My Bulletproof Heart escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 41
40-So now you hate me?


Notas iniciais do capítulo

Ooooooi!
Fiquei com uma raiva ontem... Não conseguia achar inspiração pra escrever *chora* Eu só tinha ALGUMAS ideias formuladas, mas não conseguia encaixá-las em um capítulo :/
Mas hoje consegui, finalmente -q
Queridos leitores fantasmas, APAREÇAM, eu imploro :(
Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/188075/chapter/41

Eu e Gerard tentamos agir o mais normalmente possível nas aulas, o que foi uma tarefa praticamente impossível, afinal, nós já tínhamos esperado tanto tempo e agora precisávamos esperar até as aulas acabarem. O que me consolava era que, vez ou outra, ele fazia algo inesperado e que melhorava bastante o meu humor.

–O que está olhando? – perguntei, certa vez, quando notei que Gerard estava me encarando.

–Nada... Só estava admirando a pessoa mais linda do mundo. – ele sorriu enquanto eu corava pra caramba e ficava praticamente da cor de um pimentão.

Eram essas pequenas coisinhas que elevavam meu humor e me deixaram, no mínimo, com um ar agradável na sala de aula.

No almoço, eu, Gerard, Ray e Bob nos sentamos juntos enquanto ignorávamos completamente a nossa comida e conversávamos sobre qualquer coisa que viesse à cabeça. Dei graças aos céus que Gerard e os garotos não estavam tendo maiores problemas e pareciam estar se dando muito bem porque, do contrário, eu não saberia o que fazer. Fiquei feliz também em saber que tanto Ray quanto Bob estavam tentando segurar as piadinhas sobre o nosso relacionamento.

Em meio ao nosso “almoço”, eis que me surge Mikey.

–Oi tio Fran! – disse ele, sorrindo pra mim. Abri um sorrisinho tímido e murmurei um “Oi Mikey”. Ele pareceu ignorar completamente o irmão.

–Eu existo, sabia? – murmurou Gerard.

–Eu sei. Oi Gee!

–Ah, melhorou. Obrigado.

Mikey deu de ombros.

–Ah, sim... – disse Gerard – Mi, esses são Bob e Ray. – ele apontou para os respectivos – Esse aqui é o mala do meu irmão Mikey.

–Prazer... – disseram os dois, um pouco incertos.

–Oi pra vocês dois! – exclamou ele, sorrindo e virando-se para o irmão – Gee, você está com o meu DS ainda?!

–Sim e eu não vou devolver até você parar de encher o meu saco enquanto eu estou desenhando.

Mikey fez uma pose de indignação.

–Eu não encho o seu saco! Eu simplesmente quero conversar nas horas erradas... – murmurou ele, magoado. Gerard revirou os olhos. Pus uma mão em cima de seu braço levemente e cheguei mais perto.

–Gee, devolve pra ele, acho que ele não fez por mal...

–NÃO FEZ POR MAL?! O PESTE FICOU O DIA INTEIRO FALANDO COMIGO SENDO QUE ELE SABIA QUE EU ESTAVA DESENHANDO!

Suspirei fundo.

–Devolve logo pra ele. Ele não vai mais fazer isso. Não é, Miks?

–Não, nunca mais! – disse ele.

–Viu? Devolve logo, Gee... – pedi, tentando fazer um tom de voz convincente e que, ao mesmo tempo, não enojasse Bob e Ray. Pelo visto, consegui, pois os dois idiotas ficaram apenas olhando com expressões normais e Gerard tirou lentamente o DS de Mikey do bolso, entregando-o ao menor.

–Aah obrigado, obrigado, obrigado, Gee! – ele abraçou o irmão mais velho – Obrigado, tio Fran! – ele me deu um beijo na bochecha e saiu correndo para junto dos amiguinhos.

–Parabéns, tio Fran. – disse Ray, com um tom de zombação.

–Ah, vá pro inferno, palmeira. Ele é fofo, ele pode.

–Eu também sou fofo!

–... Érrrrr... Não.

Gerard e Bob praticamente rolavam de rir enquanto Ray olhava para mim com uma expressão incrédula.

–Ah, é assim então?

Assenti, rindo.

–Então você também não é fofo!

–Na verdade, ele é. – disse Gerard, apertando a minha bochecha e fazendo-a ficar vermelha. Bob, que tomava água em um copo, cuspiu tudo na bandeja inteira e começou a gargalhar, chamando a atenção de todos na sala. A esse ponto, eu, Ray e Gerard já ríamos todos juntos enquanto as outras “panelinhas” nos encaravam, algumas pareciam confusas, outras irritadas e tinham mais umas que eu podia jurar que nos lançaram olhares de... Inveja.

Sorri internamente. Era bom saber que eu estava conquistando algum autorrespeito.

–X-

–Então falou, a gente se vê amanhã. – disse Ray quando estávamos à porta da casa de Gerard. Bob tinha dentista e não veio com a gente e eu ia almoçar na casa de Gerard.

–Ok, até amanhã. – disse Gerard, sorrindo.

–Até, palmeira. – Ray murmurou um xingamento e eu apenas sorri.

–Tchau, Ray! – disse Mikey, sorrindo. Ray sorriu de volta e bagunçou os cabelos do menor.

–Até mais, baixinho.

–De qual baixinho está falando? – perguntou Gerard zombando da minha altura.

–Eu não sou baixo! – exclamei – Vocês que são muito altos!

Os dois riram e murmuraram um “Claro, Frank”.

Entramos na casa de Gerard e Ray seguiu até sua casa.

–Mãe, cheguei! – gritou Gerard. Mikey logo correu para seu quarto e a primeira coisa que fez foi ligar seu joguinho. Eu e Gee fomos para o quarto dele, fechamos a porta e eu olhei em volta mais uma vez. Era legal estar em seu quarto... Não sei por que, mas eu gostava daquele quarto.

Notei que havia um desenho a mais pendurado em sua parede.

–É novo? – perguntei, apontando para o tal desenho.

Ele fez que sim com a cabeça enquanto jogava a mochila em um canto do quarto. Levantei-me para examinar o desenho mais de perto e notei que era bem familiar: cabelos negros, boca fina, bochechas coradas, olhos cor de avelã...

–Sou eu? – indaguei, franzindo a testa. Ele corou e assentiu mais uma vez – Por que me desenhou?

–Não sei... – ele suspirou fundo esse sentou na cama – Eu ando desenhando você bastante... Não é minha escolha, sabe? Eu simplesmente ponho a ponta do lápis no papel e acabo desenhando você... E, se não for você, é alguém muito parecido.

Eu não sabia se ria ou se corava. Na dúvida, sentei-me ao seu lado e beijei seus lábios rosados enquanto acariciava seu pescoço. Suas mãos foram em direção à minha nuca e ficamos ali, nos beijando longamente, aproveitando que ninguém estava olhando. Senti suas mãos escorregarem até minhas costas e ficarem ali fazendo círculos enquanto sua boca se movia de forma apaixonante junto com a minha.

Infelizmente, o ar fez falta e tivemos que nos separar. Afundei meu rosto na curva de seu pescoço e ele me envolveu protetoramente em seus braços. Ficamos ali por um longo tempo, sem dizer nada. Não havia o que falar: nós nos amávamos. E muito.

–Gee, a mamãe mandou vocês dois virem comer! – chamou Mikey do lado de fora do corredor. Demos graças a deus que ele não abriu a porta. Gerard se levantou e estendeu a mão para mim, me ajudando a levantar. Sorri e descemos as escadas de mãos dadas.

–Oh, olá, Frank! – disse Donna, sorrindo ao me ver. A esse ponto, já tínhamos afastado nossas mãos. Eu sei que ela sabia sobre nós, mas... Mesmo assim, era um pouco constrangedor. Seria constrangedor com qualquer um, mesmo que eu estivesse namorando uma garota.

–Oi, tia Donna. – abri um sorrisinho tímido. Senti Mikey passando ao meu lado e se sentando na cadeira da ponta.

–Onde o papai foi? – indagou Gerard, franzindo a testa.

–Vai trabalhar até mais tarde. – Donna suspirou, levemente insatisfeita.

Olhei para a mesa. Para um lanche das três da tarde e, contando com o fato de que nós não havíamos almoçado, não havia tanta coisa. Porém, eu não ia mencionar isso, afinal, eu lembrava muito bem da história de Gerard e o fato dele ser rico e desistir disso apenas para levar uma vida melhor.

Claro, eles não eram pobres, mas não tinham tanto dinheiro quanto antes.

Tenho que admitir que, às vezes, eu tinha vontade de sugerir isso à minha mãe. Isso de desistir de todo o dinheiro. Talvez isso fizesse eu me sentir um pouco mais... Digno de namorar o Gee. Não sei, estou confuso. Mais uma vez.

–X-

Algumas horas depois, fui obrigado a voltar para casa, apesar das insistências de Gerard para que eu ficasse mais um pouco.

–É sério, Gee, eu tenho que ir. – tentei afastá-lo, mas ele continuou beijando meu pescoço e tentando me seduzir.

–Ah, fica só mais um pouquinho... – ele sorriu. Não pude deixar de sorrir também, mas me mantive forte.

–Não posso, eu tenho que ir, é sério... Gee, para com i-i-i-ss-o-o! – gemi quando ele mordeu meu pescoço levemente. Ele pareceu sorrir discretamente ao pensar que havia conseguido me fazer mudar de ideia, mas eu pus minhas duas mãos em seu peito e o afastei de leve – É sério! Eu tenho que ir! – falei, rindo.

–Ok então... – ele abriu um biquinho, mas não fez objeções. Ri de sua carinha fofa e beijei sua testa.

–Você é muito lindo, sabia?

–Eu sei. – disse ele, com um tom falsamente convencido. Revirei os olhos e lhe dei uma cotovelada no abdômen – Ai! Doeu!

–Eu sei. – imitei seu tom convencido e me levantei da cama, rindo. Desci as escadas e encontrei Mikey com os olhos grudados na televisão, assistindo algum desenho infantil.

–Tchau, Mi! – baguncei seus cabelos.

–Tchau, tio Fran. – disse ele, sem tirar os olhos da tela. Ri baixinho e fui até a cozinha.

–Até mais, tia Donna.

–Até, querido. – ela abriu um sorriso agradável e eu devolvi-o. Segui até a porta da sala e abri-a. Gerard saiu comigo e segurou minhas mãos.

–Tem certeza que não quer que eu vá com você até a sua casa?

–Tenho. – sorri – Não precisa se incomodar com isso. – beijei sua face. Ele acariciou meu rosto e sorriu.

–Até amanhã então...

–Até. – acenei e me afastei lentamente, indo em direção à minha casa. Ao chegar, tive uma surpresa que eu não sabia dizer se era agradável ou não: tanto minha mãe quanto Zacky estavam em casa, o que queria dizer que eu tinha a chance de contar a eles sobre... Sobre eu e Gerard.

Suspirei fundo, tentando me controlar. Vi os dois sentados no sofá da sala, conversando calmamente. Entrei na sala e minha mãe sorriu.

–Oi, Frankie!

Zacky abriu um sorrisinho tímido e acenou pra mim.

–Er... Será que a gente podia conversar? – perguntei timidamente.

–Claro. – minha mãe franziu a testa – O que houve?

Sentei-me na poltrona na frente deles e pensei em como dizer isso.

–Mãe... Você se lembra do Gerard?

–Gerard? Claro que lembro! – ela sorriu – Por que?

–Então... Eu... Sei lá... Sinto que gosto dele...

–Claro ué, ele é seu amigo!

–Não! Eu... Eu gosto dele... Mais do que como amigo e... Bom... Nós estamos meio que... Namorando. – mexi em meus cabelos, completamente desconfortável.

Ambos ficaram em silêncio, apenas se entreolhando.

–Querido, eu não... – começou minha mãe, mas foi cortada por Zacky.

–Não.

–Não o quê? – indagou ela.

–Só... Só não. Eu não... Não vou ter um... Um enteado gay.

–Eu... Como?! – minha mãe parecia confusa e assustada. Arregalei os olhos enquanto ele mantinha sua expressão séria.

–Sério, Frank. Vira homem, porque eu não vou ter um enteado homossexual.

Bufei.

–Ah, tá, já que é assim, ok! Eu saio de casa! Feliz agora?

–Querido, você não vai fazer isso! – disse minha mãe.

–Vou sim! Ele não quer ter um enteado gay? Então tá: não tem mais!

–Frankie, por favor, ele não disse isso por mal...

–Não, Linda. É sério. Eu não quero ter um meio-filho que... Dá a bunda. – disse ele.

–Zacky! Por favor, Frankie! Pelo menos tente entender a raiva dele!

–Não, esquece, mãe. Eu... Vou embora.

Subi as escadas, ignorando os chamados de minha mãe. Joguei um monte de roupas em uma mala, guardei Pansy no estojo dela e saí de casa, completamente irritado e ignorando o choro de minha mãe. Sei que a culpa não é dela, mas ela tentou protegê-lo.

Andei totalmente sem rumo pelas ruas, tentando afastar as lágrimas de meu rosto. Acabei passando, sem querer, por uma rua conhecida em que eu havia estado poucas horas antes. Gerard estava sentado na varanda de sua casa, tentando desenhar uma flor que havia em seu jardim, e acabou me vendo.

–Frank? – chamou ele. Ao ver minha expressão triste, logo se desesperou – Ah meu deus, Frankie, o que houve?! Por que a mala?!

–N-nada... – solucei. Ele correu até mim e me abraçou protetoramente.

–O que aconteceu, meu amor? – ele afastou uma das lágrimas que caía em meu rosto.

–O-o-o... O Zacky... Ele... E-ele...

–Shh, calma... – ele afagou minhas costas – Vem, vamos lá pra dentro e você me conta o que aconteceu, ok?

Assenti fracamente e ele me guiou até sua casa mais uma vez. Mikey continuava na mesma posição de antes, mas parou o videogame ao ver meus olhos inchados.

–Tio Fran? O que houve? – ele arregalou os olhinhos – Aonde você vai?

–Deixa ele em paz, Michael. – rosnou Gerard, empurrando o menor para o lado um pouquinho, para poder passar. Donna não estava mais na cozinha, portanto, não me viu passando. Gerard fechou a porta do quarto e me fez sentar na cama. Sentou-se ao meu lado logo depois.

–O que aconteceu?

Contei a ele o ocorrido, entre soluços e pausas para chorar mais um pouco. Ao fim de meu relato, ele suspirou e me abraçou.

–Frankie, calma. Eu conheço sua mãe, sei que ela vai fazer alguma coisa.

–Gerard, ela DEFENDEU ele! DEFENDEU! É óbvio que ela não vai fazer nada sobre isso!

–Vai sim, você vai ver.

–Ok, talvez até faça... – funguei – Mas o que eu vou fazer até lá?!

Ele pensou por um minuto.

–Eu tenho um colchão debaixo da minha cama... Pode morar aqui por um tempo se você quiser...

–Sério? – funguei de novo – Você faria isso por mim?

–Isso e muito mais. Faço qualquer coisa pra te ver sorrir de novo, meu amor. – ele beijou o topo de minha cabeça.

–M-mas... Sua mãe vai deixar?

–Ela gosta de você, Frankie! – ele riu levemente – É claro que ela vai deixar. Então, quer morar aqui por um tempo?

–Eu... É... Sim. – resignei-me. Ele me abraçou mais fortemente ainda e acariciou meu rosto enquanto tentava me acalmar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Er... Não me batam, ok? Ok.
Enfim, pretendo postar no domingo de páscoa... Já que eu não posso dar chocolate pra vocês, vou dar um capítulo. Serve? Sim? Ótimo -qqqqqq
E também porque eu achei esse fim meio doloroso e não quero torturar vocês tanto assim o.õ
Enfim... Beijo :3