Depois do que a empregada havia dito Richard ficou andando pelo quarto, de um lado para o outro. Estava pensando em como sair daquela situação. A empregada continuava parada na porta do quarto, esperando uma resposta.

– Entre e feche a porta! – ele ordenou e a empregada obedeceu.

– Você nunca ouviu essa minha conversa pelo telefone, ta entendido? – ele disse.

– Não está entendido não senhor.

– Como é que é?

– Isso mesmo. É muito feio trair a mulher sabia senhor Richard?

– O que você quer para ficar de boca fechada?

– Minha TV lá de casa pifou sabe...

– Eu não posso te dar uma TV! – ele interrompeu. – Eu não tenho dinheiro algum. Quem me sustenta é a Amy.

– Então eu vou ter que contar para ela. – e começou a andar em direção à porta.

– Espere! – a empregada deu meia volta – Eu vou dar um jeito de te dar uma TV nova.

Depois que a empregada saiu, ele finalmente deitou na cama, mas não conseguiu dormir. Mais tarde, já de noite, quando Amy chegou no quarto, ele começou a colocar em pratica o que havia bolado a tarde toda: como iria dar uma TV para a empregada.

– Amy, nós precisamos conversar.

– Sobre o que?

– Eu estava pensando em comprar uma TV nova pra minha mãe. É uma das poucas coisas que distrai ela, mas a que ela tem, ou melhor, a que ela tinha pifou.

– Ah, tudo bem. Antes de você voltar para lá eu te dou um dinheiro a mais para você comprar a TV pra ela.

– Foi mais fácil do que imaginei. – pensou ele.

A semana passou e a única coisa útil que ele havia feito era ter lavado seu carro, porque o resto foi pura vagabundisse, como por exemplo, passar o dia todo na cama ou no sofá vendo TV. Estava chegando a hora de voltar para a casa da mamãe, ou devo dizer, para a casa de Cindy. Ele acordou muito cedo, inclusive antes de Amy, que sempre acordava cedinho, tomou seu café e antes de ir ele foi falar com a empregada, que estava na cozinha lavando a louça.

– Toma o dinheiro pra você comprar a porcaria da TV! – estendeu a mão com o dinheiro a mais que Amy havia dado a ele. – Acho bom você cumprir com o acordo, continue de bico fechado. – finalizou. A empregada pegou o dinheiro, guardou no bolso de sua calça e Richard saiu em direção à casa de Cindy, sem nem dar chance da empregada respondê-lo.

O safado dirigiu durante meia hora até chegar na casa onde ele e Cindy viviam, que ficava do outro lado da cidade. Ela estava do lado externo da casa, sentada em um banco esperando o marido chegar. Assim que ela o viu, levantou imediatamente. Ele estacionou o carro, desceu e se aproximou de Cindy, confuso.

– O que está fazendo acordada tão cedo?

– Eu precisava te contar logo...

– E o que é tão importante assim para fazer você ficar aqui fora esperando eu chegar?

– Richard, você vai ser pai. Eu estou grávida! – gritou. Ele a abraçou forte e a beijou.

Eles eram tão felizes um ao lado do outro. Eu observava aquela cena tendo pena da Cindy, e acho que não preciso dizer o motivo.

Tenho um palpite sobre o nome desse futuro bebê: Problema!