The Black Knight escrita por EstherBSS


Capítulo 8
Prisioneiro


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ^.^



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"Coragem é resistência ao medo, domínio do medo e não, ausência de medo." Mark Twain



Capítulo 8 – Prisioneiro

Teatro Real, Cidade Real, 25 de março de 1621

Itachi ia responder quando eles ouviram um barulho do lado de fora. Eles se viraram e as cortinas do camarote foram abertas impetuosamente. Sakura ergueu uma sobrancelha para mulher ruiva parada na porta com ar de importante. Já Itachi se levantou como se quisesse matar alguém.

            - Oyasumi (boa noite), Mina san! – A mulher vulgar gritou da entrada. Itachi não perdeu tempo.

            - Se importaria de se retirar o mais rápido possível?

            - Na verdade eu me importaria sim. – A mulher falou e Sakura se surpreendeu com a ousadia dela.

            - Vou ter que te tirar daqui à força, Karin? – Itachi respondeu em um tom tão frio que Sakura sentiu um arrepio. Ela estranhou o fato dele conhecer a tal mulher. Quem seria?

            - Vocês dois parecem duas crianças. – Sasuke comentou suspirando enquanto também entrava no camarote. Itachi olhou para ele zangado. Sakura permaneceu em silêncio, afinal, o Uchiha mais velho parecia calmo por fora, mas ela era capaz de jurar que ele estava a ponto de explodir. Sasuke se sentou em uma das outras cadeiras e ignorou os outros completamente – Com certeza, a vista daqui é bem melhor.

            - Ah, oyasumi, Sasuke sama. – Sakura cumprimentou o Uchiha por educação ao perceber a intenção dele de ficar ali.

            - Não precisa cumprimenta-lo, Sakura. Eles já estão de saída. – Itachi disse isso seriamente.

Contrariando Itachi, a tal Karin se sentou numa cadeira também ao lado de Sasuke. Ela disse:

            - Você tinha razão, Sasuke! A vista daqui é bem melhor!

Itachi detestava ser ignorado, principalmente, por pessoas a quem ele considerava ser inferiores. Ele suspirou e disse:

            - Sakura, acredito que Lord Maito havia pedido a sua companhia durante o intervalo do espetáculo. Pedirei a Goto san que a leve até o camarote dele. – Itachi disse isso, mas não percebeu o olhar desesperado que Sakura lhe enviou. Sasuke percebeu e ficou curioso. Ele pretendia fazer um comentário quando o irmão chamou o empregado e Sakura o acompanhou. Ficaram então no camarote apenas Karin e os irmãos Uchihas.

            - Acha certo expulsar a menina, só porque ela é entediante? Ela não parecia querer visitar Lord Maito. – Sasuke comentou apoiando as pernas na cadeira onde Sakura estivera sentada.

            - Está tentando me irritar, Sasuke? – Itachi perguntou.

            - Eu não. Por que você pensa assim? – Sasuke perguntou se fingindo de inocente.

            - Como ousa trazer essa mulher aqui? Ela não é o tipo de pessoa que eu quero na companhia de uma dama tão fina quanto Sakura.

            - É de mim que estamos falando? – Karin perguntou pondo a mão no peito dramaticamente.

            - Calada! Eu não discuto com vagabundas. – Itachi disse num tom baixo, porém ameaçador.

            - Esse camarote é dos Uchihas. Eu tenho direito de estar aqui também, aniki (irmão mais velho). – Sasuke replicou sem olhar para o irmão. Ele olhava para o palco e não para Itachi.

            - Você eu ainda posso tolerar. Mas Karin tem que sair daqui. Não posso exigir que Sakura permaneça no mesmo ambiente que ela. – Itachi respondeu.

            - Ora, ora. Quem te viu, quem te vê. Você não era tão frio assim comigo, Itachi kun. Principalmente quando eu beijava... – Karin falava abertamente quando foi interrompida por Sasuke.

            - Quieta Karin. Estamos em público. Eu lhe avisei para se controlar. – Sasuke avisou sem olhar para ela.

            - Madara sabe que está aqui? – Itachi perguntou e foi capaz de perceber o leve estremecimento que o irmão teve.

            - Deve saber, ele sempre sabe de tudo, não é mesmo. – Sasuke deu de ombros.

            - Naruto já te deu uma coça, será que eu vou ter que te bater também? – Itachi perguntou. Sasuke virou a cabeça na mesma hora. Eles conheciam os pontos fracos um do outro. A resposta de Sasuke só não foi mais rápida do que a risada de Karin!

            - Você apanhou do Uzumaki por causa da roceira? – outra gargalhada da ruiva – A que ponto você caiu, hein Sasuke!

            - Calada, Karin! – Sasuke ordenou com raiva.

            - Achei que você tinha mais bom gosto. – Ela ria com desprezo.

            - Está irritada porque, diferentemente de você, Sakura não precisa abrir as pernas para viver? – Sasuke foi rápido com a resposta. Karin parou de rir na mesma hora e encarou o Uchiha com raiva. Itachi suspirou e disse:

            - Não adianta. Falar com vocês é inútil. Vou levar Sakura para outro lugar. – Sasuke virou se para ele ignorando Karin que começava a discutir.

            - Para onde vocês vão? – Ele perguntou.

            - Para longe de escórias como ela e de imaturos como você. – Itachi respondeu, pegou as coisas e saiu pela porta. Sasuke se levantou para ir atrás dele e Karin protestou.

            - Sasuke! Não me deixe falando sozinha! – Quando ela percebeu que ele sairia atrás do irmão, gritou – Ei! Uchiha Sasuke não me abandone aq... – As palavras dela foram abafadas quando a porta se fechou.

***

Camarote 341, Teatro Real, 25 de março de 1621

Itachi foi levado pelo empregado para dentro do camarote de Lord Maito. Apesar de desconfiar, ele quase riu ao ver o alívio nos olhos da Haruno.

            - Ah, olá, Itachi sama! – O velho Lord Maito o abraçou fortemente como era de costume. Para pessoas desacostumadas, ele podia ser um tanto...expansivo.

            - Como vai, Gai sama? Espero que estejam todos bem em sua casa. – Itachi respondeu educadamente enquanto relanceava os olhos pelo local. Não demorou muito e entendeu o motivo da aflição de Sakura: Lee.

            - Estão todos bem sim. Estava aqui explicando a Sakura hime que Tenten não pôde vir essa noite.

            - Entendo. Infelizmente, terei que lhes privar da presença dessa dama. – Itachi disse muito educado. Sakura se levantou no mesmo instante. Lee pareceu desapontado.

Foi difícil partir. Gai e Lee fizeram de tudo para manter Sakura com eles. Entretanto, o mais difícil foi explicar para a Haruno que eles não veriam o final da peça. Ela ficou bem desanimada com aquilo. Itachi se sentiu culpado, mas ele não podia deixar Sakura perto de Karin, por vários motivos. No caminho de volta, ele prometeu que a traria outro dia, para ver o final da peça. Sakura perguntou sobre Karin, mas Itachi evitou responder e disse que seria melhor evitar qualquer contato com aquela mulher.

Eles ouviram barulho de um cavalo galopando atrás da carruagem. O condutor parou o veículo. Sakura ficou assustada. Ainda se lembrava do perigo que havia passado em seu castelo. Itachi se manteve calmo, mas ela percebeu que ele estava tenso. Ele passou a mão pelo cabo da espada que levava com ele. Alguém falou alguma coisa do lado de fora com o condutor e Itachi se acalmou, mas ela não sabia repetir o que havia sido dito.

A porta da carruagem abriu e Sasuke entrou. Ele estava ofegante e parecia cansado. Além disso, ele estava respingado de água. Era engraçado. Sakura não ouvira barulho de chuva. O Uchiha se sentou no lugar vago mais próximo que era ao lado de Sakura. Ela tentou se controlar, mas sentiu o coração bater mais rápido.

            - Alcançar vocês deu trabalho. – Sasuke comentou ofegante.

            - Trabalho inútil. Você não precisava ter nos alcançado. – Itachi foi cortante.

            - E excluir vocês da novidade? – Sasuke comentou com um sorriso abusado.

            - Novidade? – Sakura comentou – Não tem nem quarenta minutos que deixamos o Teatro. Não teve tempo de ter uma novidade.

            - Ela está certa. Eu ficaria feliz se você pegasse o seu esforço de nos alcançar e levasse ele para longe, junto com você. – Itachi disse frio.

            - Assim você me ofende, aniki. E você está muito enganada, Sakura. Tudo acontece na Cidade onde a Rainha está.

            - Sakura sama! – Itachi disse ríspido – Seja respeitoso com a dama a sua frente, Sasuke. Você deve chama-la de Sakura sama.

            - Nós já pulamos essa fase, não é mesmo. Afinal, nós já compartilhamos um quart...

Uma espada afiada foi posta no pescoço de Sasuke antes que ele terminasse a palavra. Sakura se assustou e se afastou dos dois irmãos.

            - É melhor você não repetir isso nunca mais, Sasuke.

Itachi disse isso sem tentar esconder a raiva e Sakura teve muito medo. Ela queria estar em casa, na sua cama, debaixo do seu cobertor e bem longe daqueles dois que pareciam querer brigar. Sasuke estendeu a mão para a própria espada com clara intenção de lutar contra Itachi. Ela não podia permitir aquilo.

            - Ima yamero! Vocês não acham que estão bem grandinhos para ficarem brigando. Eu esperava que os Uchihas tivessem tido melhor criação. – Eles não fizeram menção de parar de brigar. Apenas a encaram com descrença como se fosse um absurdo ela estar ralhando com eles. Isso não intimidou Sakura – Ótimo, se vocês não são crescidos o suficiente para pararem de brigar, eu não fico aqui. Vocês podem ficar e discutir sozinhos.

Sakura estendeu a mão para a maçaneta. Sasuke e Itachi se entreolharam, mas não se movimentaram. Ela abriu a porta e só então eles perceberam o que ela pretendia fazer. Sasuke falou preocupado:

            - A carruagem está em movimento, Sakura.

            - Eu sei.

            - Você não está pensando em...

            - Querem apostar?

            - Você não pularia. – Sasuke falou. Sakura olhou para ele com um olhar de desafio e ergueu o queixo. E então, ela se lançou para fora.

***

Prisão de Antar, Konoha, 25 de março de 1621

O prisioneiro tentou mexer o braço. Não conseguiu. Tudo nele doía. E estava perdendo sangue. Provavelmente não duraria muito. Aquele maldito vai fazer com que eu morra antes que a notícia da prisão se espalhe, pensou desconsolado. Um líquido quente escorria pelas costas, caindo também pelas laterais do corpo.

Se pelo menos um dos dois soubesse.

Tentou se mexer de novo, mas viu que o esforço era inútil. A visão obscureceu e temeu desmaiar.

Queria ver aquele rosto de novo. Eu confio naquela pessoa.

Sentiu as dores irem deixando os músculos dele lentamente. Mal sinal. Mestre Luwin sempre falava sobre a súbita melhora que os doentes sentiam antes de morrer.

Provavelmente, não terá como me salvar.

O maldito Uchiha tinha cuidado de tudo pessoalmente. Tinha buscado garantir uma morte rápida sem sinais de culpabilidade.

Ah, como eu o odeio, Madara. Queria eu ver você banhado em sangue.

A porta da cela úmida rangeu e uma luz surgiu sobre o prisioneiro. Cego pela luz, não conseguiu ver quem era.

Mais um inimigo?

A pessoa carregava um lampião. Ele apenas ouviu o barulho do objeto sendo posto ao seu lado. A pessoa se inclinou sobre ele e sussurrou em seu ouvido:

            - Etella mandou uma pomada para estancar o sangramento. Eu vim tratar de você, Lash.

Jaffar? Ele estaria mesmo salvo?

Tentou abrir a boca, mas nenhum som saiu. O outro percebeu e disse:

            - Não se esforce demais. Você tem que sobreviver até amanhã de noite. Será quando o cavaleiro virá te buscar.

Ele estaria falando ‘daquele’ cavaleiro?

            - Isso deve arder um pouco.

Quando a pomada tocou as feridas, Lash trincou os dentes para não grunhir como um animal ferido. Jaffar continuou passando o remédio.

            - Escute bem, Lash. Madara deu ordens para ninguém chegar à sua cela. Ele quer te privar de água e comida além de garantir que não haja muitas testemunhas. Felizmente, ainda há soldados leais ao verdadeiro rei. Tentamos espalhar a notícia da sua prisão. O cavaleiro já ouviu. Ele nos mandou uma mensagem. Ele virá te buscar amanhã a meia noite. Até lá, tente beber água e comer um pouco. Não pude trazer nada mais além do remédio, mas alguém trará suprimentos logo, logo. Você precisa viver, Lash. Precisamos de você.

***

Estrada de Dove, Konoha, 25 de março de 1621

            - Você não pularia. – Sasuke falou. Sakura olhou para ele com um olhar de desafio e ergueu o queixo. E então, ela se lançou para fora.

Sasuke se jogou atrás de Sakura e Itachi se jogou atrás do irmão. O mais velho dos Uchihas puxou o outro pela faixa da cintura. Sasuke caiu sentado no banco agarrando Sakura por trás.

            - Qual é o seu problema mulher? – Ele gritou com ela.

            - Qual é o SEU problema? Nessa idade e ainda discutindo com o irmão! – Sakura gritou em resposta.

O condutor fez sinal de parar, mas Itachi mandou ele continuar. Ela tinha mesmo se jogado? Ao contrário de Sasuke, Itachi estava muito divertido, depois de ter se refeito do susto. Realmente, a Haruno não era uma mulher comum.

            - MEU PROBLEMA? FOI VOCÊ QUE ACABOU DE TENTAR SE MATAR!

            - EU NÃO TENTEI ME MATAR!

            - VOCÊ SE JOGOU DE UMA CARRUAGEM EM MOVIMENTO!

            - EU NÃO IA ME MACHUCAR!

            - CLARO, NÉ! PORQUE VOCÊ É DE BORRACHA, NÃO É MESMO!

            - SEM IRONIA PARA CIMA DE MIM, UCHIHA! VOCÊ QUE ESTÁ ERRADO AQUI!

            - EU?? DESCULPE, NÃO ENTENDO O SEU PONTO DE VISTA!

            - ALÉM DE IMATURO É BURRO TAMBÉM! – Sakura só percebeu o que tinha falado quando Sasuke não respondeu de imediato e Itachi gargalhou. Ao invés de responder, Sasuke retirou lentamente a faixa de pano que usava como cinto. Itachi gargalhou ainda mais.

            - Sas...Sasuke... O que você...o que você pretende fazer com isso... – Sasuke preparava a faixa enquanto Itachi rolava de rir no banco. Sakura ficava assustada cada vez mais.

            - Descobri que discutir com você é perda de tempo. – Sasuke falou antes de agarrar a Haruno.

Depois de algum esforço (muito esforço na verdade), Sasuke conseguiu prender Sakura com a faixa. Ele amarrou os pés dela, as mãos e a amordaçou.

            - Quero ver você se jogar agora. – Ele disse com satisfação. Ela lhe lançou um olhar de raiva e implorou ajuda a Itachi com os olhos.

            - Nem adianta, Sakura. Depois do que você fez, é melhor garantirmos que você chegará ao castelo em segurança. – Itachi respondeu. Os olhos dela faiscaram e ele riu mais um pouco. Ele se virou para Sasuke – Por um instante, achei que você não fosse dar conta dela.

            - Você é tão engraçado, Itachi. Estou morrendo de rir.

            - Ironia em excesso não faz bem a você, Sasuke. Mas eu não me esqueci. Por que você veio atrás da gente mesmo?

            - Ah, é um assunto que interessa a você, Sakura. Os soldados do leste capturaram um dos bandidos que te capturou. – Sasuke falou e ela arregalou os olhos.

            - Qual comandante? – Itachi perguntou, subitamente interessado.

            - Foram as tropas de Danzo.

            - Achei que aquele velho não aguentava mais nada.

            - Pois foi ele que capturou o cara. E pensar que... Sakura, quer parar de me empurrar, por favor!

            - Acho que ela quer falar alguma coisa. – Itachi comentou lutando contra o sorriso.

Sasuke suspirou e retirou a amordaça.

            - Isso é impossível. – ela disse – Todos os bandidos que me atacaram foram mortos.

            - Deixe me adivinhar: pelo cavaleiro negro? – Sasuke falou sarcástico.

            - Sim! Ele mesmo. – Ela respondeu indignada. Não entendia como as pessoas podiam culpa-lo tão simplesmente por não saberem quem ele era. Ele a havia salvado e era isso que importava.

            - Então por que, no final, ele te deixou sozinha na floresta? Por que foi assim que eu te encontrei. – Sasuke não perdoou.

Sakura ficou momentaneamente sem reação e isso foi o bastante para que Sasuke a amordaçasse de novo.

            - Mas isso me intriga, porque ele atacou os outros. – Itachi comentou.

            - Talvez não fossem aliados dele ou talvez eles tivessem desobedecido alguma ordem.

            - Será que esse prisioneiro poderia ser o cavaleiro negro?

E de suposições em suposições, eles chegaram ao castelo. Itachi saltou primeiro enquanto Sasuke desamarrava Sakura. Ele estava ajoelhado na frente dela e acaba de desatar os nós que prendiam as pernas. Ao contrário do que ele esperava, ela não gritou, nem brigou. Ele viu que onde ele amarrara a faixa, a pele havia ficado vermelha e quase se sentiu culpado.

            - Pronto. Não foi uma viagem tão rui...

As palavras nem chegaram a serem ditas por causa do chute que a Haruno mandou no rosto do Uchiha. Ela saiu da carruagem correndo, se despediu do confuso Itachi e correu em disparada para dentro do castelo. Itachi procurou o irmão e mordeu os lábios para não gargalhar de Sasuke caído para trás dentro da carruagem. Era mais um machucado para a coleção do Uchiha mais novo.


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