Uma Caçadora Em Mystic Falls escrita por Anoitecer


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Não me matem, eu sei que demorei!
As aulas começaram, e entre assistir naruto e estudar eu tenho pouquíssimo tempo para escrever.
Capítulo dedicado a Lylykah, obrigada por me recomendar linda, amei mesmo sua recomendação! Beijoooos :*



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Assim que me acordei comecei a me arrumar. Bonnie poderia chegar a qualquer momento.

Eu estava muito ansiosa para saber o que sua avó teria a dizer, mas também já tinha minhas suspeitas.

As palavras de Bonnie não tinham sentido algum. Para ela. Mas eu consegui achar alguma noção, visto do que estava acontecendo na cidade.

Bonnie teve um ataque numa cova de uma bruxa. Bruxa que conversou com ela quando eu achava que ela estava morrendo. Eu não acho que uma bruxa conversaria com uma mera mortal, e também não acho que Bonnie seja uma vampira, pois pelo que deu pra notar, Honoria Fell não é a fã número um dos vampirinhos.

Eu passei todo esse tempo pesquisando, tentando achar o último descendente de Honoria Fell, quando ele estava bem a minha frente. Eu mal consigo acreditar.

A avó de Bonnie deveria saber disso. Por que ela nunca comentou com Bonnie? Bem, não que ela tenha me contado.

Antes mesmo de terminar de me arrumar ouvi os gritos de Bonnie me chamando do lado de fora da minha casa. Saí correndo, com uma maquiagem inacabada. Pela hora que ela chegou eu tinha certeza que ela estava muito ansiosa, talvez mais do que eu.

Bonnie sorriu ao me ver, nenhuma de nós disse qualquer palavra. Ela indicou com a cabeça a direção que deveríamos ir e eu a segui.

Chegamos a casa de sua avó. Bonnie me olhou com uma expressão nervosa e, bateu na porta.

Sua avó não precisou perguntar quem era, já sabia que Bonnie estava a sua espera.

–– Oi minha filha. Quem é essa sua amiguinha? –– perguntou com calma e simpatia admiráveis.

–– Essa daqui é a Ashley vó. A gente veio conversar com você sobre...

–– Não precisa me dizer filha, eu já tenho sua resposta. Só não garanto que poderei contar a sua amiga.

–– Por que não vó? –– Bonnie não pareceu surpresa com a adivinhação.

–– Ela parece ser uma pessoa muito boa, mas possui muitos problemas e uns amigos que não podem saber disso.

Bonnie me olhou confusa. A avisei que esperaria do lado de fora, e sua avó me trouxe uma xícara de chá com alguns biscoitos feitos em casa.


PDV Narradora:


Bonnie entrou, podendo sentir o sentir o nervosismo de sua avó em cada palavra que saia de sua boca.

–– O que ela lhe disse? –– perguntou sua avó.

–– Quem me disse?

–– Honoria Fell. O que ela te disse?

–– Como eu poderia falar com ela se ela está morta? –– assim que terminou a frase conseguiu entender. Sua expressão passou para surpresa, o que fez sua avó se calar e esperar que ela tomasse a iniciativa de explicar.

–– Não entendi muito bem vó. Ela disse que você poderia me explicar, disse que eu estava correndo perigo, que precisava ser treinada. Do que ela estava falando vó? Desde quando fantasmas existem?

–– Minha filha, não fique nervosa. Eu sabia que você viria, sempre acontece um dia antes do aniversário de 17 anos. Lembra quando você era apenas uma criancinha e eu te disse que você era vidente? Eu não estava brincando. Você é uma bruxa, assim como eu e sua mãe.

–– Essas coisas não existem vó. A senhora sabe disso.

–– Você sabe que sim Bonnie. Você sempre soube. Não me diga que nunca sentiu o mal presente naquele cemitério. Não me diga que nunca imaginou os monstros presentes na escuridão. Você sempre os temeu, só não quer admitir.

–– Tá certo vó. Eu sempre tive medo do escuro, sempre imaginei essas coisas. Mas isso não significa que elas sejam reais! Eu não posso ser uma bruxa, simplesmente não posso!

–– Mas é claro que significa! Você ainda é muito jovem, tem muito o que aprender. Venha comigo, vou lhe mostrar uma coisa.

Bonnie a seguiu, com o pensamento de que sua avó estava ficando caduca. Ela a encarava com um sorriso, pensando sobre o quanto estava orgulhosa de sua neta estar finalmente entrando em sua realidade. Não precisaria mais mentir e mesmo tendo todos os vizinhos a achando louca, teria sua neta, a única opinião que lhe importava.

Sua avó a estava levando para o porão de sua casa. Bonnie nunca havia tido permissão para entrar lá, passou sua infância inteira com a curiosidade tomando conta de si.

Chegou a porta, lançando novamente um olhar de orgulho, que fazia com que Bonnie quase acreditasse em suas palavras.

Bonnie entrou, logo depois de sua avó. O porão era tudo que um dia ela havia imaginado quando criança, mas que na adolescência sempre achou que fosse algo infantil de se acreditar. Suas paredes eram cheias de prateleiras. Prateleiras repletas de livros. Livros que Bonnie desconhecia, com capas muito estranhas, capas capazes até mesmo de serem assustadoras.

Bonnie ficou tentada a perguntar “Onde estão o cadeirão e os potes de feitiços vovó?”. Mas dentro dela existe algo chamado de bom senso.

Sua avó a levou para uma parte mais profunda do porão. Lá havia uma mesa, repleta de penas.

Bonnie se sentou de um lado da mesa e sua avó se sentou do outro.

Sua avó foi em direção a uma das prateleiras, pegando de lá um livro. Já sentada, achou com rapidez a página que procurava e foi direto ao ponto.

–– Caelum est loco –– Bonnie estava com medo, nunca havia visto sua avó daquele jeito. Estava começando a olhá-la com os olhos dos vizinhos, a achando louca.

–– Caelum est loco –– ela repetiu.

Bonnie já estava sentindo estranhas vibrações dentro da sala. Um vento forte chegou sem motivo aparente, e os papéis, jogados pelo chão, estavam a voar.

–– Caelum est loco –– Foi na terceira vez que Bonnie ouviu a frase que tudo parou. O vento sumiu, fazendo os papéis caírem novamente, e na mesa, penas pareceram se movimentar.

Uma por uma, foi assim que aconteceu. Bonnie achava que estava sonhando.

Em poucos segundos o ar estava repleto de penas, voando em círculos, como se fossem vivas.

Bonnie olhou maravilhada, havia esquecido completamente de seu medo ao ver algo tão bonito. “Afinal, não é tão ruim assim ser uma bruxa, certo? A baixinha ruiva aqui terá muito o que fazer daqui pra frente”. Era o que Bonnie pensava enquanto sua avó continuava seu lindo ritual. Ao abaixar os braços, tudo começou a descer.

–– Vó? A senhora precisa me ensinar isso! –– ela deu uma leve risada, se divertindo com a facilidade de sua neta a aceitar que nasceu com sangue de bruxos dentro de si.

–– Filha, eu vou ensinar isso e muito mais! Diga a sua mãe que estou te convidando para passar uns dias comigo, só uma semana, para você aprender algumas coisinhas. –– Bonnie riu, com sua avó esfregando as mãos de ansiedade.

–– Claro que sim vó, venho hoje mesmo! Tenho que ir agora, tchau vó!! –– A ruivinha saiu feliz, ignorando que sua avó tivesse mais a falar. Foi em direção à porta, saltitando de felicidade, abriu, com um sorriso de orelha a orelha e disse:


PDV Ashley:


–– Minha avó é louca!

–– Hã?

–– Ela é louca. Ficou me dizendo que era vidente e que tinha que ler minha mão, eu não acredito que realmente acreditei que fantasmas existiam, que eu acreditei num truque da minha imaginação.

–– Não acho que sua avó seja louca! Não seja estúpida Bonnie, eu sei que você está mentindo. Além de ser uma péssima mentirosa, eu conheço a história, claro que você está mentindo!

–– Você não sabe nada da história, a única mentirosa aqui é você!

–– Você está dizendo que eu não sei que você é uma bruxa?

–– Você está louca? Bruxas não existem!

–– Bonnie –– respirei fundo ––, você me conhece, sabe que pode confiar em mim. Não importa se somos amigas a pouco tempo, ou que sua avó tenha dito que não era pra você me contar, o que importa é que você, no fundo, sabe que pode confiar em mim. Ouça seus instintos Bonnie, eu posso lhe ajudar com tudo isso.

Bonnie me olhou confusa. Realmente era um caso perdido para ela, mentir não era a solução.

–– Eu não preciso de ajuda! Você sabe da história, então faça o favor de não contar para nenhum dos seus amiguinhos que podem me prejudicar.

–– Eu só conheço uma pessoa que pode lhe prejudicar, e tenha certeza que eu nunca contaria isso a ela.

Me virei e comecei a andar, sem me importar se ela viria comigo ou não. Bonnie entrou em casa, preocupada. O futuro lhe reservava muitos segredos.


PDV Narradora:


–– Vó... porque eu não posso contar nada para ela?

–– Minha filha, existem tantas coisas nesse mundo que você não sabe. Ela sabe de praticamente todas. Contar para ela traria muitos problemas para você, problemas que deveriam ser somente dela.

Ela pode arruinar sua vida” era o que sua avó queria dizer com todas essas palavras.

Bonnie foi para casa, pegou suas roupas, explicando para sua mãe que passaria uma semana na casa de sua avó. Mentiu, dizendo que não faltaria as aulas, mas foi preciso, sua mãe nunca a deixaria ir se não fosse por isso.

Bonnie estava feliz e, ao mesmo tempo triste. Tinha descoberto algo que nem imaginava sobre si mesma, algo que todos a invejariam por saber. Estava triste por saber que não poderia compartilhar disso com suas amigas, nem mesmo com Meredith, que saberia exatamente o que fazer em seu lugar.

Depois de ir arrumar, foi à casa de sua avó, sem se preocupar com o que suas amigas achariam dela faltar a semana inteira.



–– Gente, a Bonnie foi passar uns dias na casa da avó dela.

–– Como assim? –– disse uma Elena preocupada.

–– Ela não vai estar aqui para a festa surpresa? –– Meredith tentava manter a calma.

–– Não. Ela vai faltar a própria festa. –– Ashley deu uma risada.

–– Pare de rir Ash, isso é sério.

–– Ok, ok. Eu não tenho culpa se achei engraçado.

–– Mas o que vamos fazer com toda a comida que já encomendamos?

–– É só cancelar a encomenda. –– Meredith disse, como se fosse óbvio.

–– Não querida, não é só isso. Eu já paguei adiantado, vai chegar amanhã.

–– Então sabe o que a gente faz?

–– O que Ash? –– as duas disseram ao mesmo tempo.

–– A gente come.

–– AAAI, pare de brincar! O que vamos fazer com tanta comida?

–– Eu acho que a Ashley tá certa Elena.

–– Hã? Você acha que conseguimos comer tudo isso sozinhas?

–– Não necessariamente. –– Meredith olhava para Ashley como se acabasse de ter uma ótima ideia.

–– Ninguém disse que tínhamos de comer sozinhas. –– Ashley entendeu o recado.

–– O lugar já está alugado, certo? Tem espaço para mais ou menos quanta gente?

–– Meredith, você ainda quer fazer a festa?

–– Claro que sim! Só que dessa vez chamaríamos mais gente e claro, não seria uma festa de aniversário.

–– Então tá. Vocês querem fazer quando? –– Elena já estava ficando empolgada.

–– Só pode ser amanhã Elena, é pra quando o lugar está alugado. –– Não há nada melhor do que ver o rosto de Elena quando Ashley olhava para ela como se ela fosse uma lesada. Meredith sempre ria quando isso acontecia.

–– Tá bom então. Amanhã todas temos de ir bem cedo para lá, arrumar o lugar. A lista dos convidados já está feita, é só avisar que não é mais a festa da Bonnie.

–– Ok Mer, até amanhã!



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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo tem festaaaaa! Vamos ver o que essas três aí vão aprontar lá, rsrs. Beijos ;*