The Black Knight escrita por EstherBSS


Capítulo 1
Estrelas Caídas


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem dessa fic porque ela foi escrita com muito carinho. Peço que prestem atenção ao local e a data pois às vezes algumas coisas acontecem com intervalos de dias.
Confira o trailer da fic aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=jzjUnwr5aro&feature=player_embedded
*Por enquanto não tem hentai. Mas quem sabe até o final?



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“Está certo que seus olhos têm veneno
Desde que os vi, estou morrendo.”
Antigo Verso Espanhol

Capítulo 1 – Estrelas caídas


Altea, 15 de janeiro de 1611

As pessoas lotavam a cidade de Altea. Haviam vindo de todos os lugares para ver o torneio. Elas estavam excitadas com as mercadorias trazidas para a feira, com as roupas elegantes das damas reais e com os imponentes nobres que lutavam em busca de honra e reconhecimento.

O torneio real ocorria a cada dez anos e era famoso por suas batalhas épicas. Ele era capaz de construir e destruir lendas. O prêmio aos vencedores era igualmente conhecido. Teoricamente, qualquer um podia participar, mas apenas os melhores –geralmente nobres – sobreviviam até as lutas finais. Sim, sobreviver. As lutas eram de vida ou morte e muitos guerreiros encontravam seu fim na arena. O rei mandava fazer o torneio em uma cidade diferente a cada vez de forma a integrar o reino. E dessa vez, era a cidade de Altea a ser escolhida apesar de seu reduzido tamanho.

Aquele era o primeiro torneio de Haruno Sakura, o que explicava a sua animação e seus olhos brilhantes. A pequena tinha onze anos e só estava ali devido à proximidade de Altea às terras da família Haruno, em Akanea.

    - Sente-se direito, Sakura. – Liana disse sem nem levantar os olhos do gato que levava no colo.

    - Estou sentada. – Retrucou Sakura em sua vozinha infantil.

    - Obedeça a sua mãe. – A voz rígida e firme veio de Haruno Heiki, patriarca da família.

Sakura saiu relutante da janela. Dentro da carruagem que seguia em direção ao centro do torneio, Heiki olhava constantemente o relógio enquanto Liana acariciava o gato que trazia no colo. A menina suspirou desanimada. Já pequena podia perceber os problemas familiares. Sakura era filha única, o que por si só já era um problema. Liana não conseguia ter um menino e isso irritava profundamente o marido. Ele que já era severo, foi se tornando ainda mais fechado com o passar dos anos e isso se refletia no tratamento que dispensava à filha. A mãe também não ficou atrás e a cada ano parecia mais amargurada e menos disposta a se importar com a menina.

Ao longe, eles ouviram o tropel dos cavalos. Sakura não resistiu e olhou pela janela. Algum clã poderoso estava chegando e alguns cavaleiros passavam pela carruagem dos Harunos. Sakura viu um símbolo de redemoinho nos escudos. Perguntou ao pai sobre quem era.

    - É o clã Uzumaki. São os próximos na sucessão do trono. Sandaime indicou Minato para ser o próximo Hokage. – Ele parou de falar e olhou para a filha – Mas é claro que você não está entendendo nada do que eu estou falando, né.

Sakura acenou afirmativamente com a cabeça e sorriu, mas parou ao notar a carranca do pai. Ouviu o tropel de cavalos e se colocou para fora da janela, gritando enquanto balançava os bracinhos.

    - Ohayo, mina-san! Que cavalinho bonito!

Os pais dela acharam aquilo um absurdo, apesar dela se divertir muito acenando. Heiki a puxou pela cintura do vestido.

    - Sakura! – gritou a mãe – Que absurdo! Onde já se viu uma dama, uma nobre, acenar da janela como se fosse uma... uma...

E como não achasse palavra, se limitou a olhar com descrença para a filha. Sakura se sentou no banco da carruagem e sentiu os olhos encherem de água ante a decepção dos pais. Por mais que tentasse ser boa, sempre acabava deixando os pais irritados.

    - Francamente, Liana! Você deveria educar melhor a sua filha. – Heiki comentou irritado. Sakura olhou para as mãozinhas pequenas em seu colo. Pressentiu o início de uma nova briga.

Os dois foram interrompidos por uma batida na porta da carruagem que inclusive parou de andar. Heiki abriu a porta e deu de cara com um cavaleiro montado em um cavalo de raça. Ele tinha o símbolo do redemoinho no escudo.

    - Peço desculpa, senhor, pelos péssimos modos de minha filha. – Heiki se desculpou e Sakura percebeu o quanto era difícil para ele se desculpar. O cavaleiro retirou o elmo e a menina viu que ele era louro. Possuía profundos olhos azuis e era muito bonito. – Minatosama, perdão, não sabia que era o senhor. – Heiki voltou a se desculpar.

O cavaleiro riu despreocupado e disse:

    - Não se preocupe com isso, Harunosan. Essa menina é sua filha? É muito bonita. – Ele olhou para Sakura dentro da carruagem. Sakura lhe respondeu com um sorriso. Heiki respondeu à pergunta afirmativamente e prometeu que a filha não causaria mais problemas. O moço loiro riu novamente.

    - Na verdade, percebi que ela gostou muito desses cavalos.

    - Gostei sim. Eu quero ter um grandão assim quando crescer. – Sakura disse animada, mas seus pais olharam reprovadoramente para ela e a menina se calou.

    - Nesse caso, - Minato continuou – talvez essa mocinha que gosta de cavalos queira dar uma volta no meu.

Dessa vez, não houve olhares feios que impedissem a menina de aceitar o convite. Minato segurou Sakura pela cintura e a colocou sobre o dorso do animal. Ele deu algumas voltas com ela até que os Harunos disseram que deveriam ir para o torneio. Sakura fez uma cara de decepção tão grande que Minato não resistiu. Insistiu para que Heiki e Liana deixassem a filha com ele. Disse que se responsabilizaria por ela e a levaria ao torneio. Os pais dela não queriam concordar, mas como dizer não a um futuro rei?

Sakura se divertia montando o cavalo de Minato enquanto via os pais irem embora na carruagem. Outros cavaleiros do Redemoinho passaram e Minato os mandava seguir adiante. O loiro andava ao lado do cavalo vigiando para Sakura não cair. Uma carruagem parou perto deles e um menino loiro saiu de lá. Ele devia ser um pouco mais velho que Sakura. Talvez um ano ou dois. Estava muito bem vestido e trajava uma armadura simples, símbolo de que estava treinando para ser cavaleiro real. Atrás dele, uma mulher ruiva, muito elegante e bonita saiu também. O vestido dela era maravilhoso e coberto por pedras preciosas.

O menino ficou olhando para Sakura como se ela fosse a criatura mais bonita da face da Terra. Minato explicou quem eles eram e Sakura descobriu que se tratavam do filho e da mulher do moço loiro. A mulher ruiva, Kushina, adorou Sakura. Ela abraçou a Haruno, apertou, chamou de cuti-cuti, rodopiou no ar, jogou para cima e fez da menina a sua boneca. Todos sabiam que a futura Rainha Kushina era louca por meninas e sempre tentara ter uma filha.


Eles eram muito gentis e divertidos, bem diferentes dos pais da menina. Sakura também achara o filho deles, Naruto, bem interessante. Para ela, que sempre tivera poucos amigos, ter alguém com quem brincar parecia um sonho. E ela estava se divertindo muito ainda que achasse o menino meio bobo.

Eles chegaram ao Torneiocom Sakura andando junto de Naruto na frente de Kushina e Minato. O menino com apenas doze anos tentava chamar a atenção da menina de todo jeito. Na Feira, eles passaram em frente a uma barraca de jogos. Havia uma boneca de pano com o cabelo rosa. Naruto queria a boneca para dar a Sakura.

    - Você precisa acertar quatro dardos para ganhar aquela boneca. Mas tem que ser os quatro, hein. Não pode errar nenhum. – O moço da barraca falou para Naruto.

    - Isso vai ser mole, ojisan! – Naruto disse empolgado - Eu vou acertar com certeza, dattebayo!

Ele pegou os dardos com a mão esquerda e passou um deles para a direita. O alvo consistia em quatro círculos coloridos, um abaixo do outro. Naruto lançou o primeiro dardo. Acertou um pouco fora do alvo central, mas o tio da barraca perdoou. O menino lançou o segundo, mas errou feio. Sakura pensou triste na boneca que acabara de perder.

    - Tente acertar três pelo menos. – Disse o tio.

E Naruto tentou. E ele errou todos os outros alvos. E os erros foram tão grotescos que outros meninos riram. Sakura não sabia o que pensar. Ele era tão ruim. Tão ruim. Por um instante, ela ficou com pena dele. O que seria dele, um homem que não conseguia acertar um dardo? Naruto se irritou com aqueles que estavam rindo. Ameaçou brigar. Minato veio separar. Kushina segurou Sakura pelos ombros.


Enquanto eles acalmavam Naruto e todos olhavam para o grupo, quatro dardos acertaram os alvos corretamente, um abaixo do outro e em sequência. Sakura ficou olhando para a perfeição do acerto. Naruto também olhou surpreso.

    - A boneca, por favor. – Uma voz séria disse.

Sakura olhou para o rosto que ela jamais esqueceria. Era um garoto de mais ou menos doze anos também. Possuía os olhos e os cabelos mais negros que ela já vira. Ele também tinha um ar de desinteresse e desafio ao mesmo tempo. Ela perdeu o fôlego. Assim como Naruto, o garoto trajava uma armadura simples.

    - Aqui está a boneca. – O tio deu a boneca para o menino.

O garoto olhou o prêmio com o mesmo desinteresse. Todos olhavam o que ele faria e o que ele fez surpreendeu a todos. Ele estendeu a boneca em direção a Sakura e disse:

    - Pode ficar.

    - Sasuke! O que pensa que está fazendo, dattebayo? – Naruto começou a gritar e Sakura o odiou por isso. Por que ele tinha que estragar aquele momento tão bonito? Ela queria ficar ali olhando para ele, Sasuke né, o dia inteiro. Ele parecia agir como os cavaleiros românticos das histórias que a avó contava para ela.

    - Consegui a boneca para a garota. Não era esse o objetivo? – Ele respondeu indiferente ainda apontando a boneca para a garota.

Sakura pegou a boneca e agradeceu:

    - Meu nome é Haruno...

    - Não dê uma de desentendido, Sasuke! – Naruto gritou mais alto interrompendo Sakura. Ela, definitivamente, o odiou naquele instante. O odiou com todas as forças. Sasuke se virou de costas para ela e fez com que Sakura percebesse que havia perdido talvez o único modo de parecer diferente aos olhos do menino.

Ela não saberia dizer com precisão o ocorreu em seguida. Sabia que havia gritado algo a Naruto. Que ele havia ficado sem graça e que Sasuke não havia gostado,chamando a em seguida de irritante.

Ela se sentiu mal por aquilo, além de se sentir desorientada. Kushina ficou com ela e se encarregou de levá-la para a família. Os pais a acharam estranha, mas ninguém conseguiu separá-la da boneca. Aquele, agora, era seu maior tesouro.

***
Torre Sul, Akanea, 04 de janeiro de 1621

Eu só a vi depois de muito procurar. Recriminei-me por não ter vindo aqui primeiro. Era óbvio que ela estaria aqui. Subi as escadas com cuidado. Não ficaria bem cair daquela altura naquela idade. No último andar, parei para reparar em minha neta. Sakura tinha realmente crescido. E estava bonita. Não era aquela beleza estonteante que outras moças queriam exibir e sim uma beleza doce, daquelas que podíamos ficar horas olhando.

Ela sempre subia na Torre Sul quando estava triste. Eu sabia disso. Deveria ter vindo mais cedo. Minha pequena havia pegado essa mania quando voltara do torneio, primeiro e único que vira. Dizia que dali podia ver melhor o céu e as estrelas. Mas não era para cima que ela olhava essa noite.

Aproximei-me dela devagar, mas por precaução do que por limite da idade. Ainda não fazia idéia de como ela se encontrava depois do que acontecera. Ela estava mais bonita naquela noite, ironicamente. O vestido dela era rosa claro com detalhes brancos e esvoaçava com o vento. O cabelo rosa, antes ricamente trabalhado, voava sem controle sobre as costas da moça. Percebi o caminho das lágrimas em seu rosto. Meu coração se apertou ainda mais. Contive a vontade de chorar, ainda não era o momento. Quando cheguei mais perto, quis chamá-la. Só que eu vi a mancha de sangue que se estampava no belo vestido que ela usava. A voz não saiu. Foi ela quem me chamou.

    - Baasan... nande (por que?)...

Aproximei-me e contemplei junto dela a vista:

    - Infelizmente, minha pequena, não tenho resposta para isso.

    - Eu não pude... não pude fazer nada! Nada! – Ela olhou para as próprias mãos e desatou a chorar.

    - A maioria também não pôde. – Disse tentando consolar, mas eu também queria ser consolada.

    - O que vai acontecer agora, baasan? – Ela tentou conter o choro. Sabia que eu também o fazia.

    - As tropas reais chegarão pela manhã. Iremos com eles. Seu pai acha melhor...

    - Ele não acha nada! – Sakura se irritou – O que foi que ele achou quando as tropas cercaram nosso castelo? Hã? O que ele achou quando 80% dos nossos homens morreram? O que ele achou quando a minha mãe foi ferida, hein?

    - Se acalme, criança! O que você sabe sobre a vida? O que você sabe sobre guerras. Você está triste e eu também, mas não permitirei fracos na família. Seu pai fez o que era necessário e você também o fará. Não se esqueça do nosso lema. Fiéis até o fim. Seja fiel a sua família e se porte com honra.

    - Demo...

Eu a silenciei com um tapa que ecoou mais do que eu esperava. A minha mão coçava e o rosto de Sakura foi ficando vermelho. Chikusho (exprime frustração, algo como m****)! Não queria ter batido nela. Não queria ver em seu rosto aquela expressão de decepção. Entretanto, a Guerra era assim. Eu disse a Heiki o que aconteceria e ele não me ouvira. Estavam aí os resultados. As consequências tinham vindo armadas com lanças, flechas e espadas e agora batiam ferozmente contra as muralhas.

Konoha estava em um clima tenso com o reino vizinho. Akanea, a terra onde os Harunos moravam, era apenas mais uma das propriedades perto da fronteira. E se eles o haviam atacado, era certo que a Guerra começaria. Eu havia tentado avisar meu filho sobre os riscos de ser um Guia. Ou melhor, de ser um falso Guia. O rei havia distribuído alguns pergaminhos entre os generais mais importantes, pois esses documentos continham planos de Guerra. Ele deixou que os outros reinos achassem que outros comandantes também tinham recebido os pergaminhos. Ela sabia que Heiki não havia recebido nada, mas o nome dele vazou mesmo assim como um dos Guias, as pessoas que possuíam as informações.

Agora o castelo deles estava pronto para ser tomado. Queria ter tanta confiança quanto tentava passar para neta. Se as tropas reais não chegassem logo, elas e todos os outros teriam o mesmo fim de Liana. O portão quase cedera já e, com isso, alguns inimigos entraram, causando enorme prejuízo. Sakura e ela olhavam para fora, para as barracas de cerco montadas ao redor do castelo. Eles atacariam de novo pela manhã. Esperava que o Rei se lembrasse deles.

    - Baasan. – Sakura chamou numa voz mais séria e mais triste. Olhei para ela – Essa noite as estrelas que vejo, não estão no céu.

    - Elas caíram, minha pequena. Elas caíram.


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Notas finais do capítulo

~~Cenas do próximo capítulo~~
Sakura percebeu com o horror o que eles planejavam fazer. O cara sobre ela estendeu a mão sobre ela.
- Imma yamero (pare agora mesmo)! Sakura gritou.
- Baka! Ninguém vai te escutar aq...
As palavras foram interrompidas por uma lâmina cortante de aço negro. Sakura viu a cabeça do homem deslizar e cair ao seu lado. Ela estava paralisada pelo medo. Ela ergueu o olhar apenas para encontrar um cavaleiro negro montado num corcel também negro. A lua iluminou a clareira e ela divisou o guerreiro assustador.
- Black Knight... o outro perseguidor parecia ainda mais apavorado do que Sakura. Ele retrocedeu, tentando por distancia entre ele e o cavaleiro.
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Dependendo do sucesso que a fic fizer, eu posto mais. Depois as postagens serão semanais e todo sábado.