04 de maio de 2007 ás 10h00min

Daiana Narrando:

Fui à sala pegar o casaco porque de uma hora pra outra começou a esfriar, e não queria passar o intervalo inteiro com frio, chegando à sala me deparei com Alana saindo pela porta com uma nota de 50 reais nas mãos, me deu um sorriso falso. Enquanto procurava o meu casaco, Déco entra na sala e começa a procurar em suas coisas alguma coisa, de fato ele não sabia onde estava, pois procurou desesperadamente, não olhou pra mim, simplesmente saiu da sala como se eu não estivesse ali. Alexandre se concentrava sem piscar em uma revista de dicas e macetes para o ENEM, eu ficava pasma em saber que eu fico a aula inteira esperando dar o intervalo e esse guri, invés de sair fica dentro da sala mofando.

Déco Narrando:

- Gente acredita que eu perdi 50 reais. (Déco)

- Como assim? (Julian)

- Não sei, estava dentro da minha bolsa, dentro da carteira. (Déco)

- Af, você também né, tá na cara que roubaram. (Guto)

- Será gente? (Déco)

- Ué, você tem que tomar cuidado, hoje em dia ninguém mais deixa a carteira dentro da bolsa, dando sopa do jeito que você deixou. (Guto)

- Credo Gente! Que perigo viu. (Julian)

Que ódio, agora como é que eu vou lanchar, o duro é que estou morrendo de fome, não tomei café antes de sair de casa. A galera tava toda reunida no nosso point, galera que eu digo, eu, Guto e Julian, pra mim já era o suficiente.

- Aconteceu alguma coisa amor? (Alana)

- Sim, acredita que eu fui roubado? (Déco)

- Ai, meu Deus. Como? Onde? Quanto? (Alana)

- Não sei exatamente, só sei que foi 50 reais, droga, eu tinha recebido minha mesada ontem a noite do meu Pai. (Déco)

- Que chato, mas vamos fazer o seguinte, já que você tá sem dinheiro, eu compro seu lanche de hoje e depois quando você tiver, você me devolve, pode ser? (Alana)

- Não Alana, eu não posso aceitar. (Déco)

- Deixa de ser um bobo machista rapaz, somos namorados não há nada de ruim nisso. (Alana)

Alana saiu, e foi em direção a cantina.

- Aim, Déco eu acho que você devia dar mais atenção pra Alana. (Julian)

- Como assim mais atenção? (Déco)

- É que ela tem se aberto comigo, dizendo que você não demonstra nem carinho por ela. (Julian)

- Se eu não demonstro é por que não tenho carinho algum. (Déco)

- Nossa! Mano não é pra tanto né, tá na cara que ela gosta muito de você. E você pelo menos podia tentar retribuir a altura. (Guto)

- Sim, mas vocês não conseguem entender o que se passa entre nós dois. (Déco)

- Eu entendo sim, perfeitamente, ela faz de tudo pra te agradar e você não tá nem ai pra ela. (Julian)

- Eee, mais o que eu fiz pra merecer isso, o que deu com vocês? (Déco)

- Mas você não gosta dela? (Julian)

- Gostar eu gosto, só que ultimamente eu ando tão confuso com os meus sentimentos. (Déco)

- Então se você gosta porque não entra de cabeça nesse relacionamento? (Guto)

- É porque eu gosto dela de uma maneira diferente sabe. (Déco)

- Ah saquei tudo agora, você está com ela somente por pena é isso? (Julian)

- Mais ou menos, quer dizer, essa não é a palavra certa para distinguir o que sinto por ela. (Déco)

- Confesso que esperava mais de você, não é certo brincar com sentimentos de ninguém, se coloca no lugar dela pra você ver a burrada que você está fazendo. (Julian)

- Exatamente isso, eu me coloquei no lugar dela, por isso que estou com ela, poxa, ela ta enfrentando a maior barra na casa dela, e mais tristeza não seria uma coisa boa, eu vejo que ela gosta muito de mim, e me tem como um refúgio, não quero decepcioná-la. (Déco)

- Sim, mais pra mim a verdade sempre é a melhor opção. (Julian)

Julian Narrando:

- Gente, esta quase acabando o intervalo e eu ainda tenho que devolver um livro, a gente se vê na sala. (Julian)

Fui para a Biblioteca e encontrei com Pipa pesquisando algo no computador.

- Oiê. (Julian)

- Oie. (Daiana)

- O que você ta fazendo? (Julian)

- Estou lendo sobre uma dieta que promete a perca de 3kg por semana. (Daiana)

- Dieta pra quê? Olha a sua finura menina. (Julian)

- Finura? Eu estou virando um balão. (Daiana) #Enchendo as bochechas de ar e arregalando os olhos.

- Para de fazer essas caretas. (Julian) #ri

- Mas conta ai, o que você tava fazendo de bom, a não ser ficar com o Guto. (Daiana)

- Besta você né. Eu estava lá no point com os meninos e a Alana. (Julian)

- Alana, Alana essa menina virou carrapicho agora? (Daiana)

- Você devia dar uma chance a ela, ela esta muito diferente, esta um amor de pessoa. Mas você não tinha perdoado ela? (Julian)

- Perdoado, você não reparou que ela me pediu desculpas só pra impressionar o Déco. (Daiana)

- Pelo que ela me disse, as desculpas foram sinceras. (Julian)

- Ah, e você acreditou. Na boa, é bom sempre ficar com um pé atrás. Mais fora isso, sobre o que vocês estavam conversando? (Daiana)

- Tipo, o Déco chegou desesperado porque roubaram a mesada dele dentro da sala. (Julian)

- Que chato, mais foi a mesada inteira? (Daiana)

- Não sei, só sei que foi 50 reais. (Julian)

- Espera ai, Quanto você disse? (Daiana)

- 50 Reais por quê? (Julian)

- Aaaa, vadia, eu sabia que tinha alguma coisa de errado. (Daiana)

- Que coisa de errado? Pipa espera aonde você vai? (Julian)

Daiana saiu correndo da biblioteca com um ar de decidida. Alguma coisa me dizia que o barraco estava por perto. Antes de mesmo de chegar no point já ouvi Daiana gritar.

- Agora além de Falsa, Mesquinha e Nojenta virou ladra também? (Daiana)

- Você está falando comigo? (Alana)

- Não se faça de tola, com quem mais poderia ser? (Daiana)

- Como assim Ladra? (Déco)

- Déco, você não disse que tinha perdido 50 reais? (Daiana)

- Disse por quê? (Déco)

- Então, agorinha pouco quando eu fui a sala eu dei de cara com a Alana saindo com uma nota de 50 reais nas mãos. (Daiana)

- Isso pode ser pura coincidência. (Guto)

- Coincidência nada, essa menina te roubou Déco. (Daiana)

- Pipa, você não pode acusá-la sem provas. (Déco)

- Provas? Pra quê? Meu, porque é tão difícil assim de acreditar em mim. (Daiana)

- Não é que é difícil, é que você sempre teve implicância com a Alana sem motivos. (Julian)

- Caraca Julian, até você duvidando de mim. (Daiana)

Que clima em, Daiana saiu bufando de raiva, Alana jamais faria isso, não consigo imaginar o motivo para isso, foi uma coincidência que só piorou o clima entre Daiana e Déco com certeza.

- Deixa ela Déco, foi só pensamento errado da parte dela, não foi com má intenção, talvez ela só queria te ajudar. (Alana)

- Não, ela não queria me ajudar, o que ela queria mesmo era te acusar, isso sim. (Déco)

- Deixa pra lá isso, e come seu lanche que já está esfriando. (Alana)

Fui procurar Pipa pelo pátio, e a encontrei saindo da cantina.

- Você nem pra me defender também né Julian. (Daiana)

- Defender como, você parou pra pensar no que você fez? (Julian)

- Sim, eu fui tentar desmascarar aquela vadia, e pelo visto ninguém acredita no que eu falo. (Daiana)

- Exatamente esse foi seu erro, tentar desmascarar alguém que não tem máscaras. (Julian)

- Como não tem máscaras? Aquilo tem uma máscara de ferro na cara, que quando cair é perigoso quebrar o chão de tão pesada. (Daiana)

- Você ta tão atordoada com essa menina que nem pensa no que fala, você devia estar achando uma maneira de se aproximar do Déco novamente e não ficar perdendo tempo com a Alana. (Julian)

- Sim, mas parece que ela fica botando entulho no meu caminho, e enchendo a cabeça dele com merda a respeito de mim, quer apostar quanto que agora nesse exato momento ela ta lá se fazendo de santa. (Daiana)

- Para Pipa, você tem que dar uma chance pra ela, você esta vendo problema onde não tem, quem sabe ela não seja a solução para os seus problemas. (Julian)

- Solução para meus problemas, você só pode estar brincando ela é o motivo deles. (Daiana)

- A pessoa mais próxima dele no momento é a Alana, e ela pode muito bem te ajudar a se aproximar dele, é só você deixar esse orgulho de lado e ir pedir ajuda a ela. (Julian)

- Olha que não é uma má idéia, posso me tornar a BFF dela,kkkkk,você não pode estar falando sério, é pegadinha só pode, onde que está as câmeras? (Daiana)

- Então ta, fica ai, se lamentando por não ter mais amizade do Déco. (Julian)

- Ah, que castigo, toca na ferida vai, pelo visto você esta aprendendo rápido com a Cutia do Mato. (Daiana)

- Cutia do Mato? Pelo visto não dá pra conversar com você mesmo né. (Julian)

Daiana Narrando:

Ah mais ela não me engana não, esse bicho do mato ainda vai cair na minha arapuca, se não, não me chamo Daiana Alvarez. Eu mereço viu, até no banheiro essa Baranga vem poluir o ar.

- É melhor manter distância meninas, porque é perigoso um certo alguém te manchar de base acidentalmente. (Daiana)

- Pode ficar tranqüila querida, que não cometo acidentes aqui tudo é planejado, bem ao contrário de você que não pensa antes de agir, me acusando sem provas, mas que tolinha você é, tentando me derrubar com isso, pra me destruir você terá que fazer muito além disso. (Alana)

- Eu estou super tranqüila, agora você é melhor ficar esperta porque uma hora ou outra a máscara vai cair. (Daiana)

- Não se esqueça colega, que nem os seus amigos acreditam mais em você, ta com moral eim. (Alana). # Saindo pela porta.

Eu mato um hoje é sério, que ódio dessa Guria, preciso pensar em algo, melhor eu preciso traçar um plano, porque daqui a pouco ela convence até a única amiga que me restou a ficar contra mim, coisa que pelo visto não vai demorar muito já que Julian está defendendo Alana com unhas e dentes.

Após o sinal bater, esperei todos entrarem na sala de aula, e fiquei fazendo hora no bebedor, eu não tava afim de entrar, na verdade eu não estava afim de olhar na cara de ninguém, poxa quando foi que eu perdi o fio da ninhada, Caramba! De uma hora pra outra quando tudo tava bem parece que o mundo caiu sobre a minha cabeça, eu queria mesmo é tentar ser feliz mais ta difícil viu, cada passo em falso me afunda mais e mais, e isso só vai me afastando de quem eu amo, o que antes era rotina agora é saudade, será que não ta na hora de eu partir pra outra, sei lá sair mais de casa, conhecer novas pessoas, novos lugares, minha cabeça ta muito quente, eu ando tão longe que amanhã é meu aniversário e ainda eu nem sei o que pedir pra minha mãe, que por sinal sempre me deu tudo que eu pedia. Entrei na sala de aula sem muito rodeio, nem pedi licença e fui logo sentando sem se sequer olhar para os lados.

- Bom dia sala, Bom dia sala? (Prof. Rubens)

- Bom dia. (Sala, ou melhor, alguns da sala)

- Senhorita Maiara, dá só por um instante pra parar de conversar com a Alana, ou então vou pedir pras duas se retirar da sala. (Prof. Rubens)

- Ai, Professor mais tu é chato mesmo eim. (Maiara)

- Chato eu, o que ta se tornando chatice aqui é eu ter que aturar você a tumultuar minha aula, por favor, sente-se. (Prof. Rubens)

A sala se calou instantaneamente.

-Assim, está bem melhor, Bom turma hoje antes de iniciar a minha aula, eu como tutor da sala de vocês, fiquei encarregado de lhes comunicar sobre algumas contribuições que o Terceirão terá que dar a Semana de Literatura, como vocês já sabem a Semana de Literatura é uma iniciativa do Tiradentes de mostrar a comunidade o trabalho de leitura desenvolvido aqui no colégio, nesse ano especialmente nossa sala terá uma participação fundamental. (Prof. Rubens)

- Mas, Prof, que Graça tem trabalhar em uma Semana de Literatura, hoje em dia ninguém mais lê nada de livros, todo mundo assisti os filmes que são bem melhores e bem mais rápidos. (Maiara)

- Logicamente que essa averiguação só poderia vir de você mesma né Maiara, bom se vocês quiserem formatura no final do ano eu aconselho que vocês trabalhem duro, pois não passo ninguém pelo conselho e o que estou pra propor pra vocês valerá a nota do Bimestre. (Prof. Rubens)

- Concordo com você Professor, é meu primeiro ano aqui na escola, não sei como é que essa Semana de Literatura funciona, que tipo de contribuições nossa sala terá que ter? (Julian)

- Todo ano é feito uma hora cívica para os alunos de outros colégios e pais, com apresentações, e nesse ano eu tive uma idéia acatada e incentivada pela diretoria de fazer romances literários encenados, ou seja, partes de romances como uma pequena peça teatral em duplas, porém para isso vou ter que contar com a ajuda de vocês. (Prof. Rubens)

- Mais, nem morto que eu pagarei mico na frente de todo mundo. (Guto)

- Se não quiser pagar esse mico, Augusto, você simplesmente ficará sem nota em Literatura. (Prof. Rubens) #Guto fez cara de deboche e eu ri por dentro.

- Mas que romances o senhor está pensando em fazer? (Julian)

- Vários, vocês verão, o Professor de Artes me disse que Daiana tem um ótimo currículo em peças teatrais no colégio, eu queria saber se você poderia me ajudar? (Prof. Rubens)

- Posso ajudar sim Professor, mais de que maneira? (Daiana)

- Aceitando o meu convite de ser a Julieta do romance de William Shakespeare. (Prof. Rubens)

- Aceito sim Professor, mais quem será o Romeu? (Daiana)

- Coloca o Alexandre como Romeu professor! (Guto)

- Ótima idéia professor ele é tão ultrapassado que ficaria ótimo nas roupas de época. (Edu)

- Acho melhor não eim, ele não daria conta da cena do beijo, já que tem cara de BV. (Guto)

A sala inteira caiu na gargalhada, nem eu me contive.

- Chega de Brincadeira Turma, isso é uma coisa séria, vou deixar a critério da própria Julieta escolher o seu Romeu. (Prof. Rubens)

Fiquei louca no momento, já começaram a surgir nomes na minha cabeça mais não chegava a nenhum consenso. Tinha um menino o nome dele era Felipe já atuou em algumas peças comigo, ele já olhava pra mim com aquele olhar do tipo “escolhe eu”, mais eu fui mais fundo, até ter idéia de que isso era uma arma em minhas mãos, olhei para Alana que conversava no fundo da sala com Maiara, o plano foi traçado em questão de segundos em minha mente.

- E então Daiana, já sabe quem será seu par nesse romance? (Prof. Rubens)

-Sim professor já sei quem será. (Daiana)

- Então diga. (Prof. Rubens)

Todos ficarão em silêncio, apreensivos, a maioria dos alunos provavelmente torcendo para não serem escolhidos.

- Déco. (Daiana)

Somente essa palavra, bastou para Alana me comer com os olhos, juntamente com a fechada expressão de quem queria me matar. Dei um sorrisinho de leve só para provocação.

- Pula fora, Déco. (Guto)

- Brian, você aceita o papel? (Prof. Rubens)

Déco Narrando:

Naquele momento perdi a fala, ela olhava pra mim sorrindo e Guto ficava nas minhas orelhas falando pra eu cair fora, não pensei nas circunstâncias e disse sim.

Daiana Narrando:

- Pronto! Finalmente o Primeiro casal está formado tenho certeza que farão um excelente trabalho, boa sorte. (Prof. Rubens)

- Obrigada, Professor pode apostar que sim. (Pipa) # Olhando Fortemente para Alana.

- Ok, então vamos prosseguir com a aula e no final me procurem para pegar seus papeis nos romances e pegar o script da peça. (Prof. Rubens)

Alguns Minutos se passaram:

- Bom turma, por hoje é só, lembrando que vocês vão ter duas semanas para a apresentação, boa sorte a todos e um bom trabalho. (Prof. Rubens)

- Bem pensado Pipa, tacada de Mestre. (Julian)

- Tacada de Mestre? (Daiana)

- Sim, você ter escolhido o Déco como Romeu. (Julian)

- Ah, você está falando disso, muito obrigada, to orgulhosa de mim mesma, kkk, você viu só a cara dela? (Daiana)

- A cara de quem Pipa? (Julian)

- Oxe, da Alana de quem mais poderia ser, ela quase explodiu de ódio quando falei o nome do Déco. (Daiana)

- Que saco eim! Eu to te parabenizando não por isso, e sim porque é uma ótima forma de reaproximação de vocês dois. (Julian) # Olhando para o Déco.

- Ah, entendi agora, não tinha pensado por esse lado, não é que você tem razão. (Daiana)

Déco estava conversando com Guto e Alana, cheguei de mancinho, pedindo licença.

- Déco, obrigado por ter aceitado o papel. (Daiana)

- Ah, imagina Pipa. (Déco)

-Então a gente precisa marcar um ensaio não é mesmo? (Daiana)

- Sim, precisamos sim, mais quando você está pensando? (Déco)

- Amanhã cedo, pode ser? (Daiana)

- Não sei não, Pipa, amanhã tenho que fazer algumas coisas pra minha mãe. Tá, mais pensando bem, não vai demorar muito, dependendo das horas pode até ser que dê tempo, não pode ser umas dez? (Déco)

- Pode sim, aqui na escola mesmo? (Daiana)

- Pode, mais amanhã é sábado vai estar aberta? (Déco)

- Então, é bem provável que sim, porque tem conselho de classe e detenção. (Daiana)

- Sério? Amanhã tem detenção? (Alana)

- Tem sim Alana, por quê? (Daiana)

- Por nada, só pra saber. (Alana)

- Tá marcado então? (Daiana)

- Tá sim. Estarei Aqui. (Déco)

- Té mais então Galera, tenho que ainda pesquisar algumas coisas sobre a peça. (Daiana)

Sai de fininho, me sentindo a poderosa, e felizaça só de ver a fuça da cutia do mato, daquele jeito.

Saindo pelo portão escutei a voz de Julian me gritando.

- Pipa, espera! (Julian)

- Que foi Juju? O que aconteceu? (Daiana)

- Nada não amiga, é que amanhã é seu aniversário, e eu vim ver se você pretende fazer alguma coisa. (Julian)

- Sei não, Amiga ando meio desanimada. (Daiana)

- Larga mão, de deprê pelo amor de Deus, vamos hoje ao Heros só nós duas, curtir um pouco, qualquer coisa você curti amanhã com seus pais. (Julian)

- Ah, pode ser então as oito? (Daiana)

-Beleza, nós nos encontramos lá. (Julian)

- Encontramos lá na onde? (Guto)

- Não é da sua conta rapaz. (Daiana)

- Segredinhos então né, deixa vocês. (Guto)

- Seu curioso. (Julian) # dando um selinho em Guto.

Déco Narrando:

- Posso saber o porquê você aceitou ser o Romeu? (Alana)

- Simplesmente porque eu gosto muito de William Shakespeare, e já li esse livro duas vezes. Mais por que a pergunta?(Déco)

- Por nada, tem certeza que é só por isso mesmo? (Alana)

- Tenho sim, iiii, já vai começar com esse ciuminho besta. (Déco)

- Não é ciúmes, só achei que você iria preferir fazer um romance comigo. (Alana)

- Mas não precisa ficar preocupada, nós já vivemos um romance. (Déco)

Alana deu um sorriso de leve, e me deu um beijo, depois disso fomos embora, logicamente que eu não tinha lido o livro duas vezes, é que a carne é fraca e meu coração falou mais alto, não consegui evitar mesmo tendo certeza de que irei quebrar a cara,espero que eu saiba lidar com isso, não posso demonstrar ou deixar que ela note meu sentimento por ela, isso só deixaria as coisas muito mais difíceis.

Julian Narrando:

Cheguei em casa, eu precisava traçar um plano para que meu pai deixasse eu sair de casa hoje, nada se passava pela minha cabeça a num ser enche-lo de regalias, ou puxar saco de alguma forma, só que bajulação não funciona mais com ele, com o tempo ele foi ficando resistente a isso, decidi então pedir ajuda a minha mãe, mas de nada adiantou nem ela depois de quase vinte anos de casada tinha descoberto a formula para domar a fera, pensei positivo e resolvi ajeitar a roupa pra hoje a noite.

Déco Narrando:

Eu sabia que amanhã seria o aniversário de Pipa, como não saber? Sempre passamos juntos essa data, depois de muitos anos isso se tornou rotina, com o controle remoto na mão eu passava de canal a canal vendo se tinha algo que prestasse na televisão, na sessão da tarde , a lagoa azul marcava presença, fiz cara de nojo e desliguei a TV, sentei na cadeira de área com vista para rua, voltei a pensar no aniversario dela e constatei que sou um fraco, por passar essa data brigado com ela, eu tentava me afastar, mais de alguma forma nunca parava de pensar nela, além do mais ela era minha melhor amiga e eu já nem lembro mais porque brigamos, eu sempre dizia que nossa amizade iria prevalecer acima de tudo e todos, que seriamos fortes, que defenderíamos , que cuidaríamos um do outro, que enfrentaríamos quem fosse,porém não cumpri com o meu combinado, já tinha percebido várias vezes suas tentativas frustradas de reaproximação, poderia ao menos ter dado uma trégua, mais não, me tornei esse mostro enrustido que jamais dá o braço a torcer, em meio a pensamentos oriundos tive uma idéia de reatar os laços de longínquos tempos, decidi então comprar flores e levar amanhã no ensaio da peça de teatro, seria uma forma de me redimir, voltar atrás onde erramos e recomeçar da onde paramos, junto com os parabéns ela ouviria um pedido de desculpas e como conheço Pipa completamente ela jamais deixaria de aceitar minha redenção, plano perfeito digno de triunfo, poucas vezes nessa vida me senti satisfeito com minha maneira nerd de levar a vida.

Daiana Narrando:

Após comentar com minha mãe os meus planos de aniversário, ela me presenteou com um vale compras em uma loja respeitadíssima da cidade, instantaneamente gritei euforicamente de alegria.

-Era pra ter dado o nosso presente amanhã e não hoje. (Paulo)

- Sim amor, mais é que ela vai sair com as amigas dela hoje e eu pensei que ela já quisesse comprar algo novo pra vestir. (Dona Lúcia)

Não deu outra, troquei o uniforme que ainda estava no meu corpo rapidamente, fiz uma trança básica no cabelo, calcei minha bota e um shortinho parecendo super country, e sai feito uma doida pra pegar a circular que passava em instantes, não queria perder um minuto das compras, a loja fechava as seis e já era umas três da tarde.

Julian Narrando:

Já se passava das sete horas, e eu ainda não tinha achado um jeito de convencer meu pai, resolvi deixar fluir, digo me arrumar e só avisar que estava saindo, depois de estar toda produzida e make perfeita, calcei o salto e sai em direção a sala, primeiramente olhei para os lados para conhecer o terreno e averiguar onde o inimigo se encontrava, estava ele sentado no sofá de frente para televisão, seria impossível sair de casa sem que ele percebesse, levantei a cabeça tomei coragem e fui.

- Aonde você pensa que vai mocinha? (Pai)

- Vou sair com uma amiga minha. (Julian)

- Você pensou que iria sair de casa sem autorização minha? (Pai)

- É que eu sei, que se eu pedisse você não ia deixar mesmo. (Julian)

- Como você pode ter tanta certeza disso? (Pai)

- Ah, quer ver só uma coisa, Pai o Senhor me deixa sair hoje com minhas amigas? (Julian)

- Não. (Pai)

- Tá vendo por que eu não peço você nunca me deixa sair pra canto nenhum. (Julian)

- Isso não é verdade, ontem mesmo nós comemos fora de casa. (Pai)

- Nós? Eu, você e mamãe, poxa eu to cansada de programinha de família, eu também tenho amigos. (Julian)

- Amigos esses que quase te levaram pra prisão, já pensou o que pensariam de um juiz que tem uma filha na cadeia? (Pai)

- Reputação, é só nisso que você pensa, só no seu trabalho de merda. (Julian)

- Olha o jeito que você fala comigo menina, é esse trabalho que te sustenta. (Pai)

- Será que você ainda não percebeu que eu queria ter um Pai dentro de casa e não um juiz. (Julian)

Comecei a chorar, sai correndo para o meu quarto e bati a porta com muita força. Sentei na minha cama abracei os joelhos e fiquei ali meditando na minha ardorosa raiva.

Minha mãe veio logo atrás de mim me consolar.

- Filha, não fica assim, você sabe que ele só quer seu bem. (Mãe)

- Meu bem, ele me coloca numa redoma de vidro, e quer que eu fique bem. (Julian)

- Já cansei de dizer a você que é perigoso você sair sozinha de casa, seu pai tem muitos inimigos, que podem te fazer algum mal. (Mãe)

- Eu sei mãe, mas isso não é vida, me sinto acorrentada a ele, eu devia ter ficado no Japão que seria bem melhor. (Julian)

Minha mãe saiu do meu quarto, não sou um cavalo pra receber ordens, ao menos eu tinha que ligar pra Pipa pra avisá-la do imprevisto, quando tentei abrir a porta, para minha surpresa a encontrei trancada, não acreditei no que estava acontecendo, comecei a gritar pra ele me soltar, ele só me dizia que tudo era pro meu bem, a minha janela era com grades, me contive e fui deitar.

Daiana Narrando:

ogo que cheguei no Heros me sentei em uma mesa para esperar Julian, minha noite prometia ser perfeita, estava com um vestido perfeito, era de liquidação mais mesmo assim era perfeito, bem justinho, logicamente que meu pai não viu eu saindo de casa, se tivesse visto não sairia vestida do jeito que estava, o garçom passou em minha mesa e me deixou um recado, ansiosa para abrir o papel pedi uma água com gelo. No papel estava escrito:

- Olá Loira, como você está irresistível nesse vestido.

Não contive minha curiosidade, mal tinha chegado e já estava arrasando, quando o garçom trouxe a água perguntei a ele de quem era o remetente, e me disse que era de uma moça de vermelho atrás de mim. Na hora fiquei chocada, cantada de mulher nunca tinha recebido uma em toda minha vida, e pensei que nunca iria receber, ao olhar para trás disfarçadamente, tive uma baita decepção quando vi Alana fechando os olhos fazendo biquinho e mandando beijo. Que ódio, na véspera do meu aniversário essa vadia tem que estar presente, brincadeira viu. Se ela continuar aqui, quando Julian chegar vou querer ir pra outro lugar.

Alana Narrando:

Como eu sou Diva, em provocações, não foi nada planejado, não consegui evitar de intimar Daiana, vi pela sua reação que detestou e eu logicamente adorei. Meu telefone começou a tocar:

Começo da Ligação:

- Alô. (Alana)

- Posso saber o que você está fazendo, que ainda não pensou na coisa certa a fazer. (XXX)

- Eu estou trabalhando agora, não me enche. (Alana)

- Trabalhando uma hora dessas? Imagino até no que você está trabalhando. (XXX)

- Af, cala boca, você não sabe de nada, se ao menos me pagasse uma boa quantia eu não precisava estar noites e noites ralando duro. (Alana)

- Eu pago quando você merece, e já que você ultimamente não está merecendo nada, eu não vou pagar mesmo. (XXX)

- Desculpe, é que ultimamente eu ando tão cansada, que não estou tendo cabeça mais para pensar em nada. (Alana)

- Você pode arrumar cabeça, porque se não você já viu né. (XXX)

- Tá, vou pensar em algo, agora me deixa em paz, por favor. (Alana)

Não deu tempo nem de tomar um gole da coca pro meu celular tocar de novo. O trabalho me chama.

Daiana Narrando:

Julian estava demorando, alguma coisa na certa tinha acontecido, ela não ia me deixar plantada aqui esperando, que maravilha me produzi toda pra nada,Alana levantou e saiu andando, foi quando vi Edu e Maiara vindo em minha direção.

- Oi Daiana, o que você está fazendo aqui sozinha? (Edu)

- A gente, eu estava esperando a Julian, mais pelo jeito ela não vem. (Daiana)

- Que chato viu. (Maiara)

- Mas, e vocês o que fazem aqui? (Daiana)

- Hoje é sexta gata, dia de curtição. (Maiara)

- E porque você não entra com a gente, pelo jeito a música ta boa lá dentro. (Edu)

- Não sei não, acho melhor ficar aqui mesmo, vai que a Julian aparece, talvez ela se atrasou, o duro é que o celular dela só da na caixa de mensagem. (Daiana)

- Que tenso, acho que ela não vem mais não, entra com a gente vai só um pouquinho. (Maiara)

- Ah gente, vou aceitar o convite. (Daiana)

Déco Narrando:

- Sexta Feira era uma beleza, enquanto a maioria dos garotos se divertiam em festas bombásticas eu ficava aqui, trancado no meu quarto, escutando musica e na net, resolvi entrar no MSN e ver se Guto estava online pra encher o saco dele.

(Dedéco diz):

- O cabeção ta ai?

(Guto diz):

- Tô sim fala brother.

(Dedéco diz):

- Que você está fazendo de interessante?

(Guto diz):

- No momento nada, ah rapáh eu tava pensando hoje.

(Dedéco diz):

- Pensando, Hum está progredindo. AUHSUAHUS

(Guto diz):

- Af, cala a boca, é sério, porque que você aceitou fazer o Romeu da peça? Você não bate bem né?

(Dedéco diz):

-Ah sei lá meu, deu vontade.

(Guto diz):

- Sei, te conheço meu irmão. Conta ai vai.

(Dedéco diz):

- Tá bom, é porque eu tenho uma quedinha pela Pipa, é isso pronto falei.

(Guto diz):

- AAUSHUAHSUAHSU, boa essa, sem brincadeira conta logo, que minha pizza acabou de chegar.

(Dedéco diz):

- Já falei Caramba.

(Guto diz):

- Tá, não quer falar? Beleza então vou comer minha pizza que eu ganho mais.

(Guto alterou seu status para Ocupado, comendo Pizza :D )

Ah, bacana mesmo, ele acha que eu estou brincando, não sei distinguir se isso é bom ou ruim. Não demorou muito depois disso, para meu irmão entrar no quarto pegar meu desodorante em cima do armário, sair do meu quarto e nem falar nada, educado não é mesmo, podia pelo menos pedir, na certa estava saindo pra alguma festa.

Daiana Narrando:

A Heros, até que estava bem badalada, aceitar o convite de passar a noite com o Edu e com a Maiara foi a melhor coisa que eu fiz, porque já estava com vontade de ir embora, e nem ia curtir a noite. Fomos ao bar pedir algo pra beber e conversar um pouco, na verdade não dava pra entender muito que Edu falava, já que o som estava muito alto o jeito era falar no ouvido mesmo.

- Olha só pra Maiara, até que estava demorando pra ela soltar a franga. (Edu)

- UAHSUHUHASU, soltar a franga literalmente ela está dançando até o chão. (Daiana)

- Eae, qual o motivo da saída? (Edu)

- Desde quando eu preciso de motivo pra sair? (Daiana)

- É que eu nunca te vi aqui, deve ter algum motivo. (Edu)

- Hum, tá você acertou, é que amanhã é meu aniversário e eu e a Julian iríamos comemorar hoje, mais pelo visto ela me deixou na mão. (Daiana)

- Sabia, ehheheh, sorte a sua que me encontrou, se não sua noite não ia ter graça. (Edu)

- Seu convencido. (Daiana) #Rimos

Num descuido ao olhar pela porta, vejo Todi entrando cheio de estilo e manha, notei que ele percebeu minha presença, coisa que não o deixou acanhado, se dirigiu diretamente a pista abraçou Maiara por trás e lascou um beijo nela, e que beijo, como que eles não perderam o ar.

- Aquele ali, dando uns pega na Maiara não é seu ex namorado? (Edu)

- É sim, que descarado né. (Daiana)

- Descarado não, ele só está curtindo a noite, e você devia fazer o mesmo. (Edu)

Naquele momento, fui roubada por um beijo de Edu, não resisti e retribui, eu tenho consciência que não consigo resistir, por isso me entreguei, quando ele largou meus lábios, não esperarei dar dois segundos e o beijei novamente, não foi por piraça, não, simplesmente aconteceu, eu vi que Todi viu, mais nem me importei com isso.

A noite tinha só começado a esquentar, o Edu até que beijava bem, me arrependi de não ter investido nele antes, depois de muito papo constatei que ele não era um cara comum. Tinha me esquecido que beijo é bom, não pelo simples fato de beijar, e sim porque não cansa, não engravida, não transmiti o HIV, é muito prático porque não é necessário tirar a roupa. Todi e Maiara saíram da pista e vieram ao nosso encontro, sentaram-se à mesa e começaram a conversar, ela estava bem bêbada já, confesso que fiquei incomodada, mesmo não sentindo mais nada pelo João e sentindo nojo dele ainda, me sentia estranha em ver meu ex namorado se divertindo na mesma mesa que eu ficando com outra garota e eu com outro garoto, parecia até encontro de casais. Depois de mais ou menos uma hora, João e Maiara se despediram, saíram os dois de moto, eu até imagino pra onde, mais não ligava mais pra isso, ele só estava vivendo a vida dele, assim como eu havia pedido, e eu tentava fazer o mesmo. Fiquei ali mais um bom tempo conversando com o Edu e depois pedi pra ele me levar embora, ele foi ao balcão acertar a conta, depois entramos no seu carro e quando cheguei no portão da minha casa o agradeci pela noite maravilhosa que passou comigo, a hora que fui me despedir dei um beijo em seu rosto, e quando estava pronta para sair do carro, ele me puxou pelo braço e me deu um beijo digno Oscar, entrei num imediatismo cego por segundos, disse tchau e sai correndo com o salto nas mãos.

Sabe, eu não vou mais planejar nada, parece que as melhores coisas da vida ocorrem por acaso, ao certo nada é por acaso, então acontecem, porque tem que acontecer e pronto, eu já fiz tanta coisa, promessas vans, já prometi estudar mais, ser menos preguiçosa, parar de assistir novelas, deixar meu quarto sempre arrumado, ser uma filha melhor, cuidar melhor do que tenho, parar de pensar em quem não pensa em mim, não ficar estressada por coisas pequenas, guardar dinheiro, não tomar mais refrigerante, entender matemática, em fim, eu prometi não mais prometer nada nessa vida, o duro é conseguir realizar essa promessa, mais espera ai, eu não estava dizendo em não fazer mais promessas, não planejar mais nada, simplesmente viver?

Que noite, deu pra cansar bastante, depois de longas gargalhadas, altos goles, e beijos ardentes, deitei na cama e ali fiquei.

05 de Maio ás 08h00min

Déco Narrando:

Dificilmente era o sábado que eu acordava cedo, mais hoje era uma ocasião especial, tomei café correndo e fui à floricultura atrás do presente de Pipa, escolhi rosas rosadas e fui para o colégio, o combinado era às 10 horas, já era quase isso, apurei os passos e ao chegar fui a procura de Pipa, não obtive sucesso, ela ainda não havia chegado, esperei um bom tempo e nada, eu sabia que iria me decepcionar, mais porque eu insisto nisso, sou muito bobo.

- Ufa, te achei! (Guto)

- Oi. (Déco)

- Ué, cadê a Daiana? (Guto)

- Não sei, sinceramente não sei. (Déco)

- Mais vocês não haviam marcado ensaio? (Guto)

- Sim, havíamos mais ela não apareceu. (Déco)

- E essas flores? (Guto)

- Eram, para Daiana, hoje é aniversário dela. (Déco)

- Déco, Déco, você tem que parar de ser gentil com as mulheres olha só o bolo que a Pipa te deu, e você ainda comprou flores. (Guto)

- É já pensei nisso algumas vezes, mais o que você está fazendo aqui? (Déco)

- Detenção. Tenho que ir Déco, a gente se vê é a Julian me ligando. (Guto)

- Oi amor? (Alana)

- Oie. (Déco)

- A Daiana já foi embora? (Alana)

- Não, ela nem apareceu. (Déco)

- Como assim, não apareceu, vocês não iam ensaiar hoje de manhã. (Alana)

- Íamos mais ela não apareceu. (Déco)

- Hum, e pra quê essas flores eim? (Alana)

- Era pra encenação, mais agora elas vão ter uma serventia melhor, pegue-as são para você. (Déco)

- Aim, obrigado amor. (Alana) # Agradeceu com um beijo

- Espera ai, o que você está fazendo aqui? Deixa-me adivinhar, detenção? (Déco)

- Acertou na mosca. Acredita que o Prof me deixou na detenção por causa da conversa com a Maiara de ontem. (Alana)

- Também, vocês não fechavam a boca. (Déco)

- Não é pra tanto também né, e pra melhorar vim cumprir o castigo sozinha porque e a Maiara nem apareceu aquela vaca. Levamos os dois belos bolos. Kkkk . (Alana)

- É foi mesmo. (Déco)

- Amor, estou indo tenho que fazer almoço pro meu irmão, qualquer coisa me liga. (Alana)

- Pode deixar. (Déco) Nos despedimos com um selinho.

Besta do jeito que eu sou esperava que ela aparecesse, ao menos para se desculpar, podia ter ocorrido algum imprevisto de ultima hora, quem sabe, olhava para o portão e imaginava ela entrando vindo ao meu encontro, sentida por não ter comparecido na hora marcada, e me pedindo para marcar novamente, e eu com cara de bobo, não podendo negar aos seus encantos, cedi as desculpas, no mesmo instante como se fosse algo divino, começou a chover talvez Deus quisesse que eu acordasse mandando chuva dos céus, olhei no relógio já se passava do meio dia, ela não viria mais.

Alana Narrando:

Ah, pra completar essa vaca da Maiara não atende o celular, noite passada deve ter acontecido alguma coisa, pra ela e a Daiana não virem cedo hoje. Só vou ficar tranqüila quando souber de tudo TIM TIM por TIM TIM, se ela não atender esse celular, depois do almoço vou ser obrigada a ir a casa dela, se não eu infarto aqui mesmo na rua de curiosidade. Nem precisei mexer meus pauzinhos pra Daiana não vir no ensaio, eu vi que Déco ficou decepcionado, mais também ninguém mandou ele aceitar essa porcaria de papel.

Déco Narrando:

Seja como for, eu continuo gostando dela – da mesma forma, ela está sempre perto de mim, quase sempre presa em memórias, lembranças, momentos, estórias que conto às vezes, saudades. E se é verdade que o tempo não volta, também podia existir verdade nem que sege somente um pingo de verdade em que amigos não se perdem e que grandes amizades não se acabam por motivos pequenos.Eu odeio a parte de mim que não consegue ao menos odiá-la. Por ela me propus a sonhar planos imperfeitos, planejados em uma vida com ela, acho que comecei a planejar desde o dia em que nós nos conhecemos, me encontro e desencontro todos os dias com minhas próprias emoções e penso- maldito plano que criei,como num conto de fadas, se algo fizesse sentido nessa estória, eu não seria o personagem solitário que chora.