Coração De Lobo escrita por caroolcardooso


Capítulo 2
Capítulo 1 - Passado.




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 Eu vou contar minha história, exatamente como aconteceu. Você não precisa acreditar, continue achando uma mera ficção, eu lhe apoio. 

Em nenhum momento, eles vieram atrás de mim, não, fui eu quem corri atrás deles. Fui eu quem os descobri e foi por isso que eles me descobriram. E eu irei revelar tudo o que eu descobri, nem que seja a última coisa que eu faça, nem que meu último suspiro dependa disso. 

Não é brincadeira, eles não estão aí para lhe fazer cócegas, eles estão aí para te matar; eles são perigosos e estão em todo lugar. Não acredite em ninguém.

Se você for querer fazer a mesma merda que eu fiz e investigar, por favor, não leia isso. Não se envolva. Milhões de vezes desejei eu mesma nunca ter feito a primeira pesquisa. Nunca ter percebido os primeiros sinais. E deitei a cabeça por várias noites em meu travesseiro e simplesmente chorei, sem saber o porquê, apenas chorei, por tudo. 

E agora, eu vou contar a vocês. Por favor, não acreditem em nada que eu disser ou eles também virão atrás de você.

 Não, eu não vou começar do começo de tudo, eu vou começar onde as coisas começaram a dar errado, errado de verdade. Foi no meu sexto ano, quando eu ainda tinha 15.

 Dizem que sua vida só começa a fazer sentido no momento em que você se apaixona, mas eu nunca acreditei nisso. Eu nunca gostei de me apaixonar. Na verdade o amor pra mim sempre foi uma coisa estranha; uma necessidade inútil, uma saudade incompreensível e atitudes estúpidas.  Em minha opinião, sua vida passa a ficar sem sentido quando você se apaixona, quero dizer, você fica cego, sua vida vira de ponta cabeça e a toda e qualquer atitude racional que você poderia ter vai embora. Seus pensamentos vão embora. Eu nasci grudada na minha mãe e mesmo assim, nos meus primeiros segundos de vida, o médico nos separou, cortando meu cordão umbilical; se nem da minha mãe eu pude ser dependente, por que deveria ser de alguém que só disse que me ama?

E aí as coisas começaram a ficar estranhas quando eu conheci um garoto, seu nome era Viktor Magroski. Ele era novo na escola, era bonito, engraçado e estrangeiro. Viktor era russo.

Engraçado, na verdade, foi como nos conhecemos. Eu estava indo para a aula de Runas Antigas, brincando de “quadradinho sim, quadradinho não” no chão, aí achei ter batido de cara numa parede, mas então descobri que ele era a parede.

E antes que eu me esqueça, não sou uma garota normal. Quero dizer, normal, normal, eu realmente não sou, mas o que quero dizer é que sou uma bruxa. Não, não, não. Eu não tenho verrugas no nariz, não ando pra lá e pra cá em cima de uma vassoura voadora, e nem uso chapéus pontudos. Bem, quero dizer, eu não tenho verrugas no nariz. E, hm, bom, eu estudo em uma escola “especial”. Ela não é uma escola especial porque todo mundo lá é doido, mas sim porque todos são bruxos. E doidos também. Ela se chama Hogwarts, mas vou deixar para falar sobre isso depois.

Quando conheci Viktor, ele não sabia nem dizer meu nome direito e dois meses depois, os garotos diziam que ele o dizia até dormindo. Eu gostava mais do começo, quando ele dizia “Carrrrrol”, com aquele erre puxado em sotaque russo. Na verdade, eu apenas não preferia quando ele dizia meu nome, mas eu preferi tudo no começo. Eu gostava mais dele no começo.

Como no dia em que nos conhecemos. Foi logo no segundo dia de aula, e uma onde de azar incompreensível tinha me atingido. Até eu conhecê-lo. E como toda vez, você nunca sabe até que ponto seu azar pode se transformar em sorte. Eu trombei nele, derrubei todo meu material, e quase cai no chão junto. Então o levei para a aula de Runas Antigas, que seria a minha e a dele.

Eu gostei dele desde aquele momento. Ele era inteligente, engraçado, bonito e simpático. E ele gostou de mim. Aquele garoto alto, loiro, forte e bonito tinha gostado de mim e eu podia ver isso, por mais idiota que eu fosse. O único problema dele era que ser Sonserino.

Nossa escola é dividida em quatro casas, ou grupos se preferir: Lufa-Lufa, Corvinal, Grifinória e Sonserina. Lufa-Lufa era a casa dos amigos de verdade, fiéis e justos. Corvinal era o lugar dos inteligentes, com pensamento rápido e sagaz (e também das pessoas mais bonitas de lá). Grifinória era a casa dos corajosos e nobres de coração, onde eu estava. E a Sonserina, onde ficam os astutos e, pela lenda, todos aqueles que gostam das artes das trevas. 

Grifinórios e Sonserinos sempre tiveram uma certa "rivalidade". E eu, bom, era uma das maiores "brincalhona" da escola, quando se tratava de tirar um com a cara deles.

Mas até aí, não tínhamos problema nenhum. Além, é claro, dos meus amigos. Jake, Embry, Quill, Luke e Seth. Luke foi o primeiro a odiá-lo. E apesar de ser sonserino igual a ele, dizia que “não ia com a cara”. Na verdade, o que ele tinha era ciúmes, ciúmes puro, porque além de eu estar com ele, Stella (nossa melhor amiga), dava mais atenção ao russo intruso do que à ele. Antes que alguém pergunte, Luke é um garoto um tanto, hm, peculiar. Ele era bissexual, mas jurava por Merlin ser “assexuado”. O que é isso? Bom, até hoje eu não sei.

Jake, bom, o Black nunca teve nada contra Viktor, mas adorava causar ciúmes nele. Na verdade, ele causava mesmo sem saber. Jacob era viciado nas minhas bochechas e dizia a todo segundo que eu era a pessoa mais fofa que ele já conhecera, e então, nunca deixava de me abraçar. Viktor não gostava muito disso e vivia enchendo o saco de Stella para fazer alguma coisa.

Stella sempre foi minha melhor amiga. Era um tanto peculiar, mas minha melhor amiga. Ela adorava Viktor e era sua melhor amiga também. E, bom, era simplesmente, hm, bom, pelo Black. Antes que se perguntem o que diabos que deu em mim, eu aviso que simplesmente detesto as palavras “apaixonada”, “amor”, “aliança”, “namorado”, “namoro”, ou qualquer sinônimo ou da família de cada uma dessas. E me referirei a elas como “palavras malignas”. Bom, o que Stella sentia por Jacob era a palavra maligna número um (paixão, urhg). E ele sentia o mesmo por ela, mas nenhum dos dois dava o braço a torcer.

Embry, ah, eles era um fofo.  Tudo bem que ele implicou um pouco e preferia agir como se nós houvesse nada entre nós dois.

Quill? Han, ele simplesmente morreu de ciúmes, de verdade. Toda vez em que eu tentava tocar no assunto, ele brigava comigo e dizia que não queria saber, porque eu era a melhor amigadele, eu eradele,não de Viktor.

E Seth. Ele nunca, nunca, nunca, disse uma palavra sobre Viktor. Ele sorria, mas nunca dizia nada. Toda vez que eu tocava no assunto, ele roubava meu tênis e corria, fingia estar com sono, dormia.

Na verdade, eu evitava falar sobre o assunto e não ficava desfilando com Viktor pra lá e pra cá. Eu era cautelosa, muito cautelosa. A maior parte da cautela era com meu irmão, Bruno, que conseguia ter mais ciúmes do que Quill, mais, muito mais, muito mais que o dobro. Na verdade, nunca disse nada dele nem para Seth. Assim como ele nunca disse nada sobre Jessy, a garota com quem ele estava pra mim. Assim como ele nunca me viu com Viktor, eu nunca o vi com Jessy. Ele sabia, eu sabia, mas fingíamos não saber. 

Se dez pessoas em Hogwarts inteira soubessem de algo entre nós, eu juro que era muito. 

Mas uma das melhores coisas que Viktor me trouxe, foi Sam. Claro, já tinha falado com elas algumas vezes, mas só percebi o que ela realmente era por causa de Viktor. Percebi tanto que ela se mudou para o mesmo quarto que eu e Gabrielle e se tornou uma das minhas melhores amigas.

Mas tudo ainda estava bem, tudo estava sob meu comando. A coisa realmente começou a dar errado naquele bendito dia.

Foi naquele bendito dia em que Viktor olhou nos meus, segurou minhas mãos e perguntou"Quer namorar comigo?". Não sabia o que fazer. Simplesmente não sei a cara que eu devo ter feito, mas deve ter sido engraçada, porque o fez sorrir. Eu gostaria de dizer que agi racionalmente, milhões de pensamentos vieram a minha cabeça e eu optei pela alternativa mais coerente. Mas eu estaria mentindo, porque a única coisa que veio a minha cabeça naquele momento foi “corre". Minhas pernas não deixaram. Eu nem lembrava como usar minhas pernas! E aí, enquanto eu vasculhava meu cérebro em busca de algo que me fizesse lembrar de como correr, levei um suste de ouvir a mim mesma sussurrando"eu quero!". 

Então ele me beijou. O problema era que ele era meu, meu Viktor, meupalavra maligna número 2.


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