Baú de Ossos escrita por Julia Valentine


Capítulo 1
Prólogo




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A vida como ela é. Sim, simplesmente a vida como ela é. Sem propósitos, sem padrões, sem ambientes destrutivos ou meramentes familiares perturbadores. A realidade destrutiva. A imaginação que salva. A esperança que alimenta o sonho de cada pobre alma que ainda acredita em um mundo melhor. Bom, talvez eu tenha assustado você leitor com minhas perturbações. Perdoe-me, mas era essa a minha intenção.

Pode achar que sou uma adolescente rebelde. Daquelas dos filmes americanos, sem causa nenhuma. Mas acredite, tenho. Tenho um propósito – pelo menos, eu acho – tenho um sonho. Tenho uma história.

Sou uma adolescente comum. Pode parecer isso a principio. Mas não se engane, afinal as aparências enganam. Sou meio podre por dentro. Não digo isso pelas coisas que chego a ingerir de vez em quando, mas sim por quem realmente sou. Vivo em um estado de permanência. Vivo porque não tenho coragem para morrer e, assim, permaneço em um meio termo indefinível; nem lá, nem completamente aqui.

Chega de drama. Voce deve estar confuso com esse relato. Discorrerei um pequeno resumo sobre a minha vida.

Me chamo... Bom, o nome não importa nesse momento da história. Completo 17 anos nesse dia.

Minha mãe, a desencadeadora da história, chama-se Marcelle. Não que eu a odeie, mas ela é indiferente. Bem indiferente.

Acontece que depois que meu pai – ou o merda do doador de semem – fugiu de casa, Marcelle pirou. Vamos dizer que a situação financeira desses dois já não era grande, quando ele fugiu com tudo que ela tinha, piorou. Ela realmente tentou se virar em alguma coisa decente, digamos assim. Mas não rolou.

O resultado: Marcelle começou a trabalhar como stripper durante as noites. Viciou-se em anti depressivos e a minha relação com ela despencou em uma escala de números negativos.

No começo, fui criada pela minha vó. Uma velhinha maravilhosa, eu a considerava minha mãe. Apoiava-me nela totalmente. Nossa relação era perfeita. Mas como tudo que é bom dura pouco, ou alegria de pobre dura pouco. Qualquer frase impiedosa dessas cabe na seguinte situação: a velha foi assaltada e levou dois tiros no peito. Eu sei... Que pena.

Não sei se vocês entendem o que eu sinto. Ódio?!... Ah, isso eu consigo considerar. Eu a amava, realmente. E hoje eu sinto isso porque não foi justo. Arrancaram de mim a coisa mais preciosa que tive. O amor de alguém. Toda sensação de perda vem de falsa sensação de posse.

A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos. E eu morri.


O mestre disse: quem se modera raramente se perde. Mas e se eu quiser me perder?


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Notas finais do capítulo

Então... O que acharam do prólogo? Muito drama para uma simples garota? Exagerei?
E a capa, o que acharam?
Gostaram... Odiaram?
Qualquer opinião?!
Au revoir, Xo