Você Estará de Volta escrita por VenusHalation


Capítulo 21
Capítulo 20 - Chamas




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Mercury estava na enfermaria clicando o pequeno computador incansavelmente. Desde o ataque, ela auxiliava a Rainha Selene nos cuidados com os feridos, buscando "scannear" cada um dos homens e mulheres sobre os cuidados. Os olhos gentis da guerreira pousaram sobre sua soberana que segurava a flor de cristal sobre um dos soldados machucados, jorrando uma energia branca e cálida sobre seus cortes.

"Ela está tão cansada..." – Pensou, olhando o brilho de suor na marca do luar na testa da rainha e os seus olhos celestes marcados por profundas olheiras. – "Meu computador mostra, o poder do cristal de prata está tão fraco..."

– Eu preciso de você, mais uma vez. – Mars tocou o ombro de Mercury com descrição, fazendo a amiga assustar-se.

– Mars, o que houve? – Azul encontrou o púrpura obscurecido. – De onde, diabos, você saiu?

– Eu estava meditando... – Abaixou a cabeça. – O fogo está agitado, Phomos e Deimos voam em círculos... Por favor, Mercury...

– Mas o que você vê?

– Não consigo ver nada. – Franziu o cenho. – Absolutamente nada... Seus computadores, podem mapear?

– Vamos para a minha sala. – Acenou com a cabeça e voltou-se para a rainha, que ainda estava concentrada e alheia a presença da outra senshi. – Majestade, Mars solicita minha presença em um assunto importante, irei me ausentar por alguns instantes. Posso mandar que alguém venha?

– Oh... – Selene mostrou um sorriso cansado que a fazia parecer muito mais velha. – Seria muito bom se Luna viesse.

– Mandarei um servo buscá-la. – Reverenciou. – Com sua licença, Majestade.

Mercury se juntou a Mars e caminharam a passos rápidos e silenciosos, tentando não alertar ninguém. No caminho, solicitaram aos servos tanto a presença de Luna na enfermaria, quanto de Venus e Jupiter na sala do planeta Mercúrio.

A guerreira da água posicionou-se diante das grandes telas do computador, exclusiva e avançada tecnologia mercuriana, e começou a teclar incessantemente enquanto Mars a observava, esperando os resultados precisos. A concentração de ambas foi quebrada pelo estalo da porta quando as duas senshis faltantes adentraram o recinto.

– O que é tão importante, meninas? – Venus notou o olhar preocupado de Mars quando ela se virou.

– Não faz sentido... – Mercury girou a cadeira encontrando as outras. – Não há nenhum sinal aqui, Mars.

– Meu fogo, Phomos e Deimos, jamais mentiriam. – Retrucou, sentindo desprezo pela tecnologia "inútil".

– Do que vocês estão falando? – A mais alta das quatro perguntou.

– Mars disse que não consegue consultar o fogo, mas ele está agitado, assim como seus corvos...

– Tem certeza de que não há... – A frase de Venus não continuou.

Um estrondo imenso ecoou do lado de fora da sala, as telas em suas frentes fizeram movimentos de curto e apagaram. O sangue das senshi congelaram em suas veias e seus músculos tencionaram. Jupiter foi a primeira a ter a reação de correr e abrir a porta, encontrando uma nuvem densa de poeira que a fez tossir. Venus passou na frente e rodou a corrente, abrindo espaço e revelando a paisagem de grandes pedras de mármore quebradas no chão e o teto aberto. As quatro trocaram um olhar desesperado.

– A princesa! – Jupiter franziu o cenho olhando a passagem bloqueada. – Temos que buscá-la! – Cruzou os braços na frente de si pronta para o ataque.

– Jupiter, calma! – Mercury tocou seu ombro, trêmula. – Não ouse usar nenhum dos seus ataques aqui, a estrutura está frágil!

– Isso foi apenas um aviso. – Mars levantou as mãos vendo as suas próprias chamas dançarem. – Temos pouco tempo...

– Daremos a volta. Mars, você vai até Adônis, ele já deve estar com o exército. - Venus sentia a adrenalina passar pelo corpo. – Jupiter, evacue os civis, a rainha e os feridos, você é a mais forte, com certeza é a mais qualificada para proteger a todos. – Olhou para cima, onde o céu começava a manchar-se de luzes desconhecidas. – Mercury, preciso que reporte o ocorrido a Uranus, Neptune e Pluto.

– V... – Jupiter olhou preocupada, sabia exatamente que tipo de sentimento a sua líder estava tendo naquele momento.

– Eu estarei bem, vou atrás da nossa princesa. – A lamina sagrada se materializou em sua mão esquerda como se sempre estivesse ali. – Não temos muito tempo, não é Mars?

Viu a morena afirmar com a cabeça e começaram a correr, temendo por um novo aviso. Mais um estrondo foi ouvido do lado de fora, o cheiro incômodo de fumaça invadiu as narinas das senshi e a tensão era mais do que visível, todas haviam treinado muito em suas vidas, mas nunca precisaram entrar em qualquer tipo de guerra.

O salão principal ainda estava intacto, servos do castelo estavam abraçados no centro, uns choravam outros tentavam acalmar os mais desesperados, era a primeira vez que havia um terror tão grande. Trocaram mais uma vez olhares e se separaram, Mars e Mercury saíram do palácio de cristal e Jupiter correu para dar alívio aos que ali estavam.

– Vamos para o lado oculto! – Gritou. – A passagem subterrânea é o melhor caminho agora, por favor, venham com calma e sigam-me! – Olhou para Venus sobre os ombros. – Por favor, tome cuidado... – Sussurrou baixinho.

Venus subiu as escadas ouvindo o estalar da estrutura. Lembrou-se da afirmação da senshi da água: nada de poderes.

Toda pessoa que encontrava a correr pelo caminho, mandava a saída subterrânea para encontrar-se com Jupiter, era perturbador encontrar com as pessoas assustadas nos corredores. Alguns a abraçavam, outros pediam ajuda ou suplicavam por suas vidas e tudo que ela podia prometer a eles é que iria lutar. Se os podia manter vivos? Era uma incógnita em sua mente.

Abriu o quarto de Serenity rapidamente, ela não estava lá. Passou os olhos pelo aposento, chamou seu nome, nada. As primeiras explosões colidiram contra o solo lunar, o chão estremeceu, o teto perdeu um pedaço generoso e a venusiana perdeu o equilíbrio.

– Não... – Restabeleceu o corpo, olhou para a sacada notando a luz laranjada do lado de fora e correu até ela.

O caos era completo. Seu povo corria desnorteado, seus soldados tentavam proteger como podiam, mas percebeu que nenhum deles estava preparado, nenhum estava armado ou protegido devidamente. Os dedos apertaram em volta do aço da espada em sua mão.

– Surpresa?

– Adônis? – Virou-se de uma vez vendo o homem sair das sombras. – Você... Você deveria estar com o exército!

–E você deveria ter me aceitado.

– Do que você está falando?

– Eu disse que era sua última chance, Venus. – Chegou mais perto, pegando um punhado do cabelo da loira e cheirando. – Você fez a escolha errada: O dever sobre o amor.

– Não! – Empunhou a espada vendo-o transportar-se para trás. – Eu confiei em você!

– E eu entreguei-lhe meu coração! – Gritou. – Quando vi que não havia mais jeito, abri todas as defesas e ocultei toda presença do Dark Kingdom.

– Como... – Levou uma das mãos a boca. – Você é o responsável por isso? Você preferiu ajudá-los, preferiu trair o seu povo?

– Você preferiu um terráqueo!

– Não diga isso, não fale como se amor fosse algo que pudéssemos escolher!

– Você deveria saber, mais do que ninguém, que nós estávamos destinados! – Avançou sobre a mulher.

– Meu destino é ser uma senshi! – O empurrou para longe.

– Então, você está sentenciada a morte!

– Adônis, saia! – O empurrou mais uma vez. – Eu não quero lhe machucar!

– Se eu não posso ter seu amor, Venus, ninguém mais poderá. – Levantou sua espada, envolto de energia escura.

– Lady Venus! – Endymion bloqueou o ataque rapidamente.

– Príncipe Endymion? – Abriu os olhos e encontrou o loiro atravessado pela espada do terráqueo.

– Mais uma vez, você me é inalcançável, não é? – O venusiano estendeu a mão para sua princesa através dos ombros do príncipe.

– Endymion, saia da frente. - Venus pediu com firmeza.

– Eu a amei tanto... - Adônis curvou-se em dor, mas sem tirar os olhos dos dela.

– Adônis... Me perdoe. – Empunhou a espada dourada, retribuiu o olhar fixo naquele que um dia chamara de amigo e deu o golpe final de misericórdia.

– V, você está bem? – Serenity correu até ela e a abraçou por trás.

– Serenity... – Sua voz saiu em sussurro enquanto tirava a espada embebida de sangue do corpo inerte. – Onde você estava? - Virou-se para devolver o abraço, sentiu alívio. Não havia espaço para choro.

– Dymion me tirou daqui na primeira explosão, mas eu o fiz voltar... Eu sabia que você viria.

– Isso foi imprudente. – Repreendeu.

– Ela parou no meio do caminho e se recusava a andar, Lady Venus... – Suspirou. – Eu não podia pegá-la, afinal, Serenity tem poder o suficiente para criar um escudo em volta de si. Eu tentei.

– Oh... Eu entendo. – Sorriu nervosamente. - Obrigada Príncipe Endymion, por proteger minha princesa, mas agora temos de sair daqui, o palácio vai ruir.

– A ala norte está acabada. – Endymion se adiantou. – As escadas vão cair a qualquer impacto.

– Quem falou em sair andando? – A loira fechou os olhos em reza, a luz dourada a envolveu por completo, então, suas asas surgiram. Em seguida, envolveu a cintura de Endymion em sua corrente de corações. – Pegue-a no colo, vou levá-los a um local seguro.

O príncipe afirmou e pegou sua amada no colo, sentindo os pés serem erguidos do chão em seguida. Sobrevoaram a guerra, ouviram os gritos de desespero, as súplicas por piedade dos que haviam ficado, Endymion apertou Serenity em seus braços até chegarem em frente a uma pequena edificação no escuro.

– Aqui é altar dos deuses... – Venus desprendeu a correndo do príncipe. – Estarão seguros algum tempo pelo escudo das orações.

– Mas eu posso lutar. – Endymion se adiantou.

– Eu sei que pode. – Azul bateu no azul, havia preocupação em ambos os olhos. – Por isso fique com ela, eu preciso voltar.

– Mas V-chan, você pode se machucar...

– Está tudo bem, Serenity, eu fui criada para isso a minha vida inteira. – Sorriu tristemente. – Eu vou ficar bem e Jupiter estará aqui em breve. – Alçou voo deixando o casal a entrar no templo.

Venus voltou para o chão, sabia que seria pouco prudente chamar atenção no ar. Ainda com espada em punho esgueirou-se em meio ao caos, fechou os olhos procurando a energia em volta, claro que não era fácil para ela como era para Mars identificar seus aliados, mas ela tentava a todo custo, seu coração bateu mais forte quando sentiu diversas almas enfraquecerem de uma vez. Mais uma vez o desespero a tomou e a fez correr o mais rápido que pode, dilacerando, com espada e corrente, os inimigos que tentavam avançar sobre sua corrida furiosa. Chegou, finalmente a linha de onde a energia das almas havia vindo. Os exércitos terrestres haviam avançado, deixando seu rastro de mortos empilhados, os olhos azuis correram pelo caos de mortos, poeira e chamas, a respiração de Venus parou e ela engasgou a com a visão: Mars estava no chão, sangue se misturava ao próprio vermelho de suas vestes, entre os corpos parcialmente queimados, jazia ao seu lado o que a loira reconheceu como o general shitennou Jadeite.

– Mars... Não... – Tropeçou entre os cadáveres até chegar ao corpo feminino. – Cheguei tarde...

– V... – A voz era fraca. – Eu consegui matá-lo?

– Ele e mais um monte de outros... Estão todos muito bem passados. – Esboçou um sorriso doloroso.

– Que... Bom... - Tossiu uma boa quantidade de líquido vermelho e viscoso. – Seu soldado venusiano nos traiu...

– Eu sei... – Sua boca tremeu. – Me desculpe.

– Você... sempre foi uma idiota. – Grunhiu com dor e sorriu. – Mas eu a amo V... Você sempre foi... Uma líder... Incrível.

– Não fale como se fosse uma despedida... – Os olhos queimaram sentindo as lágrimas subirem para rolarem pelo rosto.

– V, Mercury... Também se foi... – Falou débil.

– Não... – O coração apertou.

– Ela quebrou com o gelo... – Uma lágrima difícil rolou dos olhos púrpura. – Eu vi quando ela bloqueou... Ela transformou... O exército em... uma grande geleira... Ela se estourou com eles... Pela rainha...

– Pare de dizer essas coisas!

– Me escute... – Mais uma careta, era visível o esforço. – Por favor... Beryl pode... Ela sente a presença do príncipe... Você e Ju devem... Ser fortes! As outers... Elas virão... – Tossiu mais uma vez. - Selene... Desceu... Para a câmara... Ela vai rec... Recarregar o cristal de...

– Mars, não se esforce tanto! – Tentou jogar sua energia de cura para ela descendo os lábios bem próximos ao dela.

– V... É inútil... – Levantou uma das mãos com dificuldade e a empurrou, parando o fluxo de energia dourada. - As minhas chamas... estão fracas... – Fechou os olhos em um semblante calmo e suspirou uma última vez.

– Mars... Por favor... – Abraçou o corpo inerte da amiga, seu uniforme sujou-se do sangue vermelho representante da senshi agora em seus braços. Venus beijou o símbolo de marte na testa da senshi e a pousou com cuidado no chão. O poder dourado envolveu seu corpo, assim como a dor de perder suas irmãs emanava do próprio, tornando cada passo destrutível. Sailor Vênus iria seguir as ordens da senshi do fogo, ela precisava voltar para o templo. Ela precisava vingar a vida de suas companheiras.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que eu disse que o próximo seria o final, mas quando eu vi já tinha dado mais de 5000 palavras e eu pensei: "Mermã, tu terá de particionar isso ou seus leitores vão querer morrer!"
Então... Ignorem as notas finais do capítulo anterior e... Eu acho que o próximo será o último... Pq assim... eu perticionei no meio e ainda não concluí o que tinha pra escrever, ó que ótimo :v
Então, nem vou prometer nada, vai que algo borbulha e eu tenha que dividir mais uma vez?
Não me batam, eu amo vocês! Huhsahusahusahuashusa...
Acho que é isso, fofoletes.