Do Princípio... escrita por Vany Myuki


Capítulo 71
Incorruptível...


Notas iniciais do capítulo

Então...
Acredito que muitas das minhas leitoras e leitores estão querendo me matar, isso é certo, e, acreditem, vocês tem toda razão para fazer isso.
Enfim, eu estou em dívida não só com você mas com uma nova leitora que adotou Do Princípio... com tanto carinho que é impossível não adorar ela.
Então, esse capítulo é dedicado a linda Helena Rajaram que, além dos comentários incríveis, me proporcionou uma alegria muito grande com uma recomendação *-* Obrigada, Flor!
Quero agradecer as leitoras novas que acolheram a fic com muito carinho, então o meu muito obrigada para todas vocês!
E, por fim (mas não menos importante) agradecer as minhas leitoras veteranas que estão comigo a um bom tempo e, que mesmo preocupadas com o rumo da história, nunca desistiram dela.
Sério, muito obrigada, amo vocês de verdade, pois vocês me presenteiam lendo os capítulos que são feitos com tanto carinho.
Agora, e eu espero que vocês não me matem, principalmente as Teen Pedro, eu fiz esse capítulo com muito amor, mas confesso que estou um tanto quanto enferrujada para escrever então peço desculpas desde já.
Um grande beijo e nos vemos nas notas finais ;)
Desculpem erros...



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P.O.V Autora
Victoria caminhava lentamente, sua face erguida sem medo enquanto encarava as centenas de rostos familiares.
_Fiquem calmos, vim por ordem do Grande Leão._falou com a voz dura, incorruptível. Sua postura já não era a de horas atrás, Victória sabia que ela havia mudado, sabia que já não era mais aquela patética e inútil mulher sem sentido na vida, sem rumo... Ela mudara. Podia sentir em seu interior que já não tinha mais seu sangue lavado em humilhação. Aslam lhe dera a benção de mudar.
_Victoria? Mas você estava...?_um Pedro atônito gesticulava, tentando entender como Victoria que, há horas antes, estivera com eles agora estava ali por ordem de Aslam.
Victoria fez um sinal para que ele se calasse e, curiosamente, sua ordem foi concedida por Pedro.
_Não há tempo para explicações Majestade._apressou-se_Vim com a missão de informar à você e seu exército que Mirraz e seus soldados estão a caminho. Muitos deles._enfatizou olhando para cada rosto à sua frente.
Os murmúrios que se seguiram foram silenciados com um assovio auto e estridente.
A atenção de todos se voltara para o local de onde vinha o barulho.
Lá, na boca da mata, sobre uma pedra de tamanho desproporcional estava Suzana, ela não sorria, mas a felicidade que corria por suas veias lhe deixava praticamente sem ar.
_Não podemos temê-los! E daí se eles são muitos e vem com suas armas afiadas contra nós?! Ainda assim, estamos em vantagem, pois a presença do Grande Leão paira sobre nossas almas e, enquanto estivermos certo de tal, não fugiremos ou temeremos a grande batalha que se aproxima!
A garota tinha um brilho no olhar que podia ser resumido a esperança e convicção. Suzana tinha fé e coragem e isso lhe bastava.
A garota deixou-se desfrutar do momento por alguns segundos.
E, quando menos percebeu, seu olhar procurava os dois rostos que ansiava por rever.
O mar azul dos olhos de Pedro fizeram-se visíveis. Ele estava estático, um sorriso pairando sobre seus lábios volumosos.
Logo Suzana sentia a chama de felicidade invadir-lhe o peito. Ela amava Pedro, isso era certo! Mas, ainda assim, Suzana se viu desprendendo os olhos dos de Pedro para alcançar outra pessoa.
Mas distante estava Caspian. Ele não sorria, mas Suzana sentia que o conhecia bem demais para saber o quanto o mesmo estava emocionado em vê-la.
_Senhorita, graças a Aslam!_Ripchip se aproximou com uma reverência, um tom formal demais para alguém que havia chorado a perda de Suzana.
Suzana forçou-se a olhar para baixo, encarando o pequeno rato.
_É muito bom vê-lo novamente Ripchip._disse com um sorriso dócil.
O rato fez mais uma reverência antes de afastar-se e dar lugares à outros que, assim como ele, vinham reverenciar Suzana como se ela fosse uma verdadeira Rainha.
_É bom saber que não nos abandonou._confessou Christian a alguns passos de Suzana, seu sorriso era ofuscante, mas trazia a dor da ausência da menina.
Suzana, emocionada, correu até o amigo e atirou-se em seus braços, o rosto escondido em seu peito.
_Não tive tempo de falar o quanto lhe sou grata!_disse ela, a voz embargada por conta das lágrimas que insistiam em lavar-lhe a face.
Christian não disse nada, apenas a apertou mais forte, aproveitando do abraço tão esperado.
Victoria, que assistia a cena, não pode deixar de ficar feliz por Suzana. Ela gostava muito da prima e saber que ali haviam pessoas que realmente se importavam com a mesma lhe fazia sentir como se já estivesse pronta para partir, pois sabia que Suzana ficaria bem ao lado dos seus.
Christian olhou para Suzana, seus olhos denunciavam a presença de lágrimas, mas ele era durão demais para confessar que estava prestes a desabar.
_Senti sua falta, de verdade._disse acariciando os cabelos da garota.
Suzana, com u8m sorriso sapeca, respondeu rindo:
_Sei que sim. Afinal, você não vive sem mim.
Christian revirou os olhos, feliz por saber que Suzana continuava a mesma, mesmo após tudo que ocorrera com ela.
_Sempre modesta._disse rindo antes de envolver-lhe novamente em seus braços num abraço tão apertado que ficava difícil até para respirar.
Quando a soltou, Christian abriu caminho para que Edmundo se aproximasse, mas não deixou de ficar perto de Suzana, perto o suficiente para matar a saudade arrebatadora que sentia da garota.
_Será que eu ganho um abraço?_perguntou Edmundo, os braços já esticados.
Suzana o abraçou com firmeza, contente por revê-lo.
_E Natália?_perguntou quando já estavam afastados, as mãos segurando uma a do outro.
Edmundo suspirou pesado, uma preocupação incomum recaindo em sua face jovial.
_O que aconteceu?_perguntou Suzana, o desespero tomando conta de sua voz.
Edmundo negou com a cabeça.
_Não há razão para nos preocuparmos. Ela apenas foi procurar ajuda, mas logo estará de volta._o garoto se agarrava a esperança como se fosse um bote salva vidas. Edmundo estava incerto se Natália realmente estava bem e, pior, se ela voltaria.
Suzana, compreendendo a preocupação que assolava o jovem Rei, lhe acariciou o rosto, dizendo que tudo ficaria bem.
Edmundo sorriu fraco antes de se afastar para que a figura de Pedro se aproximasse.
Suzana sentiu o coração fraquejar, mas se manteve firme, o semblante tão pacífico quanto.
Ela não sabia o que falar, talvez devesse apenas o abraçar como fez com os demais, mas tinha medo de parecer indiferente, quando não estava, e acabar por ferir os sentimentos de Pedro.
Enquanto Suzana calculava o que realmente diria Pedro a surpreendera quando, repentinamente, lhe segurara pela cintura e colou seus corpos com firmeza, seus olhos, mesmo sem querer, viram-se aprofundar naquele mar azul que eram os olhos de Pedro.
A face do jovem Rei não podia conter mais confusas sensações.
Ele estava bravo. Furioso até.
_Nunca! Jamais..._ele disse fechando os olhos por um segundo e abrindo-os novamente_Jamais me abandone de novo! Você é tudo para mim! Eu não sou nada sem você e, de agora em diante, não te deixarei partir sequer um segundo do meu lado. Eu te amo! Amo mais do que meu coração pode aguentar. Amo ao ponto de sufocar com sua ausência e, não importa o que digam ou o que pensem, eu te amo!_Pedro chorava, o desespero e raiva se confundindo em suas emoções.
O garoto não esperou que Suzana concedesse, ele simplesmente a beijou.
Naqueles segundos em que se embriagava no mais puro dos sentimentos, Suzana, inconscientemente, se viu beijando Caspian. Ela cedeu ao pensamento de que era realmente Caspian que lhe beijava com volúpia, e quando o fez se deixou aproveitar o momento. A garota enlaçou os braços no pescoço do rapaz e apenas se dera conta que não era Caspian quando sua mãos procuraram os cabelos grandes e sedosos do mesmo.
No momento em que percebera que quem beijava seus lábios não era Caspian, Suzana acordou de seu transe momentâneo e sentiu uma pontada de tristeza engolfar-lhe.
Ela olhava para Pedro, que estava sorridente, e tentava assimilar o que acontecera.
Ela, sem mais explicações, se afastou de Pedro e caminhou por entre a multidão que lhe observava.
Pedro a viu se afastar, a expressão perdida.
Suzana olhava para todos os lados, procurando um sinal da pessoa que iniciara a confusão em seus sentimentos.
Ela começou a achar que a imagem dele parado a olhando há alguns minutos antes fora uma brincadeira de sua mente e que ele, de fato, não estava ali.
_Suzana?_ouviu a voz de Lúcia lhe chamar ao longe.
A pequena permanecia na boca da floresta, como outrora Suzana esteve.
Lúcia estava com um semblante tranquilo, mas Suzana sabia que era apenas uma fachada.
A menina apontou com um aceno de cabeça para a caverna.
Não necessito de palavra para que Suzana soubesse do que Lúcia se referia.
A garota correu, sem se preocupar com ninguém, nem mesmo, por apenas alguns minutos, com a mágoa evidente no rosto de Pedro.
Quando enfim adentrou a fortaleza Suzana permitiu-se suspirar aliviada, principalmente pelo fato de não ter mais centenas de rostos a encarando.
A garota pensou em gritar seu nome, mas não necessitou que o fizesse.
Caspian estava parado num canto mais sombrio da caverna. Sua figura quase conseguia se fundir com a escuridão das partes extremas da grande fortaleza.
Caspian não percebeu a presença de Suzana enquanto a mesma se aproxima a passos lentos.
Suzana não tinha ideia do que falar, assim como outrora não sabia como agir em relação à Pedro, mas, diferente de Pedro, ela sentia que não precisava formular palavras para demonstrar à Caspian o que realmente estava sentindo.
Surpreendendo a si mesma, Suzana repousou uma das mãos nas costas de Caspian, sentindo sua pele formigar ao simples toque.
Caspian, tão surpreso quanto, manteve-se na mesma posição, ainda que soubesse, no mais íntimo de seu ser, de quem pertencia aquele toque.
Eles ficaram por alguns segundos assim, sem nada falar ou fazer.
Quando Caspian pareceu recuperar-se do susto começou a falar, sua voz tão controlada que nem aparentava ser o mesmo homem que a minutos antes se sentiu ser jogado de um precipício, enquanto assistia seu grande amor fundir-se em um beijo cheio de carinho e amor com outro homem.
_Como você pôde beija-lo?
A amargura na voz de Caspian era evidente, mas não fora o suficiente para fazer Suzana se sentir mal, afinal o beijo havia tido um propósito.
_Eu precisava saber._respondeu por fim.
Caspian virou-se devagar, tentando se controlar para não beija-la naquele mesmo instante e esquecer-se da cena com Pedro.
_O que? Acho que esse tempo todo você já sabia, só tinha pena de me falar, não é mesmo?_disse Caspian com os ombros arqueados.
_Caspian...
_Não, por favor eu preciso terminar._ele disse desvencilhando-se de seu toque.
Caspian caminhou alguns passos para longe da garota, parando para olha-la de longe quando já estava afastado o suficiente para saber que não teria o risco de descontrolar-se.
_Suzana, eu te amo! E eu sei que Pedro lhe ama também e, acredite, me sinto mal por isso. Sei que posso lhe fazer feliz tanto quanto Pedro, mas não posso mais viver tendo papel secundário nesta história.
Caspian se aproximou um pouco mais, uma convicção ardendo em seus olhos.
_O amor é belo e indestrutível, mas quando é vivido por duas pessoas, por almas gêmeas..._Caspian pausou para recuperar o fôlego e prosseguiu_Eu sei que você é minha alma gêmea, mas não tenho certeza se sou a sua. Então, como prova do que sinto por você, eu desisto.
Suzana não se moveu, estava atenta demais as palavras de Caspian.
_Eu desisto de tentar ser sua alma gêmea, porque sei que no fundo, bem lá no fundo_ele pousou sua mão sobre o lado esquerdo do peito de Suzana, dando ênfase as suas palavras_no fundo você quer que seja ele, porque com ele é mais fácil, é mais descomplicado. Comigo seria impossível e, por mais corajosa que você seja, o impossível nem sempre é bom.
Caspian deixou algumas lágrimas escorrerem por seu rosto.
Suzana perguntou-se se ele conseguia sentir o coração da menina batendo frenético em seu peito.
_Adeus Suzana, espero...
_NÃO!_Suzana o cortou.
A ideia de ver Caspian fora de sua vida era absurda. A dor de não senti-lo ao seu lado era catastrófica demais para suportar.
Caspian estava com um ponto de interrogação em sua face.
_EU PROÍBO VOCÊ DE SAIR DA MINHA VIDA!_disse a garota alto o suficiente para fazer Caspian recuar alguns passos.
_Eu não entendo...você o ama!_acusou Caspian, ainda sem entender.
_Sim, eu o amo. Amo desde o primeiro momento em que olhei em seus olhos, mas eu não sei, é um amor diferente, mais moldado no carinho do que em uma relação homem e mulher._se justificou Suzana.
Caspian, por um segundo, permitiu-se ter esperança, uma esperança tão inexistente que ele mal acreditava que ela ainda estava viva em seu ser.
_E eu? O que você sente por mim?_ele perguntou se corroendo, enquanto observava Suzana refletir.
A garota suspirou alto e deu de ombros.
_Eu, no começo achei que sentia raiva, mas depois algo começou a crescer aqui._ela colocou a mão sobre seu coração_e do nada essa "coisa" que se instalou foi se tornando cada vez mais forte, tão forte que me deixava tonta.
Suzana podia sentir a adrenalina correndo por seu corpo.
_Eu não sabia o que fazer, quer dizer, amar duas pessoas é estranho e anormal, mas tudo mudou._declarou com a expressão cansada. Suzana estava exausta de mentir para todos e, principalmente, mentir para si mesma.
A garota se aproximou de Caspian sem medo, movida apenas pela impulsividade, sem se preocupar com a razão.
E, sem aviso prévio, Suzana beijou Caspian.
O choque inicial de Caspian era notável, mas logo ele sentiu o sentimento dominar-lhe e deixou-se usufruir do momento tanto quanto a garota.
Suzana beijava Caspian lentamente, desejando que aquele momento jamais acabasse...
As sensações que ocorriam no interior de Suzana eram controvérsias, hora podia sentir a felicidade, hora sentia repulsa por ter-se negado este prazer por tanto tempo. Mas, mais do que tais sentimentos, Suzana se sentia completa.
Era como o bater das ondas nas rochas, único e indestrutível...
Quando se separaram, Caspian a olhou, não acreditando no que acontecera.
Suzana permanecera com os olhos fechados, apenas aproveitando daquele sentimento que se instalara em si.
Ainda com os olhos fechados a garota não temeu proferir as palavras que tanto ansiava por fazê-lo:
_Eu te amo, Caspian. Incorruptivelmente.
O príncipe agarrou-se a garota, se sentindo o mais sortudo e amado de todos os homens.


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Notas finais do capítulo

Quem quer me matar levanta a mão o/
Mas calma, esse capítulo foi apenas para acalmar os ânimos das Suspian's ;)
Há muito água nesse rio para rolar ainda >.
Um grande beijo, fiquem com Deus =]



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