Ensaio Sobre A Vida escrita por kunquat


Capítulo 9
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Mesmo que eu tenha ficado o resto da aula pensando no que havia acontecido, eu tive uma manhã tranquila, com períodos normais e conteúdos que me prendiam a atenção.

Assim que minhas aulas terminaram eu almocei em um restaurante ao lado do colégio e peguei um ônibus para a natação. O trajeto era monótono e as pessoas que transitavam dentro no ónibus não eram diferentes. O mesmo padrão de pessoas se repetia, classe média, empregado e roupas um pouco amassadas.

Quando cheguei a meu local de natação caminhei rumo ao vestiário e comecei a me trocar. Confesso que eu não gostava de me trocar em vestiários, ficar nu na frente dos outros era constrangedor, eu me sentia observado como se me julgassem.

Assim que fiquei pronto guardei minha mochila em um armário e o tranquei com um cadeado. Caminhei rumo à piscina e, por reflexo, olhei para a arquibancada. Lá havia algumas pessoas, mas não permaneci observando para ver se reconhecia alguma daquelas pessoas. Falei com meu instrutor e entrei na água. Como eu estava voltando a nadar, percorri uma distância de dois mil e quinhentos metros, mas meu objetivo era nadar quatro mil nos quarenta e cinco minutos de aula que eu tinha.

Quando terminei de nadar tudo que meu instrutor havia me passado fui até o vestiário, me troquei e caminhei até a saída. O problema de fazer natação é que a saída é, geralmente, muito fria devido a uma corrente de vento que não se sabe da onde vem. Como consequência do vento eu me encolhi um pouco.

- Estás com frio? – Senti um leve suspiro eu meu pescoço. Arrepiei-me

Quando me virei para ver quem era, Daniel abriu um largo sorriso e me abraçou. Ele trajava peças escuras que combinavam com o cabelo e os olhos, igualmente escuros.

- Há quanto tempo tu estás aqui? – Perguntei meio acanhado.

- Cheguei e tu ainda estavas nadando. Nadas bem.

- Tu viste minhas banhas. – Coloquei minhas mãos na barriga e corei. Ele riu.

- Nem te preocupa quanto a isto. Olha só, sei que é estranho, mas o que tu achas de darmos uma volta?

Nós mal nos conhecíamos, eu não sabia o sobrenome dele, não sabia da onde era, o que fazia, onde morava e ele já estava me convidado para dar uma volta. Interessante. Isto não acontecia com tanta frequência.

- Tudo bem. – Concordei.

Eu e Daniel descemos as escadas e quando saímos do parque esportivo eu caminhei rumo a parada, porém, antes de me distanciar o suficiente, senti um puxão em meu braço. Daniel me olhou e apontou para um carro no estacionamento. Um C4 preto.


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