No dia seguinte, acordei era mais ou menos 6h15 da manhã e percebi que minha mãe já estava acordada. Levantei-me e fui até a cozinha, onde a encontrei preparando o café.

-Bom dia mãe.

-Bom dia amor. – ela disse vindo em minha direção – senta aí, tenho novidades pra você.

Nós nos sentamos na mesa e ela demonstrava estar feliz com alguma coisa.

-Hum, o que é?

-Você lembra da Donna? – afirmei com a cabeça- então ela nos convidou para o aniversário dela, e ela está contando com a nossa presença. E aí, vamos?

Não curto a companhia da minha mãe em festas, mas ela está muito empolgada pra ir, então o único jeito é...

-Vamos sim, mas quando vai ser?

-Amanhã à noite, então vou às compras hoje depois do serviço. Quer ir junto?

-Não vai dar mãe, tenho trabalho pra fazer, desculpe.

-Tudo bem, pelo menos você está levando os estudos mais a sério depois que trocou de escola. – ela levantou-se e foi direto pegar alguns ovos para preparar omelete – e vai se arrumando enquanto eu termino aqui.

-Aham. – levantei-me e subi para o quarto. Arrumei o material para o dia e troquei de roupa. Vesti uma camiseta branca, uma calça jeans preta e uma jaqueta de couro da mesma cor.

Desci para tomar o café e jogar conversa fora com a minha mãe como sempre. Era 07h20 e eu já estava a caminho do colégio, quando tenho uma surpresa... digamos, um pouco assustadora.

-Frankie, você por aqui...- disse a pessoa acariciando meu rosto – que surpresa agradável

-Você está proibido de me chamar assim, eu já te disse isso várias vezes. – tirei aquela mão do meu rosto com sucesso e continuei a caminhar – e me deixa em paz caralho. Esqueça que eu existo.

Ainda bem que faltava um quarteirão pra chegar ao colegio. Chegando lá encontrei Mikey sentado em um canto fitando o chão.

-Olá Mikey. – disse me sentando ao seu lado

- Oi, tudo bem? – perguntou com uma voz chorosa

-Tudo sim, mas com você...não ta nada bem.

-Obrigado por ser o único a perceber isso. – Em seguida, ele começou a chorar.

Comecei a ficar preocupado, apesar de conhecê-lo á só um dia.

-Vem cá – o abracei com toda a minha força e ele fez o mesmo. –Quer desabafar?

-Agora não. Ah, quero fazer aquela redação hoje na sua casa, pode ser?

-Aham. – Depois disso, nós ficamos ali, abraçados e em silêncio. Todos a nossa volta nos olhavam estranhando o que viam, mas foda-se era só um abraço, nada demais.

{Gerard P.O.V}

 Porque Mikey está abraçando Frankie? Não tô gostando nada disso, sinceramente. Estava tudo tão tranquilo até ele aparecer e bagunçar meus sentimentos. Puta que pariu, acho que estou apaixonado de novo, só que por um homem. E agora? O que eu faço?

-Gee? Tá dormindo é? – Ray disse enquanto estralava os dedos na frente do meu rosto

-Ãhn? Ah, não não to dormindo. – disse meio sem jeito – é que eu...eu...

-Você não para de olhar o seu irmão abraçado com o novo amigo. Acho que você está com ciúmes, acertei?

Que merda, esse Raymond sabe quando eu fico com ciumes. Também, nos conhecemos desde crianças. Sempre fomos melhores amigos e é claro que ele percebeu que eu tô diferente, ele não é burro.

-N-não. Claro que não. Mikey é meu irmão e...- tentei escapar do assunto sem sucesso

-Não to falando do Mikey ô bobão. Tô falando do Frankie. Tá escrito na tua face que você está com ciumes.

- Dá pra mudar de assunto, por favor?

-Sabia, a mim você não engana.

Logo em seguida bateu o sinal para ir para a sala.

-Vamos indo, não quero levar bronca de professor por chegar atrasado.-

Porra mano, não posso falar para o Ray que eu fiquei com ciumes do Frankie, pelo menos não agora. Por causa disso, não falei mais com ele pelo resto da manhã. As três primeiras aulas foram chatas como sempre, no intervalo fiquei em um canto qualquer ouvindo Mettalica e pensando em Frankie. As vezes o observava rindo e socando o braço do Raymond. Ah, como eu queria estar ali, mas hoje preciso de um tempo sozinho. Não tive as duas ultimas, então fiquei sentado na quadra observando o pessoal jogar vôlei, quando percebo que alguém está se aproximando.

-Oi Gerard- levantei a cabeça e sorri quando vi que era...

-Fraankie – ele também estava sorrindo –tudo bem?

-Tudo. Ah, amo quando me chamam de Frankie – rimos – e você, como vai?

-Bem. Ah, cadê as duas?

-Foram jogar xadrez. –disse enquanto se sentava ao meu lado- Ah, o Miks pediu pra eu te avisar que ele vai até minha casa fazer trabalho hoje.

-Ok, obrigado. Ah, pode me chamar de Gee, ok!

-Ok Gee.

Depois ficou um silêncio muito constrangedor entre nós, até que eu tentei puxar assunto (uma coisa em que eu sou péssimo).

-Então, você ficou sabendo que abriu um planetário na cidade? – viu como eu sou péssimo?

-Aham, fiquei sim. To querendo conhecer.

-É mesmo? Eu também.- uma coisa em comum, finalmente – vamos combinar de um dia irmos juntos?

-Vamos sim.

Ficamos conversando por um boooom tempo, até as duas aparecerem um pouco animados para o meu gosto.

-Vamos indo Frank?- Mikey disse enquanto o puxava

-Aham, tchau Ray – se despediu com um aperto de mão

-Tchau.

-Tchau Gee – em seguida me abraçou. – Até amanhã.

-A-Até- disse meio sem jeito

Não estava acreditando, ele me abraçou...e foi um abraço muito bom ainda por cima. Estava boquiaberto vendo ambos se afastar até Ray bagunçar todo o meu cabelo.

-Fecha a boca senão entra mosca.

-Idiota – ele bagunçou todinho o meu cabelo, filho da mãe – Me deixa.

-Não. O Gee ta apaixonado, o Gee ta apaixonado- ele queria me provocar

-Podemos falar sobre isso depois? – percebi que meu rosto estava corado

-Só se você deixar eu ser padrinho do seu casamento – ele deu uma risada maléfica que chegou a me dar medo –Ta bom.

-É bom mesmo. – Levantei e peguei minha mochila – Vamos indo, tenho muita coisa pra fazer ainda.

-Tipo ficar pensando no Frank o dia inteiro? – ele nem foi irônico agora –  to brincando, vamos.

Cada um foi pra sua casa, mas no caminho, passei em frente de uma loja de instrumentos musicais e vi uma guitarra que era a cara do Ray. E como o aniversário dele já está chegando, decidi comprar alguma coisa especial, pois apesar dele me zoar muito, ele é meu melhor amigo e merece um presente especial.

Mikey deve estar se divertindo muito na casa do Frank. Ah, como queria estar lá...não vou ficar pensando nisso agora, vou fazer alguma coisa de útil tipo ir até a casa do Raymond incomodá-lo um pouco.