The Black Knight escrita por EstherBSS


Capítulo 6
Capítulo 6 - Segredo


Notas iniciais do capítulo

Perdoem a demora. Estou viajando e talvez o próximo cap demore mais para vir. Vou responder os reviews que eu recebi, uma hora ou outra.
Confiram a minha outra fic "O cara da porta ao lado":
https://www.fanfiction.com.br/historia/193492/O_Cara_Da_Porta_Ao_Lado
Vocês vão adorar.



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Não adianta, não sei explicar. As palavras traem o que a gente sente.

Caio Fernando Abreu 

Capítulo 6 – Segredo

Cidade Real, 24 de março de 1621

- Então? Estou esperando uma explicação. – Madara não parecia feliz do outro lado da enorme mesa de mogno no Salão Uchiha.

Todas as grandes famílias que viviam na corte possuíam seus próprios locais de reuniões que recebiam o nome da família. Havia o salão Uchiha, o Salão Uzumaki, o Salão Hyuuga, o Salão Nara e muitos outros. A entrada desses lugares era reservada aos membros desses clãs e a entrada era proibida a todas as outras pessoas.

            - Não tenho nada a explicar. – Sasuke murmurou entediado.

            - E desde quando membros do clã Uchiha lutam em corredores como uma pessoa comum? – Madara perguntou. Ele tinha as mãos cruzadas em frente ao rosto.

            - Talvez desde que planejaram um golpe para tomar o poder. – Sasuke disse ressentido. Escorregou na cadeira e olhou para o teto. Muito do que ele era vinha da noção de honra de ter o nome Uchiha. Ele não gostava de ser comparado a um qualquer. Mas ao mesmo tempo, se irritava com o que a família havia feito. Um silêncio pesado, carregado de recriminações e culpas caiu sobre os dois.

            - Sasuke...

            - Não importa o que diga, eu não vou deixar que o idiota do Naruto pense que pode mandar em mim! – Sasuke se irritou.

            - Foi assim que você interpretou o que ocorreu?

            - E não foi? – Sasuke deu para o tio um sorriso irônico – Era que eu estava lá para saber.

Madara se levantou e foi até a janela. De lá ele falou:

            - A Godaime procurou os responsáveis pelos ataques aos castelos fronteiriços.  – Sasuke estranhou que o tio mudasse de assunto tão facilmente, mas não comentou nada. O Uchiha mais velho continuou – Ela conseguiu vários acordos de paz. Apesar de alguns clãs internos se colocarem contra isso.

            - Imagino que o clã Uchiha tenha sido um desses por obra sua. – Sasuke falou e Madara o olhou indiferente.

            - Às vezes eu me pergunto se você é mesmo um Uchiha, Sasuke. Ou talvez sua mãe tenha achado alguém melhor que seu p...

            - Nani? O que foi que você falou? – Sasuke levantou da cadeira por impulso.

            - Você não parece reparar no que ocorre a sua volta, garoto.

            - Eu só acho que a Guerra não é a melhor solução para isso. Além disso, nenhum dos castelos foi tomado. O exército Real conseguiu manter todos sobre o poder de Konoha.

            - E você deve estar achando que somos muito bons por isso, não?

            - O que quer dizer? – Sasuke perguntou intrigado. Madara continuava olhando pela janela.

            - Omoshiroi (interessante). Acho essa garota interessante.

            - Dare (quem)? – Sasuke perguntou curioso.

            - Haruno Sakura. Já tinha visto alguma mulher de cabelo rosa?

            - Dame da (não faça isso)! Não brinque comigo! Eu não sou mais um garoto com quem você possa enganar com esses joguinhos!

            - Garoto? Não, você não é um garoto, Sasuke. Um garoto teria mais bom senso do que você tem. Para mim, você age como um idiota.

            - Nan de sute (o que você disse)?

            - Aquela garota Sakura entende mais da vida do que você e duvido que ela tenha saído daquele lugar em que vivia mais de uma vez. Diga-me, Sasuke, por que aquela garota saiu do castelo e sozinha procurou cinco homens armados? Foi você que a salvou não? Deveria saber então.

            - Sakura foi seqüestrada dentro do castelo.

            - Lie. Está errado. – Madara continuava a olhar para a janela e Sasuke olhou para ele confuso. Não havia pensado nisso e nem sabia desse fato. Como o tio havia obtido essa informação?

            - Então tio. Na sua sábia opinião, porque a Haruno saiu do castelo?

            - Sasuke, desse modo você me envergonha. Pense um pouquinho. – Como o sobrinho não fazia sinal de cooperação, Madara suspirou e disse – Sasuke, Heiki está entre os homens que receberam as informações de Guerra.

            - Tio, por favor, ambos sabemos que ninguém tem essas informações. Que vazaram a informação de haver Guias apenas para ver a posição dos adversários. Mesmo a noticia de haver falsos e verdadeiros Guias é mentira, já que não há ninguém além da própria Rainha com essas informações.

            - Sim, essa foi a informação que a aristocracia recebeu. Demo, também não é verdade.

            - Como assim?

            - Yondaime, nosso desaparecido Rei, realmente distribuiu cinco pedaços de pergaminho. Sozinhos não servem de nada, mas juntos formam um mapa com instruções preciosas sobre Konoha.

            - Informações? Honto ni (de verdade)? Sobre Konoha? – Sasuke parecia incrivelmente surpreso. Bakana! (impossível, absurdo)

            - Isso tanto é verdade que eu possuo um dos cinco fragmentos.

Sasuke ficou estarrecido com o que ouviu. Como aquilo podia ser possível? Madara fechou a cortina. O Salão caiu numa escuridão quase completa não fosse pelas luminárias. Madara acendeu mais algumas e caminhou até a mesa. Abriu uma gaveta e procurou uma chave. Levou-a até a parede oposta, perto do Símbolo Uchiha. Mexendo no símbolo, surgiu diante dos olhos perplexos de Sasuke um cofre. Madara retirou um colar que levava sempre consigo e abriu a porta na parede. De lá de dentro, retirou um pergaminho antigo e o trouxe para que Sasuke o visse.

            - Vamos, pegue! – ordenou ao sobrinho. Sasuke esticou as mãos sobre o pergaminho. Desatou o nó que o prendia e o abriu.

            - Não faz sentido! – Sasuke não conseguia decifrar o que havia no papel.

            - Claro. Esse é só um fragmento. Mas ele faz sentido quando está com os outros.

            - Como sabe disso?

            - Ah, criança tola. Eu já vi esse pergaminho completo nas mãos de Minato e vi quando ele separou o meu pedaço. O documento é protegido por um jutsu poderoso. As letras se embaralham aleatoriamente. Só precisa mudar a posição do papel. Pode tentar se quiser.

Sasuke mexeu no pergaminho e viu, quase assustado, as letras tomarem outras posições.

            - Então ainda há mais quatro desses pergaminhos?

            - Hai, e existe uma chave também que quebra o jutsu de proteção.

            - Imagino que os Hyuugas e os Naras também tenham um desse.

            - Acredito que sim. Naruto tem um também.

            - Naruto?

            - Hai, Naruto.

Sasuke olhou para o tio. Sempre achara Naruto tão idiota e ele guardava um segredo desses?

            - Então os Harunos têm outro? – Sasuke perguntou surpreso.

            - Acredito que sim. E acredito que aquela moça sabe disso. – Madara respondeu – Além disso, ela não é como qualquer uma. Você deve saber que ela possui habilidades médicas.

            - Sim. Fiquei sabendo disso durante a viagem. A avó dela viria também, mas caiu da escada e não pôde partir conosco. Sei que foi Sakura que cuidou dela.

            - Mas você sabe também que Sakura sabe manejar quase todos os tipos de armas? Que ela possui um conhecimento avançado sobre venenos e que diferente das outras moças, a ela foi passado ensinamentos de matemática, geografia, história e física.

Aquilo surpreendeu Sasuke. Mesmo alguns nobres não estudavam tudo aquilo. Devolveu o pergaminho e sentou-se na cadeira que ocupara no início. Sua concepção sobre Sakura mudara completamente. Ela não era nada que ele imaginava. E ela podia saber sobre os pergaminhos, algo que ele mesmo só tomara conhecimento agora. Agora entendia porque ela havia se arriscado a sair do castelo e como tinha sobrevivido na floresta.

            - Ela cavalga bem. – Sasuke disse baixo, como se falasse consigo mesmo.

            - É, tem isso também. Ela sabe sobre a arte de domar alguns animais também. Ela tem mais conhecimentos que metade da Corte. E eu acho isso suspeito demais. Por que um pai permitiria a filha saber tanto? Aliás, eu conheço Heiki e sei que ele não se importa muito com a família. Ele gosta mais de caçadas do que qualquer outra coisa.

            - O pai não gosta dela?

            - Não se chega ao ponto de desgostar, mas Heiki é indiferente para com a filha. Ele sempre quis um filho homem e Liana só teve uma menina. Sasuke, você também deve saber sobre o Cavaleiro Negro.

            - Sakura disse que o viu. – Sasuke respondeu lacônico.

            - Aposto que metade dos homens duvidou dela.

            - Sim. Quase ninguém acreditou, exceto Naruto, Kakashi e uns poucos outros.

            - Tenho minhas dúvidas sobre Kakashi. Acredito que ele também saiba sobre os pergaminhos. E a maioria dos que acreditaram no Cavaleiro, sem o ver, são aqueles que têm ligação a esse fato.

            - Como assim?

            - Quando Minato dividiu o pergaminho, alguns nobres desconfiaram. Quando o Rei desapareceu, as duvidas ressurgiram. E esse Cavaleiro...

            - O que tem ele?

            - Ele também procura os pergaminhos. Tenho certeza disso.

            - Por que está tão certo disso?

            - Como você sabe, vários castelos fronteiriços foram atacados, e em todos eles, o Cavaleiro Negro foi visto. Todos os lugares atacados eram suspeitos de terem os pergaminhos.

            - Suka. Mas você tem idéia de quem ele seja?

            - Ainda não, mas não demorarei a descobrir. Já tomei algumas providencias.

            - Eu gostaria de saber quais são.

            - Ainda não acho que esteja preparado para saber. Para terminar com isso, gostaria que se mantivesse afastado da Haruno.

            - Afastado? Mas se ela pode saber do pergaminho, não deveríamos prestar atenção nela e tentar trazê-la para o nosso lado?

            - Não disse que não faríamos isso. Disse que não quero que VOCÊ se aproxime dela. Itachi cuidará de tudo.

            - Itachi?! Ele não vai conseguir. Não depois... – Sasuke parou assim que percebeu o que estava prestes a contar.

             - Pois eu acho que ele tem mais chance do que nunca depois de ontem. Sim eu sei de tudo o que ocorreu ontem. Em detalhes. – Madara respondeu depois de ver o olhar surpreso do sobrinho. Ele esperou uma reação de Sasuke.

            - E então?

            - Então que Sasuke se aproximará dela antes que Naruto consiga. Você deve ter percebido que o Uzumaki se interessou por ela. Eu me pergunto por quais motivos.

            - Está insinuando que Naruto pode querer mais um pergaminho? Não. Naruto não é assim.

            - Acho melhor ser precavido. Além disso, você poderia atrapalhar o Uzumaki e acabar conquistando a moça. Já o seu irmão tem mais conhecimento de mundo e saberá lidar com a Haruno melhor do que você. Agora saia. Terminei meu assunto com você.

Sasuke suspirou exasperado. Sabia que não adianta contestar.

***

Jardim Victoria, Cidade Real, 24 de março de 1621

- Sabe por que esse jardim se chama Victoria? – Itachi sussurrou perto da orelha dela.

Sakura se levantou assustada. Quando viu que era Itachi, além di ficar vermelha se levantou indignada. Como ele ousava vir falar com ela depois do que acontecera? Aquela noite havia sido muito difícil. Depois de chorar até que as lágrimas secaram, pensou seriamente em voltar para casa. Jamais havia sentido tanto vergonha em sua vida. Quando acordara hoje, passara muito tempo procurando uma roupa e arrumando o cabelo. Apesar de ainda estar menos arrumada que a maioria das mulheres, achou que estava muito bem. A Haruno tentou se afastar de Itachi, mas ele segurou o braço dela com firmeza.

            - Hanase! (Solte-me!)

            - Chotto matte kudasai (espere, por favor)! Dê-me a oportunidade de me desculpar. Onegai!

Sakura ficou indecisa sobre o que fazer. Por um lado, queria nunca mais voltar a vê-lo. Por outro, achava que todas as pessoas mereciam uma segunda chance. Além disso, não queria ir para outro lugar. Não queria cruzar com outras pessoas da Corte que a olhariam de cima a baixo com desprezo.

            - Então diga! O que tem a me dizer?

Itachi se ajoelhou sobre um único joelho. Ele segurou uma das mãos de Sakura em um aperto frouxo e abaixou a cabeça. Era a perfeita posição de cavaleiro galante.

            - Ontem eu ofendi a honra de milady e também a minha própria ao agir daquela maneira. Envergonho-me do meu comportamento profundamente. Meu otouto me explicou o mal entendido e percebi a gravidade do meu erro. Minhas mais sinceras desculpas. Entenderei se nunca mais quiser olhar ou mesmo falar comigo. Demo, imploro uma chance de me redimir a seus olhos.

            - Pode se levantar, Itachi sama. Eu não sou rancorosa. Ou, pelo menos, não o sou com freqüência. Eu já lhe perdoei, mas espero, do fundo do meu coração, nunca mais lidar com o senhor.

            - Como pode dizer que me perdoou então? Sakura hime, permita que eu lhe mostre que posso ser diferente. Depois desse encontro, sei que teve o exemplo do pior de mim. Gostaria de lhe mostrar que também posso ser honrado, respeitoso e merecedor do seu apreço.

            - Itachi sama... – Sakura não sabia o que responder. Odiava mortalmente o fato de ele tê-la feito chorar, mas ele parecia tão arrependido. O que fazer?

            - Se minhas desculpas não são suficientes, deixe que eu lhe mostre que estou arrependido com minhas ações! – Itachi implorava. Lembrava um pouco o jeito de Sasuke.

            - E o que pretende fazer? – Sakura perguntou.

Itachi, ainda ajoelhado, levantou o rosto, exibindo um enorme sorriso.

            - Imaginei que poderia levá-la ao Teatro Real. Você já o visitou?

            - Teatro Real? Não. Eu nunca o vi. O que é?

            - Vários artistas talentosos se apresentam em um grande espetáculo. Há música, dança e interpretação de histórias. Aposto que a Sakura hime vai adorar.

            - Não sei. – Sakura desviou o olhar. Não pôde evitar ficar vermelha.

            - Onegai, deixe me levá-la ao Teatro amanhã à noite. É tudo que eu lhe peço.

            - Então está bem. Irei com você ao teatro amanhã. Demo, se aprontar alguma coisa de novo, por menor que seja, nunca mais falarei contigo.

Itachi abriu um enorme sorriso. Combinaram de se encontrarem às oito da noite do outro dia. Sakura se virou para partir, quando Itachi a chamou de novo.

            - Você não me respondeu, Sakura hime.

            - Eu já disse que irei com você.

            - Me refiro a pergunta sobre o porquê do jardim se chamar Victoria.

            - Ah, quanto a isso, eu não sei a resposta. Por que?

            - Ele tem esse nome porque foi aqui que o yondaime convenceu Uzumaki Kushina a se casar com ele.

Itachi deu um sorriso de canto e uma piscada para Sakura. A garota acabou ficando vermelha. Definitivamente, ele era tão ou até mais fascinante que Sasuke. Provavelmente tinha mais experiência.


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