Ray olhava surpreso a decoração, que tinha uma faixa escrita ’Parabéns Ray!’ em vermelho, uma mesa com um bolo de chocolate recheado de morangos e cobertura de chantilly (que era muito bonito por sinal) docinhos e salgadinhos. Em outra mesa tinha os presentes, principalmente a guitarra que Gerard comprou e eu ajudei a pagar (que ficou como meu presente de aniversário). Ele estava boquiaberto.

-Mas o que significa isso?- disse

Começamos a cantar os parabéns e em seguida o famoso ‘com quem será’, que o deixou mega corado. Logo ele começou a abrir os presentes, que era uma camiseta da banda The Misifits, que ganhara do Mikey. Minha mãe deu um CD do Aerosmith e os pais do Ger deram um livro de fotografias do Queen. Já Brendon deu uma aliança dizendo que queria oficializar o namoro dos dois. O mesmo aceitou todo feliz da vida e em seguida selou seus lábios. Olhei para todos que estavam animados, exceto Donna que desprezava o que vira, me fazendo ficar um pouco incomodado.

Começamos a comer e cada um praticamente ficou em seu canto. Donald, Donna e minha mãe conversavam no sofá. Mikey assaltava a mesa. Brendon e Ray foram ‘namorar’ na casa do mesmo, enquanto eu e Gerard estávamos conversando, só que eu não prestava atenção no que o mesmo falara.

-Ta tudo bem amor?- eu o fitei, tentando sorrir sem sucesso- quer contar o que aconteceu?

-Parece que eu vi sua mãe virar a cara quando o Ray e Brendom se beijaram. - disse em uma expressão meio triste

-Não liga, ela não está acostumada a verem duas pessoas do mesmo sexo se beijarem- ele me abraçou tentando me confortar- Ta bom?

-Uhum!

Em seguida nos beijamos com ternura. Percebi que Donald olhava com um sorriso no rosto e fazia o gesto de ‘estou de olho em você’, me fazendo ficar sem graça. Fazia pouco mais de um mês que estava ficando com Gerard, e aquilo era ótimo. Hoje em dia eu acordo feliz da vida sabendo que tenho ótimos amigos e um namorado lindo. Epa, namorado? Acho que to indo longe demais.

Era quase meia-noite quando todos foram embora e finalmente me sentei, suspirando um pouco cansado. Minha mãe me fitava sem expressão alguma no rosto, até eu puxar assunto.

-Que cansaço!- ela assentiu

-Filho, por acaso você ta namorando com o Gerard?

-Não que eu saiba, por quê?- ela só assentiu- algum problema?

-Você sabe que vocês terão que encarar um desafio e tanto, não é?- concordei- então toma cuidado, viu. – Ela logo fugiu do assunto dizendo que iria dormir.

Fiquei ali, pensando no que acabara de ouvir. O que ela quis dizer com isso? Achei melhor eu ir dormir, mas antes mandei uma mensagem para Gerard.

‘Amor, to indo dormir. Só mandei essa mensagem para te desejar boa noite’

Em cinco minutos recebo outra.

‘Ah, que pena. Não estou com nenhum pingo de sono. Vou assistir um filme agora. Então boa noite!’

Repentinamente, me deu uma vontade imensa de dizer uma coisa a ele, mas resolvi deixar para outra hora.

‘Ia te dizer uma coisa mas esqueci. Boa noite’

Logo adormeci

{Gerard P.O.V}

Cheguei em casa morto de cansaço, mas não estava com sono. Meus pais e Mikey foram para seus respectivos quartos descansar depois de um dia animado. Resolvi assistir um filme de terror e comer brigadeiro (a única coisa que sei ‘cozinhar’). Assim que terminei, recebo uma mensagem, percebi que um sorriso escapou dos meu lábios ao ver que era de Frank. Mandei e logo recebi outra. Quando vi que ele ‘esqueceu’ de me dizer algo, senti que ele queria dizer pessoalmente, e era alguma coisa boa. Tomei um choque de realidade e fui até meu quarto trocar de roupa, colocando uma bermuda e uma camiseta bege (uma cor que eu odeio, mas só uso em casa). Passei pelo quarto dos meus pais e eles estavam conversando, que parecia ser muito tensa. Resolvi me aproximar.

-Porque você quer fazer isso Donna? Ele vai ser capaz de quebrar a casa inteira assim que souber disso.- deduzi que estavam falando de mim.

-Porque vai ser melhor pra ele. Eu sinto isso.

-Eu o conheço muito bem, ele não vai aceitar isso tão cedo. - disse em um tom alterado – ele está muito feliz com o novo relacionamento...

-Como é? Ele ta namorando e eu não to sabendo disso?

Resolvi me meter na conversa, abrindo a porta

-É sim, mãe. Essa pessoa me faz muito feliz e se der certo eu vou oficializar nosso relacionamento.

-É mesmo?-disse animada- E eu posso saber quem é?

-Eu vou te apresentá-lo amanhã na hora do jantar, pode ser?

-Claro que pode. Quero conhecer a pessoa que faz o meu menininho feliz.- sorri para não deixá-la no vácuo

Odeio quando ela me chama de menininho. Eu já tenho 17 anos de idade e ela vem me chamar de menininho. Eu nem falo nada. Fui assistir Atividade Paranormal 2 e acabei dormindo na metade do filme. Acordei quando estava praticamente amanhecendo e levantei-me, indo em direção a cozinha preparar o café. Só o café mesmo, pois como já disse, não sou bom de cozinha. Vi meu pai se aproximar de mim com uma expressão séria.

-Bom dia filho.

-Bom dia. Vai trabalhar hoje? – peguei uma xícara e estendi a ele

-Tenho que. Ah, quero te confessar uma coisa.

-Pode falar.

-Acho que sua mãe vai demorar um pouco para aceitar essta tua relação com o Frank -assenti-e você sabe que eu aceitei, mas, sinceramente, no fundo acho isso um pouco...estranho. Mas quero te ver muito feliz com esse rapaz.

-Sim, eu sei. E você sabe que geralmente eu não me dou muito bem com a mamãe.

-É, eu sei. Bom eu vou terminar de me arrumar, ok?!

-Aham.  Ah pai, posso te pedir uma coisa?

-Diga.

-Me dá uma carona até o shopping? Se você puder, lógico.

-Mas é claro. Só que se arrume já, não posso chegar atrasado hoje.

-Pode deixar.

Subi para meu quarto e tomei um banho rápido. Penteei meus cabelos, mas não ficou bom, então resolvi bagunçá-los, que ficou muito melhor. Vesti uma camiseta listrada horizontal de manga comprida, um casacou de couro vermelho, uma calça preta super colada no corpo e um all star azul marinho. E seguimos rumo ao nossos destinos. Comprei o que queria e segui meu rumo. Encontrei Linda no caminho toda arrumada, parecia que iria a um encontro.

-Bom dia Linda.

-Bom dia querido. Tudo bem?

-Sim, o Frank tá em casa?

-Tá sim. Ele vai ficar muito feliz em te ver.

-Não sei, só indo até lá para confirmar. –rimos- Por acaso, você está indo a um encontro?

-Sim, só que não fale nada pro Frank. –assenti e ela olhou para o relógio- desculpa, mas eu preciso ir. Juízo vocês dois. Tchau.

-Ok! Tchau.

Ficarei sozinho com ele em casa, senti que isso era muito bom. Não demorou para encontrar Ray no caminho de mãos dadas com Brendon todo feliz da vida.

-Mas já tão indo passear? – perguntei cheio de graça

-Bom dia pra você também Gerard. –Ray disse- Por acaso está indo para a casa do Frank?

-Como sabe?

-Sua expressão de felicidade está denunciando.- disse Brendon. Depois disso nos despedimos e segui diretamente para a residência dos Iero.

Chegando lá, ouvi um barulho de guitarra. Pendurei meu casaco em uma das caddeiras que se encontrava ali e tratei de subir.

{Frank P.O.V}

Mal tinha acordado e lembrei de que tinha o encontro com o Victório á noite em uma cafeteria. Para (tentar) esquecer isso, fui tomar café e lembrei da minha querida Pansy, pendurada na parede ah, que saudades dela. Resolvi tocar um pouco assim que minha mãe saísse. A mesma disse que voltaria tarde, então eu teria a casa só pra mim.

Estava tocando concentradamente até eu ver que a porta estava sendo aberta. Tomei um baita susto, mas fiquei mais tranquilo ao ver Gerard ali, com aquele belo sorriso que o mesmo dava toda vez que me via.

-Bom dia meu amor.- veio em minha direção selando meus lábios

-Bom dia. Que surpresa ver você aqui.

-Resolvi passar o dia com você, meu lindo. Se não for incômodo, é claro.

Adoro quando ele me chama de ‘lindo’, ‘meu amor’...isso me faz ficar cada vez mais apaixonado por ele.

-Mas é claro. Quer beber alguma coisa? Uma água, um café...

-Um café, lógico. – o puxei pelo braço o guiando até a cozinha.

Peguei duas xícaras e despejei o líquido nestas. Tomávamos o café em silêncio até ele ter a ideia de nós irmos assistir alguma coisa (para ser mais específico, um filme de terror).

-Escolha um filme ai, enquanto eu vou preparar a pipoca. – o mesmo concordou

Não demorei muito para preparar, pois ainda deu tempo de fazer brigadeiro. Quando voltei, ele tinha escolhido justo o filme Jogos Mortais (último) para assistirmos. Tenho horror desse filme, confesso e ainda por cima minha mãe comprou pra mim essa porcaria. Mas não cheguei a dizer nada e ele também não chegou a perceber.

Nas cenas mais ‘fortes’, eu chegava a tapar os olhos. Gerard percebia e perguntava se tava tudo bem e eu afirmava que sim. Só que na metade do filme eu não aguentei e disse que tava com medo.

-Tudo bem amor. –o fitei e o mesmo sorria pra mim

Desliguei a TV e logo começamos a nos beijar ali mesmo, no sofá. O beijo estava ficando muito intenso, quando repentinamente ele tomou a iniciativa tirando minha camiseta. Ele ia me pedir desculpas mas antes que ele falasse eu o beijei novamente. Coloquei minha mão por debaixo da sua camisa e comecei a passar minha mão por toda a extensão de sua pele macia, ouvindo alguns gemidos por parte dele. Virei-me ficando por cima do mesmo e logo sorri maliciosamente. Me aproximei de sua bochecha, depositei um beijo ali e me aproximei de sua orelha.

-Quero que esse momento seja perfeito. –disse, merdendo o lóbulo da sua orelha em seguida- Eu amo você.

Nossos olhares se encontraram e eu enxergava que ele sentia o mesmo por mim: Amor, um sentimento tão bom, tão inocente...não é como paixão que nos faz quebrar a cara e ficamos chorando quase o tempo todo por causa da pessoa.

-Eu também te amo... -olhei dentro de seus olhos e ele respirou fundo, deduzi que estava criando coragem para dizer alguma coisa que estava presa dentro dele- ...amor da minha vida

Sorrimos e continuamos o que estávamos fazendo. Ele queria muito ter aquele momento comigo, mas o mesmo estava um pouco inseguro. Tive de dizer para ele que não iria machucá-lo, pois era sua primeira vez e tinha que ser perfeito para ele, pelo menos isso, pois a minha não foi tão perfeita assim.

Desde que eu conheci Gerard, meu maior desejo é passar o resto dos meus dias ao seu lado. Já imaginei nós dois casados, morando na nossa própria casa, criando nossos filhos...mas tenho medo de que façam alguma coisa para separar a gente, pois sinto que isso ainda vai acontecer e eu (acho que) sei quem vai querer fazer isso.

Depois do ‘momento’, ficamos em silêncio e novamente me lembrei do compromisso que tinha á noite. O único jeito era ir e sem reclamar, pois eu sabia muito bem o que ele iria fazer se eu não fosse. Nos olhamos e trocamos juras de amor. Não demorou muito para nós pegarmos num sono profundo.