Depois do almoço, o dia seguiu normalmente, como um dia normal no Acampamento Meio-Sangue. Tirando o fato de Nico ainda estar meio surpreso com a chegada da nova garota.

Nico saiu da arena depois de uma seção de lutas com os filhos de Ares. Avistou Hanna conversando com vários filhos de Apolo e foi até lá.

– Oi, Nico! Eu estava contando para eles que eu toco violão, e eles me chamaram para tocar com eles hoje à noite, na fogueira! Não é o máximo? - Ela disse, super animada.

– Vai ser demais, Han! Até de noite! - Disse um deles, se afastando com os outros.

– Tchau! - Ela gritou.

– Temos fogueira hoje? - Perguntou Nico.

– Claro que sim, Nico. Tá tudo bem? Você tá estranho desde o almoço.

– Não, claro que tá tudo bem. Eu vou... hã... tomar banho. Até depois, florzinha. - Ele disse, beijando a bochecha dela e saindo apressado, quase correndo.

– Tchau, Nico. - Ela murmurou, sabendo que ele não ouvira.

Depois do jantar, Hanna correu para seu chalé pegar seu violão. Ela o ganhara de presente, mas não sabia de quem. Apenas o achara em seu quarto, com um bilhete que dizia ”Para você.”, e nada mais. A partir desse dia, começou a tocar sozinha, até aprender. E agora, podia tocar qualquer música.

Foi até a fogueira e se sentou em um tronco, ao lado de Nico, que já estava lá conversando com uns filhos de Apolo.

Pov. Nico

Eu estava sentado em um tronco ao lado de Hanna. Ela estava tocando violão com os filhos de Apolo e eu os ouvia.

– Não, tá errado. - Ela dizia. - Põe os dedos aqui. Não esse, o indicador. Isso. Agora vai.

– Mas não tá saindo certo. Você sabe fazer essa nota? - Um deles disse, demonstrando. Finalmente, depois de muito tempo, conseguiram fazer uma música. Estava legal, até que chegaram os filhos de Hermes.

– Nico? Nico Di Ângelo, é você mesmo?! - Perguntou Jennifer. Droga, ela me reconheceu.

– Jenny? Nossa, quanto tempo. - Eu disse, tentando disfarçar meu pânico.

– Quem é, Nico? Você a conhece? - Perguntou Hanna, apertando a mão de Jenny. Ou melhor, Jennifer.

– Eu e Nico nos conhecemos em um evento da escola esse ano. - Ela disse, omitindo alguns fatos, aqueles que me deixavam apavorado. Acho que ela percebeu meu braço ao redor da cintura de Hanna e soube que não deveria tocar no assunto.

– Ah, eu sou Hanna Manson. - Disse Hanna, quando percebeu que ela a olhava. - Filha de Atena.

– Muito prazer, Hanna. Como já sabe, eu sou a Jennifer. Pode me chamar de Jenny. - Ela disse. Era estranho ver a Jenny, Jennifer, crescida e madura. Na época ela era tão... diferente. - Ainda não sei de quem sou filha.

– Sabe tocar violão? - Disse Hanna, oferencendo um espaço no tronco para ela se sentar.

– Algumas notas. - Ela respondeu, pegando o violão e tocando umas coisinhas. - Estou meio enferrujada.

– Ah, a gente te ajuda. Né garotos? - Ela disse, olhando para os filhos de Apolo, que assentiram. - Vamos lá.

– Han, eu acho que vou pro meu chalé. Dormir um pouco, sei lá. Tô meio cansado. - Eu disse, apenas querendo sair dali. Se a Jennifer dissesse algo...

– Quer que eu vá com você? - Ela perguntou. - Você não parece bem.

– Não, eu tô legal. Até amanhã, pequena. Boa noite. - Eu disse, dando um selinho nela e me levantando. Quase tropecei enquanto tentava me distanciar ao máximo de todos.

Pov. Hanna

Eu estava tocando baixinho uma música enquanto conversava com Jennifer. Ela era muito legal. Seus cabelos eram pretos e compridos, e seus olhos eram caramelo, quase amarelos. Tinha um corpo muito bonito, quase invejável. Conversamos sobre várias coisas, até que eu decidi ver o Nico.

– Eu acho que vou indo. O Nico tá meio estranho desde que você chegou e... - Eu parei e pensei um pouco. ”Acho que não. Estou imaginando coisas. Não teria nada a ver com Jenny.”, pensei. - Enfim, nos vemos amanhã.

– Boa noite! - Ela disse, e eu me levantei em direção ao chalé treze. Entrei e vi que Nico estava escovando os dentes no banheiro.

– Nico, você quer me dizer alguma coisa? Você tá muito estranho desde que a Jenny chegou e... - Eu disse. - Sei lá. Você sabe que pode me falar o que quiser.

Ele enxugou a boca em uma toalha e disse:

– Você sabe que eu conhecia a Jennifer. E ela não era... bem... simplesmente minha amiga.

– Onde quer chegar? - Eu disse, meio preocupada com o que viria a seguir.

– A Jenny, bem... - Ele murmurou. - Era minha namorada no começo desse ano.