My Bulletproof Heart escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 35
34-Finally


Notas iniciais do capítulo

... EU SOU FRACA.
EU NÃO AGUENTEI *chora*
Mas vocês devem estar felizes, então é '-'
Vou chorar em um cantinho escuro porque não sou forte o suficiente pra esperar até amanhã -q
Ah e, como eu disse, esse capítulo é megamente fofo. Preparem-se -QQ
Enjoy!



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POV Frank

No dia seguinte, acordei com dor de cabeça. Pensar demais antes de dormir dá nisso. Desci lentamente as escadas, tentando não me mexer muito e evitar uma fisgada de dor desnecessária. Qualquer um que me visse acharia que eu estava com uma provável ressaca, o que era mentira. Dirigi-me à cozinha, onde encontrei Evelyn, naturalmente. Minha mãe conversava com ela e, ao seu lado, estava Zacky. Ele sorriu para mim e eu ignorei.

–Bom dia, Evelyn...

–Bom dia, Sr. Frank.

–Bom dia, querido. – disse minha mãe, com um copo de suco de laranja na mão.

–Bom dia, Frank.

Ignorei-o completamente, pegando suco na geladeira. Minha mãe lançou-me um olhar severo e eu fui obrigado a responder:

–Ah, tá! Bom dia! – meu tom era impaciente – Mãe, eu vou ao baile hoje à noite.

Ela arregalou os olhos e Evelyn parou de conversar na mesma hora. Zacky foi o único que não teve reação a não ser confusão.

–... Eu ouvi direito? – indagou minha mãe.

–É, ouviu, eu vou ao baile!

–M-mas... Você nunca vai ao baile!

–Nesse ano, eu resolvi ir. Tem algum problema?

–N-não, claro que não! – exclamou Linda – É só um pouco... Chocante.

–Eu sei. Desculpa. – bufei, saindo pela porta de trás da cozinha, rumo ao jardim de casa.

Encarei o céu azul e limpinho. Sentei-me na grama verde e aparentemente recém cortada que exalava um cheiro delicioso. Comecei a refletir em como seria essa noite. Provavelmente, nada de especial ocorreria. O que poderia acontecer de tão importante em uma noite onde um bando de adolescentes usam vestidos e ternos bregas com cheiro de naftalina?

Nada, pois é.

Suspirei, entediado. Eu tinha oito horas para não fazer nada e, aí, eu teria que começar a me arrumar para a droga da noite brega.

Não ia ser um dia nada legal.

–X-

Horas depois

–Frankie, anda, você vai se atrasar!

–É exatamente o que eu queria fazer... – resmunguei, dando o nó na gravata.

Eu estava ridículo. Terno e calças pretas, sapatos pretos e uma gravata cor de vinho. Meus cabelos ainda estavam brilhantes e pingando de gel por causa da minha querida mamãe.

Pus meu celular no bolso, caso acontecesse alguma coisa, desci as escadas e vi o olhar de minha mãe.

–Awwwwwwn, meu bebezinho vai pro seu primeiro baile! Você cresceu tanto, Frankie! – ela já tinha lágrimas nos olhos e me abraçava apertadamente.

–Ai, mãe! – tentei me desfazer de seu abraço, com certa dificuldade – Eu já tenho 14 anos, pelo amor de deus!

–Desculpa, Frankie... É só que você já está tão grandinho...

–Só percebeu isso agora? – fiz uma cara irônica e ajeitei a gravata – Vamos logo, por favor. Quero acabar logo com isso... – gemi, um pouco apavorado.

–Por quê? Bailes são mágicos! Você pode acabar encontrando o amor da sua vida lá! Como eu encontrei o seu... – ela fechou a boca e se calou ao notar que quase tocou no assunto “seu pai”. Tentei ignorar, mas é obvio que não consegui e logo senti meus olhos se encherem d’água. Sequei-os com pressa, evitando o olhar de minha mãe. Percebi que ela ainda brigava consigo mesma mentalmente por ter tocado em um assunto tão delicado. Na dúvida entre consolá-la e ficar quieto, decidi ir até o carro. Abri a porta de frente e entrei no automóvel, esperando minha mãe.

Alguns minutos depois, nós estávamos dirigindo em direção à escola. Logo na entrada, pude ver os balões (que eu e Gerard penduramos, falando nisso), os montes de pessoas entrando na escola, etc.. Quando Linda estacionou, olhei para ela, um pouco preocupado.

–Boa sorte, Frankie! – ela me deu um beijo no rosto. Fiz cara de nojo, mas agradeci. Abri a porta do carro e fechei-a atrás de mim, suspirando fundo e me preparando para uma noite que, provavelmente, seria ridícula.

Assisti o carro de minha mãe se afastar na escuridão parcial das sete da noite. Andei com passos incertos até os pequenos degraus da entrada, encaminhei-me até a porta do ginásio e fiquei ali, parado, sem saber o que fazer. Provavelmente Bob e Ray tinham pares. Mas o que eu faria lá? Nem par eu tinha! Maldito seja Gerard Way que me convenceu a ir. Se ele não aparecesse por lá, eu juro que matava ele e dava suas tripas aos leões do zoológico.

Empurrei levemente a porta para espiar o movimento lá dentro. O ginásio estava cheio como nunca. Vários adolescentes dançavam uma música animada qualquer, outros comiam em suas mesas e mais alguns conversavam em pé, bebericando ponche. Sempre detestei aquela bebida, falando nisso. Não tem gosto de nada. Acho que desviei muito do assunto. Enfim, voltando, a sala estava um pouco escura e as decorações estavam, modéstia a parte, magníficas.

Abri um pouco a porta, de modo que eu conseguisse deslizar para dentro. Tentei evitar qualquer tipo de contato físico com qualquer um, mesmo que fosse um simples esbarrão. Evitei também chamar a atenção, mas nisso eu sou bom. Ser baixinho tem suas vantagens, sabe como é.

Esgueirei-me até uma mesa mais afastada do grupo todo. Peguei um copo de refrigerante que estava em cima da mesa de comida e fiquei ali, bebericando e observando a movimentação. Tenho que admitir que eu gosto de observar as pessoas. Os seres humanos são interessantes e, às vezes, extremamente fascinantes. Mas são fúteis. Adoram arranjar uma desculpa para comemorar, mesmo que seja uma simples festa de aniversário.

Falando nisso, nunca entendi festas de aniversário. Sim, eu gosto delas e tudo o mais, porém, no fundo, estamos comemorando um ano em que ficamos mais velhos. Um ano mais próximos de nossa morte.

Mais uma vez, desviei muito do assunto.

Enquanto observava isso tudo, vi Bob e Ray, ambos dançando com duas garotas que reconheci vagamente. Eram gêmeas. Acho que uma se chamava Megan e a outra se chamava Taylor, mas não tenho certeza. Ao ver os dois com garotas, admito que fiquei surpreso. Ray me avistou, mas desviou o olhar, um pouco constrangido. Já Bob nem chegou a me ver, eu acho. Suspirei, eu tinha que admitir que sentia falta desses dois idiotas. Virei o rosto, voltando a encarar o resto das pessoas.

Uma meia hora depois, vi um garoto de cabelos negros até o ombro vir até mim com um sorrisinho enigmático estampado no rosto. Era Gerard. Ele usava uma blusa branca com um casaco azul marinho, calças da mesma cor e sapatos pretos. Fiz um gesto para ele se sentar na minha frente. Ele parecia ter esquecido completamente de nosso beijo no dia anterior, portanto, resolvi não forçar o assunto. Era melhor deixar como estava.

–Então... Olá.

–Oi. – respondeu ele, franzindo a testa logo depois – Está tudo bem?

–Claro. Por que?

–Você não parece muito feliz...

–Nunca fui muito de festas. – torci levemente o nariz. Gerard riu de minha expressão.

–É, nem eu. Mas não custava nada vir dar uma olhadinha aqui, afinal, fomos nós que montamos tudo isso e. Devo dizer que ficou tudo muito bonito. – ele gargalhou e eu o acompanhei.

Ficamos ali, conversando, por várias horas. Quando deu nove e meia, Gerard chamou minha atenção.

–Hey, que tal nós irmos lá para fora? Está ficando meio cheio e quente aqui...

Concordei e pulei da cadeira. Logo nós dois estávamos na rua, conversando animadamente sobre coisas fúteis e inúteis. Eu tinha que admitir que, a cada segundo, eu gostava mais e mais de Gerard. Não só no sentido de “amigos”, mas também no outro sentido. Infelizmente, eu tentava deixar esse segundo sentido de lado, pois sabia que ele estava longe de meu alcance. Eu teria que viver sabendo que Gerard nunca seria meu.

Eu sinceramente não sabia para onde Gerard estava me levando. Na verdade, eu acho que nem ele sabia para onde estávamos indo. O que eu sei que aconteceu foi que nós dois acabamos parando no parque da cidade. A essa hora, estava praticamente vazio, mas ainda assim estava aberto. Resolvemos entrar, afinal, não tínhamos nada a perder mesmo.

Seguimos a trilha de pedrinhas até pararmos em uma área que parecia com uma clareira, iluminada por alguns postes de luz. Gerard olhou em volta, um pouco apreensivo.

–Calma, eu já estive aqui antes. Nunca ninguém morreu aqui. – dei uma risadinha. Ele arregalou os olhos.

–NÃO ERA COM ISSO QUE EU ESTAVA PREOCUPADO, SEU INFELIZ! AGORA EU ESTOU PREOCUPADO COM ISSO TAMBÉM! – exclamou ele. Comecei a gargalhar.

–Calma, Gee! Nunca nada aconteceu aqui! Confia em mim!

–Em você eu confio, mas nesse parque... – ele gemeu. Continuei a rir, já com dor de barriga. Ele me lançou um olhar feio – Pára de rir!

–Não dá, você é muito cômico!

Ele arqueou as sobrancelhas.

–Eu sou cômico?! – como no dia da arrumação do baile, ele pôs uma perna de cada lado do meu corpo e começou a me fazer cócegas.

–OK, OK! VOCÊ NÃO É CÔMICO! PÁRA COM ISSO! – falei, entre risos. Ele não parou.

–QUEM É O CÔMICO AGORA? SERÁ QUE É VOCÊ? SERÁ? – ele sorria, vitorioso.

–AI, PÁRA! PÁRA, PELO AMOR DE DEUS, PÁRA! P... – eu fui tentar me erguer e nossos lábios acabaram se juntando uma quarta vez.

Parece que alguém lá em cima conspira contra mim, mas que droga!

–X-

POV Gerard

Nossos lábios se encostaram de novo. Nenhum de nós dois sabia o que fazer.

Anda, seu burro! É agora ou nunca!

Ah, consciência. Essa coisa é tão paciente!

Se você não fizer isso agora, nunca mais vai ter a chance!

Mas...

CHEGA DE RELUTAR. ANDA LOGO.

Rendi-me e segurei o rosto de Frank, bem como sua cintura. Senti seus braços envolverem meu pescoço e suas mãos irem em direção à minha nuca. Fogos de artifício praticamente explodiam dentro de mim e eu não queria sair daquela posição nunca mais.

Foi um beijo casto, mas cheio de emoções e palavras jamais ditas. Frank correspondia, como se estivesse esperando por isso há muito tempo.

Infelizmente, o ar fez falta e tivemos que nos separar, mas eu continuei com meus olhos fixos nele. Frank estava corado e parecia querer dizer algo, mas não conseguia, até que ouvi sua voz dizer:

–Gee... Eu... Eu n-não... M-me...

Arqueei as sobrancelhas. Ele engoliu em seco e vi seus olhos formarem lágrimas. Logo senti aquela costumeira dor no peito que sempre aparecia quando via Frank chorar.

–E-e-e-eu… T-te… Amo. – disse ele, por fim. Lágrimas riscavam seu rosto. Estendi meu braço até alcançar seu rosto e sequei uma de suas lágrimas com a ponta dos dedos.

–Frankie... Eu também te amo. – confessei. Ele arregalou os olhos, surpreso.

–S-sério? Ah meu deus! – ele parecia estar a ponto de um ataque cardíaco. Puxei-o mais para perto e beijei-o mais uma vez. Logo pedi passagem com minha língua e ele cedeu. Explorei cada cantinho de sua boca, travando uma batalha nada silenciosa com a língua dele. Após algum tempo, tivemos que nos separar. Frank pulou para cima de mim e me abraçou fortemente.

–Eita, calma. – ri baixinho – Você vai quebrar meu pescoço!

–Ah, desculpa... – ele retirou os braços de volta do meu pescoço, corando um pouco ao me olhar. Sorri e levantei levemente seu rosto, acariciando-o

–Frankie, eu te amo tanto... – sussurrei, afastando sua franja que teimava em cair em seus olhos verdes – Desculpa por não ter dito nada antes, eu estava muito confuso sobre meus sentimentos...

–Eu sei como é. Eu vivo em meio a uma confusão de sentimentos... – riu amargamente – Mas você sabe que não precisa ficar comigo porque sente pena de mim...

–Eu não vou ficar com você porque sinto pena de você. Eu vou ficar com você porque eu te amo. Mais do que tudo nesse mundo. – abracei-o carinhosamente, enquanto ele brincava com meus dedos. Frank sorria feito bobo, parecia uma criança que havia ganhado um brinquedo novo. Sorri e beijei o topo de sua cabeça. Frank se virou para mim e beijou meu pescoço.

–Gee... Você sabe que uma hora vamos ter que voltar para casa, não é? Não quero levar bronca logo agora que consegui convencer minha mãe a pôr Pansy de volta na parede.

–Eu sei, acalme-se. Nós vamos voltar para casa.

–E... Eu senti um pingo?

–Não, deve ser coisa da sua imaginação.

–Não, sério, eu senti um pingo.

–Oh-oh. Eu também.

Ele ficou sem dizer nada.

–Fudeu! – ele piscou ao sentir um pingo d’água cair em seu olho. Ri divertidamente e puxei-o para debaixo de algumas árvores, onde estaríamos protegidos. Dois minutos depois, a chuva aumentou e ficou mais forte, criando uma tempestade surpreendente.

–Agora temos uma desculpa para chegarmos tarde.

Ele riu baixinho. Envolvi Frank em meus braços, protetoramente. Ele se encolheu em meu peito e fechou os olhos. Em algum ponto da noite, acabamos dormindo, com o barulho da tempestade. Eu estava mais feliz do que nunca por ter Frank em meus braços, dormindo serenamente.


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Notas finais do capítulo

O que é isto que eu ouvi?
Um coro de aleluia? -QQQQQQQQQQQ
Pois é, parece que chegamos na metade da fic! FINALMENTE -Q
Enfim, eu sei que eu demorei na relação deles e blablabla mas, oras, esse era o foco da fic: a relação. E relações demoram para se formar/solidificar. Além do mais, eu gosto de torturar vocês, é.
Beijo '-'