Reviravoltas - Parte 2 escrita por Milka


Capítulo 24
Desentendimentos e um presente...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! ♥



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Pov. Hanna

Depois do tapa na cara do Nico, fui para o meu chalé. Fiquei conversando com Percy por um bom tempo.

- Percy... - Chamei. - Acho que vou desistir do Nico.

- O quê? Hanna, você não pode...

- Posso, sim. - Interrompi. - Sempre que nós começamos a ficar bem, alguma coisa atrapalha. Acho que nós não estamos no destino um do outro.

- Essa foi a coisa mais... - Ele começou.

- Certa? Inteligente? - Adivinhei.

- Estúpida que eu já ouvi. Hanna, você e o Nico se amam. Ele só está confuso por causa do... - Ele hesitou.

- Bebê, Percy. Você pode dizer isso. Não me incomoda mais. - Afirmei.

- Ele só está confuso por causa do bebê. Se fosse eu, eu pensaria a mesma coisa. Ele deve estar pensando que tem responsabilidades a assumir. Mas ele a ama, Hanna. Eu tenho certeza. - Disse Percy.

Não respondi. Fiquei pensando nas palavras dele, até que dormi.

Pov. Nico

Corri de volta para o meu chalé e desabei na cama. Meu mundo estava de ponta cabeça, minha cabeça girava. Eram tantas coisas. Hanna, Jennifer, pai, mãe, bebê...

Família.

Não, aquilo era impossível. Não conseguia imaginar Jennifer e eu, morando juntos, com uma criança babando e gritando pela casa. Aquilo me dava arrepios.

É impressionante como as coisas podem mudar de um dia para o outro. Em um dia, eu não suportava nem olhar para Hanna. No outro, estava dormindo com ela. E no outro, eu era pai.

Eu era pai.

Não, isso não podia estar acontecendo. Eu havia mesmo engravidado uma garota? A Jennifer?

Estava lá deitado, pensando nos meus problemas e na minha vida estranha, ora com vontade de socar a parede, ora com vontade de chorar, quando vi uma explosão de fumaça negra no meu chalé. No meio da fumaça, surgiu meu...

- Pai?

- Olá, filho. - Disse Hades.

- O que... o que faz aqui? - Perguntei.

- Filho, eu vou direto ao ponto. Você fez uma besteira enorme.

- JURA? NEM PERCEBI. - Ironizei.

- Porque não usou camisinha? - Ele perguntou. Eu corei.

- Eu USEI, pai. Nós vamos mesmo falar sobre isso?

- Mesmo sendo o Rei dos Mortos, eu ainda sou seu pai. Precisamos falar sobre isso.

- Ah, que ótimo. - Resmunguei.

- Filho, quero que peça desculpas para Hanna. Ainda que eu não goste daquela filha nojenta de Poseidon. - Reclamou Hades.

- Ela nunca vai me desculpar. - Falei.

- Tente. É importante que vocês se desculpem. - Ele disse.

- Porque?

- Porque, filho... Bem, eu consultei seu futuro. - Disse meu pai.

- Como? - Perguntei.

- Quantas perguntas! Ora, eu sou um deus e posso fazer isso. Ponto final. - Ele disse.

- Tá, que seja. Prossiga. - Eu disse.

- No seu futuro, eu vi... Você e Hanna... adultos, morando em uma bela casa em Nova York. Casados. - Ele disse, torcendo o nariz ao pronunciar o nome de Hanna.

- Deixa eu adivinhar. - Eu ri. - Com cinco filhas?

- Seis.

- Ai, caramba. Isso vai dar trabalho.

- Eu sei, você sabe, todos sabemos. Mas você vai aceitar, sabe porque? - Eu fiz que não com a cabeça e ele prosseguiu. - Porque você a ama. E ela o ama também.

- Tudo bem. Vou tentar me desculpar. - Prometi.

- Ótimo. Ah, a propósito, tenho uma coisa para você. - Ele estalou os dedos e uma sacola preta surgiu em meu colo. Eu abri e lá dentro tinham várias...

- Pai. É sério isso?

- Claro que sim. Filho, quando for... você sabe, fazer...

- Entendi, pai. - Eu corei. - Não precisava me dar tantas camisinhas, mas... Obrigado. Espero usar todas.

- Esse é meu filhão! - Disse ele. - Não se esqueça de usá-las. Não queremos mais bebês. Não se esqueça das seis filhas que terá no futuro.

- Meus deuses. Acho que vou conversar com a Hanna sobre isso. Tchau, pai.

- Tchau, filho. Tome cuidado quando for passar dos limites.

Nisso, Hades sumiu em uma nuvem negra. Eu corei só de pensar que ele pode ter visto... quando eu... vocês sabem, com a Hanna. Afastei esses pensamentos e fui até o chalé de Hanna, tentar me desculpar. Avistei Jennifer ao longe, sua barriga cada vez maior. Comecei a correr antes que ela me visse.

Bati na porta do chalé 3 e me deparei com uma Hanna descabelada, sem calça, com a minha camiseta de rock que ficava enorme nela e um enorme pote de sorvete nas mãos, comendo diretamente dele.

- Hã... oi. - Eu disse. Ela simplesmente fechou a porta na minha cara.

- Eu disse a você, pai. - Sussurrei, olhando para o chão. Dei a volta no chalé e vi que a janela estava aberta. Entrei por lá.

- Hanna, me desculpa! - Eu disse, quando a vi sentada na cama tomando sorvete.

- NÃO BEIJA ELE! NÃO, SUA IDIOTA, AGORA ELE VAI DESTRUIR SEU CORAÇÃO E VOCÊ VAI QUEBRAR A CARA! - Ela gritava para a televisão, que passava uma novela. Olhei em volta. Haviam mais dois potes de sorvete no chão, lenços de papel e fotografias minhas com ela que eu nem sabia que existiam queimadas e rasgadas.

Fui até ela e me sentei ao seu lado. Ela me empurrou e eu caí no chão.

- Nossa, calma. - Eu disse, me levantando e sentando ao seu lado de novo, ignorando os soquinhos e tapas que ela dava em meu braço. - Me desculpa? Por favor?

- Não.

- Eu sei que você quer me desculpar. Eu sei que você me ama. - Eu disse.

- Como você sabe? - Ela perguntou.

- Eu apenas sei. Também sei que nós vamos nos casar, morar juntos e ter seis filhas. - Eu disse.

- Não eram cinco? - Ela disse.

- Eu é que pergunto! Duas está de bom tamanho! - Eu disse. Ela riu. 

- Seis filhas seria ótimo. - Ela disse.

- Não, não! Ah, esquece. Enfim, me desculpa, Hanna! Meu pai me visitou, disse que viu meu futuro, nós estávamos juntos e felizes, e ele me deu um saco enorme cheio de camisinhas e brigou comigo e nós conversamos, foi muito constrangedor, ele pediu para eu me desculpar com você e disse que seríamos felizes juntos, disse que você me amava, e... eu te amo também, Hanna. - Eu disse rapidamente, tropeçando nas palavras.

- Eu também te amo. Mas porque você SEMPRE estraga tudo? - Ela disse, rindo.

- Eu não sei, deve ser um dom. Um dom ruim. Sei lá, eu não queria estragar... - Eu disse, mas fui calado do melhor jeito possível. Hanna colou seus lábios aos meus. De repente, estávamos deitados em sua cama, em meio aos lenços, fotos chamuscadas e potes de sorvete.

- Uou, calma aí galera. - Disse Percy, entrando no chalé. Ignoramos. Estávamos ocupados demais. Aquilo teria passado dos limites se Percy não tivesse dito:

- Tá bom, se forem fazer alguma coisa, vão para outro lugar.

- Até depois, Han. - Eu disse, lançando-lhe um olhar que dizia claramente Vai no meu chalé mais tarde. Ela assentiu e eu fui embora, explodindo de felicidade. Entrei no meu chalé e me deparei com o presente de meu pai, e comecei a rir.

Enquanto isso...

Pov. Jennifer

Eu não estava acreditando. Meu plano estava desmoronando. Marquei uma reunião de emergência com meu comparsa.

- Precisamos agir. - Eu disse assim que ele chegou.

- Hã? Porque? - Ele perguntou.

- Porque eles voltaram! Estava dando tudo certo, eles estavam se separando! Do jeito que nós queríamos! E agora, eles voltaram. - Expliquei, tirando a barriga falsa.

- E quando vamos agir? - Perguntou meu parceiro.

- Imediatamente. - Respondi.


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Notas finais do capítulo

Nossa! O que será que eles vão fazer? ~Que medo~
♥ Recomendações? ♥ Reviews? ♥