Nightly Knights escrita por Vince


Capítulo 5
Capítulo 4- Le Carnivore


Notas iniciais do capítulo

Era uma vez uma criatura perigosa...
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"Le Carnivore" significa "O carnívoro", leiam, vocês vão entender. Preciso dizer que é por causa de "Mozart L'Opera Rock"?
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Agradeço à:
> Babi Morato
>Silent Night
>A Leitora (vulgo: "Le" :3 )
>Black Blood
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Se o outro tava curto, esse ficou enorme ^^'
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espero que gostem e nos vemos no final!
NOTA: Se não entenderem o Cornell, deem uma olhada nos comentários finais!



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Capítulo 4- Le Carnivore


Nem a vítima e nem

O carnívoro

Eu nego a

Lei do mais forte

Eu não quero

Revidar

Eu não posso

Dar a outra face

Victorique mudou de posição novamente. Aquilo era tão duro... Fazia-a ficar doída e com alguns hematomas. Ela ficou revoltada e bateu no braço dele.

–Mas que maldito trono de pedra! Ainda tem esses entalhes horríveis... Faz com que eu fique toda doída... – reclamou para a jovem na sua frente. Charlotty de La Court, sua “protetora” riu. Charlotty era uma garota relativamente baixa, o que fazia parecer que tinha 20 anos, e não 25. Seus cabelos eram mechas que caíam sobre os ombros como cachos delicados. Charlotty usava um vestido roxo, o que fazia com que seus olhos parecessem mais verdes que o normal. –Ah, você ri pois não é você quem tem de sentar nisso!

–Desculpe, Victorique –Charlotty pediu, cobrindo a boca com a mão.

Victorique pôs-se de pé. E começou a andar.

–Vamos, Charlotty! Eu quero passear lá fora! Andar pelos jardins, dar uma caminhada na floresta... Sei lá! Só sei que não quero ficar aqui!

–Mas você só sai para passear pela tarde! Você tem compromissos–Charlotty protestou, mas Victorique continuou persistente. Então ela decidiu apelar – Sabe, Victorique, esse vestido não é próprio para isso –ela disse, apontando para o vestido que Victorique usava.

Um espartilho preto cobria seu corpo desde os seios até o quadril. Uma espécie de mangas de renda, que vinham do espartilho, cobriam seus braços. Mas o problema mesmo era a saia. Era muito volumosa, formada por várias camadas de tecido, dando a aparência que era valorizada naquele tempo.

Victorique riu.

–Sabe, Charlotty... Eu sou a rainha. E você é minha subordinada. Se você quer que esse convite se transforme em ordem, é só me dizer.

–Mas e se você se atrasar e precisar correr? Eu não tenho forças para te carregar e você sabe disso. Essa saia não é prática para correr!

–Vamos, Charlotty! –Victorique insistiu.

Charlotty seguiu-a relutantemente. Algo lhe dizia que elas iam sim precisar correr e que aquela saia só ia atrapalhar tudo. E ela sempre estava correta quanto aos seus pressentimentos


‡‡‡‡‡

Velkhan recordou de tudo que combinara com o pai.

Wolfgang o levara, junto com Kristin e, é claro, Thomas para uma área do castelo que era pouco visitada pelos seus residentes, exceto pelo próprio Wolfgang, que visitava o residente daquela área todos os dias.

Kristin olhava surpresa para todos os lados, sem entender exatamente o que faziam ali. Velkhan estava muito ansioso, pois seu pai não falara o plano, apenas os levara até ali. Até que Thomas quebrou o silêncio:

–Majestade...? Essa não é a área do...

–Sim, isso mesmo –Wolfgang respondeu com um sorriso semelhante so de uma criança que ganha um presente que queria há muito tempo–Meu velho amigo.

–Que velho amigo? –Kristin perguntou.

–Alguém que eu conheço antes mesmo de ter te conhecido. Ele que causou essas cicatrizes–ele respondeu, apontando para as cicatrizes no rosto. – Tenho certeza que ele vai colaborar.

Eles andaram mais um pouco, seguindo por uma espécie de túnel, que acabava próximo à floresta. Caminharam até que viram uma grande área cercada, já no meio da floresta. A área era muito grande e abrangia, inclusive, um trecho razoavelmente grande do rio.

Wolfgang se aproximou do cercado e assobiou. O som ressoou pela floresta até que o som de algo pesado se mexendo chamou a atenção de todos. Wolfgang desamarrou a capa que usava e pulou o cercado, para entrar na área. Poucos instantes depois, uma criatura começou a se aproximar.

A princípio, parecia ser algo pequeno, mas quando se aproximou, todos puderam ver o quanto era grande. Um tipo de lobo muito grande e musculoso se aproximou do rei. O seu pelo era grande e tinha uma cor acobreada; suas presas eram tão grandes que ficavam para fora da boca.

Thomas desembainhou a espada e pulou a cerca, pronto para defender o seu soberano. O monstro parou, começando a frear, antes e se aproximar de Wolfgang. Ele parou, e, tal qual um cão, “sentou”. Era possível ver o medo nos olhos da criatura.

–Thomas, abaixe essa espada! –Wolfgang pediu, já impaciente.

–Mas, majestade...

–Thomas, você está assustando ele! Largue isso.

O cavaleiro fez como o rei havia dito e embainhou novamente o sabre. Wolfgang se aproximou do lobo, que já estava na sua posição normal novamente. O lobo baixou a cabeça, como um cão culpado faria, e Wolfgang subiu pela sua pata para sentar-se próximo ao pescoço. Ele guiou o lobo ate próximo ao cercado e desceu para ficar frente a frente com os espectadores.

–Wolfgang! Você criou um fenrir aqui? E nem me contou nada?!

–É exatamente por isso que eu não contei. Sabia que você reagiria assim, pois você os odeia.

Velkhan não estava entendendo nada.

–O que é isso? –Ele perguntou.

–ELE! –Wolfgang protestou. –Esse é Cornell. Eu o encontrei quando ele tinha só 1,50 de altura. Era um “filhote grande” –Wolfgang disse, fazendo carinho no lobo.

–Wolfgang! Você sabe que eu odeio fenrirs. Um fenrir matou o meu pai.

–Mas Kristin, Cornell não é “o” fenrir que matou o seu pai. Sei disso, pois tenho cuidado dele antes mesmo de eu conhecê-la, como eu já disse.

Velkhan deixou seus pais conversarem virou-se para Thomas; algo que ele havia dito o deixou intrigado.

–Thomas, você sabia disso?

–Apenas por lendas, nada mais. As pessoas do castelo diziam que “um grande lobo morava na floresta”. Mas outros diziam que era um homem, muito forte e com muitas habilidades desconhecidas, como se transformar. Eu acreditava nessa segunda versão e não que eu veria um fenrir de verdade aqui.

Velkhan se aproximou de Cornell e estendeu a mão. Cornell ficou encarando-o por alguns instantes com um olhar temeroso, com medo de que Velkhan fosse atacá-lo.

–Tudo bem... –Velkhan disse. – Eu não vou te machucar.

O fenrir se aproximou e encostou o focinho grande e frio na mão de Velkhan. Todos pararam, com um pouco de medo de que o lobo o atacasse e encararam a cena.

–Velkhan, se afaste! –Kristin gritou.

Triste acidente. Velkhan se assustou e bateu a mão no focinho de Cornell. O fenrir se ergueu sob as duas patas e atacou Velkhan com a pata dianteira, golpeando-o no rosto e o derrubando.

–Velkhan! –Kristin gritou e se aproximou do filho e, junto com Thomas, o ajudou a se erguer.

–Ôôô! Calma, Cornell! – Wolfgang tentou controlar o fenrir que estava sobre as duas patas, alcançando cerca de três metros de altura. –Velkhan, tudo bem? –gritou para o filho enquanto fazia o animal se sentar novamente.

–Claro que não! –Kristin disse. – Essa coisa o atacou!

–Não, mãe, tudo bem – Velkhan respondeu. Seu rosto tinha um corte que ia de uma bochecha até a outra, passando pelo nariz. Sangue escorria do corte, manchando seu rosto e escorrendo pelo pescoço, deixando sua camisa vermelha. – Eu que o assustei. Ele apenas reagiu na sua proporção. Tenho certeza que não foi por mal.

Velkhan se ergueu e atravessou a cerca que o separava de Cornell. O fenrir recuou assustado.

–Viu, mãe? –Velkhan disse, virando para as pessoas atrás dele. –Ele tem mais medo de mim do que eu dele.

Wolfgang puxou Velkhan para longe.

–Você... Acho melhor não, Velkhan.

–Ah, pai. Vocês disseram que iam deixar que eu crescesse. Então deixem-me crescer. –Velkhan se aproximou de Cornell, que o encarou como um cachorro culpado. Ele se deitou e escondeu a cabeça entre as patas, um gesto de pesar.

Velkhan se aproximou e tocou na cabeça de Cornell, fazendo um carinho. O fenrir se levantou e, Velkhan percebeu, estava abanando o rabo como um cachorro faria.

“Um animal que, não só aparenta como tem fama de ser feroz. Mas esse é tão dócil quanto um filhote de cão...”, pensou Velkhan sobre Cornell. Então ele entendeu.

–Pai... Entendi o seu plano. –Velkhan comentou enquanto fazia carinho no pelo bem cuidado do fenrir. O animal lambeu a mão de Velkhan. – Ele parenta ser feroz, mas é mais dócil do que parece. O pelo dele também é resistente, então é possível encenar golpes com a espada, mas sem machuca-lo de verdade. Não é isso?

–Sim. Foi nisso que eu pensei – Wolfgang respondeu, olhando para Cornell. Velkhan limpou o sangue do rosto com a manga do casaco.

–Vamos seguir com esse plano. –Ele disse.

Velkhan e os outros cavaleiros estavam escondidos no bosque, terminando de vestir as armaduras. Faziam isso sem pressa, pois, segundo o que descobriram, Victorique sempre saía para os jardins pela tarde e ainda eram nove da manhã. Então ainda tinham tempo. Certo?



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Notas finais do capítulo

Certo?
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Cornell é um fenrir, inspirado no "Great Warg" do Castlevania -Lords of Shadow-. Cornell, no jogo é o lider dos Lobisomens.
Aqui uma imagem de referencia dele
http://images3.wikia.nocookie.net/__cb20101015224411/castlevania/images/4/42/Great_Warg.png
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A letra de "Le carnivore"
Escolhi por que me lembrou o Cornell e um pouco o Velkhan:
http://letras.terra.com.br/mozart-lopera-rock/1561489/traducao.html
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A fic de hoje é:
One Way To Kill You escrita por Babi Morato
https://www.fanfiction.com.br/historia/187469/One_Way_To_Kill_You
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reviews, por favor!