My Bulletproof Heart escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 24
23-Every tear, a waterfall


Notas iniciais do capítulo

Eu ia postar mais cedo, só que duas coisas aconteceram:
Primeiro porque estava escrevendo mais one-shots, já que, quando eu mencionei que talvez ia parar de escrever ones, CERTAS PESSOAS ME AMEAÇARAM NÉ? -QQ
Segundo porque hoje começou a passar My Chem no Boombox All Access, daí eu saí correndo pra ver e_e
(Falando nisso, meu eterno obrigada para a Maria Clara, por ter me avisado que estava passando -q)
Bom... Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/188075/chapter/24

-Er... Gerard! Oi! Como vai?

-Oi. – respondeu ele, seco. Ele colocou meu iPod na minha mão. Provavelmente eu tinha esquecido aquela merda na casa dele.

-Ah... Quer entrar?

-Não, obrigado. – disse ele, mantendo o tom de voz.

-Gerard, espera...

-Esperar o que? Você vir com as suas desculpas esfarrapadas? Não, obrigado!

-Ih... Fudeu... – ouvi Bob murmurar ali atrás e se levantar – Escuta Frank... Nós terminamos outro dia, ok... ? Er... Tchau!

-Tchau, Franks! – disse Ray, saindo da minha casa pela outra porta, junto com Bob.

Covardes, pensei, nem podem ficar mais dois minutos para me ajudarem!

-Gerard... É sério... Me desculpe...

Ele não respondeu, apenas bufou e virou a cara.

-Por favor... Diz alguma coisa... – eu estava praticamente implorando.

-O que tem pra dizer? Você mentiu pra mim, foi isso que aconteceu. – ele virou o rosto em minha direção. Seus olhos demonstravam decepção.

-Mas eu não queria... Foram aqueles dois...

-Não ponha a culpa em quem não tem nada a ver com isso.

-Quer deixar eu terminar?!

Ele bufou de novo e se recostou na porta, fazendo um gesto para que eu continuasse meu relato.

-Olha... Antes de ir para a biblioteca ontem, eles me disseram que eu tinha marcado de jogar com eles hoje... Só que eu não queria ficar sem fazer o trabalho com você, afinal, eu já tinha marcado com você. Porém, se eu furasse com Bob e Ray, eles iam ficar furiosos.

-Por que não explicou para eles que o trabalho era mais importante?

-Eu tentei! Mas eles não me dão ouvidos!

Gerard suspirou fundo.

-Você tem que decidir quais são suas prioridades, Frank. – seu tom não era mais seco, e sim cansado.

-Eu sei, eu sei! Me desculpe... Eu não consigo fazer nada direito... – meu corpo entrou em colapso e caiu na cadeira. Gerard apenas assistiu tudo, deu a volta e se sentou na cadeira ao meu lado.

-Eu te desculpo. Mas, em troca, quero que você comece a repensar quais são suas prioridades. Ok?

-O-ok... – gaguejei, com a voz fraca. Meus olhos estavam retendo as lágrimas, mas eu sabia que não conseguiria retê-las por muito tempo.

-Frank, você... Você está chorando? – ele arregalou os olhos.

-N-não, seu idiota! Est-tou suando pelos olhos! – gritei quando as lágrimas começaram a descer livres. Gerard arqueou as sobrancelhas.

-Me desculpe...

-Não é culpa sua. – bufei, apoiando os braços na mesa.

De repente, Gerard fez uma coisa inesperada: aproximou sua cadeira e secou uma de minhas lágrimas que escorriam pela minha bochecha. Olhei para ele com ar de dúvida.

-Frank... Para de chorar. Isso está me machucando.

Franzi a testa. A sua expressão era de dor intensa.

-Só... Só para. Por favor. – disse ele. Seu tom era de súplica. Limpei o rosto com a manga da blusa e comecei a me controlar. Ao ver quer eu tinha parado de chorar, Gerard suspirou aliviado.

-Obrigado.

-De nada, mas... Por que...

-Eu não sei, ok? – cortou ele – Eu não sei. Só não consigo ver você chorando.

Mordi o lábio.

-Desculpe...

-Não é culpa sua. – respondeu ele, com a voz rouca.

Ele se levantou.

-Acho melhor eu ir andando...

-Espera!

-Sim?

-Acho que... Como eu já não tenho mais o que fazer por aqui... Por que não terminamos o trabalho logo? – abri um meio sorriso sem graça.

-Sem desculpas para sair dessa vez?

-Sem desculpas.

-Então tudo bem. – ele abriu um sorriso.

-X-

-Então, quem fez o trabalho que eu pedi para hoje? – perguntou o professor de história na segunda-feira.

Ouvi vários murmúrios de dúvida e de negação. O professor arregalou os olhos.

-NINGUÉM fez?! É isso mesmo?!

Toda a turma ficou em silêncio. Lancei a Gerard, do outro lado da sala, um olhar cúmplice e nós levantamos a mão ao mesmo tempo.

-Sim?

-Nós fizemos.

Ele arregalou ainda mais os olhos.

-O Iero fez um dever de casa?!

Lancei-lhe um olhar irônico, do tipo “Ah, jura?!”.

-Ok, temos que comemorar isso! O Iero fez um dever de casa! Ah sim, Sr. Way, você é uma ótima influência! Talvez esse caso perdido não seja tão “perdido” assim!

-Ha-ha-ha. Muito engraçado. – comentei. O professor mostrou um sorrisinho inocente.

-Então, querem apresentar?

Assentimos. Colocamos o pen-drive no datashow e apresentamos nosso trabalho sobre a Segunda Guerra Mundial.

Alguns minutos depois, como sempre, o pessoal começou a aplaudir, mesmo que nosso trabalho não estivesse a melhor coisa do mundo. O professor levantou e começou a fazer uma dancinha esquisita. Fiz uma cara curiosa e ele disse:

-Pela primeira vez na vida, você vai ganhar uma nota máxima na minha matéria, Iero! Ah meu deus, hoje é o dia dos milagres!

Confesso que até eu estava surpreso. Gerard bateu nas minhas costas e me parabenizou. Dei um meio sorriso, ainda meio atônito pelo que tinha acabado de acontecer. Lentamente, a ficha foi caindo. Minutos depois, eu estava sentado no meu lugar, rindo da cara de Bob e Ray.

-Há há! Trouxas! Ficaram sem nota! Lalalalala!

-Ah, vá pro inferno, Frank! – murmuraram os dois ao mesmo tempo.

-Isso que dá fazer trabalho com os amigos! A maioria das vezes não sai porra nenhuma! Como se sentem agora?!

-Frank, cala essa boca, vai? – disse Bob.

-Não. – abri um sorriso.

-Frank, por que você não vai tomar no... – Ray foi interrompido pelo professor que começou a falar.

-Quanto aos outros que não fizeram... Bom, sinto muito mas vão ganhar um zero.

-Zero?! – gritou o nerd da sala.

-Sim, Sr. Johnson. ZERO.

-Mas...

-Sem mas. Não quero saber.

Dito isso, o professor começou a passar matéria para gente.

No fim da aula, fui até a carteira de Gerard e chamei sua atenção. O menino tirou um dos fones e olhou para mim.

-Er... Obrigado. Sem você, eu não ia ter conseguido essa nota... Pra falar a verdade, acho que eu nem ia ter feito o trabalho.

-Não tem problema. – ele sorriu.

-Não, é sério... Eu queria te agradecer de alguma forma... E também me desculpar pelo que eu fiz. Será que você não queria... Sei lá... Ir na sorveteria comigo amanhã depois da detenção? Sei lá... Pra comemorar o nosso último dia presos naquela biblioteca e tudo mais... – sorri, sem graça. Ele franziu a testa por uma fração de segundo, mas logo sorriu animadamente.

-Claro! Amanhã depois da detenção?

Fiz que sim. Ele sorriu mais ainda. Estranhei seu comportamento. Parecia que ele nunca tinha sido convidado para nada, eu hein!

Voltei para o meu lugar, debaixo de olhares questionadores de Bob e Ray.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom... É e_e
Só tenho uma coisa a dizer: Coisas interessantes acontecerão na sorveteria. Mas eu ainda não cheguei lá. Só no capítulo 25, eu acho u.u
Yup... Beijos.