Aventuras Descontroladas De Percabeth escrita por bloodymary


Capítulo 7
Viciada em tortas de banana azuis


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem. :D



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Foi outro sono sem sonhos. Quando eu acordei, Percy ainda estava me abraçando, só que por trás. Estávamos deitados de lado e eu não sabia se ele dormia ou só estava quietinho. Eu não queria estragar a magia, mas ele dever ter percebido que eu tinha acordado e falou:

-Você dormir por três horas. – senti um sorriso aparecendo.

Me soltei delicadamente de seus braços e me virei, sorrindo também.

-Opa.

-Vamos ao acampamento? – ele perguntou depois que minhas bochechas voltaram à cor normal.

Eu assenti, me levantando e ficando vermelha de novo, depois de perceber o quanto estávamos próximos. Fiquei de pé, enquanto ele fazia alguma coisa como cheirar o lugar onde minha cabeça estava. Fingi que não percebi e fui até a sala. Olhei no relógio da parede e arregalei os olhos. Meio dia já?

-Quando saímos para o acampamento? – ele me perguntou.

-Hmm, daqui dez minutos? – eu perguntei, arqueando uma sobrancelha.

-Devo falar que precisamos ir a pé? Ou pagar uma taxa enorme para um táxi.

-Ah, tudo bem. – eu falava a verdade.

-Também precisamos de um almoço reforçado, se quisermos chegar lá amanhã.

-Claro.

-Fast food com torta de banana azul para a sobremesa? – ele perguntou, sorrindo.

-Hmm, para mim parece ótimo.

Ele sorriu o meu sorriso e se virou para pegar dinheiro em um pote que tinha escrito “Café”.

Peguei minha bolsa e a abri. Ainda tinha nela a ambrósia e o néctar, e minha adaga.

-Hmm, melhor levar mais ambrósia e néctar. Também tem um estoque disso ai? – eu perguntei.

-Mais é claro que tenho. – ele disse enquanto abria uma porta do armário e pegava um pote cheio de ambrósia. O néctar ele pegou em outro armário e colocou junto com a ambrósia na minha bolsa. Eu não era muito de bolsas de ombro, eu preferia mochilas, mas não queria abusar de Percy e pedir também uma mochila.

Fechei a bolsa e coloquei no ombro enquanto ele meio que se despedia da própria casa. Estranhei mas não falei nada. Ele pegou a chave e apontou para a porta, indicando que eu saísse.

-Para que eu volte você tem que abri-la para mim. – eu falei sem pensar.

Ele levantou uma sobrancelha, mas depois sorriu. Foi o sorriso mais estranho dele. Era... Malicioso.

-Claro.

Ele abriu a porta e esperou que eu passasse. Assenti e passei. Depois ele fechou a porta, trancou-a e passou a chave sem chaveiros por baixo da porta.

-Vamos?

-Aham.

E descemos as escadas. Quando chegamos ao hall de entrada, ele passou por mim e olhou pelo vidro da porta. Estava verificando se minha Fúria ainda estava lá? Eu quis perguntar, mas deixei quieto. Ele suspirou com alívio, e, se ele estivesse mesmo vendo se a Fúria estava acampada novamente em frente a minha casa isso significaria que ela não estava lá, não é?

-Tudo limpo. – ele confirmou meus pensamentos.

Percy abriu a porta e ficou esperando eu passar.

Eu estranhei um pouco mais depois passei. Ele queria mesmo que eu voltasse. Sorri ao pensar nisso. Depois que eu passei, ele saiu para a rua e fechou a porta. Olhei para os lados e falei:

-Para que lado é mesmo?

Ele apontou para o lado do rio. Eu assenti. Começamos a andar em direção da ponte. Até foi bem rápido, uma sorte não estarmos de carro, porque estava um trânsito triste por toda a ponte. Eu já estava com fome, mas não disse isso à Percy. Quando chegamos a outra margem do rio, Percy foi indo mais para a esquerda da avenida. Juntei as sobrancelhas, mas o segui sem reclamar. Quando percebi, estávamos entrando em um restaurante de fast food. O cheiro de batata frita era bom. Percy foi direto para a fila do caixa e me perguntou:

-Vai querer o que?

Olhei para as fotos dos lanches no alto da parede. Escolhi um hambúrguer simples, uma batata média e um suco de laranja. Percy escolheu um hambúrguer duplo, uma batata média e Diet Coce. Comecei a procurar uma mesa e quando uma foi desocupada, me sentei e pedi para que alguém a limpasse, porque o casal anterior tinha derrubado um pouco de ketchup e algumas gotas de refrigerante. O homem terminou de limpar a mesa e Percy chegou com as badejas. Droga, tinha me esquecido de ajudá-lo! Me levantei e peguei a bandeja com a minha comida antes que ele a derrubasse. Sorri e coloquei-a na mesa e ele fez o mesmo. Sentei um pouco relutante, porque eu estava em uma mesa para dois, hmm, só eu e ele ali, em um canto do restaurante. Balancei a cabeça e falei:

-E a oferenda?

Ele franziu a testa e perguntou:

-Faz isso quando não está no acampamento?

Eu fiz que sim com a cabeça. Ele estranhou, mas foi até o caixa pedir uma faca. Voltou à mesa com duas e cortou um quinto do lanche dele e separou. Fiz o mesmo e coloquei algumas batatas junto. Ele olhou para a minha oferenda e pegou duas batatas e colocou junto com a dele. Eu ri. Ele era sempre assim? Como o pai dele sobrevivia? Tomando água salgada como prato principal e comendo a oferenda do único filho como petisco para os intervalos entre as refeições? Eu devia ter isso tudo escrito na minha testa, ou ele também podia ler mente, porque ele disse:

-Papai já se acostumou...

-Ah. Depois fazemos uma fogueira e as colocamos lá? – eu disse, apontando para nossas quintas partes de hambúrgueres.

-Sim, claro. – ele disse.

Então ele atacou o lanche. Fiquei paralisada com a voracidade, mas depois cedi e comecei a comer também. Quando eu parava para beber o suco, eu olhava ou em volta de nós ou para o chão, evitando Percy por causa de alguma coisa. Talvez porque eu estivesse com medo de que ele acabasse o almoço e ainda estivesse com fome e me atacasse. Idiota.

Eu acabei de almoçar quando percebi que estava bebendo ar de dentro do copo de suco, e estava fazendo aquele barulho estranho. Olhei para Percy, que estava segurando para não rir, mas que depois explodiu em uma gargalhada gostosa que deve ter assustado até o funcionário que fazia os pães de hambúrguer, lá no fundo da cozinha do restaurante. Não resisti e ri também. Paramos para recuperar o ar e falamos em uníssono:

-Deuses...

Nos olhamos nos olhos, surpresos, e depois eu fiquei vermelha e olhei para o chão. Os clientes ainda nos olhavam, assustados, como se nós fossemos de outro planeta. Ou outra espécie. Encarei cada um daqueles mortais com o meu melhor olhar fatal (fatal, e não sedutor, por favor, temos uma grande diferença aqui) e ele voltavam as suas atividades, mas ainda assustados e nos olhando pelo rabo do olho. Olhei para Percy e ele, bem... Como posso dizer... Me secava? Pigarreei baixinho e ele voltou ao Planeta Terra, limpando a baba imaginária do canto da boca. Fingi não ter percebido, para não rir da cara dele e me levantei e fui para o caixa para pedir um saquinho para guardar as oferendas dos deuses. Ele se levantou na mesma hora, mas foi para jogar o lixo fora.

-Oi, hã... Pode me ver um saquinho para guardar o resto do lanche? – perguntei à balconista.

Os olhos dela brilharam e ela sorriu como se esperasse que eu a pedisse isso.

-Claro. – e pegou uma sacola que não era bem uma sacola, era uma daquelas caixas de papelão aonde vêm os hambúrgueres infantis.

Sorriso amarelo, modo ativado. Peguei a sacola/caixa das mãos dela e agradeci. Sai de perto dela e vi Percy indo para a saída. Apressei o passo e cheguei à porta antes que ele. Quando ele percebeu, já era tarde.

-Cheguei primeiro. – falei e depois mostrei a língua.

Abri a porta e saí. Ele me olhou, curioso.

-Eu não deveria abrir a porta para você?

Neguei com a cabeça, o meus olhos arregalados e formei a palavra “não” com os lábios. Ele não pareceu entender, mas não me questionou mais.

Percy seguiu para a direção que estávamos desde o começo. Às vezes eu tinha que deixar meus passos se alongarem para eu poder ficar do seu lado.

-Pode ir mais devagar? – eu tive que perguntar, depois de cansar de ter que me apressar para não ficar para trás.

Ele parou e sorriu o meu sorriso. Eu poderia ter suspirado, mas já estava meio ofegante de correr. Recomeçamos a andar, mas não durou muito, porque Percy de repente virou em uma loja de doces. Entrei na loja atrás dele. O interior dela cheirava a coco e morangos. Morangos de Long Island? Fiquei olhando para os doces por um tempo, e Percy falou, me assustando:

-Vamos sentar?

Ele tinha dois pedaços de tortas azuis em pratos nas mãos. Eu sorri e lembrei do que ele tinha falado. “Fast food com torta de banana azul para a sobremesa?”

-Claro.

Fomos até uma mesa pequena e alta, e nos sentamos nos bancos também altos. Peguei o meu prato e os talheres e separei um pedaço para os deuses. Percy me olhou com cara feia e depois com cara de dó para a torta, mas em seguida, fez o mesmo. Enrolei os dois pedaços (desproporcionais, claro) em alguns guardanapos e coloquei na sacola/caixa do restaurante de fast food. Comi o primeiro pedaço e, nossa! Era uma delícia! Eu acho que ele leu isso em meus olhos e falou com uma decepção teatral ruim:

-Você vai ficar viciada...
-Aham... – eu disse, já colocando outro pedaço na boca.

Ele riu e comeu a torta com duas garfadas. Eu fui mais comportada e comi a minha em cinco.

Terminamos e deixamos a loja, felizes e voltamos à direção inicial. Eu, por acaso estava quase saltitando. Ele percebeu e falou:

-Te levo ao psiquiatra, pode deixar. E se não resolver, uma clinica de reabilitação resolve.

Eu o fuzilei e soquei o seu ombro. Acho que foi meio forte, porque ele ficou encostado na parede com uma cara de dor que me fez sentir dó.

-Ai! – ele gemeu.

-Nossa, desculpa. – eu falei passando a mão no ombro dele.

Ele me olhou no fundo dos olhos e depois falou:

-Brincadeirinha!

Respirei fundo para não voar para cima dele e fazê-lo em picadinho. Mas não me segurei muito bem e uma gota refinada de raiva escapou e eu pulei nele. Quando eu ia pegá-lo pelos cabelos e dar uma joelhada em sua cabeça, ele foi mais forte e rápido, tirando minhas mãos do curso e me abraçando. Eu ainda tremia de raiva, e acho que nunca saberei o porquê de ter brotado tanto. Mas ele me pressionava contra seu peito, me fazendo ouvir a força o seu coração. Não que eu me importasse, claro, mas, estava tão na cara que eu gostava de ouvi-lo? Não. Ele poderia pensar que fosse a respiração. Mas eu fui me acalmando, ao som calmo de dentro dele.


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Notas finais do capítulo

Hey, só uma pessoa mandou review, então o Percy vai perder os movimentos nas pernas, ou vai perder a língua ou sei lá. MANDEM REVIEWS SEUS SEMIDEUSES MAL-CRIADOS.