Pegue O Metrô Da Meia Noite escrita por Anna B4nana


Capítulo 12
Capítulo 12 - Vivendo entre demônios




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Depois do enterro, só queira ficar só. Queria um tempo para pensar, bastante. O que fiz? Trouxe a inimiga para dentro de casa e dormi com ela! Me senti muito culpado. Fui para o porão, me tranquei lá até a hora certa.

 Quando a noite chegou, fui atrás do Alex, na estação. 23h55min. Entrei no vagão, tinha um casal se pegando. Ela estava em seu colo, beijava-o no pescoço e ele me encarava sério. Ele me lembrava o Alex disfarçado de adolescente, acho que foi dele o estilo que ele roubou. Ele parecia bêbado. A moça parou de beijá-lo e se sentou ao lado dele, ela começou a me encarar e também parecia bêbada, um pouco mais “alta” que o moleque. O tempo parecia ter parado. 00h00min. O tempo parara e Alex embarcou.

- Olá, companheiro. – Disse ele, sorrindo. Como odeio aquele sorriso apavorante.

- Não vem com essa não. Que tipo de arma devo usar com ela? Quais os pontos fracos dela?

- Ué? – Ele começou meio irônico. – Você não ia se aproximar...

- Porra! – Gritei. Peguei-o pelo colarinho e o empurrei contra a parede do vagão. – Foda-se, fale o que você sabe dela! Agora!

- Calmo caçador... – Soltei ele e ele se ajeitava. – Vou te entregar isso e boa sorte com esse casal que pensa que você é doido. – Antes de ele sair, ele disse:

- Olhe os bolsos.

Ele sumiu ao passar pela porta. Coloquei a mão no bolso e achei um pequeno livro preto que falava de várias coisas ao mesmo tempo. Falava de anjos caídos do céu, Lúcifer e seu filho bastardo perdido, caçadores de demônios e tudo mais. Ao me sentar novamente, o casal me olhava horrorizado, ela voltara ao colo dele.

- Velho, seu nariz está sangrando. – A menina falava que nem os meus amigos.

- Hã? – Passei a mão em meu nariz e vi que praticamente descia um rio vermelho dele.

- Cara, você está bem? – O garoto perguntou. O metrô parou e desci, mas antes, respondi ao casal preocupado:

- Melhor impossível. – Senti arrepios com o próprio sorriso que eu dei, era tão sinistro quanto o de Alex. A me afastar, ouvir a menina falar algo do tipo “acho que ele é doido, tava falando sozinho, você viu?”. Alex, ainda mato você.

Já em casa, novamente, decidi começar a ler o pequeno livro. Algumas coisas estavam escritas em latim, a línguas que eles falavam, mas estava tudo bem traduzido.

- Obrigada Alex, por pensar em mim. – Falei sozinho, no porão de casa.

Comecei já na parte de anjos caídos do céu, oh doce paraíso... Uma pena que não é para o meu bico. Havia uma história que, não só acho de como tenho certeza absoluta, que era a história da Doce Vitória. Era a história de um anjo chamado Isabel, a Charismatum Angelici [N.A.: Carisma Angelical]. Era um anjo que idolatrava Lúcifer e queria, assim como ele, ser mais poderoso que Deus. Quando Lúcifer foi expulso do paraíso, Isabel ficou inconformado e queria porque queria ir atrás dele, mas tinha medo que deus pudesse expulsa-lo também. Então, ficou entre o céu e o inferno; aqui no meio dos pecadores, provocando o mal, ficando alcoolizado e fornicando com os mulheres e homens casados. Quando voltou ao paraíso, deus já sabia de seu pequeno feito e de seus atos pecaminosos feitos aqui na terra dos obscenos. O resultado foi a expulsão dele. Ele decidiu trabalhar para aquele quem mais admirava, Lúcifer. Mas Lúcifer, como qualquer pecador, decidiu se aproveitar de seu amor e usá-lo por isso. Isabel acabou virando uma mulher caçadora de almas para Lúcifer e mudou de nome para Puella Daemonem ou como conheço...

- A Puta Demônio, Vitória.

Folheando um pouco mais o livro, descobri várias formas de se matar um demônio que vive entre nós, como por exemplo: Banhar uma adaga de ouro em água benta e enfiá-la no coração da desgraça, ela voltara a sua forma normal e você deverá dar o golpe final, no meu caso, seria arrancar a cabeça dela. Mas, onde eu iria arranjar uma adaga de ouro? O outro jeito era com uma espada estancada em seu coração e o golpe final, espada banhada em água benta ou abençoada. Merda. Eu odeio entrar em igrejas, principalmente depois daquele assassinato que aconteceu em frente a uma delas. Havia também com balas, que deveriam ter desenhos de cruz na ponta delas. Aquilo era mais fácil, atirava nela e dava o golpe final. Mas acho que não iria me controlar com uma arma em mão e iria acabar estourando a cabeça dela. Será que contava? Continuei lendo pra ver se havia algo contra, mas não havia nada parecido, mas tudo quanto era sugestão terminava com “... após isso, dê o golpe final no demônio e estará livre dele.”. Não dava para fazer aquilo. O fato era que, eu deveria arranjar o tipo de arma mais barato e fácil para aquele tipo de trabalho, que seja uma arma fácil de se livrar depois também. Achei que a melhor, nesse caso, seria uma .38, sabia onde arranjar uma, sabia como me livrar de uma. Mas, como escapar da policia? Se viessem atrás de mim? Porra, as coisas sempre tendem a piorar em situações drásticas. Mas, situações desesperadas pedem medidas desesperadas, certo? Pediria ajuda do Alex, será que... Bem, esse é um plano muito louco, tão louco que pode chegar a ser muito bem sucedido. Talvez devesse falar com o Pedro também... Ah, tudo o que eu mais queria era ter minha tia e meu padrasto de volta, queria mesmo era vingá-los, a raiva me sobe a cabeça a cada cinco segundos, não me controlo. Só quero sair por aí batendo no primeiro otário que perguntar as horas para mim. A raiva é tanta que na hora H tenho medo de fazer merda, mas preciso me controlar. Quero aprontar tudo em uma semana e acho que, na teoria, o plano estava completo, um plano louco e perfeito, e para ficar bem completo, só me faltava descobrir uma única coisinha: Onde estaria a vadia da Vitória naquela altura do campeonato? 


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