Um Ano Quase Tranquilo escrita por Tye


Capítulo 6
Tão perto


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa! Eu não postei ontem, e por isso esse cap. maiorzinho (também né, os capítulos minusculos que eu ando fazendo...)
Quem ainda estiver acompanhando deixa review o/
Espero que gostem :)



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Duas pacíficas semanas haviam se passado desde o dia da briga. As coisas estavam calmas, com mais tarefas do que nunca. Muitas vezes, depois da ronda com Malfoy, Hermione ficava até tarde estudando ou fazendo deveres. Quanto ao próprio Draco Malfoy... Bem, ele continuava com sua missão de paz, e isso implicava em basicamente não trocar mais do que as palavras estritamente necessárias com Hermione ou qualquer grifinório, em sentido geral.

Aquela manhã estava fria, com pálidos raios de sol entrando por todas as frestas e janelas. Hermione acordou feliz, pelo simples fato de sua vida estar em ordem. Ela se arrumou, como sempre - ultimamente estava dando mais atenção a sua aparência, então, se já era atraente antes... Por onde passava, Hermione atraía alguns olhares. E isso não tinha absolutamente nada a ver a minissaias ou blusinhas apertadas. Ela não queria ser esse tipo de garota. Porém, andava mais bonita do que todas elas. O último ano tinha feito bem a Mione. Ela vivera um ano inteiro por conta própria, lutara contra bruxos das trevas, salvara vidas, tinha visto pessoas morrerem. Isso tudo poderia ter sido muito traumático, de certo, mas também a tinha tornado mais madura, mais mulher. E agora o mundo bruxo – e trouxa – estava em paz. E ela ainda tinha um namorado. O ruivo com o qual ela sonhara desde o primeiro ano, mesmo que inconscientemente. Tudo era muito bom.

Quando entrou no Salão Principal - que cheirava a ovos e canela - notou que todos os amigos já estavam sentados em seus costumeiros lugar a mesa da Grifinória. Luna se destacando com o cachecol e a gravata azul, em meio a tantos pontinhos vermelhos.

– Bom dia – disseram todos em uníssono. A sintonia do grupo era uma coisa maravilhosa, ainda mais agora.

– Bom dia – respondeu Mione, com um sorriso.

A garota sentou-se ao lado de Ron, os dois de mãos dadas por baixo da mesa. A morena lançou um olhar involuntário a mesa da Sonserina, sem saber muitos o porquê. Aparentemente, Malfoy ainda não tinha descido. Harry percebeu seu olhar e, como se tivesse se lembrado de algo, disse:

– Vocês souberam? – os outros fizeram que não, olhando-o inquisidoramente. – Hoje de manhã, dois aurores foram à mansão dos Malfoy, com a sentença de Lúcio. Ele vai, pelo visto, ficar mais uns bons anos em Askaban. Ele conseguiu livrar a esposa, e o Draco. Mas ainda assim...

Hermione se lembrou daquela noite, na qual Malfoy tinha se desculpado com ela. Não pode deixar de se sentir mal por ele. Era estranho, depois de anos de ódio, que ela tivesse pena de Draco Malfoy? Que se importasse com sua desgraça?

– Em que está pensando, Mione? – perguntou Neville.

– Não, eu só... bom, acho que talvez os Malfoy merecessem uma segunda chance. – todos cravaram seus olhares nela, assustados, como se não tivessem ouvido direito. Hermione, então, contou sobre aquela noite, e como Malfoy tinha dito que eles queriam se redimir. Um silêncio tomou conta do pequeno grupo, cada um com suas resoluções e conclusões.

– Ah, Mione, mesmo que isso seja verdade, nada do que eles fizeram vai ser apagado. A familia deles tem sorte por terem levado só o Lúcio. Sem contar que, me desculpe, mas eu nunca vou simpatizar com nenhum deles. Eles causaram dor demais para que agora sejamos complacentes. – disse Gina.

– Sim, eu sei, não estou defendendo. Só acho que seja uma pena que eles tenham decidido mudar só agora, sabe? Quer dizer, eu realmente me convenci das intenções dele depois daquele dia.

– Pra mim, Hermione, o Malfoy sempre vai ser o Malfoy. – disse Neville, com a expressão fechada. Houve um murmúrio de concordância dos outros, e Hermione se calou, pois sabia que, no fundo, ela é que estava falando absurdos.

O sino tocou e o grupo se dirigiu para a aula de Poções com o professor Slug, com exceção de Luna, que rumou para Feitiços.

Eles tinham aula com a Sonserina –como sempre ultimamente – e Hermione se pegou pensando se Malfoy teria ido para a aula. Não tinha. Durante todo o dia, Draco Malfoy esteve “desaparecido”. Todos, com certeza, já sabiam o motivo. Seu pai estava em Askaban, não deveria ser uma situação fácil de se lidar.

~*~

Já era noite e todos estavam famintos. Hermione dirigiu-se ao salão principal para jantar, e ele estava, como sempre, barulhento e animado. Os acontecimentos do último ano ainda eram um assunto muito comentado, histórias da batalha sempre eram o assunto que regava as refeições. Hermione sentou-se ao lado dos amigos e entrou na conversa também. Passado alguns minutos, McGonagall bateu levemente a colher de prata em sua taça, indicando que tinha algo a dizer.

– Boa noite, alunos. Tenho alguns avisos, então vou procurar ir direto ao ponto, antes que vocês caíam de fome. Bom, quero informar-lhes que nesse ano todos os alunos – com permissão é claro – poderão ir à Hogsmeade, como um presente de reabertura da escola para vocês. – aplausos por todo o salão principal. – Sim, sim, isso é ótimo. Porém, teremos um evento que irá pedir uma maior dedicação da nossa parte. – fez silêncio absoluto, uma atmosfera de expectativa subitamente criada. – Como nós conseguimos reabrir a nossa escola, faremos um baile de comemoração e... – parecia que tinham estourado uma bomba no salão, todos falavam, alvoroçados, vozes cada vez mais altas se alastravam pelas pedras do castelo. Baile? Uau! - Silêncio!!! Pois bem, será um evento de grande importância. Grandes bruxos e bruxas serão convidados, tal como os estudantes das escolas Durmstrang e Beauxbatons... SILÊNCIO!!! Muito bem, o baile será realizado dentro de dois meses. De qualquer forma, quero que vocês já comecem os preparos, sugestões serão bem-vindas! E, depois do jantar, todos os monitores na minha sala. Bom apetite! – e deliciosos pratos cobriram a mesa.

O jantar foi regado com a conversa “baile’’. Mesmo sabendo que ainda faltavam dois meses, todos os alunos estavam absurdamente ansiosos e animados. Os pratos salgados deram lugar a sobremesa, e logo Hermione e Rony estavam a caminho da sala da Minerva.

Chegaram lá e encontraram a professora atrás da escrivaninha em que Dumbledore se sentava. Não puderam deixar de sentir uma pontada de tristeza, já que aquele era o local em que a ausência de Dumbledore se fazia mais forte. Os outros monitores já estavam todos lá, com exceção de Malfoy.

– Pois bem, é... Onde está o Sr. Malfoy?

– Hã, professora, Malfoy não foi a nenhuma aula hoje, e também não o vimos durante as refeições. Sabe, acho que talvez tenha a ver com o pai ou... - Padma Patil se interrompeu, meio que sem saber como continuar a explicação sem ser indelicada.

– Oh. Sim, sim. Bem, acho que podemos abrir uma exceção hoje. Srta. Granger, você será encarregada de passar todas as informações a ele mais tarde.

A reunião não tinha nada de inesperado. Os monitores deveriam, junto aos professores, organizar o baile. Teriam de dobrar as reuniões semanais, sendo uma delas só para o baile. Ficaria a critério deles escolher a banda, apresentar sugestões para decoração e comida, e cuidar de algumas partes mais burocráticas. O trabalho seria intenso, mas tudo indicava que seria uma coisa legal de se fazer. A reunião terminou e o toque de recolher estava prestes a ser dado. Hermione correu para seu quarto e pegou seu kit de banho. Quando voltasse, conversaria com Malfoy, ou até mesmo durante a ronda. Os corredores estavam tranquilos e a sala de banho das monitoras, vazia. A água estava ótima, mas tomou o banho rapidamente para não atrasar a ronda. Passou pelo retrato da garota – que estava chorando como sempre - e começou a subir as escadas.

Pensou em bater na porta de Malfoy, mas decidiu que seria melhor deixar suas coisas no quarto primeiro. Entrou, encostou a porta, colocou suas coisas cuidadosamente em sua mesinha e estava pronta para sair quando escutou um “bang”. Parecia que algo muito grande – e pesado – tinha batido com tudo na porta do quarto de reuniões. Hermione abriu sua porta sobressaltada, e surpreendeu-se ao encontrar Pansy Parkinson caída e desconjuntada, na base da porta do outro quarto. A porta de Malfoy estava aberta, e ele observava Parkinson se levantar. Hermione rapidamente entendeu o que tinha acontecido ali. Pansy tinha tentado entrar no quarto de Malfoy com segundas intenções. Segundas intenções... Achou que os limites que definem "segundas intenções" foram claramente ultrapassados aqui. Mione jamais gostara da sonseria. Mas, também, tinham sido poucas as vezes em que a tinha detestado tanto quanto naquele momento. Parkinson estava com uma minissaia – beeeeem mini mesmo – e um top vermelho, decotado. Hermione esboçou um sorriso cínico e disse:

– Oh, Parkinson! Não te contaram? Não pode ficar de amassos com Malfoy por aqui. – Hermione falou lentamente, como se estivesse lidando com uma criança, sua voz escorrendo sarcasmo.

Pansy fez que ia falar, mas Malfoy a interrompeu.

– Ela está certa, e eu já tinha avisado. Agora saia.

– Mas Draquinho... eu vim aqui pra te alegrar e... – começou Pansy

– Não interessa, saia! Eu e Granger precisamos começar a ronda. E é bom que você não esteja por ai quando isso acontecer! Não vou hesitar em te dar uma detenção.

Parkinson olhou ofendida e suplicante para Malfoy, se levantou, lançou um último olhar de raiva para Hermione e foi embora.

– Malfoy?! – Hermione se voltou contra ele, indignação contida dava forma a suas palavras.

– O que foi? - Malfoy tinha as mãos para cima, em sinal de rendição, já na defensiva. - Não é minha culpa, ela é monitora e tem a senha, o que posso fazer?

– Ahhh, por favor! Não pense que sou idiota! Se ela veio hoje, significa que já veio outros dias, certo? E aquela sua historinha de duas semanas atrás? – Malfoy fez cara de desentendido. – Ora! Não é uma pessoa melhor? Não quer mudar? Se continuar se agarrando com todas as garotas isso nunca vai acontecer!

Malfoy pareceu subitamente perplexo. Sua expressão, então, suavizou e se tornou divertida. O loiro deixou a porta de seu quarto e se aproximou um pouco.

– Eu disse que sou uma pessoa diferente. Não que vou virar um "santinho". Ainda falo palavrões, me irrito com as pessoas, fico entediado. – Malfoy foi se aproximando mais, até que Hermione se achou grudada na parede, o garoto a centímetros dela e seus corpos quase se tocando. Por um momento, o cheiro do perfume de Draco Malfoy invadiu Hermione, deixando-a sem ar. Então, ele a olhou bem no fundo dos olhos, se afastou um pouco e disse:

– Não quer dizer que tenha deixado de ser um garoto. Que tenha interesses por muitas garotas. Resumindo Granger: ainda sou uma pessoa.

Hermione não sabia o que dizer, o melhor em que pensou foi:

– Você leva a sério esse negócio de pessoa diferente e melhor, não? Superando seus medos... – Malfoy lançou-lhe um olhar confuso. – Quer dizer, sou uma sangue-ruim, e você chegou... muito perto de mim. Não quer ir se lavar? Sempre teve nojo, não?

– Ah. Acha que tenho nojo de você? Não. Nunca tive. Estava mais para decepção e desgosto.

– Ahhhh, até por que isso é muito melhor, não? – Hermione tentou responder sarcasticamente, mas a verdade, é que comentários como aqueles ainda doíam um tantinho.

– Decepção por você ser a única garota assim... Desgosto porque a única garota realmente bonita interessante não estava a meu alcance. Então? Vamos fazer a ronda? – e os dois foram para os corredores.


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Notas finais do capítulo

Queeeeeeeem acha que o Draco sedução merece reviews?