Aula de Defesa Contra as Artes das Trevas – Quinto ano

Era pra ser a aula mais legal da escola. Só mesmo uma professora como a Umbridge, pra conseguir estragar uma aula dessas.

Ninguém consegue parar de comparar com os professores dos outros anos. Até Quirrell e Lockhart parecem legais agora. Comprar com Moody (mesmo o impostor) ou Lupin era desnecessário.

Temos que copiar o trigésimo sétimo capítulo do livro. Claro, vamos aprender a nos defender simplesmente lendo livros!!!

A aula consegue fica pior do que as aulas de História da Magia. Pelo menos com o Binns podemos não prestar atenção. Ficamos conversando ou dormindo. Exceto ela, claro.

Mas aqui, todos nós temos que copiar a droga do capítulo! Alguns ainda conseguem dá uma cochilada (sempre em alerta), outros (como Blaise e Pansy fazem agora) ficam jogando Snap Explosivos. Mas temos que tomar cuidado. Muito cuidado!

Eu pareço estar copiando o capítulo, mas fala sério! Sou um Malfoy, não vou mesmo obedecer essa criatura com cara de sapo! Ok, temos vários problemas nisso, já que eu deveria estar do lado dela. E eu não sou um Malfoy. Pelo menos, não que eu considere. Mas outro dia falamos sobre isso... Prefiro ficar observando o amor da minha vida copiar coisas inúteis.

A mão dela, extremamente macia (sim, posso dar certeza disso) vai deslizando de um lado para o outro no pergaminho. Anotando cada palavra do livro, como se ela já não o soubesse de cor. A memória dela é maravilhosa, jamais esquece de nada. Poderia esquecer algumas coisas, na verdade, seria bom pra mim às vezes...

Ela copia o livro lá, eu escrevo coisas inúteis aqui. O engraçado é que nessas mãos estão no mesmo ritmo. Cada vez que eu começo uma nova linha, ela começa também.

Sintonia.

Minha vontade é largar tudo aqui e ir até ela. Mostrar que estamos em sintonia. Que somos almas gêmeas. Eu digo a ela: “Eu te amo!” e ela ficaria dividida entre assustada e radiante, me diria “Você está louco?” e eu diria “Louco de amor por você, louco para te ter ao meu lado” e eu estenderia  a mão.

Então ela seguraria a minha mão e se levantaria. Nosso beijo seria dado ali, na frente de todos. A professora nos expulsaria da sala, ou então nos mandaria ao diretor, mas não ligaríamos.

Nós iríamos fugir do castelo, inclusive. Do país seria até melhor.

Lá nós casaríamos, escondidos, é claro. E seriamos felizes para sempre.

Lógico, tem alguns problemas nesse sonho:

Blás e Pansy -  namorando na mesa da frente – com certeza iam me impedir de chegar nela; Ela certamente acharia que eu estou louco; Ela jamais viria comigo; Eu não poderia simplesmente sumir; Ela me daria um tapa na cara – ou outro soco; E mesmo que eu chegasse a não levar um tapa, ela jamais fugiria comigo; Não posso esquecer que Voldemort tem certos planos para mim, ou seja, ele tentará matar a minha mãe e aí nosso plano vai por água a baixo; Não podemos deixar de lutar na guerra que está por vim; A Hilary em pessoa me acharia em qualquer lugar do universo e me traria de volta pra guerra pela orelha (realmente não duvido disso); Principalmente nós dois sendo tão importantes, por causa dos poderes que“

O sinal bateu, avisando que os alunos estavam livres.

Draco ficaria ali parado, olhando ela guardar suas coisas, se não fosse Blás dizer brincando “Cara, fecha a boa e enxuga a baba antes que percebam, por favor!”  e Pansy dar um sorriso triste, de quem sabe que o amigo está sofrendo.

Draco Malfoy assumiu sua pose arrogante de herdeiro Malfoy e saiu da sala.

No caminho, esbarrou no ruivo, mas não fora de propósito dessa vez, ele estava ocupado demais prestando atenção nela.

Enquanto seu coração pedia – implorava - para que ele abraçasse a garota.

“Mas não, não agora, com tanta coisa em jogo. Em breve, quem sabe?”

Não sabia ele, que tudo que ela mais queria, era que ele a envolvesse em seus braços e nunca mais soltasse.