convicção mais uma vez.

- Por favor, Bella. – Ditei num tom ardente assim como meu olhar.

- Por quê?

- Confie em mim – Afirmei e não perguntei, mas meu tom de voz era suave e dominador, fazendo com que Bella parasse para pensar um pouco.

As sirenes das ambulâncias já anunciavam que estavam chegando.

- Promete que vai me explicar tudo depois?

- Tudo bem – rebati, já sabendo que isso não iria acontecer.

- Tudo bem – ela repetiu num tom raivoso.

Os seis paramédicos das ambulâncias e mais os professores Sr. Varner com o treinador Clapp, para que pudessem afastar a van que encurralara nós dois. Rapidamente quatro dos paramédicos saíram dali, para logo voltarem com duas macas.

- Não será necessário, para mim, pois eu estou bem – ditei a um dos paramédicos que vinha em minha direção com uma maca, e ambos só concordaram, por que lancei meu olhar de dominação. – Vocês precisam se preocupar com ela, pois ela bateu a cabeça no asfalto, e é provável que ela tenha tido alguma concussão. – Olhei para minha parceira, ela estava furiosa, pois tentara também recusar a maca, no entanto a impedi de fazer isso, dizendo aos paramédicos para a levarem na maca.

Soltei um sorriso malicioso, quando vi Bella com um protetor de pescoço e em cima da maca. Todos estavam ali, todos triste, decidi ir para o hospital junto com a Bella. Meus irmãos estavam vendo a cena também, mas todos furiosos, pois eu fiz algo, que poderia colocar em risco nossa situação aqui em Forks. Rosalie era a mais furiosa de meus irmãos.

- Bella! – Gritou o Sr. Swan em pânico ao ver sua filha numa maca.

- Eu estou bem, Char... pai – Ela suspirara, provavelmente pelo o erro de quase ter se referido ao seu pai com o nome dele. – Não há nada de errado comigo.

Por mais que Bella lhe dissesse que estava bem, ele não acreditara, e procurou logo uma segunda opinião, virou-se para um dos paramédicos que socorria sua filha, mas o paramédico só afirmou que ela não quebrara e nem fraturara parte de seu corpo, a não ser o fato de ela ter tido uma concussão.

Entrei na ambulância a qual Bella se encontrava, eu estava bem, afinal vampiro não se feri, mas estava preocupado com a situação dela.

Quando chegamos ao hospital, desci de imediato da ambulância, e vi os paramédicos levando Bella para a emergência. Bella me fuzilava com raiva, com seus dentes trincado de fúria.

Momento depois chegou à ambulância que trazia o culpado do acidente. Tyler Crowley estava com várias faixas de ataduras em sua cabeça, mesmo assim, elas não conseguiam segurar o sangue. Assim que o vi, prendi minha respiração.

Rumei em direção à sala de Carlisle. Quando entrei, ele estava mexendo numas papeladas, com certeza eram de pacientes do hospital.

- Pai?

- Filho? – Perguntou surpreso com minha presença. – O que houve?

- Aconteceu um acidente na escola – fui direto na palavras, mas com meu olhar nos olhos de Carlisle. – Eu estava envolvido nele.

- Como? Não me diga que... – Ele não completou em voz alta. – “Que você matou a garota?”

Arrepiei-me com aquela pergunta.

- Não.

- Então...

- Hoje ela ia morrer num acidente, estava no estacionamento, ela tinha acabado de chegar, quando desceu de seu carro, uma van surgiu deslizando na pista congelada, e foi na direção de Bella. Tive que salvá-la, se não o fizesse, ela morreria, e com isso não resistiria ao sangue ali derramado... No fim eu consegui ninguém notou nada de errado, exceto Bella, mas ela bateu com a cabeça no chão, e a convenci de que poderia ter tido uma concussão...

Ele ficou por um momento pensando no assunto, eu não cogitei em romper o silêncio, apenas preferi esperar alguma resposta dele.

“Dr. Cullen compareça na UTI, é uma emergência.” Uma voz mecanizada ecoou num pequeno rádio posto no teto da sala de Carlisle.

- Depois falamos sobre isso, tenho uma emergência agora... Depois irei falar com Bella, para ver se ela está bem.

- Sim.

Saí junto com ele e fui em direção a sala de emergência. Quando entrei vi que a sala estava quase vazia, tinha leitos para no máximo 25 pessoas, mas sendo ocupados apenas por cinco pessoas, entre elas estava Bella. Aproximei-me de seu leito e fiquei entre o leito dela e o leito de Tyler. Bella estava de olhos fechados. Dei um cutucão na perna de Tyler.

- Ela está dormindo? – Perguntei assim que seus olhos rumaram para os meus, e em seguida seus olhos desviaram para a direção de Bella, e sem olhar para mim ele afirmou positivamente com a cabeça.

Virei-me rapidamente com um sorriso malicioso no rosto.

- Aí, Edward, me desculpe... – Ergui minha mão num átimo, para detê-lo.

- Sem sangue, sem crime – sorri para ambos. Fui me sentar na beira do leito de Tyler, para ficar de frente com o leito de Bella.

- E então, qual é o veredicto? – Perguntei para ela.

- Não há nada de errado comigo, mas não me deixam ir embora. – Ela reclamou. – Por que é que você não foi amarrado a uma maca como nós?

- Tem a ver com quem você conhece. Mas não se preocupe, eu vim libertá-la.

Assim que terminei de falar, ouvi o som da porta da sala se abrir, não tirei os olhos do rosto de Bella e a vi ficar com a boca semi-aberta, já podia saber que era meu pai.

- Então, Srta. Swan, como está se sentindo? – Carlisle perguntara a ela, numa voz suave.

- Estou bem.

Carlisle foi em direção ao quadro de luz que fica em cima do leito de Bella, para ver a radiografia dela.

- Sua radiografia parece boa. Está com dor de cabeça? Edward disse que bateu com muita força.

- Eu estou bem – ela suspirou ao repetir novamente a resposta, mas me encarava com um olhar zangado.

Carlisle com cautela começou a analisar com seus dedos, a cabeça de Bella que de imediato se estremeceu ao toque.

- Dolorido? – Perguntou com preocupação Carlisle.

- Na verdade não.

Ri da expressão de Bella, pois ela sentira dor, mas mentira e mal. Ela me ouviu rir, e logo seus olhos se estreitaram.

- Bem, seu pai está na sala de espera... Pode ir para casa com ele agora. Mas volte se sentir vertigem ou tiver qualquer problema de visão.

- Posso voltar para a escola? – Ela perguntou.

- Talvez devesse descansar hoje. – Carlisle afirmou.

Bella voltou seu olhar para mim.

- Ele vai para escola?

- Alguém tem que espalhar a boa notícia de que sobrevivemos – respondi.

- Na verdade, a maior parte da escola parece estar na sala de espera. – Interveio Carlisle.

- Ah, não. – Ela gemeu, cobrindo os olhos com as mãos.

Carlisle ergueu as sobrancelhas.

- Quer ficar aqui?

- Não, não! – Ela ditou, pondo suas pernas para o lado, e pulando em seguida para baixo, fez os movimentos com tal rapidez, que cambaleou, mas Carlisle a segurou, e estava preocupado. – Estou bem. – Ela garantiu novamente.

- Tome um Tylenol para dor – Carlisle sugeriu a Bella.

- Não está doendo tanto assim – insistiu ela.

- Parece que vocês tiveram muita sorte – Carlisle disse enquanto assinava o prontuário de Bella, mas enquanto dizia tais palavras, pensava em mim, como eu fiz para salvá-la.

- A sorte foi Edward por acaso estar parado do meu lado – Ela corrigira meu pai, olhando duramente para o seu prontuário que estava nas mãos de meu pai.

- Ah, bem, sim – ele concordou, e rapidamente virou-se para Tyler, e seguiu até o leito dele. – “Realmente ela desconfia de algo Edward, hoje quando eu chegar terá uma reunião com todo mundo...”

- Mas acho que você terá que ficar conosco por mais um tempinho. – Carlisle disse ao Tyler, e logo foi examinar os ferimentos do rapaz.

Com lentidão Bella veio para o meu lado.

- Posso conversar com você um minuto? – Nossa ela vai mesmo querer voltar para aquele assunto... Dou meio passo para trás, só de pensar de que tenho que dar explicações para ela, meu queixo trincou.

- Seu pai está esperando por você – Lhe respondi entredentes, já estava ficando com raiva desse assunto. Ela podia simplesmente esquecer e me agradecer, já estaria de bom tamanho para mim e para ela.

Bella olhou para meu pai e para Tyler.

- Gostaria de falar com você a sós, se não se importa – devo admitir que ela tenha pulsos fortes, nunca vi ninguém, ou melhor, humano, falar assim comigo.

“É melhor você ver o que ela quer filho...” Pensara meu pai.

Olhei para ela, com fúria me consumindo por dentro, e sem dizer nada, virei-me e saí andando pelo o corredor em passos largos, viramos para um corredor pequeno e num átimo eu girei meu corpo, encarando-a.

- O que você quer? – Pergunto-lhe com um olhar frio no rosto.

Bella vendo que minha antipatia em relação a esse assunto estava transparecendo, ficara tímida.

- Você me deve uma explicação.

- Eu salvei a sua vida... Não lhe devo nada – isso basta, acho que assim, talvez, só talvez ela desista do assunto.

- Você prometeu.

Agrr erro em minha conclusão mais uma vez, para variar.

- Bella, você bateu a cabeça, não sabe do que está falando. – Meu tom de voz era cortante, ela podia perceber isso.

Com um olhar desafiador, Bella me encara.

- Não há nada de errado com a minha cabeça.

Sustento nossos olhares.

- O que quer de mim, Bella? – Falei por fim, no entanto queria realmente saber o que ela queria. Afinal ela queria que eu dissesse que a salvei, por que eu sou um vampiro, e que não suportaria ver o sangue dela surgir no asfalto sem me descontrolar?

- Quero saber a verdade. Quero saber por que estou mentindo por você. – Ela quer realmente que eu diga que sou vampiro, ou as minhas conclusões estão erradas?

- O que você acha que aconteceu? – Rebati.

Sem delonga ela respondeu num jato.

- Só o que sei é que você não estava em nenhum lugar perto de mim... O Tyler também não o viu, então não venha me dizer que bati a cabeça com força. Aquela van ia atropelar nós... E não aconteceu, e suas mãos pareceram amassar a lateral dela... E você deixou um amassado no outro carro e não está nada machucado... E a van deveria ter esmagado minhas pernas, mas você a levantou... – Bella não conseguiu continuar, estava incrédulo, percebendo que ela notara cada detalhe, no entanto ela estava com tão irritada que seus olhos começaram a ficar marejados, e vi uma lágrima sair.

Eu estava na defensiva, meio tenso para falar a verdade, pois agora Bella tinha motivos para desconfiar de mim.

- Acha que eu levantei a van? – Questionei sua explicação.

Ela concordou uma vez, suas mandíbulas estavam contraídas.

- Sabe que ninguém vai acreditar nisso. – Disse com desprezo.

- Não vou contar a ninguém. – Ele rebateu falando devagar cada palavra.

Se ela não vai confidenciar isso a ninguém, então por que será que ela quer saber a verdade? Podia ver nos olhos dela que fiquei surpreso com sua resposta.

- Então por que isso importa?

- Importa para mim. Não gosto de mentir... Então é melhor haver uma boa razão para que eu faça isso.

- Não podia simplesmente me agradecer e acabar com isso? – Olhava com fúria nos olhos de Bella.

- Obrigada.

- Você não vai deixar passar em branco, não é?

- Não.

- Neste caso... Espero que goste de se decepcionar.

Trocamos olhares zangados, eu ia embora, mas, vi seus lábios movimentarem, ela ia dizer algo. Esperei.

- Por que se deu ao trabalho, então? – Sua voz era fria.

Infelizmente, com essas palavras Bella conseguiu como ninguém, me desarmar, pois além de me deixar sem respostas, fiquei vulnerável, algo que não sou de fazer, mas por que ela preferia estar morta? Isso me deixou constrangido, não queria vê-la morta, não por causa do sangue que logo jorraria ali no estacionamento, mas, era algo muito maior que isso. Eu queria protegê-la, simplesmente protegê-la.

- Não sei – sussurrei sem ao menos saber o porquê de não ter encontrado uma resposta melhor do que essa.

Em seguida dei as costas para ela e me afastei com rapidez.

Queria fugir daquela situação, aquilo me atordoava, também não queria ir para casa, pois sabia que lá teria uma confusão me esperando. Vez ou outra me vinha na mente as últimas palavras de Bella “Por que se deu o trabalho, então?”.

***

Decidi que podia muito bem ir na visitar Bella, não como tradicionalmente os humanos fazem. E sim de outra maneira, em especial eu a espionaria, digamos que tentaria vigiar ela nem que seja de longe.

- Mãe, por favor, tente se acalmar, não aconteceu nada de grave comigo... – Bella conversava com sua mãe pelo o telefone, revirava os olhos de vez em quando.

Estava no meio da floresta, num topo de uma árvore, numa certa distância da casa de Bella, mas tinha uma visão perfeita do quarto dela.

- Nada grave? Bella você quase morreu! Quero que você volte para casa agora! – Sua mãe gritava pelo o telefone.

- Mãe se acalme! – Insistia ela. – Digo que não foi nada grave, por que “Edward” me salvou! E não vou voltar, não agora, tenho muitas coisas para resolver!

- Tudo bem filha.

Bella rapidamente desligou seu telefone. Desceu as escadas e voltou com um copo de água, em seguida pegou em uma pequena gaveta que tinha na mesa que detinha um computador em cima, umas pílulas, era Tylenol. Pegou uma e tomou com a água.

Depois foi se deitar, cansada ela logo pegou no sono. Mais rápido que a brisa calma de verão, adentrei pela janela de seu quarto.

Sentei-me numa cadeira que estava ali. Fiquei observando Bella sem nenhuma preocupação, pois seu pai estava dormindo no sofá da sala. Não durou muito para que Bella começasse a se movimentar na cama, rolava de um lado para o outro, estava agitada. Seria sonho? Ou pesadelo? Levantei-me e fui à direção dela, não mostrava que estava tendo um pesadelo, pois suas feições estavam suavizadas, mas estava soando. Estranho.

Ed...E-Edward! Edward!

Fiquei paralisado, isso não era bom, estava sonhando comigo, ela não podia, e não deve se apaixonar por mim, agora sei o motivo de querer saber a verdade...

- EDWARD!!! – Ela estava se despertando. Num átimo sai dali o mais rápido possível.

Já era noite, então corri para minha casa. Quando cheguei todos estavam reunidos na sala de estar, exceto Carlisle que me esperava no hall da casa. Fui com ele para a sala.

Sentei-me na cadeira esquerda de seu lado, pois ele estava na ponta, e ao seu lado direito estava sentada Esme, ela sorria sutilmente para mim, mas seus olhos eram de tristeza, talvez decepção em minha relação, assim como Carlisle, mas meus irmãos estavam – todos – com um olhar frio, só Alice que estava com uma olhar sombrio.

- O que vai fazer? – Carlisle me perguntou.

Todos queriam saber o que eu iria fazer com relação à Bella Swan, na verdade todos pensavam a mesmo assunto.

- Sim. – Disse Esme.

- Olha Edward, só quero que saiba que matá-la seria uma opção mais sensata que você poderia tomar, pois você deu motivos a ela...

- Quê? – Como assim matar?

- Eu concordo com ele... – Jasper dissera.

- Edward, você sabe as regras... – Começara Rosalie – Você deu bons motivos para ela desconfiar de você, ou melhor, de nós, todos nós! Você sabe que não podemos deixar os Vulturi desconfiar de que humanos sabem de nossa existência, pois vão matar a pessoa que sabe assim como agente!

- Não! – Esbravejei, bati com força a mão na mesa – Bella nem desconfia o que somos! Eu só a salvei não por que eu queria! Mas por que se não fizesse todos da escola saberiam o que eu era. Como nós somos!

Carlisle tocou em meu braço, meus olhos eram de fúria quando os desviei em sua direção.

- Filho vamos concordar com você em qualquer decisão que tomares...

Esme sorriu discretamente para mim, como que se isso fosse me acalmar.

- Foi para isso que fez essa reunião? Para pormos um veredicto em uma pessoa? – Gritava na cara de Carlisle, perdi meu total controle, não estava sendo mas racional, estava agindo pelo o próprio instinto.

- Existem dois caminhos, você vai ter que tomar uma decisão... – Fiquei paralisado com tais palavras, proferidas pela boca de Alice, pois foram as mesmas que ela disse ontem, antes de irmos para o refeitório.

- Isso não era necessário, você sabe muito bem disso! – Gritei enquanto me virava em sua direção.

Alice estava olhando para suas mãos entrelaçadas uma com a outra, sob a mesa, quando a visualizei. Num átimo ela voltou seu olhar para mim.

- Você sabia que isso era necessário tanto quanto eu! Edward, você vai ter que optar ou pela morte dela, ou pela vida dela, mas não como uma humana como ela sempre foi, se ela não morrer, terá que se tornar uma de nós!

Ficamos todos ali calados, todos esperando por minha resposta, pela minha decisão. Se Bella tivesse sã consciência, ela obedeceria a seus instintos, de ficar bem longe de mim, no entanto não fez, e agora esta sendo julgada.

- Bella deve ficar viva.

Todos me olharam surpresos.

- Então quer dizer que...

- O que quero dizer Alice, que quero Bella viva, mas a quero humana, pois ela não desconfia do que somos. Você sabe disso. E trabalharei no possível para fazê-la pensar que somos humanos.

Saí daquela sala com rapidez, e fui para o meu quarto, não queria saber se eles queriam a transformá-la ou a matá-la, pois teriam que passar por cima de mim, transformar um humano não é certo, não temos esse direito, de tirar almas, e interromper uma vida, futuros de uma pessoa.

Essa foi à primeira noite que tive uma sensação de que tinha que proteger Bella, não sabia de quê, não sabia de quem, mais senti que tinha que protegê-la.


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Notas finais do capítulo

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