Você Estará de Volta escrita por VenusHalation


Capítulo 8
Capítulo 7 - Terra




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A solenidade começou ao anoitecer. A rainha Selene mandara preparar o grande salão para receber o príncipe Endymion e seu subordinado ao Milênio de Prata. Vestiram-se com os belos vestidos reais, rainha e princesa. Sentavam-se lado a lado, as quatro senshis mantinham-se duas de cada lado. Venus e Júpiter estavam ao lado esquerdo e Mars e Mercury ao direito, usavam os belos trajes finos da guarda real, cada um com a cor específica de seu planeta e os broches cuidadosamente pendurados.

Ouviram o barulho de a pesada porta abrir-se, enquanto a sonora voz do membro da guarda real anunciava:

– Anunciamos a entrada de Príncipe Endymion, senhor do Reino Dourado, e da Terra. E seu escudeiro, conselheiro e General da guarda Shitennou, Sir Kunzite. – O homem abriu espaço para que os homens atravessassem o tapete bordado em ouro.

Venus observou a entrada de ambos. Ambos eles vestiam branco, poderia jurar ser praticamente o mesmo uniforme terrestre, porém, a pesada capa vermelha de Endymion o diferenciava e também o grande brasão dourado que o reconhecia como rei. Kunzite trazia uma espada na cintura e uma expressão séria. A guarda reverenciava o príncipe da Terra, em respeito, enquanto Serenity tentava esconder a excitação ao ver Endymion entrar. O príncipe parou diante do trono, e seu general logo atrás, ambos ajoelharam-se diante das altezas lunares.

– Majestade, Rainha Selene. – Endymion mantinha olhos nos olhos dela. – É uma honra que tenha aceitado a mim e meu subordinado aqui, esta noite. Sinto-me feliz por ter aceitado meu pedido, me agrada muito poder ter a chance de conhecer a princesa e tomá-la como esposa.

– Certamente que sim, Vossa Graça. – A rainha mantinha o tom o sério e enigmático. – Mas creio ainda não ter lhe dado a mão de minha filha. Sabe, não é o único a perguntar-me por isso, ofereceram-me como esposos de minha menina pretendentes muito interessantes. Tive pedidos de lugares poderosos, Urano é um deles, o filho de Urano é forte, sabia? Dizem que pode fazer um planeta inteiro tremer com apenas um soco. Até mesmo de outras galáxias, me ofereceram três de seus príncipes, poderia escolher entre qualquer um dos herdeiros das estrelas fugazes ou, talvez, poderia escolher o jovem príncipe de Nêmeses. Então, me diga Endymion, príncipe da Terra, o que te faz merecedor de minha filha?

– Majestade, eu certamente não poderia lhe dizer agora o que me faria merecedor, eu creio que nada estaria à altura da princesa. Mas eu não estaria aqui, não estaria aqui hoje, pedindo uma chance se eu não soubesse que eu posso fazê-la feliz, pois, sei que ela merece apenas isso, ser feliz. E se for eu a razão de sua felicidade, se eu for capaz de trazê-la, então, que me permita.

– Serenity, minha filha, o que acha? – A rainha olhou para a princesa.

– Eu... – O olhar de reprovação que recebeu de Venus foi quase uma mensagem: “contenha-se”. – Eu acho que podemos... tentar.

O silêncio tomou conta das paredes do salão. Não se ouvia um ruído enquanto a rainha trocava o olhar calmo entre o príncipe e seu guardião, procurando respostas. O silêncio durou por longos cinco minutos até que a rainha levantasse do trono, seria a palavra final.

– Pois bem, príncipe Endymion, suas palavras foram muito belas e tocaram-me o coração e parece ter conseguido a simpatia de minha filha. – A rainha desceu os degraus que os separavam. – Não lhe concederei a mão de Serenity ainda, terá de mostrar fidelidade e respeito.

– Se quer fidelidade, majestade, ofereço a você meus planos de guerra, minhas terras, tudo que há de mais precioso em meus registros e em meu planeta. Kunzite cuida de cada informação, ofereço a Lua meu general para guiá-los em cada um de meus planos.

– Venus, acompanhe o príncipe e seu subordinado. – A rainha caminhou até a metade do salão, fazendo sinal para a filha e as outras três senshis acompanhá-la. – Você será responsável.

– Sim, majestade. – A loira reverenciou.

Venus sentiu o estômago embrulhar. Haviam quatro senshis e logo ela, ela que já sabia de toda uma farsa, foi escolhida para conhecer a Terra e, para completar, ainda teria de fazê-lo junto aquele general irritante.

A rainha saiu do salão sendo seguida pela filha e as três guerreiras. Venus observou até que a porta pesada fosse fechada e aproximou-se dos dois homens que ainda permaneciam na mesma posição.

– Vamos, senhores. – Ela manteve um tom impessoal. – Vocês têm uma Terra inteira para me apresentar.

Seguiram pelos corredores do palácio de cristal em silêncio, acompanhados das outras três senshis e entraram na sala de reuniões. Era impressionante como tudo naquele lugar era branco, desde as prateleiras imensas, a mesa ao centro e cadeiras, até as cortinas. Não precisaram falar nada, todos entenderam que deveriam se sentar. Venus abria as cortinas antes de tomar seu lugar na ponta da mesa.

– Sejam bem vindos senhores, essa é a sala de reunião das senshis. – A loira dizia enquanto se sentava. - Essas, como dito na sala do trono, são Mars, Jupiter e Mercury, minhas companheiras. Achei que seria importante considerar algumas coisas antes e partimos.

– Venus não acha que uma de nós deveria ir? – Jupiter dava a sugestão tímida, estar perto da líder sempre a fizera sentir-se um pouco desconfortável.

– Foram ordens diretas da rainha Jupiter, você estava lá. – Os olhos azuis mandaram a mensagem cortante. – Então, não sei por quanto tempo ficarei fora, Mars fique no comando. Quero tudo em ordem e você tem mais pulso firme. Mercury os relatórios ficarão em suas mãos, cada um que eu mandar será entregue a você e unicamente a você, cuide disso. Jupiter há alguns problemas que eu teria de resolver com os others, algo sobre Urano e Netuno, não tive tempo de descobrir o que era. Por favor, cuide disso por mim é de extrema importância.

– Certo, há mais alguma coisa? – Mercury perguntou.

– Nenhuma mais, estão dispensadas. Obrigada. – Venus observou as amigas saírem da sala. – Então, senhores... Nós devemos partir imediatamente.

Desceram para o planeta azul. Pela primeira vez a princesa venusiana sentia-se insegura ao pisar naquele solo – embora o tivesse fazendo com certa frequência – iria ser uma longa temporada vivendo ali. Um mês, dois, quem sabe quanto tempo levaria até fazer relatório de tudo?
Não importava. Sorriu ao sentir o calor do sol tocar-lhe o rosto. Lembrava muito o calor que sentia em Magellan, não tão intenso como no seu palácio, mas provavelmente bem próximo. A lua era fria. Não que odiasse a lua, mas tudo na lua era tão contrário ao seu planeta natal que o planeta azul ganhava sua simpatia.

Entrou no castelo, já conhecido seu, acompanhou os dois homens até uma sala. A sala em questão parecia pequena devido a quantidade de prateleiras recheadas de pergaminhos, papéis e livros, mas via-se que boa parte de suas paredes estava coberta pelo volume que esses faziam. Havia nela, ainda, um pequeno divã e uma cadeira de estofado de frente para uma mesa e sobre ela um tinteiro, uma pena e além de um candelabro já gasto e que, provavelmente, pelo tempo de uso já criara “raízes” de restos de parafina derretida.

Endymion fechou a porta atrás de si esboçando um sorriso contido, aproximou-se calmamente do seu general e abraçou a venusiana de forma carinhosa e doce, fazendo a oficial lunar corar.

– Obrigado. – Endymion sussurrou, soltando-a. – Venus seja bem vinda ao reino dourado. Estou muito grato por tudo que tem feito por mim e por Serenity. Deixo-a nas mãos de Kunzite, ele lhe mostrará tudo o que precisa saber. – O príncipe tocou o ombro do prateado. – Não me decepcione, velho amigo!

– Farei o possível. – Sorriu vendo o príncipe sair da pequena sala. – Então, Venus, o gato comeu sua língua? Não costuma ficar tanto tempo em silêncio.

– Eu... Apenas estou um pouco impressionada de que as coisas tenham dado certo, você não imagina a quão tensa eu estava! – Ela se deixou cair sentada no divã.

– Sei de um ótimo remédio para aliviar a tensão. – Kunzite soltou o velho sorriso safado.

– Pelos Deuses, Kunzite! – Venus olhou em reprovação. – Não comece com gracinhas, me mostre o precisa que o quanto antes você me mostrar, antes acabamos com tudo isso!

– Você é realmente engraçada... – Ele debochava com um sorriso calmo.

– O que quer dizer com isso? – A loira virou-se de supetão.

– Há alguns minutos você pareceu realmente assustadora, sabe, perto das suas senshis.

– Não sou assustadora, apenas sigo ordens!

– Segue e as dá muito bem, Jupiter parecia que ia encolher quando disse a ela que não poderia vir em seu lugar.

– Eu deveria ter aceitado!

– Ah não, não deveria, de forma alguma. – Ele ainda ria, vendo-a corar. - Venha, vamos começar por aqui.

Kunzite retirou um grande pergaminho e desenrolou na mesa de madeira, o mapa mostrava uma região terrestre bem ilustrada com pontos e traços definidos. Propriedades, vilas, população, produção, cada mínimo detalhe era legendado em diversas cores no canto da figura. A loira parou ao lado dele e começara a ouvir a explicação de cada local, como vivam as pessoas, o que elas faziam e por qual motivo faziam, animais que viviam ali, tipos de planta, suas especialidades.

– Aqui, é uma pequena vila de tecelãs, compramos a maioria dos nossos tecidos para as sacerdotisas lá. – Kunzite explicava docemente. – Acredito que ficaria muito bela como sacerdotisa, Lady Venus.

– Não sou uma sacerdotisa. – Repreendeu, apesar de corar.

– Isso não me impede de alimentar minhas fantasias, certo? – Riu ao sentir um tapa de repreensão no braço. – Isso não foi para doer, tenho certeza que é mais forte o que isso!

– Apenas um aviso, sim? – Ela arqueou as sobrancelhas – Continue, como eles o tratam nessas vilas?

– A parte interessante dessas vilas é que a ignorância é completa. Não sabem sobre o reino dourado ou a lua.

– Como? – Estava admirada.

– Humanos acreditam muito em Deuses, a maioria deles não tem poder algum isso pode ser perigoso às vezes. Veja, eles nos veem como Deuses e acabam nos cultuando e criando templos, matando uns aos outros por sacrifícios. Preferimos cuidar deles assim, de longe.

– Compreendo. Eu acho...

– Pense, se lhe vissem. Seria, de fato, Deusa do amor e da beleza.

– N-não! – Ela corou violentamente afastando-se. – Por favor, continue a explicar e explicar direito!

– Sem problemas. – O prateado disse divertido.

Kunzite voltou a explicar, cada palavra e a forma como as pessoas viviam na ignorância sem saber da lua ou até mesmo do próprio reino Dourado era tão complexa, mas tão linda. A riqueza daquele planeta era linda, Venus já amava aquele lugar, aquele lugar e tudo o que ele tinha, absolutamente tudo.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo estava pronto há uns dias, mas eu precisava dar uma revisada. Acho que tá certinho agora.Espero que gostem ♥



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