Capitulo Extra –x – ( Outro Ponto de Vista )

Ponto de vista: Draco.

Mais uma noite de sábado que tem tudo para ser monótona. Sai do banheiro e já mudei minha roupa.

- Draco, querido! Desça para o café – Ouvi a voz da cozinha.

“Molly...”

Flashback On

- Aqueles imbecis! Vocês vão ver! Eu vou dar a volta por cima – Gritava para ninguém, já que estava em uma parte afastada do Ministério. – Droga! Sem dinheiro, sem magia... Eu nem sabia que isso era possível... ISSO É PRA PRISIONEIROS DE AZKABAN!... – Gritava para ninguém - O que eu vou fazer, Merlin? – Fui escorregando pela parede até sentar no chão.

- Vou morar onde? No beco diagonal? – Sibilei – SEUS IDIOTAS! Como querem que eu seja uma “pessoa melhor” se tiraram até minha casa? Vou ser beeem melhor na rua – Disse com sarcasmo exagerado, escutei um barulho, mas não avistei ninguém.

Afundei meu rosto em minhas mãos.

- Merlin! – Comecei bem baixinho – Eu sei que não sou muito bom... Está bem, sou um pouco mal, mas... Ajude-me.

Outra vez ouvi um ruído, só que mais próximo. No entanto, dessa vez eu vi uma mulher, já com certa idade, com cabelos ruivos e até acima do peso.

- Quem é você? – Perguntei com arrogância.

- Sou Molly – Estendeu a mão na minha direção, mas apenas ignorei.

“Molly? Já ouvi esse nome onde? ... Espera, é a coelha mãe dos Weasley’s?

- Você é uma Weasley? = Perguntei com certo nojo e a vi confirmar com a cabeça – Por acaso sabe quem EU sou? – O tom superior era evidente.

- Um garoto. – Ela falou primeiro e fiquei um pouco surpreso.

- Sou um Malfoy! Conversando com uma Weasley, imagina! – Virei o rosto – E eu já sou maior de idade – Sussurrei por fim.

- Ainda é um garoto para mim.- A encarei aturdido - E está com medo – Ela olhou em meus olhos – E triste... Como está triste... Imagino os motivos – Ela sorriu gentilmente e tocou meu rosto – Você precisa de ajuda... E eu quero ajudar.

- Eu não preciso de ajuda... Principalmente de uma Weasley.

- E com certeza vai virar uma pessoa melhor na rua. Eu te darei abrigo – Voltei a me virar – Bem, se quiser... É só me seguir. – Ela saiu andando a passos lentos.

“Ela ainda quer me ajudar, mesmo eu a desprezando, ela ainda me oferece abrigo”

Visualizei a silhueta se afastando.

“Ninguém mais quis me ajudar... E não vou mendigar para sobreviver! Aff, vou ter que aceitar. Nada mais que sobrevivencia”

Suspirei e levantei-me, andando a passos largos a alcancei, ficando um pouco mais atrás. Ela não disse nada, só deu um sorriso amável e continuamos andando.

Flashback Off

Quem diria que eu ia afeiçoar-me tanto a Molly, e a todos os outros... Outra em especial.

Comi, calmamente, já que não ia ter que trabalhar hoje. Durante o desjejum, lembrei-me que havia marcado um compromisso com Crabble e Zabini a noite.

“Porque fiz isso mesmo?”

Esses dois continuam a mesma droga, que eram na escola. E isso porque já são casados.

O dia passou normal, bem o normal dos Weasleys – gritos, pequenas explosões, feitiços, por ai vai. Informei a Molly que iria sair para ela não se preocupar.

Peguei meu casaco e fui em direção ao bar onde marcaram, sem o pó de flur, o jeito foi pegar o carro de Arthur, que parecia que estava emprestando a um dos gêmeos com tantas perguntas que me fez.

Cheguei em pouco tempo lá, no entanto ambos já me esperavam.

- Crabble, Olha! O Malfoy finalmente chegou.

- Qual é, Malfoy? Parece até que veio andando. – Crabble ironizou, sabendo da minha ausência de magia.

- Eu vim de carro e graças a Arthur, se não ainda estariam esperando.

- Ah sim,  aquela coisa voadora dos pobres-ricos Weasley’s – Zombou Zabini.

- É – Cerrei os dentes, com a ofensa – Uma cerveja amanteigada, por favor

- Não sabe mais beber não, Draco?

Não liguei para seus comentários, afinal não poderia acontecer nada com o carro do chefe Weasley.

-x-

O tempo foi passando e mesmo não podendo comecei a tomar bebidas mais fortes, para aguentar as piadinhas sobre os Weasley’s.

“E pensar que eu era do mesmo jeito...”

- Mas fala, Draco. – A embriaguez fez a fala de Crabble ficar enrolada e as vezes ele soluçava – Deve ser um saco não se aproveitar do dinheiro daqueles imbecis.

 - Cala a boca, idiota – Sibilei baixo.

A bebida já estava, com certeza, fazendo seus efeitos.

- Vai me dizer que nunca pensou em se aproveitar da gentil Coelha Mãe Weasley? – Zabini comentou.

- Não ouse falar de Molly – Meu tom tornou-se sombrio.

- Não, não, melhor! Dar uma amassos com a Weasley femea, até que ela ficou bem gostosinha... – Ele fazia gestos indecentes

FILHO DA PUTA!

Não o deixei nem terminar, pulei em cima de Crabble, em uma fúria descomunal. Junto comigo veio a mesa, e os utensílios que estavam em cima, quebrando-os.

- NUNCA MAIS FALE MAL DA GINA... – Dei-lhe um soco bem dado em seu rosto e seu supercilio abriu, começando a sangrar.

Zabini agarrou-me por trás, tirando-me de cima de Crabble, tentando acertar-me, porem eu consegui lhe dar um murro nas costelas deixando-o sem ar.

Via flashes sendo disparados, mas não parava. Acertei a cabeça de Zabini fazendo-o cair.

-... Não cite o nome de Molly, nem ninguém daquela família.

- VOCÊ FALAVA DELES ASSIM! – Crabble falou.

E lembrei-me, mais uma vez, que eu era como aqueles dois, eu até mandava neles, sempre atormentei Gina, Roni, qualquer um com sobrenome Weasley para mim já era sinônimo de perdedor.

Senti-me imensamente culpado.

Enquanto pensava nisso, Crabble pegou-me e acertou minhas pernas, fazendo-me cair. Zabini levantou e chutou meu estomago, logo após Crabble fez o mesmo com meu rosto, fazendo meu lábio e nariz sangrarem.

- São todos um bando de idiotas, e você está ficando do mesmo jeito – Zabini grunhiu, abaixando para dar-me um soco no rosto.

Minha visão estava turva devido as pancadas.

- Não sabia que estava apaixonado pela Mais nova Weasley... Escolheu bem, Malfoy – Zabini riu maliciosa – Ah se eu já não fosse casado, pegaria ela de jeito. – Voltou a repetir os gestos indecentes de Crabble.

O ódio voltou a arder em meu corpo, muito mais forte e quando deu por mim, Crabble e Zabini já estavam no chão.

Minha respiração estava descompassada e varias pessoas me encaravam ainda em choque. Pequei a chave do carro e de algum jeito voltei para casa.

“Nota mental: Lembrar de agradecer a Merlin esse milagre”

A dor dos ferimentos, que eu sabia que estava, começou a aparecer e percebi meus sentidos esvaindo-se, também pelo excesso de bebida alcoólica ingerida.

Todas as luzes estavam apagadas, logo todos estavam dormindo. Subi as escadas, praticamente me arrastando, com tantos tropeços, nem sei como é possível.

Bati levemente na porta e alguns segundo depois, uma figura ruiva apareceu.

“Nota mental: Agradecer a Merlin, o Sono Leve de Ginny”

- Draco, o que...? – Pus meu dedo indicador para ela parar de falar, e ela logo percebeu que estava bêbado.

“Tenho certeza que brigara comigo amanha”

- Ginny... – Sorri um pouco e selei levemente meus lábios nos dela.

No entanto, não estava mais aguentando as dores, acabei caindo na inconsciência.